Resumo do projeto:
O Brasil possui cerca de 2.000 espécies de anfíbios e répteis, várias delas ameaçadas, o que implica em uma enorme responsabilidade de nosso País para conservá-las. Neste projeto, como forma de contribuir para a conservação dos anfíbios e répteis Squamata, com ênfase no Brasil, desenvolveremos, em estreita colaboração com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN-ICMBio), pesquisas e outras atividades visando (1) obter dados básicos sobre populações, espécies e comunidades; (2) explorar processos potencialmente responsáveis por padrões de diversidade; (3) diagnosticar vulnerabilidades e ameaças, lacunas de conhecimento e lacunas de conservação; e (4) detectar áreas prioritárias para a conservação e restauração. Além disso, desenvolveremos ações visando disseminar os conhecimentos obtidos por meio de divulgação científica e educação ambiental. Todos os resultados deste projeto serão compartilhados com o RAN-ICMBio, para que sejam utilizados em atividades voltadas à conservação. Este projeto representa uma parceria ampla, fortemente colaborativa, entre um grupo de acadêmicos especialistas nos grupos taxonômicos e/ou com grande experiência em biologia da conservação, e o órgão público brasileiro responsável pela produção das listas de espécies ameaçadas e pela elaboração e implementação de planos de ação de conservação para anfíbios e répteis, o RAN-ICMBio. Assim, pode-se prever que esta parceria sem precedentes contribuirá de maneira efetiva para a conservação dos anfíbios e répteis Squamata brasileiros. Outro aspecto que torna esta proposta original é que ela integra várias abordagens de conservação ao mesmo tempo, incluindo diagnósticos, planejamentos e ações, concentradas em dois grupos taxonômicos megadiversos na Região Neotropical.
Financiamento: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Linha de fomento: Auxílio à Pesquisa - Programa BIOTA - Temático
Processo: 2020/12658-4
Modalidade de Apoio: Programas de Inovação Tecnológica / BIOTA - Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo / BIOTA - Projeto de Pesquisa - Temático
Área/Subárea: Ecologia; Ecologia Aplicada
Vigência: 01 de maio de 2021 a 30 de abril de 2026
Pesquisador responsável: Marcio Roberto Costa Martins
Pesquisadores principais: Otavio Augusto Vuolo Marques; Ricardo Jannini Sawaya
Instituição-sede: Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo
Link para Biblioteca Virtual da FAPESP:
Resumo do projeto:
Em todas as regiões tropicais do planeta, os campos naturais são mal compreendidos, geralmente vistos como resultado de degradação de florestas, uma vez que com frequência ocorrem em condições de clima e solo que suportariam vegetação arbórea, caracterizando os chamados estados alternativos estáveis. Os campos naturais não são sequer mapeados, não é reconhecida sua importância, não se conhece sua biodiversidade e não são compreendidos os fatores que os mantêm. O presente projeto visa suprir boa parte das lacunas de conhecimento relativas aos campos naturais, com enfoque para o estado de São Paulo. Amostraremos também remanescentes próximos em estados vizinhos, visando melhorar a contextualização espacial e ecológica dos campos paulistas, hoje grosseiramente classificados em campos do cerrado e campos de altitude. Duas grandes hipóteses norteiam o projeto de pesquisa: a primeira, baseada na teoria dos filtros ecológicos, busca verificar se existem tipos de campos floristicamente distintos ou se as comunidades vegetais dos campos remanescentes formam um gradiente associado a gradientes ambientais. A segunda hipótese baseia-se na teoria dos estados alternativos estáveis: verificaremos se as transições entre os campos e as formações savânicas ou florestais adjacentes são estáveis, mantidas por fatores abióticos restritivos, ou se essas transições são móveis, dirigidas por fatores de distúrbio. Pretendemos mapear os remanescentes de campos naturais e caracterizá-los pela fauna, flora e estrutura da vegetação (especialmente biomassa e cobertura). Investigaremos os fatores ambientais e de distúrbio que os modularam e registraremos os fatores atuais de ameaça. Buscaremos estimar a idade das plantas pequenas que os compõem e a dinâmica da expansão e retração de campos e florestas em zonas de transição, por meio de dendrocronologia. Indicaremos espécies e ecossistemas ameaçados, bem como áreas remanescentes prioritárias para a conservação. Adicionalmente, iremos instalar e monitorar experimentos visando à restauração e ao manejo conservacionista desses ecossistemas. Esperamos, com este amplo projeto de pesquisa, expandir e disseminar o conhecimento sobre os campos naturais e, assim, fortalecer as bases para a formulação de políticas públicas conservacionistas voltadas a esses ecossistemas no estado de São Paulo.
Financiamento: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Linha de fomento: Auxílio à Pesquisa - Programa BIOTA - Temático
Processo: 2020/01378-0
Modalidade de Apoio: Programas de Inovação Tecnológica / BIOTA - Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo / BIOTA - Projeto de Pesquisa - Temático
Área/Subárea: Ecologia de Ecossistemas
Vigência: 01 de fevereiro de 2022 a 31 de janeiro de 2027
Pesquisador responsável: Giselda Durigan
Pesquisadores associados: Marcio R. C. Martins, Ana Paula Carmignotto e vários outros.
Instituição-sede: Divisão de Florestas e Estações Experimentais, Instituto de Pesquisas Ambientais/IPA/SIMA
Link para Biblioteca Virtual da FAPESP:
Projeto "Mudança de uso da terra, resiliência ecossistêmica e risco de doenças zoonóticas"
Resumo do Projeto:
A perda e a degradação de habitat são apontadas como as principais causas da perda de biodiversidade. O declínio da biodiversidade resulta em efeitos cascata na abundância, na composição e na ecologia de espécies da fauna e da flora, afetando as interações entre espécies, as funções ecológicas e os serviços ecossistêmicos. Estas alterações podem afetar negativamente a saúde e o bem estar humano como consequências de mudanças nos serviços ecossistêmicos de controle de doenças. As mudanças nas comunidades biológicas podem afetar o risco de eventos de ocorrências de doenças zoonóticas por diferentes mecanismos: alteração na densidade, na distribuição ou na suscetibilidade de roedores reservatórios ou alterações na estrutura das redes de interação entre espécies. Além disso, a sequência em que as espécies são perdidas, devido a perda de habitat, ou são recuperadas em uma paisagem, em decorrência da restauração, podem afetar o risco de ocorrência de eventos de doenças zoonóticas. Entretanto, existem poucos estudos e pouco conhecimento a respeito das relações entre alterações na diversidade funcional e o risco de ocorrências de doenças zoonóticas. Ainda mais escassos são os estudos que avaliam as mudanças nas redes de interação patógeno-hospedeiro como consequência das dinâmicas de perda ou de restauração florestal. Além de ser considerada um hotspot de biodiversidade a Mata Atlântica é considerada também um hotspot de diversidade de roedores, sendo que a maior parte destas espécies de roedores são consideradas reservatórios ou hiper-reservatórios de patógenos. Tal situação faz com que a Mata Atlântica seja considerada também um hotspot potencial de doenças infecciosas emergentes. Além disso, a cobertura florestal da Mata Atlântica apresenta uma intensa dinâmica, com milhares de hectares desmatamento e de restauração a cada ano, sendo o cenário ideal para estudar os efeitos das mudanças da estrutura da paisagem sobre as comunidades de pequenos mamíferos e suas consequências para o risco de ocorrência de doenças zoonóticas. Nós adotaremos uma abordagem de ecologia de paisagem integradora para estudar os efeitos sobre a diversidade funcional e o risco de doenças zoonóticas em contextos de perda e de recuperação de florestas. O projeto busca compreender como a reorganização das comunidades biológicas em um contexto de mudanças ambientais podem afetar a saúde humana. Para isso, elaboramos os seguintes objetivos principais: 1) avaliar os efeitos da estrutura da paisagem sobre a diversidade funcional (composição da comunidade e estrutura da rede de interações patógenos-hospedeiros) e como estes efeitos afetam o risco de ocorrência de doenças no bioma Mata Atlântica; 2) avaliar o efeito da restauração florestal sobre a recuperação da diversidade funcional de pequenos mamíferos e sobre o risco de doenças zoonóticas, bem como avaliar como a estrutura da paisagem influencia a recuperação do serviço de controle de doenças em paisagens restauradas. Para isso nós utilizaremos dados sobre a comunidade de pequenos mamíferos e sobre as redes de interação patógeno-hospedeiro, previamente obtidos em campo em paisagens fragmentadas. Tais dados serão complementados por coletas de campo em paisagens restauradas em diferentes gradientes de restauração florestal e de estrutura da paisagem. Estas abordagens permitirão avaliar as mudanças na composição das comunidades, nas redes de interação e no risco de ocorrência de doenças zoonóticas em função da estrutura da paisagem e da restauração florestal. Os resultados permitirão aumentar nossa compreensão sobre a ecologia de doenças em paisagens fragmentadas e auxiliarão na elaboração de estratégias de conservação e restauração que favoreçam tanto a conservação da biodiversidade quanto o controle de doenças. (AU)
Financiamento: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Linha de Fomento: Acordos de Cooperação / NSF - National Science Foundation: Dimensions of Biodiversity / NSF Biodiversity on a Changing Planet - Projeto de Pesquisa - Regular - Chamada de Propostas (2022)
Processo: 2022/02174-5
Vigência: 01 de dezembro de 2022 - 30 de novembro de 2025
Pesquisador Responsável: Leandro R. Tambosi
Pesquisadores Associados: Angela Terumi Fushita ; Cecilia Siliansky de Andreazzi ; Marcio Roberto Costa Martins ; Mariana Morais Vidal ; Paula Ribeiro Prist ; Paulo Guilherme Molin ; Pedro Henrique Santin Brancalion ; Ricardo Jannini Sawaya ; Rodrigo de Freitas Bueno
Instituição Sede: Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas/CECS/UFABC
Link para a Biblioteca Virtual Fapesp: https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/111252/mudanca-de-uso-da-terra-resiliencia-ecossistemica-e-risco-de-doencas-zoonoticas/
Projeto "Equipamento Multiusuários: Aquisição de equipamento de microtomografia computadorizada de alto contraste para recuperação digital e qualificação das coleções zoológicas do estado de São Paulo"
Resumo do Projeto:
As coleções biológicas são responsáveis por documentar, preservar e fomentar o conhecimento sobre a biodiversidade. Tal conhecimento é decisivo para o desenvolvimento das ciências e das sociedades, principalmente em períodos de crises ambientais ou de saúde pública. O estado de São Paulo conta com algumas das principais coleções zoológicas do Brasil, mas, infelizmente, muitas delas com material em precário estado de conservação ou danificados em eventos trágicos. A gestão dessas coleções enfrenta o constante dilema entre garantir o acesso ou proteger o fragilizado material em seus acervos. Entretanto, na última década, equipamentos de microtomografia computadorizada (micro-CT) vem revolucionando os estudos biológicos, por possibilitar a geração de imagens 3D internas e externas, de elevada qualidade e nitidez, enquanto mantém os exemplares íntegros. A digitalização do material deteriorado ou fragilizado e sua disponibilização online tornariam acessível para a comunidade científica mais de cem anos de informações sobre a biodiversidade. Nossa proposta tem como objetivo recuperar, qualificar e modernizar o acesso ao material de algumas coleções zoológicas do estado de São Paulo, através da aquisição de um mico-CT único no seu tipo e ainda não existente no país, o Xradia 620 Versa - Zeiss. Tal equipamento usa fonte de raios X sincrotron combinada a um processo de magnificação por ampliação geométrica de raio X seguida de ampliação óptica por lentes, permitindo a detectabilidade de contraste de absorção com cintiladores otimizados e a detectabilidade de contraste fase (contraste de refração). A combinação dessas técnicas garante, além de alta resolução, um aumentado contraste entre tecidos de baixa ou similar densidade, o que é essencial para análise de espécimes fragilizados e para o estudo de características histológicas de tecidos moles. Para além da digitalização do material das coleções zoológicas, este tipo de aquisição de imagem de alto contraste e resolução vem sendo exponencialmente utilizado para estudos clínicos e de biologia experimental, o que beneficiará outros grupos de pesquisa que atuam em biologia celular, patologia, imunoregulação, parasitologia, entre outros. Por fim, visamos capacitar o Instituto Butantan como um ponto focal para geração de imagens de microtomografia computadorizada de alto contraste, complementando o sólido parque de microscopia do Instituto, fomentando assim áreas de investigação científica e de saúde pública no estado de São Paulo.
Financiamento: FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Linha de Fomento: Programas Especiais / PAIP - Programa de Apoio à Infraestrutura - EMU - Acervos e Coleções - Chamada de Propostas (2022)
Processo: 2022/11538-0
Vigência: 01/06/2023 a 31/05/2026
Pesquisador Responsável: Inácio de Loiola Meirelles Junqueira de Azevedo
Pesquisadores Associados: Antonio Domingos Brescovit ; Carlos Alberto Gonçalves Silva Jared ; Célio Fernando Baptista Haddad ; Felipe Gobbi Grazziotin ; Julia Pinheiro Chagas da Cunha ; Luis Felipe de Toledo Ramos Pereira ; Marcio Roberto Costa Martins ; Miguel Trefaut Urbano Rodrigues ; Monica Valdyrce dos Anjos Lopes Ferreira
Instituição Sede: Instituto Butantan. Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP
Link para a Biblioteca Virtual Fapesp: https://bv.fapesp.br/pt/auxilios/113486/emu-aquisicao-de-equipamento-de-microtomografia-computadorizada-de-alto-contraste-para-recuperacao-d/