A criação de novas formas teciduais (morfo= forma; gênese= criação) durante o desenvolvimento embrionário é um evento essencial, mas pouco compreendido. Aqui, focamos nossos estudos de morfogênese na formação do olho.
O cristalino do olho é uma estrutura biconvexa e transparente que está situado na porção distal do olho. Sua forma biconvexa é fundamental para concentrar os raios de luz na retina, a porção do olho que é sensível à luz. Ou seja, para que a visão seja perfeita, a forma do cristalino tem que ser perfeita. Como que o organismo consegue moldar o cristalino?
Embriologicamente, ele se origina do ectoderme superposto à vesícula óptica evaginada do tubo neural Com a evaginação da vesícula óptica, esta entra em íntimo contato com o ectoderme sobrejacente e define o PLACÓDIO DO CRISTALINO. As células do placódio abandonam sua forma cúbica, aumentando seu comprimento e reduzindo sua área apical. A redução apical é mediada pela constrição do citoesqueleto de actina e miosina e resulta na invaginação do tecido para formar a VESÍCULA DO CRISTALINO.
Veja o filme abaixo: Embriogênese do olho (em inglês)
Durante este período, as células circundantes ao placódio (CÉLULAS PERIPLACOIDAIS) também se movimentam ativamente para acompanhar a invaginação da vesícula do cristalino. Nosso laboratório está interessado em visualizar este processo. Para isto, utilizamos marcadores vivos (Live Markers) e captura de imagem em 4D no microscópio confocal (Live imaging).
Veja abaixo a apresentação do poster da Doutoranda Cecília Magalhães sobre a pesquisa dela (em inglês)