Olá, caro(a) aluno(a), espero que esteja tudo bem contigo. Atualmente, pode-se dizer que quase todos os computadores operam em rede. Seja no mercado de trabalho seja para uso pessoal, os computadores se conectam, e isso pode ocorrer de várias formas. Nesta lição, conheceremos os motivos que levam as organizações a utilizarem redes de computadores, quais são os benefícios deste uso e os tipos de redes mais comuns no nosso dia a dia. 

Imagine que você trabalha na sede de um empreendimento relacionado ao agronegócio cujo proprietário desse empreendimento possui um controle minucioso do que é produzido, como coletar informações do campo e da produção de animais por meio de sensores, várias vezes durante o dia. Ele armazena os dados e as informações, faz processamento e relacionamento com outros dados e informações, faz comparações ao longo do tempo, relaciona também com dados climáticos e históricos de produtividade. Também tenta estabelecer evidências a respeito de técnicas de produção utilizadas, insumos aplicados entre outras informações para maximizar ao máximo a rentabilidade do empreendimento.

Esses dados e as informações são armazenados nos computadores que ficam em uma sala na sede do empreendimento, como um escritório, onde existem dez computadores e um servidor. Agora, imagine: será que esses dez computadores e o servidor se comunicam? Quando isso é interessante ou necessário? Se existem dez computadores, qual a necessidade de um servidor? Será que esses dez computadores poderiam se conectar entre eles sem o servidor, ou somente por meio dele?

Nesta lição, você aprenderá alguns conceitos entre as vantagens em se atuar com computadores em rede, inclusive, sobre as várias formas de se estruturar uma rede.

Sabe este empreendimento sobre o qual relatei, que possui dez computadores e um servidor? Será que se um dos computadores estiver desligado, os demais computadores continuam se comunicando entre eles? Escrevendo estas palavras, eu me lembro da primeira vez em que tive contato com computadores em rede. Foi em 1995, quando trabalhava em um Banco. Antes disso, só tinha dois computadores em uma sala no terceiro andar. O colaborador que trabalhava lá durante a noite recebia os documentos que eram gerados pelo atendimento ao público ao longo do dia. Ele digitava os dados desses documentos, (cheques, saques e aplicações em poupança, depósitos etc.) que depois eram transmitidos para a sede em São Paulo. No dia seguinte, eram recebidos os relatórios com o resultado do processamento. Então, em 1995, chegaram os computadores. Mas ainda não eram como você vê atualmente nos escritórios, em que cada um tem o seu, às vezes, com dois ou mais monitores. Os operadores de caixa, que eram três pessoas, tinham um para cada, tínhamos mais três no térreo e mais dois no primeiro andar. Ou seja, um total de oito computadores em toda agência bancária. Imagine isso, sendo que éramos 32 colaboradores. Os dois computadores do terceiro andar foram desativados, e o colaborador que trabalhava lá à noite foi desligado. E esses oito computadores eram interligados em rede, ou seja, se comunicavam. Foi a primeira vez que tive contato com um computador que se conectava a outro.

Esta rede, no entanto, tinha algumas características interessantes. Os oito computadores se comunicavam apenas se estivessem todos ligados. Se um estivesse desligado, havia uma mensagem de erro na rede. Ou seja, se um dos computadores tivesse algum problema, ele tinha que ser removido da rede, os cabos rearranjados onde o computador foi removido para que a rede voltasse a funcionar. Outro problema era relacionado aos cabos de comunicação. Se um cabo fosse rompido, desconectado ou estivesse com mal contato (o que era normal), toda a rede parava de se comunicar. Mas será que existia outra arquitetura da rede que pudesse contornar estes pontos fracos? Ou será que estes problemas foram contornados com a evolução tecnológica dos últimos anos? Entre tais elementos, conheceremos mais sobre estas possibilidades.

A ideia e o uso de computadores interligados tiveram início, na década de 1960. A primeira rede, que ligava dois computadores, foi financiada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Ela criou a Advanced Research Project Agency - Agências de Projetos de Pesquisa Avançada (ARPA) – e atuou no desenvolvimento de um projeto da Rede chamado  ARPAnet (Advanced Research Projects Agency Network). De lá para cá, as tecnologias e as formas de conectar os computadores e, consequentemente, as pessoas se desenvolveram muito. Por exemplo, chegou um momento em que mesmo um computador estando desligado, os demais continuavam se comunicando com outros computadores, até um momento que isso pode ocorrer sem cabos.

Depois desta introdução histórica, entenderemos o que vem a ser uma rede de computadores. Segundo Florindo e Vanso (2016, p. 16):

Gillis (2019) lembra que os dispositivos de rede usam uma variedade de protocolos e algoritmos para especificar exatamente como os computadores devem transmitir e receber dados. Por exemplo, o padrão Ethernet estabelece uma linguagem comum para comunicação de redes com fio, e o padrão 802.11 faz o mesmo para redes locais sem fio (WLANs). Assunto que exploraremos em lições futuras.

As redes de computadores têm uma variedade de usos que muitos considerariam essenciais na atualidade. Gillis (2019) descreve os seguintes usos:

E deste conjunto de possibilidades é que podemos identificar as vantagens em se atuar com computação em rede. O compartilhamento de arquivos permite que informações sejam partilhadas entre as equipes, ou seja, os interessados em informações. Isso gera maior efetividade em relação ao uso do tempo e de recursos. Afinal, é muito mais econômico utilizar informações que já estão armazenadas, separadas e, muitas vezes, organizadas e disponíveis em algum computador da rede, em vez de ter que minerar essas informações novamente. Ou, ainda, ficar trocando pen drives ou HD´s portáteis entre os computadores.

Ainda em relação ao compartilhamento de arquivos, já estudamos, em lições anteriores, os problemas de armazenamento de arquivos que podem surgir, caso não haja um correto gerenciamento dos arquivos que ficam guardados nos HD´s e SSD´s. Imagine um escritório que utiliza um banco de dados para guardar informações. E se cada usuário tivesse uma cópia desse banco de dados em seu computador. Certamente, esta situação requereria um grande investimento em computadores com elevada capacidade de armazenamento e processamento. Mas, se esse banco de dados tivesse centralizado em um servidor, onde os aplicativos de processamento e geração de informações se alimentassem diretamente das informações necessárias para aquela tarefa, sem ter que copiar todo o banco de dados, certamente, esta é uma situação inigualavelmente superior em todos os sentidos.

Outro ponto é o uso de aplicativos que têm limitação de usuários para utilizar de forma simultânea. Por exemplo, existem algumas licenças de softwares que podem ser utilizadas por dois ou três usuários por vez. Logo, se esse software está em rede, esta utilização é facilitada. Até mesmo dá para saber quem está utilizando e verificar quando um usuário encerrará o uso para que outra pessoa possa utilizar.

Outro ponto é o uso de periféricos que podem ser compartilhados de forma facilitada. Apesar de toda capacidade tecnológica atual em relação à digitalização de documentos e imagens, o uso de impressoras, scanners e outros periféricos ligados a um computador ainda é elevado.

Se você ainda não percebeu, pode ficar atento. Olhe um local onde tem uma impressora ou um scanner, atualmente, é muito comum um mesmo dispositivo fazer estas duas funções. Geralmente, este tipo de dispositivo fica mais de 90% do tempo parado. Mas, se ele for compartilhado de forma que cada usuário sentado em um computador de um escritório, andar de uma repartição ou até toda a organização, consiga utilizá-lo, certamente, o seu uso será mais efetivo. A aquisição de um dispositivo representa um investimento. E um dispositivo que é pouco utilizado significa um péssimo investimento, ou seja, dinheiro jogado fora. Imagine se cada computador de um ambiente de trabalho tivesse que ter conectado a ele uma impressora o quanto de dinheiro seria desperdiçado, sem contar nos suprimentos das impressoras e manutenção.

O normal é que as empresas possuam uma estrutura de rede de computadores chamada intranet. Segundo Lutkevich (2021), intranet é uma rede privada contida em uma empresa, que é usada para compartilhar, com segurança, informações da empresa e recursos de computação entre os funcionários. É um sistema no qual vários computadores de uma organização e até dispositivos móveis estão conectados uns aos outros através da intranet. Como esta é uma rede privada, ninguém do mundo exterior pode acessar essa rede.

Muitas organizações e empresas têm sua própria rede de intranet e apenas seus membros e funcionários têm acesso a essa rede. Isso também é usado para proteger seus dados e fornecer segurança de dados para uma determinada organização, pois é uma rede privada e não vaza dados para o mundo exterior. Um banco de dados que inclui todos os nomes de usuário dos funcionários que têm direitos de acesso à rede é usado pela equipe de TI para manter a segurança desta rede.

De acordo com Segundo Florindo e Vanso (2016, p. 24):

Entre tais elementos, as intranets incentivam a comunicação dentro de uma organização. Eles permitem que os funcionários acessem, facilmente, informações importantes, links, aplicativos, formulários e bancos de dados de registros da empresa.

Essas são as mais comuns. Em uma próxima lição falaremos sobre redes sem e com fio.

Talvez, você ainda não tenha tido noção do fato de os computadores, atualmente, funcionarem em rede. Perceba que, nesta lição, nós demos os primeiros passos sobre essa temática. Não entramos ainda em redes envolvendo redes sem fio, redes cabeadas e internet. Veja que interessante, certamente, você está lendo estas palavras graças ao uso de computadores em rede. Uma das coisas bacanas quando se fala em ambiente de trabalho são as intranets. Praticamente, são internets que só funcionam dentro das empresas. É uma internet fechada e limitada aos computadores da empresa. E muito provavelmente você já deve ter pensado que isso é interessante, principalmente se a empresa possui dados sigilosos que não podem ficar na mesma rede onde se acessa a internet. E, certamente, com o que aprendeu nesta lição e temos colocado ao longo de todas as lições, é a questão do uso eficiente de recursos. Ao comprar apenas uma impressora para ser compartilhada com as pessoas do escritório, ou, ainda, adquiri um servidor para armazenar informações em vez de sobrecarregar cada um dos computadores do escritório com grandes quantidades de informações armazenadas, e, provavelmente, duplicadas entre os computadores. Ou seja, o uso de computadores em rede eleva a economia de dinheiro. E quanto mais eficiente é a empresa na economia de recursos, maiores são suas chances de sobreviver em um mercado altamente concorrido. Nas próximas lições, avançaremos um pouco mais sobre rede de computadores. Até breve!