Minicursos

MINICURSOS - RESUMO

MINICURSO 1


NOVOS E MULTILETRAMENTOS NO ENSINO DA PRODUÇÃO TEXTUAL MULTIMODAL/MULTISSEMIÓTICA: DA BNCC AOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Com a tecnologia da escrita as outras formas de manifestação foram renegadas e inferiorizadas socialmente. Em ambiente escolar, por exemplo, vem sendo privilegiado o “letramento da letra” como denomina a Base Nacional Comum Curricular (BNCC - BRASIL, 2018). Por mais que não nos escape a compreensão de que "a sociedade humana como tal surge a partir da tecnologia da escrita” (ONG, 1998, p.11), o que certamente influencia nossa identidade, defendemos que a consciência humana não fica restrita a um modo de linguagem, uma vez que somos seres heterogêneos, híbridos, e em transformação. Consideramos, pois, que ao silenciar os outros modos de agir social e privilegiar, apenas, a atividade imperialista da escrita, absorvendo, assim, as outras linguagens, a escola também está silenciando muitos sujeitos. A Base enquanto um documento em diálogo com seu tempo refrata e reflete as transformações culturais, sociais e políticas. Desse modo, pontua explicitamente que deva haver um privilégio do letramento da letra (BRASIL, 2018, p.157), mas sem deixar de “[...] possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens” (BRASIL, 2018, p. 67), o que significa dialogar e atuar na cultura digital (BRASIL, 2018, p.72), valorizando e contemplando a diversidade cultural (BRASIL, 2018, 70). Assim, na prática de produção textual, nosso foco, o que antes ficava restrito ao grafocentrismo ganha dimensões visuais, sonoras, gestuais, táteis e verbais, não apenas no que concerne à escrita, mas à oralidade também. Almejamos, pois, compreender e problematizar como as coleções didáticas aprovadas pelo Plano Nacional do Livro Didático – PNLD, de 2020, para os anos finais do Ensino Fundamental articulam os saberes prescritos pela BNCC (BRASIL, 2018) às práticas de produção textual, multimodal/multissemiótica.


Profa. Gabriela Martins Mafra (Doutoranda UNICAMP; CLCA-UENP, egressa da graduação em Letras/UENP)

MINICURSO 2


EDUCAÇÃO LITERÁRIA E AS RELAÇÕES HUMANAS VOLTADAS PARA A DIVERSIDADE: DA TEORIA À PRÁTICA

Considerando que as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2010), as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de nove anos (BRASIL, 2013) e a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) orientam para uma ação educativa e uma prática pedagógica voltada para temas que remetem à aceitação do diferente, ao respeito mútuo e ao reconhecimento da alteridade, torna-se imprescindível trazer à tona no contexto escolar a re(educação) das relações humanas voltadas para a diversidade. Nesse contexto, este minicurso tem por objetivo refletir sobre estas questões que desafiam o trabalho do docente de Língua Portuguesa, bem como apresentar uma possibilidade de trabalho efetivo com a leitura literária em sala de aula de modo a reafirmar o papel da Literatura como conteúdo a ser ensinado, contribuindo para a formação de leitores autônomos, críticos e conscientes da realidade em seu entorno. Para tanto, toma-se como objeto de estudo e análise a obra de Jane Tutikian (2005), Olhos azuis coração vermelho, e os pressupostos metodológicos voltados para o letramento literário, de Rildo Cosson, a sequência expandida.

Palavras-chave: (R)Educação das relações humanas voltadas para a diversidade; Letramento literário; Educação Literária.


Profa. Luciana da Costa Ribeiro (Mestre em Letras, Docente de rede básica Estado São Paulo, egressa do PROFLETRAS/UENP) e Profa. Dra. Ana Paula Franco Nobile Brandileone (UENP).

MINICURSO 3



UM ROMANCE EM CRISE OU O ROMANCE DE/DA CRISE?: MASCULINIDADES E DETECÇÃO EM O FILHO DA MÃE, DE BERNARDO CARVALHO (2009)


Considerando o gênero uma categoria possível de análise literária, este minicurso discute de que modo a crise do masculino (e suas representações) são tematizadas e a implicância destas na elaboração formal do romance de Bernardo Carvalho. Ao partir das reflexões de Connel e Messerschimidt (2013) a respeito das masculinidades hegemônicas e tendo em vista a figura do detetive como um modelo paradigmático para o exercício da masculinidade, meu objetivo é demonstrar de que modo os conflitos deflagrados pela crise da masculinidade em alguns personagens (re)configuram o papel do detetive/investigador no referido romance ao passo que promovem uma reformulação do gênero literário romance policial, atuando, inclusive, na organização estruturais da narrativa.


Palavras-chave: Masculinidade, romance policial, Bernardo Carvalho.



Prof. Edson Salviano Nery Pereira (Doutorando USP, egresso da graduação em Letras/UENP)

MINICURSO 4


O DOCUMENTÁRIO EXPOSITIVO COMO OBJETO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Este minicurso tem por objetivo apresentar uma sequência didática do documentário expositivo, hipergênero tomado como objeto de ensino de Língua Portuguesa no ensino remoto emergencial. Embasado na metodologia das SDG, esse instrumento de ensino teve como finalidade desenvolver nos alunos capacidades de linguagem que os habilitem a serem leitores e produtores desse hipergênero. Devido à mudança no cenário educacional, de presencial para remoto emergencial, provocado pela pandemia da COVID-19, e a urgência de atualização nas metodologias empregadas na escola, a SDG utiliza metodologias ativas e recursos tecnológicos, como: o diálogo e a colaboração entre pares, o ambiente Classroom, ferramentas Google (Forms, Docs e Meet) e Whatsapp. Desse modo, este minicurso busca apresentar uma estratégia de ensino que coloca o aluno como protagonista do seu aprendizado.

Palavras-chave: Documentário expositivo. Sequência didática de gêneros. Ensino Remoto.


Profa. Poliana dos Santos Silva de Lazari (Mestre em Letras, Docente de rede básica Estado do Paraná, egressa do PROFLETRAS/UENP) e Profa. Dra. Eliana Merlin Deganutti de Barros (UENP)