Simpósios

Escolha o simpósio para propor comunicação oral.



1. A epistolografia no modernismo brasileiro

Maria do Rosário Alves Pereira (UFV/ CEFET MG, Campus I)

mariadorosario58@gmail.com

Edilaine Gonçalves Ferreira de Toledo (CEFET MG, Campus VIII – Varginha)

edigonfer@hotmail.com

Cristiane Côrtes (CEFET MG, Campus IX – Nepomuceno)

crisfelipecortes@gmail.com

Resumo: Ler, receber e escrever cartas são ações que envolvem um movimento de subjetivação. Não somente pelo exercício biográfico de se colocar diante de um interlocutor intimamente, mas, também, pelo jogo de espelhamento que o gênero propõe. Cartas de escritores e intelectuais, no entanto, migram da esfera meramente privada para a esfera pública, assumindo um estatuto de documento histórico e literário. Daí a importância de se compreender o gênero como arquivo e a relevância que os acervos de escritores adquirem na contemporaneidade. Hoje, a epistolografia constitui-se como riquíssimo banco de dados para pesquisadores, pois permite conhecer a gênese das obras e as trocas intelectuais de determinado período. No Modernismo brasileiro especificamente, as trocas epistolares foram intensas, o que permite a compreensão das obras artísticas e do momento histórico em que elas se inserem. Cartas de Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Henriqueta Lisboa, Tarsila do Amaral, dentre outros, ensejam pesquisas cada vez mais sólidas. A partir das reflexões propostas, este simpósio pretende acolher trabalhos que apontem aspectos significativos nas cartas trocadas nesse período, entre artistas, escritores, intelectuais ou demais partícipes da vida pública nacional, tanto sob o ponto de vista literário quanto sob a perspectiva do gênero discursivo carta como ferramenta pedagógica. Nesse sentido, podem ser apresentados trabalhos teóricos no âmbito da crítica genética ou da literatura brasileira, bem como trabalhos que tragam possibilidades práticas para o aproveitamento do gênero em sala de aula, reforçando uma perspectiva dialógica e didática nos processos de ensino e aprendizagem.

Palavras-chave: epistolografia; Modernismo brasileiro; gênero carta.


2. A expressão das maiorias minorizadas na literatura desde a semana de arte moderna


ATENÇÃO!!! O Simpósio 02 não mais receberá propostas de Comunicação Oral, uma vez que já ultrapassamos os 24 trabalhos ACEITOS

Érica Fernandes Alves (UEM)

efalves@uem.br

Geniane Diamante F. Ferreira (UEM)

gdfferreira@uem.br

Rubenil da Silva Oliveira (UFMA)

rubenil.oliveira@ufma.br


Resumo: A Semana de Arte Moderna inaugura uma nova fase na literatura brasileira, pois abre espaço para o indizível, o impensável e o invisível. A partir desse marco, foi possível pensar nas expressões artísticas como retratos não só de um único sujeito, mas da diversidade que, por diversas vezes e motivos, não era abarcada. Desde então, as vozes múltiplas ganharam forma e lugar dentro das artes e, especialmente, na literatura. Com o passar do tempo, observamos com mais frequência que autores, personagens e temas das maiorias minorizadas têm conquistado seu espaço dentro do panorama literário. Isso, entretanto, não aconteceu apenas no Brasil, mas de forma global. Assim sendo, este simpósio tem por objetivo abarcar pesquisas que discutam e coloquem em evidência as vozes dos sujeitos negros, indígenas, imigrantes, mulheres, pertencentes à comunidade LGBTQIA+, dentre outros pelo viés dos Estudos Pós-Coloniais, elencando as teorias de identidade, de Hall (2019), feminismo negro de Davis (2016) e hooks (2019), de resistência, de Fanon (2008) e Ashcroft (2001), sobre identidade e resistência indígena, de Graúna (2013) e Vizenor (2008), sobre a teoria queer, de Miskolci (2017) dentre outros. Objetiva-se ainda evidenciar as maneiras pelas quais esses sujeitos são objetificados bem como suas estratégias de resistência e (re)construção de sua identidade.

Palavras-chave: maiorias minorizadas; identidade; resistência.


3. A literatura de testemunho e as conquistas das estéticas do modernismo

Abilio Pachêco de Souza (POSLET-UNIFESSPA)

abiliopacheco@gmail.com

Luiza Helena Oliveira da Silva (UFNT)

luiza.to@mail.uft.edu.br

Boa parte da produção literária contemporânea se inscreve sob o signo dos extremos, da barbárie, dos regimes de opressão e, por isso, sob a tônica do testemunho e da resistência. Não apenas pelo teor testemunhal, mas também pelas obras escritas programaticamente para testemunhar (SELIGMAN-SILVA, 2003) romances, contos, poemas, letras de canções e tantas outras manifestações estéticas nos permitem ler a história a contrapelo (BENJAMIN). Existe um conjunto variado de autores e obras enfeixadas como testemunhais ligadas à literatura sobre a Shoah, o Gulag, aos massacres no continente africano, às ditaduras na América Latina e na península ibérica, sobre o genocídios de povos indígenas e extermínio de populações tradicionais. O testemunho ou obras de teor testemunhal se fazem presentes em manifestações estéticas sobre as mais variadas formas de resistência a forças opressoras as mais diversas. Para Valéria de Marco (2004), obras testemunhais, embora com algumas ressalvas temáticas e ideológicas, apresentam procedimentos estéticos como a fragmentação e a heterogeneidade discursiva, que eram proposições das vanguardas e do primeiro modernismo: o teatro de Boal, o teatro de Arena e as encenações do Rei da Vela, de Oswald; a poesia marginal e o poema piada; o romance fragmentado de 1970 e o João Miramar. Os pontos de contato são vários. A fim de contribuir para o debate teórico sobre os limites, as formas e as balizas do testemunho e das obras de teor testemunhal, este simpósio acolhe trabalhos sobre obras artísticas (literárias, mas também cinematográficas) que realizem uma leitura do teor testemunhal e que, preferencialmente, apontem relações entre os procedimentos estéticos desta produção e o debate modernista desde as vanguardas europeias.

Palavras-chave: modernismo, vanguardas, teor testemunhal, teoria do testemunho.


4. Abordagens para o ensino de línguas estrangeiras


Ana Paula Guedes (UEM)

apguedes@uem.br

Josely Bogo Machado Soncella (UnB)

josely@unb.br

Wagner Vonder Belinato (UEM)

wvbelinato@uem.br

Resumo: O simpósio Abordagens para o ensino de línguas estrangeiras pretende acolher as comunicações que fomentem o debate sobre as mais diversas abordagens de ensino em línguas estrangeiras: comunicativa, acional, objetivos específicos, objetivos universitários, além das discussões sobre as tecnologias de ensino em contextos diversificados que evidenciem o papel do professor e as capacidades a serem desenvolvidas pelos indivíduos ao longo de seu processo de aprendizagem. As reflexões sobre as propostas didáticas e seus resultados são ferramentas essenciais para a formação continuada do professor de línguas em busca do aperfeiçoamento de sua expertise docente. Recentemente, com o advento da massificação do ensino remoto, tivemos um exemplo de necessidade imediata de adaptação didática que, seguramente, deve ter tido seus efeitos mais positivos no perfil de professores habituados aos processos de avaliação, autoavaliação e adequação dos encaminhamentos didáticos. Esses três componentes são essenciais para a organização de uma unidade de ensino composta por elementos complexos e interligados tais como: organização dos conteúdos, desenvolvimento dos conteúdos, recursos disponíveis, formas de interação, capacidades e competências, diversidade culturais, dentre outros pontos que podem surgir de acordo com o contexto e ou perfil do aprendiz. A diversidade que envolve o ensino de línguas nos obriga a abraçarmos a pluralidade de debates que dele possam emergir, preferencialmente dos resultantes de vivências e reflexões didáticas.

Palavras-chave: abordagens de ensino, línguas estrangeiras, experiências didáticas.


5. Análise de Discurso e Diversidade: múltiplos olhares na (re)significação da linguagem e dos sujeitos


Rosemeri Passos Baltazar Machado (LETRAS/UEL)

rosemeri@uel.br

Talita Canônico e Silva (IFPR)

talita.silva@ifpr.edu.br

Resumo: Os discursos são sempre atravessados por outros discursos que representam as práticas discursivas: interações, relações de poder, saberes sociais que formam uma memória discursiva a partir da reiteração do que já foi dito. É fato que os discursos fazem circular certas condutas, comportamentos, narrativas e, consequentemente, atingem também aos sujeitos. Discursos e sujeitos são constituídos e ressignificados de modo cada vez mais dinâmico, principalmente, porque podem contar, em seu favor, com a velocidade da tecnologia e das redes sociais. Seguindo o aporte teórico da Análise de Discurso de orientação francesa e de estudiosos pertencentes tanto ao campo dos discursos, da filosofia, das ciências sociais, dentre os quais Foucault (2008), Courtine (2013), Judith Butler (1996), dentre outros, compreendemos que o enunciador se instala como sujeito do discurso ao enunciar, ao ocupar um espaço; enfim, ao assumir um posicionamento, dessa forma, o sujeito se constitui por meio das práticas discursivas numa relação movente de poderes e saberes. Sem desconsiderar a perspectiva histórica, propomos com este simpósio encaminhar possibilidades de atravessamentos e maneiras de significação da linguagem na produção de discursos referentes à desigualdade e à diversidade social. Pretendemos unir trabalhos que destaquem práticas discursivas expressas em gêneros textuais diversos, representadas por discursos de raça, gênero, sexualidade, em diferentes campos e focando nos sentidos sujeitos à história, à luta e à resistência.


Palavras-chave: Análise do discurso; desigualdade; diversidade social.


6. Arquivo literário: o futuro está nas fontes primárias

Telma Maciel da Silva (LETRAS/UEL)

telmaciel@gmail.com

Clara Ávila Ornellas (USP)

Resumo: “O manuscrito será o futuro do texto”. Esta declaração que aparece no título de um artigo de Jean-Louis Lebrave serve-nos, aqui, como provocação para a chamada de trabalhos para o presente simpósio. A afirmação algo irônica do teórico francês – visto que o manuscrito é comumente associado ao passado do texto publicado – nos permite pensar o arquivo (não apenas o manuscrito) por meio de uma relação metonímica, como algo que aponta para o futuro da obra de determinado autor. Desta forma, é preciso considerar que o arquivo é um organismo em constante movimento, capaz de oferecer novas formulações sobre temas e obras que muitas vezes julgávamos gastos pelo uso. Este movimento de que falamos é essencial para pensarmos teoricamente os processos de produção das obras literárias, levando em consideração o que Cecília Almeida Salles chama de “gesto inacabado”, ou seja, uma poética em constante movimento e que relativiza o conceito de obra concluída. Para além da noção individual de autoria, o arquivo também se presta a jogar luzes sobre o processo de colaboração constante que se dá entre os autores, ou seja, sobre o caráter coletivo da criação e seu movimento dentro de um dado contexto cultural. Nesse sentido, este simpósio receberá trabalhos que discutam as diversas dimensões de arquivos de escritores: hemeroteca, correspondência, fotografia, manuscrito, datiloscrito, rascunho, biblioteca etc.

Palavras-chave: Arquivo literário; Crítica genética; Fontes primárias.


7. Caminhos da poesia brasileira a partir de 1922


Marcos Hidemi de Lima (UTFPR)

mhlima@utfpr.edu.br

Miguel Heitor Braga Vieira (LETRAS/UEL)

miguelvieira@uel.br

Resumo: A poesia brasileira de 1922 a 2022 apresenta uma amplitude de produção, que certamente é marcada pelos abalos e desdobramentos causados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Dentro desse amplo espectro, encontramos aqueles que estiveram à frente do movimento no seu instante mais iconoclasta (principalmente Oswald de Andrade e Mário de Andrade); as diversas dicções poéticas surgidas a partir da década de 1930; a retomada da forma tradicional pela Geração de 45; a abolição do verso promovida pelo Concretismo; a radical experiência de supressão da palavra feita pelo Poema-Processo; a retomada do espírito oswaldiano pela Poesia Marginal; além de grandes individualidades que marcaram a lírica nacional do século XX e que adentram o século XXI, como Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, por exemplo. Nesse sentido, convidamos pesquisadores que possam trazer contribuições das mais diversificadas a participar desse simpósio, a fim de procurar construir um mapeamento da poesia que vem sendo produzida nesses cem anos. Para a realização dessas reflexões, buscamos compreender uma abundante temática (o cotidiano, a cidade, a representação feminina, o amor, o Brasil, culturas estrangeiras etc.) e também variações na configuração do poema, desde o uso de formas fixas (como o soneto, a balada, o haicai), passando pela prática generalizada do verso livre, até chegar ao emprego de recursos visuais e gráficos tão característicos da contemporaneidade.

Palavras-chave: Poesia brasileira. Semana de Arte Moderna. Temas e formas.


8. Dialogismo e interação em práticas de linguagem

Cristiane Malinoski Pianaro Angelo (UNICENTRO)

cristiane.mpa@gmail.com

Renilson José Menegassi (UEM)

renilson@wnet.com.br

Resumo: O simpósio “Dialogismo e interação em práticas de linguagem” abarca contribuições responsivas e responsáveis de estudiosos e pesquisadores que se debruçam ao desenvolvimento científico vinculado ao campo das Ciências Humanas e da Linguagem, a tomar dois escopos teóricos como princípios elementares: o dialogismo e o interacionismo. Ambas correntes são eleitas como perspectivas teóricas fundamentais para a compreensão e a produção valorada de discursos, em especial, nas situações de ensino e aprendizagem, com vistas à emancipação humana e à democratização do saber científico sobre a linguagem. Desse modo, interessam à exposição estudos, análises, propostas, prospecções e abordagens para a compreensão e o ensino das práticas de linguagem de leitura, escrita, análise linguística, oralidade, a envolver todos os campos de atuação humana, como também interfaces possíveis com outras teorias que balizam ao ensino as pesquisas sobre a formação de professores, o que desvela o vigor do dialogismo e do interacionismo nos vários ramos da Linguística Aplicada do Brasil. O simpósio congraça trabalhos empenhados em pôr à mostra a interação discursiva entre os sujeitos e a língua sócio, histórica, cultural e ideologicamente constituídos como o cerne das relações e das transformações sociais, a considerar como objeto de investigação as práticas de linguagem em situação de ensino.

Palavras-chave: dialogismo; interação; práticas de linguagem.


9. Discurso, argumentação e ensino

Givan José Ferreira dos Santos (UTFPR)

givanferreira@uol.com.br

Isabel Cristina Cordeiro (LETRAS/UEL)

isacris@uel.br

Lolyane Cristina Guerreiro de Oliveira (LETRAS/UEL)

lolyane@uel.br


Resumo: Este simpósio objetiva discutir pesquisas, tanto de natureza descritiva como aplicada, sobre diferentes fenômenos argumentativos, linguísticos e discursivos, no âmbito da Semântica Argumentativa e em suas interfaces com diversas áreas. Também pretende apresentar elementos necessários para uma abordagem transdisciplinar de estudo da argumentação, tendo em vista sua aplicação no processo de ensino-aprendizagem de leitura e produção de textos. Os estudos realizados no âmbito da Semântica Argumentativa/Enunciativa têm se preocupado não apenas em descrever como a argumentação vai da estrutura da língua para o discurso, mas também em verificar como diferentes fenômenos argumentativos materializam-se em gêneros discursivos ou contextos de uso da língua. Mais recentemente, alguns desses estudos têm se voltado para o ensino desses fenômenos argumentativos, a exemplo da pressuposição, da polifonia enunciativa e dos modalizadores discursivos, tanto na educação básica como no ensino superior, considerando a importância de tais fenômenos para a leitura, a produção textual e a reflexão sobre o funcionamento da linguagem. Assim, defende-se que a estrutura formal da argumentação deve ser depreendida das práticas de linguagem que engendram os gêneros textuais imbuídos, direta ou indiretamente, do objetivo de persuadir. Para isso, os trabalhos devem partir da apropriação de construtos teóricos da retórica antiga, da nova retórica e de teorias linguísticas como a pragmática, a linguística textual, a semântica argumentativa, teorias dos gêneros textuais, a análise de discurso, teorias enunciativas, a análise da conversação, da sociologia, dos estudos culturais, da filosofia, da filosofia da linguagem e outras, de acordo com os objetivos do processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Discurso; argumentação; ensino.


10. Dramaturgia e teatro: diálogos da modernidade com a tradição

Renato Forin Jr. (LETRAS/UEL)

reforin@uel.br

Ricardo Augusto de Lima (UEM)

ralima@uem.br

Resumo: A Semana de Arte Moderna – que, nas palavras de Oswald de Andrade, acertou o “relógio do império da cultura nacional” com a vanguarda europeia – não contou com a linguagem teatral. Esse fato revelador da trajetória da cena brasileira está inscrito no conhecido ensaio “O teatro e o modernismo” (1972), de Décio de Almeida Prado. Por mais performativas que tenham sido muitas das apresentações que tomaram o Teatro Municipal de São Paulo naquele fevereiro de 1922, a crítica vai pontuar a modernização dos nossos palcos só nos anos 1940, com a estreia de “Vestido de noiva”, de Nelson Rodrigues, pelas mãos de Ziembinski. Toda a conhecida revolução que marcou a virada da cena naturalista e colocou o drama em crise na Europa na virada do século XIX para o XX tardou a chegar no solo nacional, que, por sua vez, desenhou sua própria picada entre golpes de irreverência e invenção ou de passadismo e replicação de modelos, entre Revistas e Costumes. O contemporâneo vem trazer, por sua vez, o signo do ecletismo e da pluralidade, num compasso que não respeita fronteiras – inclusive entre linguagens. Este simpósio acolhe trabalhos com propostas de reflexão sobre os processos de modernização do teatro brasileiro e internacional, no âmbito do texto e da encenação, assim como comunicações que tratem das especificidades do teatro contemporâneo. São bem-vindas incursões teóricas e análises de peças ou espetáculos que evidenciem o teatro enquanto arte do “devir”, ou seja, em constante fluxo de transformação, entre o paradigma e a revolução.

Palavras-chave: teatro moderno e contemporâneo; dramaturgia; encenação


11. Educação linguística crítica em línguas adicionais na e para a infância em contextos bi/multi e plurilíngues


Juliana Reichert Assunção Tonelli (LEM/UEL)

jtonelli@uel.br

Helena Vitalina Selbach (UFPel)

helena.selbach@ufpel.edu.br

Sandra Regina Buttros Gattolin (UFScar)

sandragattolin@gmail.com


Resumo: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) institui o inglês como a única língua obrigatória na escola e sua oferta somente a partir do 6º ano. No entanto, vários debates vêm sendo promovidos advogando pela importância da oferta de outros idiomas desde a Educação Infantil como forma de conscientização aos modos de funcionamento das línguas e de abertura e sensibilização a outras culturas (TONELLI, CORDEIRO, 2014; MAGIOLO, 2021). Neste âmbito, educadores e educadoras que atuam nos anos iniciais de escolarização e pesquisadores e pesquisadoras envolvidos com a temática (ROCHA, 2010; CHAGURI; TONELLI, 2019) vêm, nos últimos anos, colocando em cena a importância de uma educação linguística que se ocupe dos aspectos críticos que envolvem as línguas adicionais não somente no chrónos infância, mas no aión: uma temporalidade intensiva. Este simpósio objetiva reunir trabalhos que discutam a importância da inserção das línguas adicionais na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental sob a perspectiva crítica que extrapola o ensino de um sistema linguístico em um dado espaço de tempo – infância – mas que considera também as potencialidades de educar crianças por meio das línguas. Serão ainda acolhidos trabalhos decorrentes de pesquisas que discutam práticas bi/multi/plurilíngues, bem como de práticas bem-sucedidas por docentes em formação inicial e continuada.

Palavras-chave: Educação linguística crítica; línguas adicionais para crianças; práticas docentes.


12. Ensino-aprendizagem de língua portuguesa: experiências e práticas educacionais sob diferentes perspectivas e olhares


Cláudia Lopes Nascimento (LETRAS/UEL)

cln_saito@uel.br

Maria Ilza Zirondi (LETRAS/UEL)

aria.ilza@uel.br

Sandro Luis da Silva (UNIFESP)

sandro.luis@unifesp.br

Resumo: Este simpósio foi idealizado tendo em vista as novas demandas educacionais e sociais, assim como a necessidade de se formar professores cada vez mais capacitados e preparados para enfrentá-las. Tendo em vista que a escola é a principal agência de letramentos e a disciplina de Língua Portuguesa (LP) tem papel primordial nesse processo, nossa proposta visa reunir trabalhos que aproximem o resultado de pesquisas relacionadas a experiências e a práticas pedagógicas significativas na busca por aproximar os sujeitos, envolvendo-os em possíveis alternativas e soluções para os empasses vividos nos diferentes contextos (não) educacionais. Com o objetivo de proporcionar um espaço para socializações, reflexões e discussões, o simpósio pretende reunir pesquisadores e estudiosos de diferentes instituições, com pesquisas voltadas para o ensino de LP. Partindo da perspectiva de língua como forma de interação e interatividade, serão aceitos trabalhos nas áreas da Linguística Aplicada, da Análise do Discurso e do Interacionismo Sociodiscursivo, envolvendo o ensino e a aprendizagem de LP, a formação docente, o uso de tecnologias digitais, os gêneros textuais/discursivos ou (multi)letramentos. Acreditamos que esse encontro, a partir de múltiplos olhares e da troca de conhecimento, é terreno fértil para aprendizagens e desenvolvimento, não só no campo científico e das ideias, mas, também, na e para a prática educacional.


Palavras-chave: ensino- aprendizagem de língua portuguesa; formação de professores; práticas e experiências educacionais.


13. Escrita e leitura na infância: questões teóricas e aplicadas

Cristiane Carneiro Capristano (UEM)

capristano1@yahoo.com.br

Edilaine Buin Barbosa (UFGD)

edilainebuin@ufgd.edu.br

Elaine Cristina de Oliveira (UFBA)

elaineoliveira1009@gmail.com

Resumo: A compreensão do funcionamento das práticas de leitura e de escrita na infância é tema de grande interesse social. Entender como emergem e como se consolidam essas práticas, sobretudo no ambiente escolar, é condição para que se possa investir no aprimoramento do ensino e da aprendizagem de línguas na educação básica. A relevância do tema também se mostra pela existência de diferentes campos disciplinares interessados na promoção de pesquisas voltadas para a investigação do trânsito das crianças por práticas de escrita e de leitura, tanto em língua materna quanto nas chamadas línguas estrangeiras. Considerando esse cenário, este simpósio almeja constituir-se como um espaço para o desenvolvimento de reflexões e de debates transdisciplinares sobre as práticas de leitura e/ou de escrita na infância, sobretudo nos primeiros anos de escolarização – Educação Infantil e Ensino Fundamental I. O simpósio pretende fomentar o diálogo, a interação e a socialização de conhecimentos, reunindo pesquisas teóricas e aplicadas, concluídas ou em andamento, vindas de diferentes campos de disciplinares, que tenham como mote a descrição, a análise e a compreensão da circulação das crianças por práticas sócio-históricas de leitura e/ou de escrita. Serão aceitas sobretudo pesquisas fundamentadas em perspectivas teórico-metodológicas enunciativo-discursivas que considerem a relação sujeito/linguagem como ponto de partida para compreender e descrever as práticas de escrita e de leitura na infância.

Palavras-chave: escrita; leitura; infância.


14. Escrita, ensino e tecnologia

Eliana Maria Severino Donaio Ruiz (LETRAS/UEL)

elianaruiz@uel.br

Karen Alves de Andrade (IFPR)

karen.moscardini@ifpr.edu.br

Ana Virgínia Lima da Silva Rocha (UFRN)

ana.virginia.rocha@ufrn.br

Resumo: Dentre as diversas formas de uso da linguagem, a escrita encontra lugar privilegiado nas práticas sociais, tendo se tornado objeto de necessária atenção no processo de escolarização. Ensinar a produzir textos escritos é instrumentalizar estudantes para (inter)agirem no meio em que vivem, habilitando-os a intervir no mundo por meio de uma tecnologia específica de linguagem. Por isso, para que o ensino da produção textual ocorra de forma eficaz, deve considerar que a escrita é viva, histórica e socialmente situada, dada a contínua alteração das demandas sociais, em função das diversas transformações sofridas pelo mundo. Escrever hoje exige estratégias e competências diferentes das requeridas ontem, pois depende da adesão a novas formas de comunicação, novos gêneros discursivos, novas maquinarias e, consequentemente, novas formas de mediação e de intervenção docentes no processo de produção, sendo insuficiente apenas o domínio de regras que desconsiderem a vivacidade da língua. A partir dessas premissas, este simpósio visa a agrupar trabalhos concernentes à produção textual e seu ensino, concebidos como formas de promoção e participação cidadã engajados às demandas sociais atuais, sendo a tecnologia apenas um dos recursos que permeiam inevitavelmente grande parte do processo. Serão bem-vindos trabalhos pautados pelas mais recentes contribuições dos estudos da linguagem, oriundos de pesquisas e reflexões, concluídas ou em andamento, que abordem teorias, práticas, propostas didáticas e metodologias sobre a escrita e seu ensino, em nível básico ou superior, bem como a dinâmica da formação de professores, inicial e continuada, em cursos de graduação e de pós-graduação e suas interrelações.

Palavras-chave: produção textual; tecnologia; ensino.


15. Estudos em variação linguística: questões e métodos

Greize Alves da Silva (UFT)

greize_silva@mail.uft.edu.br

Hélen Cristina da Silva (UNIPAMPA)

helensilva@unipampa.edu.br

Vanderci de Andrade Aguilera (UEL/CNPq)

vanderci@uel.br

Resumo: O aniversário da publicação de O Dialeto Caipira, de Amadeu Amaral (1920) e de O Linguajar Carioca, de Antenor Nascentes (1922) merece uma reflexão sobre os resultados a que chegaram os dialetólogos ao longo desse centenário. Sabemos que, do início do século passado, até os dias atuais, longa foi a estrada percorrida pelos pesquisadores em busca da descrição do Português Brasileiro, seja por meio de estudos monográficos sobre corpora pontuais; elaboração de glossários e vocabulários das diversas áreas geográficas e econômicas; seja na construção de mapas ou cartas linguísticas abrangendo o dialeto local, estadual, regional e até nacional. Sabemos também que o mapeamento dos dados geolinguísticos evoluiu sobremaneira, acompanhando o progresso da tecnologia, apropriando-se das ferramentas mais modernas e adaptando-as para a apresentação dos resultados que hoje podem estar acessíveis para um público maior. Dessa forma, este Simpósio tem como objetivo discutir a evolução da Dialetologia no Brasil em suas várias manifestações acerca dos objetos de estudo, das perguntas de pesquisa, dos métodos de coleta, da descrição e análise dos dados, bem como das formas de apresentação dos resultados. Dessa forma, traz ao público um retrato, embora parcial, do muito que se fez nessa área da Linguística, e abre espaço para a discussão das perspectivas que se descortinam para o conhecimento do Português falado no Brasil.

Palavras-chave: variação linguística; métodos e questões; principais resultados.


16. Experimentalismos na literatura moderna

Cláudia Rio Doce (LETRAS/UEL)

claudiariodoce@uel.br

Leonardo D’Avila (IFC)

leonardo.davila.oliveira@gmail.com

Resumo: Desde o romance de Laurence Sterne até as sucessivas ondas de experimentalismos no século XX, observam-se gestos que exploram os limites da linguagem e a negação do instituído. Limite entendido não como fim, mas enquanto violação de fronteiras: operando na irreconciliabilidade entre o domínio do profano e o instituído, na tensão da convivência de heterogêneos e na supressão da diferença hierárquica. Muitas vezes, porém, as discussões sobre experimentalismos resultaram em tipologias nas artes, nas quais sobressaía ora o valor do novo em comparação ao antigo, ora em tipologias no sentido contrário, quando a arte experimental foi diversas vezes taxada como aristocrática. Diferentemente, convém pensar o próprio lugar do experimento/experiência, do erro/tentativa na literatura por outras vias. Agamben, nesse sentido, diante do impasse entre uma experiência pré-moderna e os experimentos (pós)modernos, abre novos pontos de fuga ao questionar sobre uma infância, um experimentum linguae que, por sua vez, apenas se dá na autorreferencialidade da linguagem, portanto em uma outra maneira de articular a questão dos seus limites, que aponta para o seu vazio. A discussão clássica de simulacro enquanto deriva desregrada do mimético, e repensada por Deleuze ou Baudrillard, não deixa de levantar questões para se repensar os experimentalismos da modernidade. A ontologia do acidente de Catherine Malabou reflete acerca dos desvios das formas ao pensar uma plasticidade destrutiva, capacidade de dar ou receber forma, em uma sucessão de desfigurações sem esperança de retorno. Este simpósio pretende agrupar trabalhos que possam trazer novos enfoques para essas discussões.

Palavras-chave: experimentalismos; experiência; modernidade.


17. Formação de professores de língua portuguesa: possibilidades e propostas de desenvolvimento de competências discursivo-textuais com base em teorias funcionalistas


Solange de Carvalho Fortilli (UFMS)

solange.fortilli@ufms.br

Marcos Luiz Wiedemer (UERJ)

mlwiedemer@gmail.com

Resumo: No âmbito da formação de professores de língua portuguesa no Brasil, observam-se reiteradas iniciativas de alinhamento entre bases teóricas potencialmente embasadoras de um ensino mais significativo e a realidade vivenciada nas salas de aulas. Efetivar mudanças em um contexto que comporta tradições tão arraigadas, como o das questões que envolvem a língua materna, requer esforços constantes de diversos entes envolvidos na educação, e, por essa razão, não se consolida em curto prazo. Nesse sentido, perguntas sobre como operacionalizar uma transposição didática produtiva, que contemple pressupostos teóricos sólidos e, ao mesmo tempo, proporcionais às necessidades das demandas do ensino e da sociedade atual são constantes. Assim, a proposta deste simpósio é congregar trabalhos que explorem a necessária relação entre teorias e práticas, em específico, teorias linguísticas de orientação funcionalista e práticas docentes que busquem promover uma concepção funcionalista da língua, da gramática e do texto. Sem a pretensão de eleger uma única vertente do funcionalismo linguístico, o objetivo é agregar propostas de ensino mobilizadas pela concepção de língua como instrumento de interação social e de gramática como sistema dinâmico e adaptado às demandas do uso. Essas concepções devem subsidiar o desenvolvimento de atividades que propiciem o alcance de habilidades comunicativas e interpessoais em diferentes situações de interação, sempre relacionadas à diversidade de textos e respectivos propósitos comunicativos com os quais o falante se depara em sua vida diária.


Palavras-chave: Funcionalismo; Propostas de ensino; Competências linguísticas.


18. Leitura e ensino de língua materna em escolas indígenas

Marcelo Silveira (LETRAS/UEL)

celosilveira@uel.br

Maria José Guerra (LETRAS/UEL)

majogue@uol.com.br

Maxwell Gomes Miranda (UFMT)

maxwell_gm@hotmail.com

Resumo: Esta proposta tem por objetivo analisar as questões linguísticas e sociolinguísticas que subjazem às dificuldades encontradas na educação escolar indígena. Esta tarefa, além das bases linguísticas, exige um olhar interdisciplinar para dar conta da complexidade de nosso objeto, cujas preocupações centrais estão voltadas para a constituição de uma educação escolar com bases sólidas no multiculturalismo, respeitando as identidades étnicas de cada sociedade. As escolas situadas nas Terras Indígenas demarcadas congregam um multilinguismo constitutivo de cada uma das regiões em que estão inseridas e, assim, questões como bilinguismo e multiculturalidade situam-se como pilares nesse debate. Soma-se a esse contexto o fato de que as populações nativas pertencem a sociedades com uma tradição escrita relativamente recente e as escolas que foram erguidas nas comunidades indígenas estão diretamente ligadas à tradição grafocêntrica dos europeus. Temos, então, uma supervalorização da escrita e uma desvalorização da palavra oral e, consequentemente, das culturas locais. Essas questões não se configuram de forma homogênea, há especificidades em cada região. Observa-se, de modo geral, uma situação linguística que delimita diferentes quadros de bilinguismo e diglossia, com relações sociopolíticas de cada uma das línguas bastante diversas em cada comunidade; tudo isso alicerça a discussão sobre as relações linguísticas que subjazem à escola. É por meio de autores da linguística e da sociolinguística como Labov (2008), Givón (2012), Landowski (2002) e outros que vamos tecer as análises deste simpósio. Essas análises visam contribuir com uma reflexão crítica que possa levar à construção de uma escola que respeite a cidadania e a multiculturalidade.

Palavras-chave: escola indígena; leitura; ensino de língua materna.


19. Leitura literária na escola: teorias e práticas

Sheila Oliveira Lima (LETRAS/UEL)

sheilalima@uel.br

Margarida da Silveira Corsi (UEM)

Mscorsi@uem.br

Resumo: A leitura do texto literário na escola representa, sobretudo a partir da publicação da versão final da BNCC, um grande desafio. Se no ensino tradicional esteve fortemente submetida ao estudo historiográfico, atualmente conhece um grave apagamento de sua relevância, em face da tendência tecnicista que pauta o documento oficial.Tal problemática se agrava pelo fato de, tradicionalmente, no Brasil, o ensino de literatura conhecer maior foco no nível médio, relegando ao Ensino Fundamental práticas que, muitas vezes, lidam com o texto literário e o não literário de maneira indistinta, sem a atenção devida à especificidade de sua linguagem e de seu status de obra de arte. Na contramão dessa tendência, vários pesquisadores (ROUXEL, LANGLADE, REZENDE, 2013; JOUVE, 2012; DALVI, REZENDO, JOVER-FALEIROS,2013,entre outros) retomam a relevância da leitura literária na escola, ressaltando a formação do leitor, suas relações com a subjetividade e a urgência da realização mais frequente de práticas leitoras no espaço escolar. A proposta deste simpósio é conhecer práticas bem sucedidas de leitura literária nos diversos níveis escolares, além de estabelecer um debate sobre as diversas questões levantadas pelos estudos relativos à leitura e à formação de leitores. Nesse sentido, serão acolhidos trabalhos que abordem as práticas leitoras na escola bem como reflexões a respeito da leitura e da formação do leitor no âmbito escolar e mesmo no ensino superior.

Palavras-chave: formação do leitor; leitura subjetiva; literatura e escola.


20. Leituras semióticas: literatura, cinema e outras artes


Danieli dos Santos Pimentel (UEPA)

danielipimentel2013@gmail.com

Luiz Guilherme dos Santos Júnior (UFPA)

luizgsantos125@gmail.com

Osmando Jesus Brasileiro (SEED-GEA)

osmando.brasileiro2016@gmail.com

Resumo: A leitura sempre foi e deverá ser a base para todo e qualquer conhecimento, sendo fundamental o constante entendimento e estímulo à reflexão sobre o tema. Dessa forma, o presente simpósio acolhe trabalhos que reflitam sobre o tema da leitura e da semiótica de diferentes gêneros, desde a concepção clássica de gêneros literários até as mais variadas linguagens que se apresentam em diversos textos, do verbal ao não verbal. Não podemos, portanto, deixar de pensar em autores como Linda Hutcheon, em Um teoria da adaptação (2011), Marisa Lajolo (1999), em Do mundo da leitura para a leitura do mundo, Ângela Kleiman (2008), em Leitura, ensino e pesquisa, e Ana Maria Bahiana (2012), em Como ver um filme, dentre outros. Assim, nossa proposta se alinha às três matrizes da linguagem defendidas por Santaella (2005), em seu livro O pensamento semiótico: as três matrizes da linguagem (sonora, visual e verbal), na qual as três vertentes assinaladas pela autora se verificam no caráter semiótico dos textos, que aponta para as múltiplas linguagens que os compõem, pois, como escreve Rojo (2012), “os textos são híbridos” e exigem dos leitores especificidades e multiletramentos. Nesse sentido, a atual proposta da Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2017) estabelece o exercício da leitura semiótica dos textos. Por essa lógica, este simpósio também recebe pesquisas que tratem do texto dentro dos indicadores da BNCC (2017), além de outros olhares sobre leituras plurais e suas confluências artísticas.


Palavras-chave: Leitura. Semiótica. Literatura.


21. Letramento digital na formação do professor de línguas

Josimayre Novelli (UEM)

jnovelli@uem.br

Marcelo José da Silva (UNESPAR)

marcelo.silva@unespar.edu.br


Resumo: As tecnologias digitais (TD) há muito tempo estão presentes na prática docente e a intensificação do uso de equipamentos tecnológicos e da internet tem pautado uma nova dinâmica na sala de aula, embora isso não ocorra de maneira uniforme, intencional e consensual. No entanto, as circunstâncias que emergiram no contexto pandêmico exigiram uma nova postura e a adoção compulsória das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs). Despreparados teórico-metodologicamente, em sua grande maioria, esta nova situação lançou luz às dificuldades encontradas pelos professores para a efetiva utilização das tecnologias, revelando a falta, ou a incipiência no nível, do seu letramento digital. Nesse sentido, o presente simpósio pretende dialogar e refletir sobre as perspectivas teórico-metodológicas de ensino e aprendizagem que embasam a formação inicial e continuada de professores de línguas para o uso das TDICs em suas práticas pedagógicas, bem como sobre resultados de pesquisas em andamento ou concluídas que tiveram esse foco. Compreende-se que as ações docentes e o uso de TD estão associadas aos seus contextos de formação e aos seus conhecimentos, ou seja, a compreensão do uso das ferramentas tecnológicas adotadas em sala de aula é analisada desde sua aplicabilidade até a eventos de letramento, considerando os fatores sócio histórico-culturais como responsáveis pela construção das visões de mundo compartilhadas em diversos contextos (GOMES, 2019). Assim, espera-se promover discussões sobre a formação docente inicial e continuada no cenário de pós-pandemia, bem como sobre propostas e inovações metodológicas mediadas pelo uso das TD.


Palavras-chave: tecnologias digitais; formação de professores de línguas; letramento digital.


22. Linguagem e discurso em cena: reflexões contemporâneas

Daiany Bonácio (LETRAS/UEL)

daiany@uel.br

Isabel Cristiane Jerônimo (LETRAS/UEL)

cristianejeronimo@uel.br

Adélli Bortolon Bazza (UNESPAR)

adellibazza@hotmail.com

Resumo: Levando em consideração que o sujeito se constitui na / pela linguagem e que, por meio dessa, produz subjetividades, o objetivo deste simpósio é reunir trabalhos teóricos e / ou analíticos que reflitam acerca da relação entre linguagem e discurso em diferentes materialidades significantes inscritas na contemporaneidade, a partir da mobilização de conceitos da Análise do Discurso de linha francesa (AD), em especial, à luz de noções erigidas por Michel Pêcheux e Michel Foucault. Espera-se criar um espaço de discussão em que sejam destacadas propostas de análises que demostrem a produtividade das noções desenvolvidas no interior da teoria discursiva, em enunciados efetivamente ditos, materializados em diferentes gêneros do discurso e que reflitam a construção da história recente em que estamos imersos. Pela ótica da Análise do Discurso, levamos em conta que esse processo social de produção dos sentidos implica relações de poder, construção de representações e conflitos, as quais convocam o sujeito a se posicionar por meio de materialidades verbais e / ou não verbais, tais como textos publicitários, charges, lives, entrevistas etc. Interessa-nos, também, refletir acerca da memória discursiva que permeia o dizer, investigando de que forma esse sujeito estabelece relações entre o já-dito e as situações de enunciação diversas.

Palavras-chave: Discurso, Linguagem, Memória discursiva.


23. Línguas estrangeiras para fins específicos: reflexões sobre o gênero textual na prática de ensinar línguas

Andréia C. Roder Carmona-Ramires (UNESPAR)

profa.andreiacarmona@gmail.com

Viviane Cristina Poletto Lugli (UEM)

vivianelugli@yahoo.com.br

Resumo: Muitos são os fatores que ratificam a necessidade de reflexões referentes ao ensino de línguas estrangeiras para fins específicos, no âmbito dos negócios, (devido à relevância mundial, no âmbito fronteiriço, no caso da língua espanhola, no campo da literatura mundial (SEDYCIAS, 2005)). E nesse processo de ensino e aprendizagem, articular o trabalho dos gêneros textuais com as necessidades específicas dos aprendizes, considerando o gênero como uma ação comunicativa situada que organiza as práticas de linguagem, torna-se basilar para desenvolver nos aprendizes capacidades de agir eficientes em diversas situações, sobretudo, profissionais de uso da língua. Partindo da vertente discursiva enunciativa em que se entende o trabalho com a linguagem como uma prática significativa, ao promovermos o ensino em sala de aula com o gênero textual para fins específicos, levamos em consideração a função histórico-comunicacional do gênero, que engloba as práticas sociais específicas emergentes do contexto sócio-histórico que intervém em toda prática de linguagem. Nesse sentido, este simpósio busca reunir trabalhos que compreendam o gênero textual como um instrumento (DOLZ; SCHNEUWLY, 2004), a partir do qual se organiza o ensino, como também compreendam o gênero como um dos resultados do agir comunicativo, agir de linguagem (BRONCKART, 2006). Desse modo, neste simpósio pretendemos agrupar trabalhos e pesquisas que tratem sobre estudos de características dos gêneros textuais, com vistas ao ensino de línguas para contextos profissionais e/ou discutam sobre materiais didáticos e sua relação com a abordagem de ensino por meio de gêneros textuais em diferentes contextos.

Palavras-chave: Línguas Estrangeiras; Ensino para Fins específicos; Gêneros textuais.


24. Literatura de autoria feminina e representações literárias das relações de gênero, interseccionalidade de raça e classe: diálogos possíveis

Marly Catarina Soares (UEPG)

marlycs@uepg.br

Suely Leite (LETRAS/UEL)

suelyleite@uel.br

Resumo: Olhar para a literatura é enxergar um universo heterogêneo constituído de discursos proclamados ou apagados. Segundo Lúcia Zolin “o sujeito que fala se investe de um poder advindo do lugar que ocupa na sociedade, delimitado em função de sua classe, de sua raça e, entre outros referentes, de seu gênero, os quais o definem como o paradigma do discurso proferido” (ZOLIN, 2009, p. 106). Este simpósio agregará trabalhos que discutam as representações das mulheres, relações de gênero, interseccionalidade de raça e classe em textos literários escrito por mulheres. Para maior compreensão desse universo múltiplo de identidades femininas, relações entre os gêneros, negritude, identidades marginalizadas e suas representações, recomenda-se a leitura de Beauvoir (1949), Brookshaw (1959), Fanon (2008), Lugones (2020), entre outros. Este espaço servirá para o debate e expressão de investigações que rompem silêncios e quebram tabus à medida que trazem diálogos possíveis entre identidades periféricas. Como eixo metodológico e epistemológico, pretende-se, entre outros aspectos, debater produções literárias considerando alguns recortes temáticos, a saber: mulheres, negritude e minorias sociais pelo viés do olhar dentro e fora do cânone. Na esteira desta colocação, serão acolhidos trabalhos voltados para questões de gênero, corpo, sexualidade, raça e classe. Intentamos fomentar um debate, a fim de promover reflexões acerca da literatura como existência e resistência de corpos que escrevem para denunciar, enfrentar e provocar reflexões sobre opressões patriarcal, racista e classista. As questões apontadas até aqui atuam, inevitavelmente, como elementos de articulação em que a autoria feminina pode ser analisada como lugar de ressignificação de existências marginalizadas.

Palavras-chave: literatura de autoria feminina; gênero; raça; classe.


25. Literatura em diálogo com as artes cênicas, visuais e digitais

Márcio Roberto do Prado (UEM)

metatron58@yahoo.com.br

Andrew Yan Solano Marinho (Uneal)

andrewjah@gmail.com

Resumo: Como não poderia deixar de ser, as manifestações artísticas humanas – na efêmera fixidez de suas instituições, tradições e convenções – exercem, umas sobre as outras, influências mútuas determinantes no seu processo de desenvolvimento histórico. As múltiplas leituras possíveis de um texto dramático influenciam suas encenações, as adaptações cinematográficas de uma obra literária afetam a própria recepção do texto verbal e as possibilidades técnicas abertas pelos hipertextos literários questionam a relação estabelecida entre as funções do autor e do público também para a literatura tradicional – estas são apenas algumas formas a partir das quais se concretiza esse diálogo interarte. O simpósio aqui proposto se insere no contexto das investigações a respeito das interações entre as diferentes formas de arte e está aberto a acolher todo e qualquer trabalho que aborde as influências mútuas e os diálogos possíveis entre a arte da literatura e as modalidades artísticas contidas nos campos das artes cênicas, visuais e digitais: o teatro, o cinema, a fotografia, a pintura, a ilustração, as HQs, os videogames e afins. Serão bem-vindas as mais diversas perspectivas teóricas e abordagens metodológicas que embasem discussões sobre questões de mídia, suporte, (multi)modalidade, estética, poética e recepção entre a literatura e as formas de arte supracitadas.

Palavras-chave: Diálogos artísticos; Multimodalidades; Sistemas semióticos.


26. Literaturas modernas e contemporâneas e feminismos interseccionais

Alba Krishna Topan Feldman (UEM)

aktfeldman@uem.br

Nelci Alves Coelho Silvestre (UEM)

nacsilvestre@uem.br

Wilma dos Santos Coqueiro (UNESPAR)

wilmacoqueiro@gmail.com

Resumo: Nas últimas décadas observou-se que apenas os preceitos feministas ocidentais, de origem estadunidense, inglesa e francesa até a metade do século XX não davam conta de analisar todas as manifestações literárias, artísticas e culturais de muitas mulheres, e nem conseguiam abranger as diferenças das diversas agendas de expressão feminina, ou as culturas vividas por mulheres de diferentes raças, religiões, classes sociais, localizações geográficas, entre outros elementos interseccionais. Por esse motivo, o presente simpósio debruça-se sobre os feminismos interseccionais e sobre a crítica literária feminista voltada a autoras modernas e contemporâneas que problematizam temas como personagens de cor, indígenas ou afrodescendentes, orientais em geral, o feminismo da diáspora, Mulheres do Terceiro Mundo, feminismo LGBTQIA+, mulherismo, entre outros aspectos que problematizam o entrecruzamento de diferentes opressões, assim como busca enfatizar obras em língua inglesa, portuguesa ou espanhola que demonstrem resistência e a expressão das identidades múltiplas que permeiam a literatura. Mesmo que os estudos dos feminismos interseccionais tenham existido desde o final do século XIX em diversos países, o termo feminismos interseccionais foi cunhado primeiro por autoras do feminismo negro como Kimberlé Cremshaw (1996) e Patrícia Hill-Collins (2020), e estudado no Brasil por autoras como Carla Akotirene (2019) e Sueli Carneiro (2019).

Palavras-chave: Escrita de autoria feminina; Literatura moderna e contemporânea; Feminismos interseccionais.


27. Narrativas contemporâneas: teoria e prática em debate

Luciana Ferreira Leal (UNESPAR, campus Paranavaí)

luciana.leal@unespar.edu.br

Sidinei Eduardo Batista (UTFPR, campus Pato Branco)

sidineibatista@professores.utfpr.edu.br


Resumo: A revolução moderna, segundo Bauman (1999), terminou em parricídio. Ele afirma que os mais brilhantes e mais fiéis filhos da modernidade não podiam expressar sua lealdade filial, senão se tornando seus próprios coveiros. Na interpretação do filósofo polonês, quanto mais esses “filhos” se dedicavam à construção do artifício que a modernidade se pôs a erigir, havendo primeiro destronado e legalmente incapacitado a natureza – mais solapavam os alicerces do prédio. Pode-se afirmar que a modernidade, desde o seu surgimento, estava alicerçada em sua própria estrutura pós-moderna. Ao partir dessa breve reflexão inicial, compreendemos que da aporia entre Modernidade versus Pós-modernidade frutificou-se o cenário atual, que, por falta de uma denominação mais adequada, temos chamado de contemporaneidade, sobretudo nas artes e na literatura. Na esteira da discussão em tela, o simpósio “Narrativas contemporâneas: teoria e prática em debate” tem por objetivo reunir trabalhos acadêmicos que versem sobre estudos teóricos e práticos sobre narrativas contemporâneas. Desse modo, o presente simpósio propiciará oportunidades para o diálogo, a troca de experiências, o aprofundamento da teoria e aperfeiçoamento da prática da leitura e análise de narrativas contemporâneas, assim como a reflexão sobre os desafios de despertar o gosto pelo texto literário e refletir sobre as possibilidades de formar leitores competentes. As apresentações devem envolver teoria, análise e prática, articulando saberes em constante construção e oportunizando momentos de trocas de experiências e referenciais teóricos, criando possibilidades de graduandos, pós-graduandos e educadores refletirem sobre suas pesquisas e práticas com narrativas contemporâneas, visando à construção de novos saberes, favorecendo suas pesquisas e ações.

Palavras-chave: Modernidade X Pós-modernidade; Narrativas Contemporâneas; Formação de Leitores.


28. O texto enquanto objeto: reflexões teóricas, análise de corpus e aplicações didáticas

Alcione Tereza Corbari (UNIOESTE)

alcione_corbari@hotmail.com

Clarice Cristina Corbari (UNIOESTE)

Edson Carlos Romualdo (UEM)

ecromualdo@uol.com.br

Resumo: O conceito de texto tem sido amplamente discutido como objeto científico, a partir de diferentes abordagens, desde o surgimento da Linguística Textual. Cavalcante e Custódio Filho (2010) destacam, a partir de uma perspectiva sociocognitivista, a importância de considerar a materialidade como não exclusivamente verbal, o que requer uma visão multimodal sobre as estratégias textual-discursivas. Segundo os autores, a Linguística Textual encontra-se em uma fase em que o texto é tido como objeto dinâmico, multifacetado, resultado de uma prática linguístico-sociocognitivista, em que se agregam parâmetros discursivos. Assim, este simpósio tem por objetivo reunir pesquisas, em andamento ou concluídas, inscritas na área dos estudos linguísticos, que contemplem reflexões acerca do texto na perspectiva da Linguística Textual. Interessam aqui questões textuais, discursivas e enunciativas que considerem o texto, entendido como como espaço de múltiplas realizações de elementos e estruturas linguísticas ou multimodas, que se submetem ao contexto de enunciação. São aceitos tanto estudos centrados em discussões teóricas, que abordem aspectos conceituais, quanto aqueles voltados para a análise de textos específicos, com vistas a investigar processos e condições por meio dos quais se produzem textos, discursos e sentidos. Também são bem-vindos estudos que se dediquem a questões de ensino de língua materna relacionadas a práticas de leitura, produção de texto e análise linguística.

Palavras-chave: Linguagem, Texto, Linguística Textual.


29. Processamento de linguagem natural (PLN) e suas implicações para o entendimento da língua materna

Wagner Ferreira Lima (LETRAS/UEL)

wflima@uel.br

Cinthyan Renata Sachs C. de Barbosa (COMPUTAÇÃO/UEL)

cinthyan@uel.br

Resumo: Tecnologias de informação envolvendo linguagem verbal estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Pesquisas em sites de busca, tradução automática de textos, consulta a banco de dados etc. são algumas de suas aplicações práticas. Vale dizer que essas aplicações são frutos de pesquisas em Processamento da Linguagem Natural (PLN), um ramo da Inteligência Artificial voltado para a solução de problemas de linguística computacional, como a otimização de interfaces homem-computador (JURAFSKY; MARTIN, 2008). Mais importante ainda é o fato de o enfrentamento desses problemas requerer a implementação de algoritmos capazes de emular a linguagem verbal em seus diferentes níveis (fonológico, sintático, semântico etc.). Para além das aplicações práticas, vemos nesse fato algo indispensável para a elucidação do funcionamento linguístico. Nesse sentido, a linguística cumpre um papel central em PLN, na medida em que a implementação de tais algoritmos depende de que as regras linguísticas sejam devidamente declaradas (CHOMSKY, 1957; 1964). Obviamente, essa tarefa impõe vários desafios, porém muito dos quais já foram superados (BARBOSA, 2004). Em vista disso, propomos este simpósio, com o objetivo de fazer conhecer os problemas de pesquisa em PLN e as soluções teóricas e práticas encontradas para eles. Convidamos, assim, pesquisadores e interessados a contribuir com esse debate, qualquer que seja sua vertente de pesquisa em NLP. Assumindo que as soluções encontradas podem auxiliar no entendimento do vernáculo, esperamos que este simpósio nos possibilite debater não apenas o mérito dessas soluções, mas também suas implicações para o entendimento da língua materna.

Palavras-chave: Processamento de Linguagem Natural (PLN); Entendimento de língua materna; Interface homem-computador.


30. Processos criativos em conexão: da gênese ao produto final

Edina R. P. Panichi (LETRAS/UEL)

edinapanichi@sercomtel.com.br

Juliana S. Barbosa (UFPR)

jsbcomunicacao@gmail.com

Letícia J. Storto (UENP)

leticiajstorto@gmail.com

Resumo: Celebrando os 100 anos da Semana de Arte Moderna, movimento cultural que reuniu artistas das mais variadas áreas e tendências estéticas, este simpósio tem como objetivo conectar pesquisadores que investigam processos criativos em diferentes linguagens. São de nosso interesse trabalhos científicos desenvolvidos nos campos da literatura, do cinema, das artes visuais, da música, da dança, do teatro e outras linguagens artísticas, além de estudos realizados nas áreas do direito, do design, da publicidade, do jornalismo e outros campos do conhecimento. Os trabalhos podem estar focalizados em problemas teóricos e aplicados, desde que voltados para questões relacionadas aos processos de criação. Ao incentivar o intercâmbio de experiências entre os participantes do simpósio, pretendemos contribuir com os estudos de Crítica Genética, campo do conhecimento fundamentado no pressuposto de que os bastidores da criação guardam riquezas que a obra pronta nem sempre consegue comunicar. Para além do relato de etapas do ato criador, nosso propósito é conhecer a busca estética do artista pela melhor forma de expressar-se, revelando a transmutação de formas e as traduções que atravessam a construção de sentidos em uma obra. Para compreender o pensamento em plena criação, acessamos as referências, os rascunhos e as primeiras versões - documentos que constituem vestígios reveladores da estética criadora dos artistas. A partir desses debates, contrapomos a ideia do insight genial à concepção da criação como processo, que envolve pesquisas, experimentações, interações com o ambiente e conexões que resultam na obra entregue ao público. Enfim, mais que a inspiração, contemplamos a transpiração.

Palavras-chave: Processos criativos; Linguagens artísticas; Crítica Genética.


31. Produção de textos como prática social

Flávio Luis Freire Rodrigues (LETRAS/UEL)

flaviofreire@uel.br

Bruna C. Barbosa (UENP)

brunabarbosa@uenp.edu.br

Resumo: Desde a década de 70, em que houve a emergência do interesse pela aproximação entre a academia e o ensino de línguas, a produção textual tem sido uma prática bastante investigada e discutida no contexto acadêmico brasileiro. Essa intensa produção aponta para a constituição de um campo de estudos que se realiza a partir de diferentes perspectivas, todas fundamentadas nos estudos da linguagem. A investigação dos processos interdiscursivos levou à percepção de que as práticas de produção textual não são homogêneas e desvinculadas dos sujeitos e do contexto sociocultural a que pertence. No intuito de promover o debate e a reflexão sobre a produção de textos como prática social nas diferentes esferas discursivas, este simpósio temático pretende reunir pesquisas que ultrapassem as fronteiras epistemológica e sistemática do Interacionismo Sociodiscursivo, agregando propostas que dialoguem com o contexto de produção, circulação e recepção dos textos / discursos e os modos de constituição dos sujeitos. Em uma concepção dialógica e discursiva, pretende-se articular discussões teóricas e práticas que abranjam a discursividade constitutiva dos processos de produção textual, os aspectos identitários e a função emancipadora da escrita, potenciais à formação de sujeitos autônomos e críticos, capazes de agir no mundo por meio da linguagem.

Palavras-chave: produção de texto; prática social; dialogismo.



32. Texto, gramática e cognição: direcionamentos funcionalistas


André Vinicius Lopes Coneglian (UFMG)

coneglian@ufmg.br

Juliano Desiderato Antonio (UEM)

jdantonio@uem.br

Marcelo Módolo (USP)

modolo@usp.br

Resumo: Uma das características fundamentais de qualquer modelo funcionalista é considerar que a função primordial da linguagem é servir como instrumento de interação para os seres humanos, tanto para a comunicação de significado social quanto de significado representacional. Na visão funcionalista, o sistema linguístico não é autocontido e nem autônomo, e a sintaxe deve ser estudada na moldura da semântica e da pragmática. Uma explicação funcional do sistema linguístico deve levar em conta fatores externos que ajudam a dar forma ao sistema, como determinados mecanismos cognitivos e a matriz sociocultural em que a língua é utilizada. A função discursiva das expressões linguísticas exerce papel central em uma análise funcionalista, que vai além da descrição das categorias gramaticais e das relações estruturais entre elementos da oração. Além disso, as teorias funcionalistas reconhecem a importância do discurso e das relações contextuais, considerando que a comunicação não se dá por meio de frases, mas sim por meio do discurso multiproposicional, organizado em estruturas que reconhecemos como caracterizando conversações, palestras, encontros de comitês, cartas formais e informais dentre outras. Neste simpósio, pretendemos reunir trabalhos que analisem fenômenos linguísticos à luz de modelos funcionalistas como Gramática Sistêmico-Funcional, Gramática Funcional, Gramática Discursivo-Funcional, Gramática de Construções, Gramática Cognitivo-Funcional, Linguística Baseada no uso, Teoria da Estrutura Retórica, dentre outras.

Palavras-chave: Funcionalismo; Texto; Gramática.



33. Teoria da mente e contos de fadas: das estilizações às novas crenças

Priscila Peixinho Fiorindo (UNEB)

pfiorindo@uneb.br

Ana Virgínia Gomes de Souza Pinto (UNIFESP)

anavirginia9021@uol.com.br

Juscelino Francisco do Nascimento (UFPI)

juscelino@ufpi.edu.br

Resumo: De acordo com o novo paradigma educacional que promove estratégias metodológicas lúdicas, para ampliação da consciência no processo ensino e aprendizagem, os contos de fadas tornam-se uma ferramenta relevante na manifestação de crenças. Nesse sentido, a ideia aqui é reunir trabalhos na perspectiva da teoria da mente, ou seja, a capacidade de atribuir ao outro – criança – emoções, intenções, desejos e crenças, considerando as mensagens arquetípicas dos contos de fadas, que são atemporais e revelam os comportamentos humanos sob diversas circunstâncias. Paralelamente, ao estilizar um conto de fada, isto é, realizar pequenas alterações – ou retextualizações – sem modificar o sentido do texto fonte, como, por exemplo, adicionar alimentos saudáveis e/ou apresentar outras condutas comportamentais nos personagens das narrativas clássicas, torna-se possível uma mudança de crença entre as crianças que acessam as novas informações nas narrativas estilizadas. Tal capacidade sociocognitiva é fundamental para a inserção da criança no mundo social e para um bom desempenho escolar infantil, na medida em que ao identificar as crenças antigas e novas, a criança pode escolher “isto ou aquilo”, com base na percepção do que é melhor para ela naquele momento, a depender do que foi ensinado e/ou estimulado no ambiente escolar e/ou familiar. Dessa forma, observa se a importância das crenças na mediação dos contos clássicos, a fim de promover o desenvolvimento infantil por meio da ampliação da consciência.


Palavras-chave: Teoria da mente; Narrativas estilizadas; Consciência.


34. Ensino, discurso, literatura e gramática: a língua sob diferentes perspectivas


Resumo: As interações efetuadas por meio da língua realizam-se de diversas maneiras, nos mais distintos espaços sociais. Frutos singulares de cada contexto, os enunciados produzidos criam efeitos variados e geram uma série imensa de questionamentos, impossíveis de serem observados através de uma única lente. Nesse sentido, o estudo da língua e de suas múltiplas produções requer olhares precisos que, paradoxalmente, não negligenciem os focos estabelecidos por outras visadas teóricas e metodológicas. Neste simpósio, estão reunidos trabalhos que versam sobre a língua, suas produções e seu ensino, sob diversas figurações, permitindo um diálogo profícuo entre diversas concepções nos estudos da linguagem.


Palavras-chave: língua; produção; ensino; teorias.