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TRADUÇÃO E PÓS-EDIÇÃO DE RESUMOS ACADÊMICOS

Morgana Aparecida de Matos (UFSC/UVIGO)

morgana_matos@hotmail.com

Willian Henrique Cândido Moura (UFSC)

willianmoura.tradutor@gmail.com

Vivemos em uma época em que a tecnologia se tornou parte indissociável do dia a dia do ser humano, seja em sua vida pessoal, seja em sua vida profissional. Nesse sentido, no universo da tradução, observa-se o surgimento e a propagação de diversas ferramentas tecnológicas que, muitas vezes, são oferecidas gratuitamente, e proporcionam a qualquer pessoa com acesso à internet e com o mínimo conhecimento de informática, uma tradução instantânea. Partindo da premissa de que a tecnologia e o processo de tradução são fenômenos imanentes no ambiente da cultura digital, apresentaremos, nesta oficina, subsídios iniciais para a prática da pós-edição de tradução automática (machine translation post-editing) de resumos acadêmicos. A oficina está dividida em três partes: 1. Contextualização histórica e teórica dos sistemas de pós-edição; 2. Tipos de pós-edição; e 3. Prática de pós-edição de resumos acadêmicos.

Pré-requisitos: Serão pós-editados resumos nos pares linguísticos inglês-português e espanhol-português, portanto os participantes deverão ter conhecimento dos idiomas de ao menos um desses pares.

Referências

DOHERTY, Stephen. The Impact of Translation Technology on the Process and the Product of Translation. International Journal of Communication, v. 10, p. 947-969, 2016.

NITZKE, Jean; HANSEN-SCHIRRA, Silvia. A short-guide to post-editing. Berlin: Language Science Press, 2021.

O’BRIEN, Sharon. Towards predicting post-editing productivity. Machine Translation, v. 25, n. 3, p. 197-215, 2011.

LITERATURA E PSICANÁLISE: O TEXTO DO INCONSCIENTE

Gustavo Javier Figliolo (UEL)

gustavo@uel.br

o diálogo entre a literatura e a psicanálise é tão antigo quanto a filosofia, uma vez que a história do pensamento humano teve sempre que procurar na metapsicologia, isto é, aquilo que vai além da percepção e do pensamento consciente, as tentativas de resposta para as grandes questões da vida humana. Existe algo que não pode ser apreendido pela via da lógica consciente e que se dá justamente no saber que o sujeito do inconsciente veicula. Sigmund Freud, desde a origem da psicanálise, utilizou-se do texto literário para exemplificar esse saber enquanto construía sua teoria psicanalítica. Esta oficina tentará mostrar como o texto do inconsciente se manifesta pela arte literária.

Referências

BELLEMIN-NOEL, Jean. Psicanálise e literatura. São Paulo: Cultrix, 1978.

GARCIA-ROSA, Luis Alfredo. Freud e o inconsciente. Rio de Janeiro: Zahar, 2019.

VIÑAS, Piquer David. Historia de la crítica literaria. Barcelona: Editorial Ariel, 2002.

ZIMERMAN, David. E. Fundamentos psicanalíticos. Teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 2010.

ARTES PLÁSTICAS: MODERNISMO NO BRASIL

Jardel Dias Cavalcanti (UEL)

jardeldias@uel.br

O modernismo nas artes plásticas, dos antecedentes até a Semana de Arte Moderna de 22. A presença de Lasar Segall e Anita como detonadores do modernismo nas artes plásticas no Brasil. A questão da crítica de Monteiro Lobato e a crise do modernismo. Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari: vertentes do Modernismo. O Modernismo e a questão da identidade brasileira.

Referências


ALMEIDA, Paulo Mendes de. De Anita ao museu. São Paulo: Perspectiva, 1976.

AMARAL, Aracy. “Artes plásticas: 1917-1930”. In: ÁVILA, Affonso. O modernismo. São Paulo: perspectiva, 1975.

BRITO, Ronaldo. “O trauma do moderno”. In: FUNARTE. Modernismo. Projeto Arte Brasileira.Rio de Janeiro: Funarte, 1986.

CAVALCANTI, Jardel Dias. “Quem destruiu Anita Malfatti?”. In: https://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=2626&titulo=Quem_destruiu_Anita_Malfatti?

PEDROSA, Mário. Acadêmicos e modernos. São Paulo: Edusp, 1998.

ZILIO, Carlos. A querela do Brasil: a questão da identidade da arte brasileira. Rio de Janeiro: Relume-Dumara, 1997.

RECURSOS LINGUÍSTICOS: DA GRAMÁTICA AOS EFEITOS DE SENTIDO

Lolyane Cristina Guerreiro de Oliveira (UEL)

lolyane@uel.br

O processo de leitura, produção e/ou recepção de textos envolve, essencialmente, o trabalho sobre e com a linguagem. Assim, esse percurso requer uma atividade analítica e reflexiva por parte dos sujeitos. Tal trabalho materializa-se nas práticas de análise linguística, pois isso nos auxilia a dominar recursos linguísticos e a refletir sobre como certas palavras, expressões, construções e estratégias discursivas podem ser mais ou menos argumentativas. Desse modo, esta oficina objetiva discorrer a respeito de alguns fenômenos da análise linguística, a fim de compreender como aspectos morfossintáticos, semânticos e pragmáticos podem influenciar na produção de efeitos de sentido em textos de variados gêneros.


Referências

ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo, Parábola, 2011.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Escrever e argumentar. São Paulo: Contexto, 2018.

MARQUESI, Sueli Cristina; PAULIUKONIS, Aparecida Lino; ELIAS, Vanda Maria. Linguística textual e ensino. São Paulo: Contexto, 2017.

VIEIRA, Francisco Eduardo; FARACO, Carlos Alberto. Escrever na universidade: gramática da norma de referência. São Paulo: Parábola, 2022.

ENTRE PALAVRAS E IMAGENS: PRÁTICAS LÚDICAS E A HIPERTEXTUALIDADE NO ENSINO E NA PESQUISA

Mariana Silva Franzim (UEL)

marianafranzim@uel.br

A partir do diálogo entre literatura e artes visuais, iremos explorar o caráter lúdico do processo de ensino e pesquisa. Debateremos a respeito da atuação do professor pesquisador tendo em vista os modos de constituir conversas poéticas com os nossos objetos de estudo literário. O objetivo da oficina é explorar as potencialidades lúdicas abertas pela relação corpo a corpo do pesquisador com o seu objeto. Por meio de práticas hipertextuais, partiremos do texto literário e, deixando de lado as preocupações com a coerência e a lineariedade, iremos brincar com relações engendradas por práticas de apropriações, recortes, colagens, rabiscos, etc. Veremos exemplos de jogos com o texto nas obras dos escritores e artistas visuais (Stefanie Harjes, Walmor Correa, José Rufino, Luigi Serafini). A fundamentação teórica do nosso trabalho passa pelo campo da pesquisa em arte e nas obras de Lezama Lima e Aby Warburg.

Referências

CANTON, Katia. Narrativas enviesadas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

HARJES, Stefanie. Meu Kafka: Franz Kafka. Trad. Priscila Figueiredo. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

LEZAMA LIMA, José. A expressão americana. Trad. Irlemar Chiampi. São Paulo: Brasiliense, 1988.

MOREIRA, Maria Carla Guarinello de Araújo (org). Arte em pesquisa. Londrina: Eduel, 2005.

WARBURG, Aby. Histórias de fantasmas para gente grande. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

LEITURA E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EJA: CORPO, MEMÓRIA E IDENTIDADE

Poliana Rosa Riedlinger Soares (UEL)

poliana.soares@uel.com.br

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino muito específica no contexto da educação brasileira, historicamente caracterizada por muitos processos descontínuos, com reflexos na formação desse jovem, adulto e idoso. A presente oficina tem como objetivo apresentar um projeto de ensino crítico de Língua Portuguesa voltado para a leitura e contação de histórias na EJA. Para tanto, a proposta será dividida em dois momentos: o primeiro, teórico e dialógico, em que propomos reflexões sobre o percurso histórico da modalidade e os conceitos que envolvem leitura e contação de histórias. O segundo, composto de atividades práticas, por meio de leitura compartilhada e propostas que considerem o corpo, as memórias e identidade dos educandos.

Referências

BAJARD, Élie. Da escuta de textos à leitura. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2014.

BELINTANE, Claudemir. Da corporalidade lúdica à leitura significativa: subsídios para formação de professores. São Paulo: Scortecci, 2017.

COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2007.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora & Autores Associados, 1991.

PETIT, Michèle. Ler o mundo: experiências de transmissão cultural nos dias de hoje. Tradução de Julia Vidile. São Paulo: Editora 34, 2019.

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DEGLUTIÇÃO ANTROPOFÁGICA NA POÉTICA DE CRIOLO

Lucas Toledo de Andrade (Pitágoras Unopar)

ltoledodeandrade@gmail.com

A antropofagia é, certamente, uma chave teórica interessante para perceber as relações entre culturas dominantes, culturas subalternas, saber local e saber global (RINCÓN, 2011) no mundo contemporâneo. Desse modo, esta oficina tem como objetivo compreender de que modo o pensamento oswaldiano em torno da antropofagia pode contribuir com a leitura dos recursos formais e temáticos usados pelo artista paulistano Criolo em sua produção, mais detidamente nos álbuns Nó na orelha (2011) e Convoque seu buda (2014). Ao longo da oficina, serão discutidas as ideias de deglutição, destruição construtiva, retorno ao mundo mitológico e outras que estão no cerne dos “roteiros” antropofágicos e podem ser percebidas na devoração poética proposta por Criolo.

Referências

ANDRADE, Oswald de. Manifesto antropófago. In:______. A utopia antropofágica. São Paulo: Globo, 1990.

CRIOLO. Nó na orelha. São Paulo: Oloko Records, 2011. 1 CD (51 min. 25 seg.).

CRIOLO. Convoque seu buda. São Paulo: Oloko Records, 2014. 1 CD (31 min. 41 seg.).

RINCÓN, Carlos. Antropofagia, reciclagem, hibridização, tradução ou: como apropriar-se da apropriação. In: ROCHA, João Cezar de Castro; RUFINELLI, Jorge. Antropofagia hoje? Oswald de Andrade em cena. São Paulo: É Realizações, 2011, p. 545 – 560.

ROCHA, João Cezar de Castro. Uma teoria de exportação? Ou “Antropofagia como visão de mundo”. In: ROCHA, João Cezar de Castro; RUFINELLI, Jorge. Antropofagia hoje? Oswald de Andrade em cena. São Paulo: É Realizações, 2011, p. 647 – 668.

SANTIAGO, Silviano. O entrelugar no discurso latino-americano. In: ______. Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO

Flávio Brandão-Silva (UEM)

brandão77@uol.com.br

Os estudos sobre variação avançaram muito no meio acadêmico, de forma que não se concebem mais propostas estanques de abordagem da variação da língua, ou seja, hoje em dia, é possível perceber que aulas isoladas sobre o tema ou unidades soltas em materiais didáticos não constituem propostas bem sucedidas no que diz respeito à abordagem sociolinguística,. Pesquisadores renomados já propõem uma visão bastante inovadora, entre eles, destacamos Faraco, com a proposta da “Pedagogia da variação linguística”, além de seus estudos sobre normas linguísticas; Bortoni-Ricardo, com suas contribuições de pesquisa além do fato de ter nomeado a área de estudos como “Sociolinguística Educacional; e Vieira, a partir de seus estudos sobre gramática e as novas pesquisas sobre normas a partir de diferentes gêneros; entre outros. Nessa

corrente, a presente oficina pretende discutir estudos que buscam acompanhar as mudanças e apresentar novas propostas de abordagem da língua e sua diversidade.

Referências

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: A Sociolingüística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004.

BORTONI_RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola e agora?: sociolingüística e educação. São Paulo: Parábola, 2005

BORTONI_RICARDO, Stella Maris. O tratamento do conceito de Relativismo Cultural nas séries iniciais da escolarização. In: Cox, Maria Inês Pagliarini (org.) Que português é esse? Vozes em conflito, Cuiabá: FAPEMAT, 2008, p.67-82.

BORTONI_RICARDO, Stella Maris. O estatuto do erro na língua oral e escrita. In: GORSKI, Edair Maria, COELHO, Izete Lehmkuhl (orgs.) Sociolingüística e ensino: contribuições para a formação do professor de língua. Florianópolis: EdUFSC, 2006.

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, 2008.

CYRANKA, Lucia. Dos dialetos populares à variedade culta: a Sociolinguística na Escola. 1. ed. Curitiba: Appris, 2011.

GORSKI, Edair Maria; COELHO, Izete Lehmkuhl (orgs.). Sociolingüística e ensino: contribuições para a formação do professor de língua. Florianópolis: UFSC, 2006.

MARTINS, Marco Antônio; VIEIRA, Silvia Rodrigues; TAVARES, Maria Alice (orgs.). Ensino de português e Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014.

MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. Diversidade lingüística brasileira e ensino do português. In: O português são dois: novas fronteiras, velhos problemas. São Paulo: Parábola, 2004.

ZILLES, Ana Maria Stahl; FARACO, Carlos Alberto. Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.