Projeto trilha vó preta

RESTAURAÇÃO AMBIENTAL E CULTURAL

Resquícios de um antigo moinho e da casa da moradora conhecida como Vó Preta permanecem até hoje no local.

Em um dos braços adjacentes do Arroio Espinho localizado dentro do Campus da Unijuí, podem ser encontrados restos de uma antiga casa abandonada, que supostamente pertencia à uma senhora conhecida pela população mais antiga dos bairros vizinhos como a “Vó Preta”. Segundo os relatos, esta personagem era uma importante figura local, que tinha conhecimentos tradicionais das ervas medicinais, além de aconselhar as pessoas da comunidade.

Como parte do Projeto Trilha Vó Preta, que visa revitalizar e qualificar a área, também serão realizadas atividades de educação e conscientização com escolas de educação básica de Ijuí, utilizando as histórias e folclore criados sobre este personagem no processo pedagógico. A Professora do curso de Ciências Biológicas e Coordenadora do Projeto, Francesca Werner Ferreira afirma: “Nós já estamos preparando um material para um processo de educação, que visa trazer o conhecimento sobre a Vó Preta, a história, a cultura e sobre o local em si, sobre sua flora e fauna”.

Além do significado cultural desta personagem histórica, a área também possui um importante significado ambiental. Segundo a professora, entre os espaços do Campus considerados como Áreas de Preservação Permanente existe uma grande diversidade ecológica, em apenas um passeio ao entardecer no Campus da Unijuí, é possível reconhecer 70 espécies diferentes de aves. Segundo a definição da Lei n. 12.651/2012, as Áreas de Preservação Permanente, ou APPs, são áreas protegidas com objetivo de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade.

Vários animais habitam os riachos e matas situados na Área de Preservação Permanente onde fica a Trilha.

Assim como em outros espaços de preservação que já existem dentro do Campus da Universidade, o Projeto Trilha Vó Preta também planeja que a área da trilha seja aberta ao público em geral, se tornando um espaço para lazer e recreação, mas acima de tudo, um espaço dedicado à conscientização sobre a importância e valor do meio ambiente. “A conscientização acontece principalmente a partir do conhecimento, nós só conseguimos preservar ou ter sensibilidade sobre aquilo que conhecemos. Então no momento em que as pessoas começam a conhecer efetivamente o local, conhecer as plantas, os animais, a própria história da Vó Preta, elas começam a ter uma maior simpatia, uma sensibilidade em relação à preservação destes locais. Apesar de estar dentro de uma propriedade da Universidade, o Campus é aberto à comunidade, então esta relação já existe de forma muito próxima”. Conclui a professora.