Terras de Bouro - PR4 - Trilho dos Moinhos e Regadios
Descrição
O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais percorre as aldeias rurais de Lagoa, Sequeirós e Pergoim, pertencentes à freguesia de Chamoim. Apresenta uma extensão de 9 km, com um tempo de 4 horas de duração e ostenta um grau de dificuldade médio a elevado. A cota altimétrica máxima de 590m será atingida no sítio do Espigão, identificado como miradouro, sendo a cota mais baixa de 140m, na margem do Rio Homem.
Este trilho traduz-se num percurso rural que confere um reconhecimento da utilidade e valor das antigas redes viárias caídas em desuso, tais como os caminhos de pé posto e os caminhos agrícolas lajeados. As linhas de água, as levadas, os poços, os regadios e os moinhos-de-água, no seu conjunto, constituem autênticas relíquias da arquitectura popular de tempos remotos.
O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais inclui um pequeno troço da Via Militar Romana XVIII do Itinerário Antonino, entre as milhas XXI e XXII. A calçada, em excelente estado de conservação, encontra-se murada em alvenaria granítica.
Geologia e Geomorfologia
Ao longo do Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais e suas áreas envolventes, podem ser observados alguns aspectos particulares referentes à geologia da região, como é o caso das características texturais e mineralógicas do granito, os filões, as fracturas, etc., ao passo que as principais curiosidades geomorfológicas relacionam-se directamente com as morfologias gerais das cristas, encostas e fundos de vale existentes, e também com as tipicidades das morfologias graníticas.
A geologia é dominada pela presença do Granito de Terras de Bouro. Este é um granito porfiróide de grão grosseiro ou médio a grosseiro, de duas micas, com predominância da biotite. O aspecto textural que mais se salienta neste granito é a presença dos enormes grãos de feldspato. Estes grãos de feldspato estão sujeitos ao desgaste químico provocado pelos agentes atmosféricos, proporcionando a que o granito, em diversos locais, dê lugar a saibro e caulino.
Em todo o trilho, as características geomorfológicas que imediatamente ressaltam à vista, correspondem aos acidentes topográficos materializados por cristas montanhosas ladeadas por encostas com declive bastante acentuado. Neste contexto existem condições que possibilitam a ocorrência de inúmeros pontos de interesse geológico e geomorfológico.
Ficha
Extensão
Duração
Grau de Dificuldade
Localização
Partida / Chegada
Acessos
Brochura
Mapa
9 Km
4 horas
Fauna
O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais desenvolve-se sobre uma paisagem dominada por lameiros e campos agrícolas e ladeada por espaços florestais e de matos. Estes habitats, onde a água é muito abundante, permitem a existência de grupos de espécies delas dependentes como os anfíbios, dos quais se destacam o tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai) o tritão-marmoreado (Triturus marmoratus) e alguns répteis, como a cobra-de-água ou o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi). Ao longo do trilho, nos locais mais secos, encontram-se outras espécies de répteis; o sardão (Lacerta lepida) a lagartixa-comum e na zona de eucaliptal, a lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus) e o licranço (Anguis fragilis).
De aves típicas de zonas abertas vê-se a cia (Emberiza cia), o pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), a alvéola-cinzenta (Motacilla cinerea), o melro (Turdus merula), a alvéola-branca (Motacilla alba), a toutinegra (Sylvia atricapilla), o Cartaxo-comum (Saxicola torquata), o tentilhão e o peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus). Os vestígios de animais que mais se observam são as pinhas roídas de esquilo (Sciurus vulgaris) e a terra revolvida de javali (Sus scrofa). No Rio Homem encontram-se a truta-de-rio (Salmo truta), a boga (Chondrostoma polylepis) e o escalo (Leucisco cephalus).
Flora
Este trilho pedestre está situado a SE (sueste) da sede do concelho de Terras de Bouro. A flora existente divide-se em duas partes distintas, situadas acima e sob a estrada nacional, EN 307. Na primeira, a vegetação é bastante densa e luxuriosa, onde se encontra uma vasta variedade de espécies distribuídas por diferentes estratos vegetativos, com predominância de angélica (Angelica sp.), fetos (Polypodium sp.), morangos selvagens (Fragaria vesca), violetas (Viola riviana), hera (Hedera helix), prímulas (Primula vulgaris), crocus (Crocus sativus) urzes (Erica sp.), giesta (Cytisus sp.), carvalhos (Quercus sp.), pinheiros (Pinus sp.), eucaliptos (Eucalyptus globulus). Numa parte desta zona, pode-se observar campos de cultivo, sendo notável a prática de regadio, através de sistemas manuais de fecho e abertura das “condutas”.
Na segunda parte, dá-se início a um percurso onde se verifica um aumento gradual da altitude e à medida que se aumenta, as espécies vegetais antes frequentes, tornam-se raras e até inexistentes. A vegetação predominante nesta parte do trilho manifesta-se por matos, encontrando-se tojais (Ulex sp.), urzes (Erica sp.), giestas (Cytisus sp.) e escalheiros (Crataegus monogyna).
Mapa do Percurso
Perfil