Ecologia em Lagoa da Prata

Carlos Brasil Guadalupe, o Lalinho, é um desses defensores que tem uma longa e estreita ligação com o planejamento urbanístico de Lagoa da Prata. Arquiteto e urbanista há quase quarenta anos, ele é membro atuante dos conselhos municipais de Meio Ambiente (Codema) e da Cidade (Concidade). Pode-se dizer que o gosto por urbanismo está no sangue, pois Lalinho é neto do agrimensor Luiz Guadalupe, responsável pelo traçado das ruas da nossa cidade.

Quando paramos para observar atentamente uma paisagem, intuitivamente temos impressão de estar olhando um quadro que registrou o tempo em cores. Porém, um olhar mais analítico compreende como o homem se relaciona com a natureza e as mudanças que vão acontecendo no ambiente pela ação do seu comportamento. As transformações paisagísticas e urbanísticas em Lagoa da Prata acontecem, felizmente, com bastante ponderação. Somos uma cidade que possui um Plano Diretor, com normas e diretrizes para que o município cresça ordenadamente. Além disso, sempre houve pessoas na defesa da nossa geografia e do nosso meio ambiente gratificante vê-las ávidas por preservar as riquezas que possuímos.

Até hoje Lalinho acompanha tudo nesta área para que as normas sejam cumpridas, e para que as adaptações necessárias sejam feitas. Há quem pense que ele é político, ou que tem algum salário para trabalhar assim. Mas é a paixão pela cidade que o move nesta luta. O Plano Diretor é uma grande conquista e de um valor enorme para a cidade. Foi desenvolvido durante o mandato do prefeito Zezinho (José Octaviano Zezinho Ribeiro), e implantado em seguida no mandato do Divininho (Antônio Divino de Miranda).

O arquiteto diz que o costume de ‘brigar’ para evitar distorções no planejamento urbanístico já vem daquela época. “Quando meu avô veio para cá, já tinha a praça da Matriz, e ele ficava vigiando para ninguém fazer nada fora do traçado das ruas”, conta. Em 2004, quando criaram o Plano Diretor da cidade, Lalinho foi peça fundamental para estruturar as normas. Ele mobilizava os habitantes da cidade, principalmente engenheiros e arquitetos, para reuniões e discussões, e é reconhecido como a pessoa que mais se empenhou nos trabalhos. E o empenho continua.

Naquela época do Zezinho surgiu o Ministério das Cidades recomendando que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborassem seus planos, pois, praticamente, somente as metrópoles possuíam essas diretrizes. Mesmo com a orientação, ainda é grande o número de cidades que não as possuem. “Há pouco tempo mudou-se para cá um engenheiro e ele conta para os amigos dele, em Belo Horizonte, que está morando numa cidadezinha de 50 mil habitantes que tem Plano Diretor, coleta seletiva, aterro sanitário e tratamento de esgoto. E então os amigos dele ficam doidos para conhecer Lagoa da Prata”, conta Lalinho.

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