SINFONIA / SUÍTE / POEMA SINFÔNICO / PRELÚDIO
SINFONIA
Composição musical escrita para orquestra, geralmente estruturada em quatro movimentos. No período clássico, era estruturada da mesma maneira que a sonata: o primeiro movimento rápido, com a exposição, desenvolvimento e recapitulação dos temas principais, podendo algumas vezes ter uma introdução lenta; o segundo movimento sempre lento ou moderado, sem uma orientação determinada quanto à forma, e o terceiro movimento mais rápido que o primeiro, geralmente estruturado como um rondó. Algumas vezes, entre o movimento lento e o rondó, era introduzido um minueto. Haydn foi o compositor que escreveu a maior quantidade de sinfonias, sendo ao todo 104. A partir de Beethoven, o minueto passou a ser substituído pelo scherzo, exceto em sua oitava sinfonia. No Romantismo, a sinfonia passou a adotar uma estrutura mais flexível, algumas vezes em mais de quatro movimentos, outras vezes em apenas um ou dois movimentos. Alguns dos compositores românticos que se dedicaram à sinfonia foram Brahms, Schubert, Schumann, Mahler, Dvorák e Sibelius. No século XX, o gênero foi explorado por compositores como Shostakovitch e Górecki, entre outros.
No período Barroco, a palavra Sinfonia era usada para qualquer composição orquestral, geralmente introdutória de uma obra maior. (Wikipédia)
Movimentos ou Andamentos
Chama-se andamento ou movimento o grau de velocidade do compasso. Ele é determinado no princípio da peça e algumas vezes no decurso da mesma.
Largo, grave, lento são movimentos mais vagarosos e que exigem um estilo largo e severo.
Larghetto - menos lento que os antecedentes.
Adagio - menos lento que o Larghetto, sua expressão dever ser terna e patética.
Andante - menos lento que o Adagio, sua expressão é mais amável e elegante.
Andantino - um pouco mais ligeiro que o Andante, execução agradável e compassada.
Allegretto - um pouco mais ligeiro que o precedente.
Allegro - movimento alegre e vivo.
Vivace - com maior rapidez que o Allegro.
Presto - mais vivo que o precedente, exige uma execução veloz e animada.
Prestíssimo é o último grau de velocidade. Deve-se empregar uma execução com toda a rapidez e presteza possíveis.
Expressões musicais
Algumas expressões são usadas para complementar a forma que o compositor deseja que seja executada a peça ou trechos dela.
Amoroso - Indica uma expressão terna, movimento um pouco lento, porém gracioso.
Affettuoso - Expressão dócil e melancólica.
Cantabile - Execução pura, com gosto, alma e simplicidade.
Grazioso - Expressão graciosa, elegante e não precipitada.
Lamentabile - Emprega-se nos movimentos lentos e sua expressão é triste.
Moderato - Serve para reprimir a vivacidade do allegro.
Maestoso marziale - Execução majestosa e sublime
Agitato - Execução agitada; sua expressão indica paixão, perturbação, desespero.
Brioso ou Con brio - Deve-se executar com força e vivacidade.
Con moto ou Con fuoco - Com mais movimento e calor.
Con expressione ou Expressivo - Com expressão e sensibilidade.
Sostenuto - Exprime-se conservando sempre o caráter da música e sustentando bem todos os tempos.
Scherzando - Execução jocosa, como quem brinca, etc.
Tempo di minueto - Movimento igual ao andante; execução brilhante e espirituosa.
Con anima - Com alma e sensibilidade, dando a todas as notas a expressão necessária.
Mesto ou Flebile - Triste, lamentável.
Risoluto - Execução impetuosa e forte.
SUÍTE
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Suíte é como se chama o conjunto de peças instrumentais dispostas a formar um conjunto para serem tocadas sem interrupções.
História
Os compositores renascentistas (séc. XIV) usavam o estilo de emparelhar danças, como por exemplo a pavana e a galharda, o que foi ampliado pela inclusão de novas peças no período barroco (séc. XVI). Então a suíte assume uma forma "clássica", constituída por: uma allemande, uma courante francesa ou corrente italiana, uma sarabanda e uma giga.
Na França, a suíte aparece com uma abertura e na Alemanha, é introduzida uma nova dança entre a sarabanda e a giga, podendo ser também um par de danças, dentre elas, o minueto, a bourrée, a gavotte ou o passe-pied.
Com o passar dos séculos, a suíte passou a significar uma seleção orquestral de uma obra maior. Além disso, vários compositores utilizam o nome pra designar apenas uma coleção de peças relacionadas tematicamente.
Suíte clássica
As peças pertencentes à suíte "clássica" eram sempre da mesma tonalidade e todas em forma binária, isto é, têm uma seção A, que termina com uma cadência imperfeita, e uma seção B, que resolve a seção A numa cadência perfeita. As principais danças eram:
allemande: originalmente uma dança alemã em compasso binário moderado, passa por modificações pelos autores franceses e se transforma numa dança em quaternário com o primeiro tempo curto e fraco.
courante: a italiana era em 3/4 ou 3/8 rápido, enquanto a francesa era em 3/2 moderado.
sarabanda: dança latino-americana e espanhola, adotada na Itália e modificada na França, com andamento mais lento e em 3/2.
giga: dança inglesa, com duas variantes, a francesa e a italiana. Tem um andamento de moderado a rápido e é em binário composto (6/8, 6/4), ou ainda ternário (3/4) ou quaternário composto (12/8), como é o caso da vertente italiana.
Principais Compositores
A suíte tem sua forma estabelecida através de compositores como Buxtehude, Böhm e Kuhnau, na Alemanha, Couperin na França, dando-lhe o nome de ordem, e Purcell, que chamava de lições suas suítes, na Inglaterra. Lully utilizava a suíte significando arranjos orquestrais de outras obras suas, unidos e acrescentada uma abertura.
Os dois principais compositores da suíte "clássica" foram Bach e Haendel. Bach denomina as suas suítes de Inglesas, Francesas ou até mesmo Partitas.
Para as suítes temáticas, vale a pena ressaltar autores como Sibelius, Grieg, Rimsky-Korsakoff, dentre outros.
Cronologia
Século XIV - emparelhamento de danças.
1557 - suyttes de bransles, de Estienne du Tertre. Eram idéias para um conjunto de danças.
Século XVII - William Brade introduz novas danças (branle, maschera e volta) na Alemanha e John Coprario compõe mais de 130 suítes, chamadas por ele de fantasias.
1611 - publicação de Newe Padouan, Intrada, Däntz und Galliarda, de Peuerl. Eram dez conjuntos, cada um contendo a série de danças do título, compostas num mesmo tom. Foi a primeira publicação do gênero.
1617 - Banchetto musicale, de Schein. Vinte séries contendo cada uma paduana, uma gagliarda, uma courente, uma allmande e uma tripla.
1629 - Tablatures de mandore de la composition du Sieur Chancy, primeira datação do aparecimento das danças allemande, courante e sarabanda juntas.
1650 - aparecimento da giga na formação da suíte.
Século XVIII - utilização do termo suíte pelos franceses para designar uma coleção de peças diversas para orquestra ou conjunto. Auge da suíte "clássica".
Século XIX - com a suíte completamente superada, o termo passa a ser utilizado para designar uma seleção orquestral de uma obra maior ou uma coleção de obras sobre o mesmo tema.
POEMA SINFÔNICO
Como nos grandes poemas escritos por poetas como Goethe (Johann Wolfgang von Goethe - Frankfurt, 28 ago 1749, Weimar, 22 mar 1832) entre outros, os poemas sinfônicos são capazes de traduzir paisagens e sentimentos numa das formas mais livres de composição para uma orquestra. Os resultados são realmente impressionantes (sem querer fazer uma analogia ao "Impressionismo").
"Forma orquestral em que um poema ou programa fornece uma base narrativa ou ilustrativa. Suas origens podem ser observadas nas aberturas Egmont, Coriolano e Leonore n. 3, de Beethoven, com sua interpretação mais ou menos explícita de eventos dramáticos. As aberturas de concertos de Berlioz e Mendelssohn podem ser consideradas protótipos diretos do poema sinfônico lisztiano, o primeiro dos quais, Ce qu´on entend sur la montagne, baseia-se num poema de Victor Hugo. Liszt faria no total 12 dessas obras (1848-58).
O poema sinfônico foi adotado na Boêmia e na Rússia como veículo para idéias nacionalistas. Em 1857 Smetana deu início a um grupo de poemas sinfônicos sobre temas literários, nitidamente influenciado por Liszt, mas seu Má vlast (Minha pátria) é sobre episódios e idéias da história tcheca. A ele sucedeu-se uma profusão de poemas sinfônicos de seus compatriotas mais jovens, incluindo Dvorák e Suk. Na Rússia, Kamarinskaya (1848), de Glinka, foi um protótipo para os poemas sinfônicos de Balakirev, Mussorgsky e Borodin sobre temas nacionais. Tchaikovsky, em contrapartida, preferiu material literário para seus Romeu e Julieta, Francesca da Rimini e Hamlet.
Franck havia escrito uma peça orquestral sobre Ce qu´on entend sur la montage, de V. Hugo, antes de Liszt, mas o gênero despontou na França nos anos 1870, com o apoio da nova Societé Nationale. Os exemplos de Saint-Saëns, incluindo Le rouet d´Omphale e Danse macabre, foram seguidos pelos de d´Indy e Duparc, e em 1876 Franck voltou ao poema sinfônico com Les Eolides, acrescentando mais tarde Le chasseur maudit e Les Djinns. Entre os poemas sinfônicos franceses, L´apprenti-sorcier, de Dukas, é um exemplo brilhante do tipo narrativo.
Richardo Strauss, que preferia a expressão "Tondichtung" ("poema sonoro") contribuiu para o repertório com um conjunto ímpar de grandes obras, no início de sua carreira, incluindo Don Juan, Till Eulenspiegel, Also sprach Zarathustra, e Dom Quixote. Nestes valeu-se de seu virtuosismo na orquestração, de seu domínio da harmonia cromática e diatônica, de sua espantosa habilidade na transformação de temas e seu entrelaçamento em elaborado contraponto.
Sibelius foi talvez o último compositor a dar uma contribuição significativa para o repertório do poema sinfônico. O declínio do gênero no séc. XX pode ser atribuído à rejeição das idéias românticas, e também à sua substituição por noções de abstração e independência da música." (Dicionário Grove de Música, 1994)
Dicionário Grove de Música
Editado por Stanley Sadie
Edição Concisa - 1994
Rio de Janeiro - Jorge Zahar Editor
PRELÚDIO
Prelúdio é um gênero musical de obras introdutórias de outras obras maiores, geralmente uma ópera ou balé. Difere-se da abertura por antecipar temas da obra que antecede; normalmente nas aberturas os temas não se repetem no decorrer da obra.
Na época de Johann Sebastian Bach, o nome "prelúdio" era usado também para a introdução de uma fuga ou tocata. Chopin também escreveu vários prelúdios, mas nesse caso os prelúdios são apenas peças para piano, de forma livre, sem introduzir outra obra maior. (Wikipédia)