Maestro: (It., "mestre") Título empregado, na linguagem musical, em vários sentidos. Pode se referir a um compositor, um virtuose, um professor, um fabricante de instrumentos, ao regente ou ao spalla de um conjunto. No Brasil, seguindo o costume italiano, é muito freqüente usar-se o termo "maestro" do que "regente" para qualificar aquele que rege uma orquestra. (Dicionário Grove de Música, 1994)
Regência: A direção de uma execução musical através de gestos visíveis destinados a garantir coerência e unidade de execução e interpretação. A regência moderna, com uma batuta leve, teve início no começo do séc. XIX, porém a marcação do tempo para dar o ritmo remonta à Idade Média, até mesmo à Grécia Antiga. Existem, desde o séc. XVI, testemunhos sobre um diretor batendo com o pé no chão, ou batendo em um livro de música com uma vareta, para marcar o ritmo; mais tarde, bater no chão com um bastão era uma prática normal (pode se assumir que essa era a prática de Lully quando, em 1687, bateu com o bastão no próprio pé e morreu de gangrena provocada pelo ferimento). Existem indícios de que, nos sécs. XVI e XVII, o diretor de uma execução indicava o ritmo com a mão ou empunhando a partitura (ou qualquer outro papel) em forma de rolo.
No séc. XVIII, as execuções eram dirigidas a partir do cravo (maestro al cembalo), ou outro instrumento de teclado, ou pelo primeiro-violino. Mozart dirigia suas óperas do teclado; Haydn "presidia ao pianoforte", quando suas sinfonias eram apresentadas em Londres. O violinista que dirigia uma execução via-se na circunstância de contar principalmente com seu arco, que era usado para marcar o tempo. Muitos regentes do início do séc. XIX eram violinistas. Spohr usou um rolo de papel quando regeu um coro e orquestra em 1809; em 1816 ele observou que a orquestra da ópera de Milão era regida pelo primeiro-violino e, no ano seguinte, foi convencido pelos cantores a usar seu violino, indicando o tempo com o arco - apesar de que, uma vez iniciada a execução, ele punha o violino de lado e "dirigia ao estilo francês, com uma batuta". Spohr sacou de sua batuta em Londres, em 1820, o que a princípio assustou a orquestra mas no final foi aprovado. Supõe-se em geral que ele tenha sido o primeiro regente a usar uma batuta à maneira moderna.
Entre os regentes notáveis do séc. XIX, incluem-se Mendelssohn, que usava uma vareta branca para manter uma ritmo uniforme. Berlioz explicou em um tratado a arte de se marcar o tempo e mantinha a regularidade do ritmo com uma batuta. Wagner, que também estabeleceu princípios de regência, preferia uma maior flexibilidade, e as tradições modernas de interpretação devem muito a sua concepção da responsabilidade do regente em realizar, à sua própria maneira, o caráter de uma obra. Os principais regentes do final do séc. XIX foram Hans von Büllow, Hermann Levi e Hans Richter. Mahler e Strauss foram compositores-regentes notáveis. Strauss, e seu contemporâneo Nikisch, notabilizaram-se por sua maneira pouco ostentosa de reger, no que foram seguidos por intérpretes como Boult e Kleiber. Outros, como por exemplo Furtwängler e Beecham, desenvolveram estilos altamente individuais; Furtwängler e Toscanini são universalmente considerados como os regentes mais influentes da primeira metade do séc. XX, ainda que em pólos opostos no que se refere a estilo. Mais recentemente, regentes como Stokowski e Bernstein se fizeram notar por sua abordagem exuberante, enquanto von Karajan não teves rivais no requinte de acabamento de suas interpretações. (Dicionário Grove de Música, 1994)
RELAÇÃO DE REGENTES:
Abbado, Claudio (Milão, 26 jun 1933)
Ashkenazy, Vladimir (Gorki, 6 jul 1937)
Baremboin, Daniel (Buenos Aires, 15 nov 1942)
Berglund, Paavo (Helsinque, 14 abr 1929)
Bernstein, Leonard(Lawrence, 25 ago 1918 - Nova York, 14 out 1990)
Böhm, Karl (Graz, 28 ago 1894 - Salzburgo, 14 ago 1981)
de Burgos, Rafael Frühbeck (Burgos, 1933)
Boulez, Pierre (Montbrison, 26 mar 1925)
Chailly, Riccardo (Milão, 20 fev 1953)
Davis, Sir Colin
Furtwängler, Wilhelm (Berlim, 25 jan 1886 - Baden-Baden, 30 nov 1954)
Gardiner, John Eliot (Dorset, 20 abr 1943)
Gatti, Daniele
Giulini, Carlo Maria (Burletta, 9 mai 1914 - 14 jun 2005)
Haitink, Bernard (Amsterdam, 4 mar 1929)
Harnoncourt, Nikolaus (Berlim, 6 dez 1929)
Hogwood, Christopher (Nottingham, 10 set 1941)
Jansons, Mariss (Riga, 1943)
Jochum, Eugen (Babenhausen, 1 nov 1902 – Munique, 26 mar 1987)
Karajan, Herbert von (Salzburgo, 5 abr 1908 - Salzburgo, 16 jul 1989)
Kleiber, Carlos (Berlim, 3 jul 1930 - Viena, 13 jul 2004)
Koussevitzky, Serge
Kubelik, Rafael (Býchory, 29-06-1914 - Lucerne, 10-08-1996)
Masur, Kurt (Brieg, 18 jul 1928)
Maazel, Lorin (Neuilly, 6 mar 1930)
Marriner, Sir Neville (Lincoln, 15 abr 1924)
Mehta, Zubin (Bombaim, 29 abr 1936)
Mravinsky, Eugeny Alexandrovich (Saint Petersburg, 4 jun 1903 - 21 jan 1988)
Muti, Riccardo (Nápoles, 28 jul 1941)
Neschling, John(Rio de Janeiro, 1947)
Osawa, Seiji(Shenyang, China, 1935)
Previn, Sir Andre
Rattle, Sir Simon (Liverpool, 19 jan 1955)
Richter, Karl (Plausen, 15 out 1926 - Munique, 15 fev 1981)
Sinopoli, Giuseppi (Veneza, 2 nov 1946 - 2001)
Slatkin, Leonard (Los Angeles, 1944)
Solti, Sir George (Budapeste, 21 out 1912 - 1998)
Stokowski, Leopold
Toscanini, Arturo(Parma, 25 mar 1867 - Nova York, 16 jan 1957)
Walter, Bruno (Berlim, 15 set 1876 - Beverly Hills, 17 fev 1962)
Wand, Günter(Elberfeld, 7 jan 1912)