03 ATIVIDADE SOLAR MARÇO DE 2012

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INSTITUTO DE AERONÁUTICA E ESPAÇO - IAE

CONVÊNIO 2002-2012

PROFESSOR ANGELO ANTONIO LEITHOLD, PROFESSOR ONEIDE JOSÉ PEREIRA

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(c) py5aal As proeminências solares são filamentos de energia e matéria muito grandes e brilhantes que se estendem a partir da superfície solar. Se manifestam na fotosfera e se estendem para fora, formando laços (loops) com centenas de milhares de quilômetros. Sua aparência é de um vermelho-brilhante e têm a forma anelada. A composição principal do plasma solar na região é hidrogênio e hélio fortemente ionizados. O plasma flui ao longo das linhas de campos magnéticos (São campos distintos para cada grupo de manchas solares) gerados pelo dínamo interno do Sol. As erupções solares podem ser muito instáveis e sua explosão é muito violenta com grande ejeção de plasma. A atmosfera exterior (coroa solar) é estruturada por campos magnéticos fortes, estes campos com linhas fechadas, muitas vezes estão acima de grupos de manchas solares.

(c) py5aal Dependendo da energia encerrada nas linhas de campo, pode ocorrer a liberação violenta de bolhas de gás e campos magnéticos associados. A este fenômeno se dá o nome de ejeção de massa coronal (EMC ou CME), e esta atinge velocidade de escape suficiente para deixar inclusive o sistema solar. Uma CME muito volumosa pode conter um bilhão de toneladas de matéria, sua aceleração é de vários milhões de quilômetros por hora e seu violento avanço pelo meio interplanetário, impacta qualquer planeta ou nave espacial que esteja em sua rota.

(c) py5aal A magnetosfera terrestre é criada pelo dínamo interno do planeta da mesma forma que no Sol. As linhas de campo terrestre ligam pólo a pólo da Terra, estas têm intensidade suficiente para capturar as partículas ejetadas provenientes do Sol e do Cosmos. Uma vez capturadas as partículas eletricamente carregadas, estas em grande quantidade transitam em torno do planeta. As partículas presas, devidas as características da magnetosfera, formam cintos com a forma de “toros”, que por sua vez funcionam como escudos. Estes nos protegem da maioria das partículas e do vento solar.

(c) py5aal Quando uma CME em alta velocidade chega à Terra e atinge a magnetosfera, se o seu campo magnético é dirigido para o sul, este interage fortemente com o campo magnético opostamente orientado do planeta. Uma vez que o campo magnético da Terra tem a forma de uma cebola, em camadas, as partículas energéticas capturadas seguem as linhas do campo até os pólos e se precipitam em direção a atmosfera terrestre, carregando-a cineticamente. No caso da região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, as partículas são precipitadas antes do Pólo Sul. Estas se chocam com a atmosfera em torno de 50 km de altitude sobre o sul do Brasil, provocando transferência de energia na Estratosfera. Dependendo das condições de atividade solar, o “mergulho” do campo magnético se dá em altitude bem menor, cerca de 10 km. Energizando assim o topo da troposfera podendo aquecê-lo ou eletrizá-lo. Assim, na região da AMAS, podem ocorrer temporais muito violentos e com grande quantidade de descargas atmosféricas.

(c) py5aal A partir de 2 de março de 2012, o Sol iniciou uma forte atividade com ejeção de massa coronal. As partículas carregadas (Prótons) chegaram à Terra em 7 de março de 2012. Sua velocidade chegou a 7,2 milhões de quilômetros por hora. Causaram poucos transtornos porque grande parte da CME foi capturada pelos cinturões de radiação de Van Allen (Os ''tais'' cintos em forma de toro). Mesmo assim, os sistemas GPS e alguns sistemas de comunicação sofreram interações, além de auroras espetaculares nas regiões ártica e antártica. No caso das comunicações em HF, a propagação a partir de 02/03 sofreu fortes influências, isso ocorreu porque as camadas inferiores da Ionosfera (C e D, principalmente) foram carregadas ionicamente, havendo assim forte absorção dos sinais com aumento de ruído de fundo.

Na figura embaixo se percebe a variação da chegada de partículas pesadas (Prótons).

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