Oxumarê - O Arco-Íris
O exótico e o mistério são os seus domínios. Tudo nele é repetitivo, variando apenas as formas, como no ciclo da chuva: a água que evapora, retorna como chuva. Ou como no universo dos corpos celestes, onde a lua, o sol, a terra e os demais astros e planetas executam os seus movimentos com metodicidade harmoniosa.No ciclo "vida e morte", ele também está presente; e seu símbolo mais forte é o da cobra mordendo a própria cauda, numa atitude que representa o ciclo vital: vida, morte e renascimento.
A marca mais evidente de Oxumarê é o arco-íris, de quem é senhor.
Arquétipos:
São persistentes e pacientes, não medindo esforços para atingirem seus objectivos. São generosos ou avaros, conforme a situação económica em que se encontram. Agitados e observadores, procuram constantemente o equilíbrio e a harmonia. Suas grandes forças são a eloquência e a inteligência, armas que usam com muita habilidade em situação de ataque ou defesa.
Lendas:
Nanã, obcecada pela ideia de ter um filho de oxalá, concebeu o primogénito Obaluayê que, por sua terrível aparência, foi desprezado por ela. Nanã consultou ifá, e este orixá lhe disse que, numa segunda tentativa, ela daria a luz a um filho lindíssimo, tão formoso quanto o arco-íris. No entanto, preveniu-a sobre o fato que a criança jamais ficaria a seu lado.
Seu sonho parecia realizado até o momento do parto, quando deu a luz a um estranho ser que recebeu o nome de Oxumarê. Durante seis meses a criatura tomava a forma de arco-íris, cuja função era levar a água para o castelo de oxalá, que morava em Orum ( no céu ). Depois de cumprida a tarefa, ele voltava a terra por outro seis meses, assumindo a forma de uma cobra. Com essa aparência, ao morder a própria cauda, dando a volta em torno da terra, ele teria gerado o movimento de rotação, bem como o transito dos astros no espaço. É um orixá que representa polaridades contrarias, como o masculino e o feminino, o bem e o mal, a chuva e o tempo bom, o dia e a noite, respectivamente, através das formas do arco-íris e serpente.
BESÉM
O culto à serpente remonta desde o início dos séculos. Os romanos e os gregos já prestavam culto à cobra, sendo os povos que mais difundiram em séculos passados este culto.
No Egipto, a serpente era venerada e encarregada de proteger locais e moradias. Cleópatra era uma sacerdotisa do culto à serpente. Todos os seus pertences e adornos eram em formatos de cobras e similares. Este culto correu através do Rio Nilo as diversas regiões africanas.
No Antigo Dahomé, este culto se intensificou e lá Dan, como é chamada a Serpente Sagrada, transformou-se no maior símbolo de culto daquele povo, também sendo chamado pelo nome de vodun-becém. Já os yorubás chamaram esta mesma entidade de Oxumarê ou a Cobra Arco-íris; e os negros Bantos, de Angôro.
Na verdade, aí falamos de uma só divindade com vários nomes dependendo da região em que é cultuada.
Mas, Oxumarê, como é mais popularmente conhecido no Brasil, é o Orixá que determina o movimento contínuo, simbolizado pela serpente que morde a própria cauda e enrola-se em volta da terra para impedi-la de se desgovernar. Se Oxumarê perder-se a força, a Terra vagaria solta pelo espaço em uma rota a seguir, sendo o fim do nosso Planeta.
É o orixá da riqueza, um dos benefícios mais apreciados não só pelos yorubás como por todos os povos da terra.