Fernando Kozu


Fernando Kozu (1974, Londrina/PR).

Professor | Compositor | Guitarrista | Artista Sonoro

É graduado em Música pela Universidade Estadual de Londrina (UEL/1999), especialista em História e Filosofia da Ciência (UEL/2000) e mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP/2003), com dissertação sobre a complexidade no pensamento composicional de Brian Ferneyhough (Orientador: Prof. Dr. Silvio Ferraz). Foi coordenador do 1º. e 2º. Encontro Paranaense de Composição Musical (EPCOM-2010/2012). Em 2010, 2012 e 2021 foi contemplado com o Prêmio Funarte de Composição Clássica, da XIX, XX e XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea (Rio de Janeiro). Em 2011 foi finalista do 1o. Concurso Nacional de Composição Musical CCTG/OSP/UFPR, da I Bienal Música Hoje (Curitiba/PR), com obra para orquestra sinfônica. Em 2019 formou o grupo G.E.L. (Guitarras Experimentais Livres) e tem realizado performances coletivas e individuais a partir de múltiplos aspectos da improvisação eletroacústica. Atualmente é Professor Assistente do curso de Licenciatura em Música da UEL e desenvolve pesquisa de Doutorado (2020-2024) relacionada à composição, arte sonora, guitarra experimental e haicais na Universidade Federal do Paraná - UFPR (Orientador: Prof. Dr. Felipe de Almeida Ribeiro).

Produções Recentes (ano 2021/2022)

[2022] - O haicai e a escrita de ouvido: ressonâncias de figurações da escuta no campo da paisagem e arte sonoras (Comunicação-ANPPOM/2022)

Resumo O presente trabalho aborda o estudo do haicai como forma de relacionar a experiência da leitura com as possibilidades de estabelecer vínculos com os processos de criação sonora, tendo como um eixo em comum a escuta e seu campo auditivo/aural/imagético. Nosso objetivo é destacar algumas peculiaridades da experiência da escuta inerentes a alguns territórios existenciais híbridos – que borram as fronteiras entre arte e cotidiano – no campo da paisagem sonora, da música experimental e da arte sonora do pós-guerra como ressonâncias de alguns aspectos da cultura do som do Japão pré-moderno a partir da perspectiva de integração do haicai com os estudos mais recentes que exploram a conjunção entre o som, a escuta, a escrita e a leitura de textos literários.


Disponível em:

https://www.academia.edu/88916940/O_haicai_e_a_escrita_de_ouvido_resson%C3%A2ncias_de_figura%C3%A7%C3%B5es_da_escuta_no_campo_da_paisagem_e_arte_sonoras_MODALIDADE_COMUNICA%C3%87%C3%83O_SUB%C3%81REA_Musicologia

[2022] - Fernando Kozu| improfe.stream: ouvir texturas ao vento

Da vida à performance: Ouvir texturas ao vento

cinco haicais e improvisação eletroacústica com guitarra preparada in situ

Sítio Fartura / Lerroville-PR 26/02/2022

©Fernando Kozu

1.

estrada de terra –

os passageiros tremem

vendo a paisagem

2.

fartura no sítio

de flores, sapos e sons –

sol e vendaval

3.

haicais e ruídos –

ouvir texturas ao vento

nas sendas do agora

4.

os sons da guitarra

ecoam no vasto céu –

os pássaros gritam

5.

no fim, o começo –

da vida à performance

eu e meu duplo


[2022] - Capela Sonora XLVII: Improvisação Livre

Capela Sonora XLVII: Improvisação Livre

dia 02 de maio às 18 horas


Improvisação Livre é uma prática de improvisação musical não-idiomática, sem material sonoro definido ou predefinido, onde o papel da escuta e a interação são os mais importantes.


Nessa performance que acontecerá segunda, contaremos com o coletivo Proposições Sonoras, alunos e professores do curso de Música, e qualquer musicista ou não-musicista que queira participar, basta trazer o instrumento (não se esqueçam que a voz é o nosso principal instrumento)


Carlos Scalassara: percussão

Daniel Loureiro: guitarra e pedais

Fernando Kozu: guitarra preparada

Gabriella Caprioli: flauta e percussão

Luis Praxedes: voz e violão

Ricardo Dantas: saxofone


Organização:

Coletivo Proposições Sonoras

Carlos Scalassara & Ricardo Dantas

[2022] - FOUR DEEP LISTENING HAIKU

Program Notes:

These 4 haiku were thought of as text-score, and can be "interpreted" as follows:

1. Just carefully read each haiku as "sound meditations": imagine and feel the sound textures with all the nuances of each atmosphere.

2. Freely improvise on your instrument right after reading each haiku (individually or collectively).

3. Create an electroacoustic or soundscape composition, or a sound installation (or sound sculpture) for each haiku.


FOUR DEEP LISTENING HAIKU

for everyone

1.

petals swinging —

ah, these blooming sounds

of these fragrances


2.

mosquito inside the bottle —

how must be it listen

your own buzz there?


3.

autumn twilight —

lying down on the dry leaves

so so slowly


4.

frosty morning —

breathing in and out deeply

a cat over a cat


Fernando Kozu (2022, april)

[2022] - Contextura Sonora Escuta (26) - Fernando Kozu - 29/03/2022

Contextura Sonora Escuta abre um canal para FERNANDO KOZU falar sobre o escutar. Parte do trabalho de FERNANDO KOZU você escuta no Programa: Contextura Sonora apresentado dia 29/03/2022. Pela Rádio Cultura Am930Khz. Produção e Apresentação Angelo Esmanhotto.


[2022] - CONTEXTURA SONORA – COM FERNANDO KOZU – EXIBIDO EM 29/03/2022

Bloco 1:

1.a: “Sete Shortkus” – fragmentos de improvisos com guitarra preparada e haicais. (Fernando Kozu, 2019-2022) – 8:19

1.b: “Sendas” – obra para violonista solo sobre um haicai de Matsuo Bashô, estreada na XX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, por Márcia Taborda. (Fernando Kozu, 2008-2011) – 7:13

Bloco 2:

2.a: “Entre Pedras III” (delicada libertação passageira) – improviso com guitarra preparada e colagens sobre poema de Lígia Fogagnollo. (Fernando Kozu e Lígia Fogagnollo, 2011-2022) – 5:01

2.b: “Vidro, Mola e Ecossistemas Remotos” – Este trabalho, apresentado no The 21st Century Guitar Conference de Lisboa, faz referência aos materiais utilizados para improvisação eletroacústica com guitarras preparadas, sistemas de feedback e a interação remota em tempo real entre dois espaços (Maringá e Londrina), incluindo o ambiente circundante como parte ativa do sistema, passando a uma visão ecossistêmica dos objetos/instrumentos, performers e os espaços. (Fernando Kozu e Ricardo Thomasi, 2021) – 12:34

Bloco 3:

3.a. “Pollock – guitarras interativas” – Performance do Grupo G.E.L. junto com pintura Pollockiana dos alunos do 3o. ano do ensino fundamental. (Grupo G.E.L.: Fernando Kozu, Scalassara Prando, Emerson Francisco, Gabriel Kruczeveski, Pedro José e Maria Eduarda Mazula, 2019) – 11:44

3.b. “Germinações II” – para quarteto de flautas, obra encomendada para gravação do CD “Música Brasileira para Flautas”, do Quarteto Cerrado de Uberlândia. (Fernando Kozu, 2011-2012) – 6:32

[2021] - Sendas VI - três haicais (soprano, flauta, clarineta, saxofone tenor, violino e piano)

Sendas VI – três haicais

Para soprano, flauta, clarinete, sax tenor, violino e piano


Obra selecionada para a XXIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea

* * *

Notas do programa:


Esta obra foi elaborada a partir do texto poético do haicai e da composição musical de modo a estabelecer algumas relações de ressonâncias entre estes dois modos distintos de expressão. Tendo como um eixo em comum uma escuta de texturas e camadas conceituais, sonoras e sinestésicas, a experiência que nos interessa nesta obra pode ser descrita, em linhas gerais, pelas seguintes características:


a) observação atenta às coisas da natureza e do meio ambiente, das mudanças de estados de espírito e suas subjetividades;

b) percepção ao mesmo tempo aberta e profunda em relação a individuações de instantes que se apresentam como um lampejo ou, um flagrante existencial no aqui e agora do real, testemunho de um encontro instantâneo entre uma sensação particular/passageira e o despertar súbito de um frescor de sentido;

c) anotação e escritura dessa experiência em forma de palavras (três haicais) e sons (partitura).


Três Haicais:


Vozes antigas

Ventos que ondulam rios

Murmúrios vivos


Sombras agitadas

Faíscas de luz e folhas

Lua na floresta


Noite infinita

Brilha o sol nas antípodas

Calado no espaço



Fernando Kozu

...............

duração: ca. 6 min.


* * *

CONCERTO 4 - Dia 16/11/21, terça, 16h – Espaço Guiomar Novaes


Estreia mundial de Sendas VI - três haicais

para soprano, flauta, clarineta, sax tenor, violino e piano (2021)


Ensemble Batucadanárquica

Gabriela Geluda (soprano) / Sofia Ceccato (flauta) / Paulo Passos (clarineta) / Paulo Vinícius (saxofone) / Luísa de Castro (violino) / Tatiana Dumas (piano) / Luiz Carlos Csekö (direção)

[2021] - Compor de ouvido: processos colaborativos e escuta engajada em Luigi Nono (artigo publicado)

Resumo

Abordamos neste trabalho os processos criativos de Luigi Nono a fim de esboçar um modo de “compor de ouvido”, ou “com-posição” como posicionamento recíproco com o outro, através de uma escuta engajada. Agregamos a essa teoria seu interesse na experimentação com texto e voz, no processo criativo-colaborativo com os intérpretes e na experimentação em estúdio eletroacústico. Destacamos as revelações encontradas em seus próprios escritos e como suas ideias se concretizaram em suas composições entre 1965-1985, em especial nas obras “A floresta é jovem e cheia de vida” (1965-66) e “A Pierre. Dell’azzurro silenzio, inquietum” (1985). Concluímos que para Nono o compor de “ouvido” é tão importante quanto o compor de “cabeça”.

[2021] - COLLAGE: Da casa, estudos remotos e agência de vozes (video/field recordings)

COLLAGE: Da casa, estudos remotos e agência de vozes (07-10-2021)


7 fragmentos de vozes da casa de 16-06-2020 a 03-10-2021 (Londrina-Paraná/Brazil)

+

open lecture SiMN (Brandon Labelle, 04-10-2021)

+

Vidro e Mola - improvisação electroacústica com guitarra e baixo preparado, feedbacks e ecosistemas remotos, com Ricardo Thomasi (Londrina/Maringá, 01-03-2021)

+

Sam Taylor-Wood - Hysteria (1999)

+

Três Haikus:



Uma pausa

Num beijo

PURO desejo



Uma PAUTA

Num seixo

Poço sem eixo



Uma aula

Sem nexo

PUTA anexo



* * *

Definição de RISO (Brandon LaBelle, in: Lexicon of the Mouth)


O riso é certamente produto de uma dinâmica social, além de um participante ativo de sua própria formação: ele estabelece um vínculo ao mesmo tempo em que carrega esse vínculo de complexidade. A risada aparece em um amplo espectro de interações (sociais e consigo mesmo): momentos de encontros, intimidades e até mesmo de estar sozinho; pontua, condiciona e elabora, por meio de suas energias propulsoras, o que significa ser um corpo social, proporcionando importante contato e compartilhamento, e independência, daquilo que se diz, do que é falado (e pensado).


O riso também pode nos localizar em uma série de trocas contenciosas, arrebatadoras e voláteis, explicitamente por meio de uma espécie de "violação". Da superioridade de um sobre o outro (rir de alguém), e do riso forçado que encobre e mascara a dor enterrada (rir, apesar de ser de si mesmo), ao reconhecimento compartilhado de discriminações não ditas, mas acordadas (rir coletivamente das tensões embutidas nas normas sociais), e a radicalidade ouvida dentro da corporalidade de "estourar o estômago" (para rir diante de sistemas opressores) - tal mistura de cenários ressalta que o riso e o humor são arrebatadores, muitas vezes aparecendo onde não deveriam. Tanto para estar fora do lugar, para seguir justaposições sobrenaturais (como numa comédia derivada de duas coisas diferentes entrando em contato), quanto para tumultuar diante da tragédia de outra, o riso é intrinsecamente disjuntivo.

Londrina, 07 de Outubro de 2021.

[2021] - Ensaio: haicai e improvisação eletroacústica (guitarra preparada e feedback)

Haicai e Improvisação (guitarra preparada e feedback)


Guitarra elétrica

Raios racham pinheiros

As cordas vibram


Improvisação livre a partir de um haicai, para guitarra preparada antiga (uma Tonante - déc. 80, guardada há 32 anos) e feedback.

Londrina, 03 de Setembro de 2021.

[2021] - haibum e paisagem acusmática (texto e escutas)

Haibum: prato de vidro

Manhã de quarta-feira, 21 de julho de 2021.

Da cozinha da casa da rua Jorge Velho 1.260, Londrina/PR.

Sentado na mesa, com café gelado na xícara e um prato de vidro sobre um pano dobrado, com farelos de pão (dentro e fora do prato), fico parado e começo a escutar, a me ocupar nesse espaço-ambiente sonoro.

A faca ao lado do prato, e ao seu lado o smartphone com um gravador de áudio ligado.

Ouvindo a textura (paisagem?) sonora do entorno, escuto muitos tipos de sons, de fontes muito variadas, mas ao mesmo tempo são quase sempre os mesmos sons que ouço diariamente, quando estou na cozinha tomando café sozinho, pela manhã.

Os sons mais destacados (figuras) são: passarinhos, automóveis, vozes, cachorros, avião, meus gestos (respiração, garganta, cadeira, faca);

Os sons menos notáveis (de "fundo") são: da geladeira, das lâmpadas fluorescentes, mas também de automóveis, cachorros e pássaros mais distantes, uns zumbidos no cérebro, sons quase sempre imperceptíveis.

Pego a faca na mão e fico pensando e ao mesmo tempo tentando prestar atenção contínua na textura sonora.

"- O que posso fazer com essa faca? O que pode uma faca?"

Sentado, olho trêmulo, na boca o gosto de amargo e de embargo, segurando a faca na mão, com sua ponta afiada encostada no prato de vidro (e um nó na garganta...), e ouvindo os outros sons... súbito, mexo a mão com a faca sobre o prato, num gesto volátil e "quase" inusitado, produzindo um risco sonoro que irrompe na textura do entorno, mas ao mesmo tempo poderia ser apenas mais outro ruído integrado ao todo do ambiente, somente um som ao "acaso", não intencional.

Sem me deter, a mão vai desenhando garatujas, raspando os rastros de fragmentos de memórias sobre os restos das lascas do pão, e entrecortando os outros sons que ressoam nas paredes da grande cozinha.

Sem planos e sem expectativas, a faca inicia seu jogo entre sua lâmina e a superfície dura e seca do prato de vidro, como num ritual, em movimentos de volteios cada vez mais soltos, deslizando como patins no ambiente gelado da manhã de inverno.

A mão, a faca e o prato imersos numa dança de sons rodopiantes; pele, metal e vidro como um corpo sonoro que vive e respira, enquanto queimam os segundos antes do retorno ao frio da cozinha, ao pássaro e ao zumbido insistente da geladeira.


Prato de vidro

Faca que corta silêncios

Dança dos riscos


(Fernando Kozu)

*****

Pós-haibum (conversa)

Anteontem, por acaso, "produzi" uma coisa: um híbrido entre gravação do ambiente, performance, improviso, e logo na sequência um texto seguindo a ideia de um "haibum" (prática comum entre os monges-poetas do Japão antigo, espécie de "diário de bordo"), normalmente em duas partes: a) um texto descritivo, tipo um relato simples, direto e informativo, que o autor vivenciou num dia qualquer; b) um haicai (que para o leitor, pode ser algo insignificante, ou incompreensível, ou epifânico, catártico etc...).

Ou seja, pensando a partir de Rancière, essas práticas de escrita desses haicaístas se enquadrariam no que ele classifica como regime estético, mas simultaneamente do cotidiano e da arte etc.

Resumindo essa prática do Haibum em 3 momentos: 1) experiência sinestésica no aqui-e-agora entre corpo/natureza (ambiente/contexto); 2) anotação ou relato pessoal que nos apresenta a "cena" dos acontecimentos; 3) o Haicai (um "instantâneo" de um momento único, mas expresso como num prisma em forma de três versos de 5-7-5 sílabas).

Nesse exemplo de anteontem que "funcionou" assim: 1) experiência banal, cotidiana... 2) gravação (com ou sem intervenção/improvisação); 3) um Haibum sobre essa gravação e experiência.

(estou pensando isso agora, nesse esquema de três "partes" do processo criativo)


[2021] - Da Casa: seis variações sobre uma cantiga de ninar japonesa (piano solo)

Dedicado à Ana Paula Micheletti

(no prelo)

[2021] - Study for Ecosystemic Guitars: The electroacoustic improvisation in the sound emergence minefield


The 21st Century Guitar Conference

(http://www.21cguitar.com/)

March 22-26, 2021


Organization

Amy Brandon | Dalhousie University, Halifax, Canada

Rita Torres | Universidade NOVA de Lisboa, Portugal


Programme: https://drive.google.com/file/d/1QjKI...



March 26

Electric guitar & Improvisation (Lectures and Performances):

a. Study for Ecosystemic Guitars: The electroacoustic

improvisation in the sound emergence minefield

b. Vidro, Mola e Ecossistemas Remotos


by

Ricardo Thomasi &

Fernando Kozu


This is a collaborative research in progress that searches for creative expansions that interrelate contemporary electric guitar and ecosystemic sound feedback approaches through live electronic performances. At actual stage, we are exploring ways to connect guitar and its related physical objects through sound feedback, including the surrounding environment as active part of the system, going to an ecosystemic view of instrument (Waters, 2007, 2013) - besides of expanded, augmented and/or modular concepts that are common in use (Lähdeoja, 2010; Quintans, 2010). On the electric guitar sides, our experiments are highly influenced by Keith Roweʼs works, that consider that the whole system mounted around the guitar, like physical objects, pedals and amplifiers plays an important role in making sensitive nuances of sound that are not perceived by the usual ear and that are considered as unimportant or simply seen as incident noises (Olewnick, 2018). On the sound feedback side, corroborating to emancipation of background noises, we are supported by Agostino Di Scipioʼs Audible Ecosystems and Modes of Interferences works (Di Scipio, 2003, 2010), incorporating digital signal control strategies to integrate guitar and sounding environment into the same ecosystem. These approach has being implemented in Study for Ecosystemic Guitars, a guided-improvisational performance for electric guitar, sound feedback system and live electronics, where creative process started using feedback sound as a connection channel among guitar, amplifier, pedals and environment, thus coupling four different systems in a complex and highly sensitive way.*And the performer itself is another agency-interface in a “active sound-space” (Impett, 2013) proper for feedbacks gestures into sounds moment-to-moment, like Roweʼs definition of “occupy/occupying the moment” (Mesa/Rowe, 2017) The simple exchanging of information among the systems produce a slowly and continuous spectral and/or granulated change as emergent sound structures. In this sense, we are searching for new parameters to explore performance actions allying free improvisation and musical development to the ecosystem behaviour. In other words, we are walking through a sonic emergence minefield. Nevertheless, we believe that this research may highlight new ways to integrate electric guitar and live electronic performances and also reveal new ways to think musical form development aligned to contemporary needs and recent research, as discussed in Solomos (2013).


Vidro, Mola e Ecossistemas Remotos (2021)


This work is a live electronics and prepared guitar improvisation that comes from Studies for ecosystemic guitar, by Ricardo Thomasi and Fernando Kozu, inspired by Keith Rowe's tabletop prepared guitar and Agostino Di Scipio's Audible Ecosystems. Mola, Vidro e Ecossistemas Remotos makes reference to the materials used for improvisation with guitars and the remote interaction between two environments. This presentation was remotely assembled and the two performers interacted in real time so local recordings was after mixed and edited with video.



[2020/21] - O SILÊNCIO É UM OCEANO DE SONS: Fragmento 2020, paisagens sonoras entrelaçadas

almalondrina.com.br/o-silencio-e-um…ons-episodio-2/

O silêncio pode ser entendido como ausência, falta ou fim. Como algo que surge quando se cala; da privação, voluntária ou não, de uma vontade ou manifestação. Por outro lado, também é entendido como algo que emana do movimento das coisas, da dissipação dos conflitos, da percepção de sutilezas, do equilíbrio, do desapego; algo que surge como um (re) começo. Assim, o paradoxo do silêncio: é fim e começo, é agonia e calma, é submissão e protesto; é efêmero e contínuo.

E os sons dos silêncios? A imensidão deste universo sonoro, tão ambíguo e especial, que atravessa as madrugadas, os objetos, os corpos, os pensamentos; que está no outro e está em si mesmo; seja pela quantidade de tipos, seja pelas qualidades das cores, seja pela presença de vida, não pode ser comparada com nada menos que a imensidão de um oceano. Um oceano de sons.

O projeto O Silêncio é um oceano de sons tem como propósito apresentar os sons dos silêncios através da interpretação de diferentes artistas. Os programas são compostos por peças miniaturas em sequência, e nesta primeira edição serão apresentados em três blocos com três partes cada.

Mais informações sobre este projeto e outros trabalhos de música experimental em www.arteestranha.com e @arteestranha

Peças miniaturas do segundo episódio:

Lara Ue – O veneno do sapinho

Fernado Kozu – Fragmento 2020, paisagens sonoras entrelaçadas

Wilian Lentz – Reflexos luminescentes feat. Dhiego Lima

Wesley Barsa Ribeiro – Fantasmas em perseus

Thelmo Cristovam – Miniatura fotográfica

Monique Lima & Vitor Miranda – Movimento lírico

Lawrence Mayer Malanski – Quilotoa

Gabriela de Azevedo – As árvores dizem ‘shh’

KR Seward – Leafing

Marcelle Baptista – The sound of chaos

Patrice DeVincentis – Existential awakening

Túlio Falcão – Não há silêncio na dimensão quântica?


Composições

[1998] - Baião (clarinete e piano)

Curso de Composição Musical do 18º. Festival de Música de Londrina.

Prof. Guilherme Ripper.

Intérpretes: Prof. José Botelho (clarinete) e Harue Tanaka (piano).

[1999] - Lei e Possibilidade (piano)

Três miniaturas escritas durante o Curso de Composição Musical do 19º. Festival de Música de Londrina.

Prof. Ricardo Tacuchian.

Intérprete: Carlos Alberto Assis (piano).

[2004] - Tríptico das Hecceidades (piano)


[2008] - O simulacro de Réia / Interlúdio (ensaio de linhas para Sax)


[2009] - O fio dos dias (esboços de melodias)


[2009] - Três curtas (violão)


[2010] - Aí, mas onde, como? (quinteto de sopros)

Obra contemplada no PRÊMIO FUNARTE DE COMPOSIÇÃO CLÁSSICA 2010.

Estréia mundial na XIX BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

intérpretes: Quinteto Villa-Lobos.


in memorian: Arthur King


Notas de concerto:

Esta obra para quinteto de sopros busca explorar sonoridades e texturas diversas, dentro de uma perspectiva da música de vanguarda do século XX e XXI. A idéia principal está na constituição de um fluxo sonoro constante que vai se transformando gradualmente e atingindo patamares sempre diversificados. Esta característica foi concebida numa tentativa de estabelecer uma analogia com o próprio fluxo do pensamento, um diálogo constante entre aquilo que percebemos exteriormente e o modo como vamos reagindo internamente; entre a constituição das pequenas diferenças que vão se somando insistentemente no devir da duração e os lapsos da memória que resgatam a todo o momento referências do passado, ao mesmo tempo em que interferem naquelas mesmas diferenças. De repente, sem perceber, estamos no meio de uma atmosfera desoladora, ou então, caótica... e surge algo (uma pseudo série dodecafônica numa sarabanda de Bach??) que está “aí, mas onde, como?” Daí vem o título desta peça, numa referência ao pé da letra de um conto de Cortázar, de onde é possível extrair muitos novos e velhos modos de vivência e criação.

...”que está vivo de outra maneira fora da nossa maneira de estar vivos ou de morrermos, que escrevendo ao menos luto contra o inatingível, passo os dedos das palavras pelos vãos desta trama finíssima que ainda me atava ao banheiro, à torradeira, ao primeiro cigarro, que ainda está aí, mas onde, como; repetir, reiterar, fórmulas de encantamento, claro, talvez você que está me lendo também trata às vezes de fixar com alguma salmodia o que vai indo embora, repete estupidamente uma poesia infantil, aranhazinha vizinha, aranhazinha vizinha, fechando os olhos para centrar a cena capital do sonho esfiapado, renunciando aranhazinha, dando de ombros vizinha, o jornaleiro bate à porta, sua mulher olha para você sorrindo e diz”...

(Júlio Cortázar, Octaedro)

Imprensa:

Agência UEL

Agência UEL/Jornal de Londrina (entrevista)

[2011] - Os passos no rastro (orquestra)

Obra selecionada no I Concurso Nacional de Composição CCTG/OSP/UFPR (2011)

Estréia mundial na I BIENAL MÚSICA HOJE (Curitiba/PR)

intérprete: Orquestra Sinfônica do Paraná

Regência: Márcio Steuernagel


Notas de concerto:

Esta composição inicia-se em tom de solenidade, apresentando gradualmente materiais musicais muito elementares: um pulso, um sucinto silêncio, um intervalo, sons prolongados e...“quatro notas”. Numa homenagem ao Centenário da Universidade Federal do Paraná, estas notas simbolizam as quatro letras da sigla desta instituição (UFPR). A forma da composição foi pensada à maneira de um discurso dramático-sonoro onde aqueles materiais aparecem e reaparecem em contextos sempre diferenciados, numa analogia com o próprio discurso verbal. A intenção foi discorrer sobre as “quatro notas” (UFPR) tal qual um personagem completando cem anos (1912-2012), celebrando a travessia do século XX para o próximo milênio. A ciência e a arte caminhando juntas, dialogando com o desconhecido, o inesperado, o estranhamento e passando por diversos impasses, conflitos e descobertas na busca pelo conhecimento. Percurso este comentado musicalmente por fragmentos de tendências composicionais do século XX; passando e seguindo “os passos no rastro” do serialismo, pontilhismo, klangfarbenmelodie, polirritmias, texturalismo, notas congeladas, massas sonoras, paisagens, e um silêncio abissal...

“Tal como temera numa noite distante de setembro, tinha escrito sua autobiografia dissimulada. Teve vontade de rir, e ao mesmo tempo pensou na pistola que guardava na escrivaninha.” (Júlio Cortázar)


Imprensa:

Agência UEL

Bem Paraná

[2011/2008] - Sendas (violão)

Obra contemplada no PRÊMIO FUNARTE DE COMPOSIÇÃO CLÁSSICA 2012.

Estréia mundial na XX BIENAL DE MÚSICA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA

interprete: Márcia Taborda.

Notas de concerto:

SENDAS - obra para violão solo (2009-­2011). Esta composição está dividida em duas "fases": inicialmente, a partir da maior simplicidade possível, pequenas sendas vão surgindo gradualmente a partir de uma nota pulsante e vão se tornando mais relevantes, formando uma cascata de blocos de acordes; a segunda parte abre­se para um outro patamar, com exploração de timbres, algumas técnicas estendidas e maior complexidade. Novas sendas vão se sobrepondo, com novas sonoridades e até um ruido de voz passa a integrar esse novo universo de sons.


Imprensa:

Agência UEL

Gazeta do Povo

[2012/2009] - Três efemérides (Sax tenor)

Obra estreada durante o 2o. Encontro Paranaense de Composição Musical.

Local: Teatro Zaqueu de Melo - data: 26/07/2012. Londrina/PR.

sax tenor: Paulo Siqueira


Três Efemérides (sax tenor solo) -- são três peças inspiradas numa experiência sensível da efemeridade da passagem do tempo, e a captura do sentido das coisas. A partir de "o fio dos dias", uma coleção de esboços melódicos escritos durante 62 dias ininterruptos, foram extraídos 3 exemplos e reescritos para o sax, em forma de três dionisíacas efemérides. A 1ª. peça é uma divagação sobre notas prolongadas, sempre preparadas por apojaturas, com variações de dinâmica e articulação; a 2ª. peça é uma parábola sobre notas repetidas; e a 3ª. é uma alusão ao "perseguidor" de Júlio Cortázar.

(F.K.)

[2012] - Entre Pedras (orquestra)

Obra inédita.

[2012] - Germinções ll (quarteto de flautas)

Obra para quarteto de flautas composta entre Dezembro de 2011 e Abril de 2012. Esta peça foi uma encomenda do grupo Quarteto Cerrado, de Uberlândia, para o projeto que resultou na gravação do CD "Música Brasileira para Flautas". A obra foi estreada no dia 24 de fevereiro de 2013, no Teatro de bolso do Mercado Municipal de Uberlândia.


Notas do CD:

“Germinações II” é uma obra que parte da ideia de crescimento a partir de um embrião sonoro pré-determinado (um “sussurro tremulado”). As linhas se sobrepõem (como numa fuga) e formam uma textura de raízes emaranhadas. A cada momento as energias vão se acumulando e os segmentos se desdobrando em novas texturas. Busca-se, neste processo, estabelecer um agenciamento gradual entre o plano dos materiais musicais e as forças de germinação.

[2013] - Concertino (trompete e orquestra)

Concertino para Trompete e Orquestra

(à memória de uma “molher”)

Obra comissionada e dedicada à OSUEL

E ao Cícero Cordão

* * *

“Hoje o céu acordou cinza, e neste momento derrama seu pranto em chuva forte. Aquilo que vira notícia diariamente, aquilo que se banaliza, e que achamos que nunca acontecerá conosco aconteceu. A vida é um sopro, deve ser vivida intensamente, mas não interrompida. Foram 4 tiros. Sim, é preciso dizer. É preciso gritar. É preciso deixar de banalizar essa violência toda.


Nossa Carisa, "molher", como ela sempre falava conosco, de um sorriso fácil, de um coração sensível demais pra esse mundo fútil. De uma grandeza que poucos de nós, sempre correndo pelo curso de Serviço Social, paramos pra notar.


Violência urbana, que tirou sua vida molher, logo a sua, que sempre esteve tão cheia de planos, de dúvidas, de receios. Violência que te levou cedo demais. Que nos deixa estarrecidos, sem entender porque. Sem admitir que um universo de sonhos agora dorme, pra sempre. Uma dor, uma dor muito grande...


E nós aqui, chorando junto com o céu, pensando o quanto precisamos viver. Viver esse sopro de vida com mais amor, com mais alegria, mesmo nas dificuldades, porque é isso molher, que você nos ensinou.


Hoje a violência nos tirou você. E hoje, molher, por tudo que aprendemos nos bancos da universidade, por toda essa tragédia, te digo uma coisa, e sei que você ouve, não vamos banalizar a violência. Vamos jogar as palavras ao vento, que denunciam a dor que sentimos com a sua perda, com a dor de sermos óbveis no nosso cotidiano banal e esquecermos do importante, do amor que devemos transmitir às pessoas!


Vá em paz MOLHER! PQP, você deixa uma saudade que não dá pra explicar! Luz pra você...”

(Tatiane Monteiro, Londrina - 15/12/2012)


[2014/2012] - Dupla Captura (piano e vibrafone)

Obra encomendada (e dedicada) especialmente para compor o primeiro CD do DUO CLAVIS, formado em 2010 pelos músicos Marcello Casagrande (vibrafone-marimba) e Mateus Gonsales (piano).

www.facebook.com/pages/Duo-Clavis…23019419?fref=ts

* * *

Notas do CD:

A peça Dupla Captura, num sentido extramusical, busca agenciar dois planos planos de pensamento distintos: o musical e o conceitual. No entanto, no mesmo momento desta articulação, o que seria o "fora" da música já é um "dentro"; ...e a partir da leitura do conceito filosófico "dupla captura", de Gilles Deleuze, o pensamento dispara uma série de "seres-de-sensações-sonoro-musicais", como o bloco de acordes que é o ponto de partida desta composição. Neste sentido, agora já propriamente musical, este bloco sonoro se desdobra em outras ideias e relações composicionais, num jogo entre o piano e vibrafone: blocos e ressonâncias; movimentos de sincronismos assimétricos; fragmentos de figuras roubadas e retomadas; linhas obstinadas, linhas de evolução a-paralelas, linhas no extremo grave e agudo, linhas de fuga; um zigue-zague na própria linha do tempo e da expressão; um grunhido em pianíssimo, um devaneio e um certo estranhamento; um desacordo, um desalinhamento que faz repercutir sons próximos e distantes; latência de vibração desta lâmina metálica do agora: memória e esquecimento....

Fernando Kozu, nov/2012-jul/2014

[2016/2006?] - Contingências ll (sexteto mixto)

Obra inédita.

Micro Ensaio:

Compor a partir de “contingências” possibilita uma confluência de situações diversas, linhas de forças heterogêneas e inusitadas no processo criativo.

Numa situação anterior (projeto "Octaedro", inacabado), buscou-se uma inter-relação entre o universo descrito nos contos de Cortázar com a criação sonoro-musical, mas sem tentar “descrever”, “ilustrar” ou “representar” o texto através da música.

Simplesmente deixar cruzar as energias entre a leitura e as ideias musicais, de modo que o conto funcione como uma espécie de “motivador”, disparando na imaginação algumas condições concretas de composição: um plano prévio da macro-forma (a peça é dividida por “fases” contrastantes, como no conto “as fases de Severo”), tipos de textura baseados nas diversas sensações, fórmulas de compassos (“casulos”), ideias rítmicas, etc.

Neste interstício, há um jogo entre o estatismo e o dinamismo, entre o normal e o fantástico, o real e o fictício.

Na música, busca-se uma analogia ao transitar neste jogo, com fases-sonoras de caráter ora mais contemplativo, ora mais vigoroso (dramático), ora mais caótico, sufocado, ora um regozijo de contrários, ou de repente uma eterna nostalgia...


Epígrafe:

"Nesses momentos apressados, no entanto, quem iria querer

escutar tais pensamentos que saltavam entrecortando

os diálogos e retornavam ao baú, à posta

restante dos entulhos para de lá novamente

saltarem revigorados, acrescidos e transformados. E

foi então que escrevê-los fez-se permissível e

urgente, pois seria como soltar um pássaro

perpetuamente aprisionado numa gaiola. Seria?

Ou então será que a cada vez dito, redigido e

revisado, você então reescreveria, uma e outra, e

mais uma e repetidas vezes chegando assim à

semelhança daquele velho conhecido caminho do

pensamento habitual?"

Lígia Fogagnollo

[2019] - Escritura das Almas: germinções, espectros e simulacros (guitarra preparada de mesa e pedais)

Obra inédita.


Notas:

Trata-se de uma obra em que a guitarra funciona como um instrumento híbrido e ampliado, como uma interface conectada a diversas outras, ora podendo executar notas e ritmos convencionais (tocando-se normalmente com os dedos sobre as cordas), ora outros sons e ruídos para serem manipulados, gravados e transformados (em tempo real) a partir de objetos de preparação que se acoplam ao instrumento e dos pedais de efeitos (suscitando uma multiplicidade de modos de tocar e interações entre objetos-gestos-sons: “tactilidade da escuta”).

Como se trata de uma obra de Live-Electronics e de caráter experimental, as especificidades determinadas nesta partitura-roteiro só podem ser concretizadas com um estudo prévio dos modos de tocar a guitarra sobre a mesa e seus respectivos objetos, dos aparatos indicados e “testados” com a intenção de escuta de sons e processos característicos. Buscou-se integrar nesta peça uma notação ao mesmo tempo convencional (para o controle do ritmo, do tempo, da ordenação das partes e execução dos procedimentos) e gráfica (especialmente para os sons e efeitos sonoros de caráter mais livre e complexos, muitas vezes imprevisíveis), de modo que cabe ao intérprete buscar um equilíbrio entre os elementos fixos e pré-determinados e as possíveis aberturas suscitadas pelos pedais, objetos e dos componentes que indicam variados graus de improvisações.

Grupo G.E.L

ensaios, performances, improvisações eletroacústicas, práticas colaborativas e interativas


Projeto de Pesquisa UEL/CECA/MUT 10071 - GUITARRA EXPERIMENTAL: DINAMISMOS E LIMIARES SENSÍVEIS NA PRÁTICA PERFORMÁTICA (COMPOSIÇÃO/IMPROVISAÇÃO) E SEUS REFLEXOS NA ATUALIDADE DA PESQUISA ACADÊMICA (2019).

Resumo do Projeto

ESTE PROJETO DE PESQUISA PROPÕE UMA INVESTIGAÇÃO A PARTIR DA REALIZAÇÃO DE TRABALHOS EM CRIAÇÃO E PERFORMANCE PARA GUITARRA ELÉTRICA E DISPOSITIVOS DIVERSIFICADOS (OBJETOS DE PREPARAÇÃO,PEDAIS OU SOFTWARES DE EFEITOS DIVERSOS, INSTALAÇÕES E VÍDEOS). POR UM LADO, VISAMOS ESTABELECER UM ÂMBITO DE PESQUISA EM TORNO DOS CAMPOS DA ARTE SONORA E DA MÚSICA EXPERIMENTAL DE MODO A MAPEAR UM DOMÍNIO ATUAL DE POSSIBILIDADES EM RELAÇÃO AOS MODOS DE USO E ATUAÇÃO DA GUITARRA EXPERIMENTAL E SEUS CORRELATIVOS MEIOS TÉCNICOS (MEDIALIDADES), SONORIDADES, ESTILOS E ESTÉTICAS. POR OUTRO LADO, BUSCAMOS PROPOR UM PERCURSO DE PESQUISA EM ARTE (ZAMBONI, 2001) E CRIAÇÃO TENDO COMO BASE A EXPLORAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO DA ESCUTA, DA MEMÓRIA, DO GESTO E DO ESPAÇO A PARTIR DA INTERFACE CORPO-GUITARRA E SUAS MATERIALIDADES EXTENSÍVEIS A FIM DE AVALIAR, DENTRO DESSA TESSITURA HÍBRIDA, OS LIMIARES E ABERTURAS DA IDIOMÁTICA DA GUITARRA QUANDO ESTA SE INTERSECCIONA COM DIVERSAS POÉTICAS DA MÚSICA DE VANGUARDA E EXPERIMENTAL, ESPECIALMENTE APÓS1950. NOSSO INTERESSE DEVE APONTAR PARA UMA RELEVÂNCIA ATUAL CADA VEZ MAIS EMERGENTE DE UM TIPO ESPECÍFICO DE “DINAMISMO E LIMIAR DO SENSÍVEL” (OU POTÊNCIA DAS RELAÇÕES SENSÍVEIS) TANTO ENTRE COMPOSITOR/INTÉRPRETE E SEUS OBJETOS DE PRODUÇÃO SONORA (INSTRUMENTOS, MÍDIAS ETC), QUANTO ENTRE O CONTEXTO ESPECÍFICO DE UMA PERFORMANCE E OS EXPECTADORES, DE ACORDO COM A NOÇÃO DE GESTO DO FILÓSOFO GIORGIO AGAMBEN (2008, P. 13): O GESTO COMO A EXIBIÇÃO DE UMA MEDIALIDADE SEM FIM, O TORNAR SENSÍVEL (VISÍVEL, AUDÍVEL) UM MEIO COMO TAL.


Integrantes:

CARLOS AUGUSTO SCALASSARA PRANDO

DANIEL NICOLAU LOUREIRO

EMERSON FRANCISCO DA SILVA

FERNANDO HIROKI KOZU

GABRIEL LUIZ KRUCZEVESKI

GUILHERME SILVEIRA

GUSTAVO NIERO

LUCAS FELIPE PAULINO PROCENCIO

MARIA EDUARDA MAZULA

PEDRO JOSE GABOS VARANESE

RICARDO APARECIDO DANTAS





[15/05/2019] - Ensemble Balbúrdia #15M

https://youtu.be/H4JL1X5Wva8


[02/05/2019] - Pollock - performance de guitarras interativas

https://youtu.be/NvdttG_fkWA


[30/05/2019] - Grupo Sintoma #30M - profanações dos dispositivos sonoros

https://youtu.be/86VWxck64tY


[11/06/2019] - Coletivo Inconsciente Macunaína - 01) "la fabbrica improvvisata" (homaggio a Nono)

https://youtu.be/uJXlDOgG-0E


[11/06/2019] - Coletivo Inconsciente Macunaína - 02) "quasi nadie va a sacarlo de sus casillas" (homenage a Cortázar)

https://youtu.be/RmJ2s1NjArc


[11/06/2019] - Coletivo Inconsciente Macunaína - 03) "minimun come Out wage" (homage a Reich)

https://youtu.be/q4mvaHX3DeQ


[14/08/2019] - Forest Prepared Guitar - guitar in Situ UEL

https://youtu.be/1DeJj8dmIPY


[03/09/2019] - G.E.L. objeto crú

https://youtu.be/THi_3orVa1o


[03/09/2019] - G.E.L. objeto cozido

https://youtu.be/B8vADNBCsnA


[10/09/2019] - G.E.L. na calada da noite - praça do CECA/UEL in Situ

https://youtu.be/9W1wHR-EcRY


[03/10/2019] - G.E.L. em torno do meio dia - praça do CECA/UEL in Situ

https://youtu.be/IWE5Q0M-C1s


[09/10/2019] - G.E.L. no Colégio Estadual Ana Molina (Londrina/Paraná) - intervenção sonora

https://youtu.be/BIn94RSPm20


[10/10/2019] - G.E.L. na Capela Sonora - take 01: a volta ao meio-dia em 4 ou 5 minutos

https://youtu.be/YhSTtOm6IdM


[10/10/2019] - G.E.L. na Capela Sonora - take 02: SOD - sound of deafness

https://youtu.be/1uncF_dpTvA


[26/11/2019] - G.E.L. Ensaio Aberto na Capela UEL (Chapel Prepared Guitar)

https://youtu.be/sKMs1HtxpeA

EXPERIMENTALISMOS





#assemblage (escultura de objetos sobre guitarra preparada e improvisação com pedais)

https://youtu.be/KC1ThA8e6Jc


#prato do dia: pedra e água (video-performance com guitarra preparada e objetos + improvisação eletroacústica)

https://youtu.be/6KoQM27dQC0


#dupla captura II (improvisação eletroacústica com guitarra preparada, pedais e no-input)

https://youtu.be/jJIVSLMrgiE


#Ritual (in memorian Octávio)

Ritual em 4 fragmentos/ensaios/improvisos

in memorian Octávio Bueno Fogagnollo

*para Guitarra Construída

Lutheria experimental e Plástica sonora.

Ensaio/performance e persistência dos Objetos

"Das Unwohltemperierte Vioctolávier"

https://youtu.be/ld88VMuh4eg


# "...um, dois, teste-de-som: isto não é uma performance" (Guitarra preparada e dispositivos sonoros híbridos)

https://youtu.be/xeyUVEwhZzA


# Feedback Ecosystem Prepared Guitars

Ensaio de performance musical com guitarra preparada e ambiente retroalimentado. A realimentação sonora age como interface de interação, modelagem espectral e geradora de material sonoro e informacional. É um trabalho em andamento alinhado com pesquisas sobre ecossistemas musicais e improvisação livre.

Rehearsal with prepared guitar and feedback environment. A feedback sound acting as an interaction interface, spectral modeling and sound and informational material generator. It is a work in progress in line with research on musical ecosystems and free improvisation.

Ricardo Thomasi: feedback systems

Fernando Kozu: prepared guitars

https://youtu.be/AkcsHJDx9Tw


# Alluminuum Corpus Est (Live Electronic Composition for prepared guitar and feedback environment)

https://youtu.be/HRYkpTvmcug


# "A Aura e o Oráculo" (For prepared guitar and bass - Live Electrocoustic Improvisation and Feedback Environment)

https://youtu.be/Gu5BXzAIPpE


# Retratto Di John Cage (video performance for prepared guitar and feedback environment)

https://youtu.be/2Fn75eX2o_4


QUARENTENA - COVID-19 (2020)

https://youtu.be/2DAaZmdeIS8

# Sábado 09/05/20 às 20h, farei uma live no Instagram dentro da programação do festival "Ca musica em casa" organizado pelo Centro acadêmico do curso de música da UEL @camusicauel Notas do ensaio aberto de guitarra preparada e Live electronics: Escutas Possíveis: dar voz à... "erros" sonoros, ou: o que seria escutar sons não - reconhecidos/esperados? Tópicos/ideias(a partir de Luigi Nono, John Cage e Keith Rowe): a) sons e/ou passagens sonoras difíceis de escutar, normalmente rejeitados ou despercebidos, que não damos ouvidos: percepção das micro-nuances (limiar do audível e das mutações): sons em pianissíssimo, extremamente grave ou agudo, uma sutil vibração ou flutuações de volume, ou oscilações de altura, ou modulações de timbre (massa, ou colorido), ou de durações pequeniníssimas (átomos ou grãos agitados e inquietos), ou graus de velocidades e intensidades, direcionalidades ou fragmentos esparsos (caos/móbile-tempo infinito), hesitações ou precipitações, ora textura de fluxos, ora de estilhaços (mais ou menos aveludado ou metálico), ora mais densos, ora mais rarefeitos, nuances de convicções ou incertezas de mobilidades... ao pé do ouvido (ora esquerdo, ora direto, em cima, em baixo) ou profundamente ao longe, marulho cósmico... Tópicos/técnicas: 1. Captação, amplificação e espacialização (setup/"suono mobile"): captadores, mic de contato (dupla saída), mesa de som, 2 amplificadores (L/R); objetos e scordatura, volumes e feedback: cordas à "flor da pele" (campo minado). 2. Pedais (multitemporalidades): 2a) freeze: ressonâncias contínuas de espectros harmônicos; 2b) delay (normal/granular): tempos defasados, com ou sem modificações; 2c) loopers: grava, reproduz e grava sobre (n-vezes) com ou sem modificações; 2d) pitch shifter: altera a altura entre 2 oitavas (+-). 3. Modos de tocar (gestos, tactilidade do som): utilizando as mãos e objetos variados, que podem ou não produzir sons (ferro, madeiras, pratos, rádios), operando por movimentos de aproximação ou distanciamento, raspagens, dedilhados, percussão, pinçagens, pinceladas, paradas... silenciamentos. * * * O ERRO COMO NECESSIDADE (1983) - Luigi Nono (1924-1990) O silêncio. É muito difícil de escutar. Muito difícil escutar, no silêncio, os outros. Outros pensamentos, outros ruídos, outras sonoridades, outras ideias. Quando se escuta, procura-se muitas vezes reencontrar-se a si mesmo nos outros. Reencontrar os próprios mecanismos, sistema, racionalismo, no outro. E isto é uma violência totalmente conservadora. Em vez de escutar o silêncio, em vez de escutar os outros, estamos à espera de nos escutarmos a nós próprios, uma vez mais. É uma repetição que se torna académica, conservadora, reaccionária. É um muro contra os pensamentos, contra aquilo que não é possível, por enquanto, explicar. É a consequência de uma mentalidade sistemática, baseada nos a priori (interiores ou exteriores, sociais ou estéticos). Prefere-se a comodidade, a repetição, o mito; prefere-se escutar sempre a mesma coisa, com aquelas pequenas diferenças que nos permitem demonstrar a nossa inteligência. Escutar a música. É muito difícil. Creio que, hoje em dia, é um fenómeno raro. Escutam-se coisas literárias, escuta-se aquilo que foi escrito, escuta-se a si mesmo numa projecção… Espaço. A sala de concerto tradicional é um espaço horrível. Porque não oferece várias possibilidades, mas apenas uma possibilidade. Para cada sala há um trabalho a fazer, como quando antigamente se escrevia para este ou aquele local, para esta ou aquela circunstância. A música que agora procuro é escrita com o espaço: ela nunca é a mesma em qualquer espaço, mas trabalha com o espaço. Isto permite uma grande variedade. No espírito de Musil, se existe um sentido da realidade, deve existir também um sentido da probabilidade. Não é seguro que aquilo que se escolheu seja único e certo; talvez aquilo que não se escolheu seja mais certo. No trabalho feito em estúdio, na música electrónica, é isto que acontece. Há muitos imprevistos, casualidades, erros – erros que têm uma grande importância, como Wittgenstein teorizou. Porque o erro é o que vem quebrar as regras. A transgressão. O que vai contra a instituição estabelecida. Aquilo que aspira a outros espaços, outros céus, outros sentimentos humanos, no interior e no exterior, sem dicotomia entre ambos, como a mentalidade banal e maniqueísta continua ainda a defender. Diversidade do pensamento musical. (...) Despertar o ouvido, os olhos, o pensamento humano, a inteligência, o máximo de interiorização exteriorizada. Eis o essencial hoje.


#Coral for Max in the room (fragmento): https://youtu.be/MhIuBZQ8Ruw


#Vídeo-paisagem sonora lateral de janela de Domingo (16 de agosto de 2020, 15h - Londrina, centro - Paraná/Brasil)

Video-performance/ensaio sonoro-visual para 3 microfones e intervenções de feedbacks (médios, agudos e graves)

https://youtu.be/PjHEbzbIcZk