PROFESSOR ANGELO ANTONIO LEITHOLD - NOTAS DE AULA - EL NIÑO E LA NIÑA

ESTAÇÃO METEOROLÓGICA - CAMPUS DE PESQUISAS GEOFÍSICAS MAJOR EDSEL DE FREITAS COUTINHO

#PY5AAL O Que São El Niño e La Niña e quais são suas causas e efeitos?

#PY5AAL O Sol

#PY5AAL O Sol é a principal fonte de energia que aquece a Terra e sua atmosfera devido à radiação eletromagnética que se propaga pelo espaço e atinge a atmosfera da Terra. Quando a energia solar atinge a Terra, parte dela é absorvida pelos oceanos, solos e vegetação. A troposfera, é onde ocorre a maior parte desse aquecimento, pois moléculas de ar absorvem a energia solar e aumentam sua energia cinética (movimento), esse aumento de energia faz com que as moléculas se movam mais rapidamente, aquecendo o ar. O aquecimento desigual da atmosfera cria diferenças de temperatura e pressão. O ar quente sobe, criando áreas de baixa pressão, enquanto o ar frio desce, criando áreas de alta pressão. Essa circulação atmosférica é responsável pelos ventos e padrões climáticos em todo o mundo. O aquecimento da atmosfera pelo Sol desempenha um papel importante nos fenômenos climáticos El Niño e La Niña. Durante um episódio de El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico tropical é o fator principal. Esse aquecimento ocorre devido a mudanças nos ventos alísios, ventos que sopram de leste para oeste, que normalmente empurram as águas quentes para o oeste. Quando os ventos alísios enfraquecem, as águas quentes se acumulam no leste do Pacífico, aquecendo a superfície, assim a circulação atmosférica global é afetada, alterando os padrões de vento e precipitação em várias partes do mundo. No caso da La Niña é o oposto do El Niño. Durante um episódio de La Niña, a temperatura da superfície do oceano Pacífico tropical fica mais fria do que o normal. Isso ocorre quando os ventos alísios se intensificam, empurrando as águas quentes para o oeste e permitindo que as águas frias subam à superfície no leste do Pacífico. A circulação atmosférica também é afetada, resultando em padrões climáticos diferentes, embora o aquecimento da atmosfera pelo Sol não seja a causa direta desses fenômenos, ele influencia indiretamente os padrões climáticos que levam ao El Niño e à La Niña.

#PY5AAL O aquecimento global e seu efeito no eventos El Niño e La Niña

#PY5AAL O aquecimento global tem implicações significativas nos fenômenos climáticos El Niño e La Niña. Como no El Niño ocorre quando as águas superficiais do oceano Pacífico tropical se aquecem mais do que o normal, como a atmosfera tem aumentada sua temperatura média global, aumenta a temperatura média da superfície do oceano. Durante um episódio de El Niño, a água mais quente se espalha com maior intensidade e fica mais próxima da superfície. Isso libera calor na atmosfera, que aqueceu o oceano conforme já explicado, assim, é gerado um ar mais úmido e quente, o que afeta os padrões climáticos em várias partes do mundo.

#PY5AAL No caso da La Niña, as águas mais frias na superfície do oceano Pacífico tropical, também o aquecimento global influencia, embora de maneira diferente, pois, as águas mais frias afetam a circulação atmosférica também, mas resultando em padrões climáticos distintos, como secas em algumas regiões e chuvas em outras cuja a frequência será intensificada e seus efeitos serão devastadores, pois o resfriamento das águas do oceano Pacífico com maior intensidade, a probabilidade de sua ocorrência do La Niña aumenta, gerando correntes aéreas mais intensas. Isso aumenta a ocorrência das mudanças associadas a riscos de chuvas fortes, inundações e secas. Embora o La Niña tenha uma influência de resfriamento por natureza, as temperaturas em várias regiões do mundo deverão ser mais altas do que a média devido aos níveis recorde de gases de efeito estufa na atmosfera, o que por si só altera o regime de correntes de ar.

#PY5AAL No Brasil, a influência do La Niña pode causar chuvas acima da média em parte da região Norte, Minas Gerais e Bahia, enquanto na região Sul, que normalmente tem mais precipitações durante o El Niño, as chuvas devem ficar abaixo da média. O perigo está na transição dos fenômenos, pois ocorrerão situações anômalas das correntes atmosféricas, o que resultará em aquecimentos e refriamentos abruptos da superfície do Pacífico, que resultarão em realimentações abruptas nas temperaturas da atmosfera. Assim, a sucessão de El Niño e La Niña não é comum e precisa ser acompanhada conforme se desenvolve, o que gera imprevisibilidades, pois, embora o resfriamento do La Niña possa desacelerar ligeiramente o ritmo do aquecimento global, ainda há incertezas sobre os efeitos exatos desses fenômenos no clima global. Portanto, é fundamental monitorar os padrões climáticos para entender melhor suas implicações e tomar medidas adequadas para mitigar os impactos. O que se sabe através de medições, testes e pesquisas em todo o Planeta, o aquecimento global afeta a frequência e os padrões climáticos associados ao La Niña e ao El Niño, trazendo desafios e incertezas para o nosso planeta.

#PY5AAL O Sol e os Niños

#PY5AAL Mesmo que os fenômenos climáticos (Niños) não sejam diretamente causados pelo Sol, o aquecimento global gera interações complexas entre o oceano e a atmosfera, durante os episódios. No caso do El Niño, é observada que temperatura da superfície do oceano Pacífico tropical aumenta pois as mudanças nos ventos alísios (leste para oeste) que normalmente empurram as águas quentes para o oeste. Quando os ventos alísios enfraquecem, as águas quentes se acumulam no leste do Pacífico, aquecendo a superfície. Esse aquecimento afeta a circulação atmosférica global, alterando os padrões de vento e precipitação em várias partes do mundo. La Niña é o oposto do El Niño, pois a temperatura da superfície do oceano Pacífico tropical fica mais baixa e ocorre quando os ventos alísios se intensificam, empurrando as águas quentes para o oeste e permitindo que as águas frias subam à superfície no leste do Pacífico. A circulação atmosférica também é afetada, resultando em padrões climáticos diferentes, como secas em algumas regiões e chuvas em outras.

#PY5AAL É claro que os El Niño e o La Niña têm um ciclo natural, é sabido que esse ciclo afeta as condições climáticas em todo o mundo. As águas superficiais do oceano Pacífico, conforme descrito, aquecem ou refriam significativamente na região equatorial. É óbvio que essa oscilação altera os padrões de vento e correntes oceânicas, afetando o clima global. Sua oscilação é entre 2 a 7 anos e duração vários meses, seus efeitos (Niño) são as secas em algumas áreas como o Nordeste do Brasil, Austrália e partes da África, chuvas intensas e inundações em outras regiões como o Peru, sul dos Estados Unidos e também o aumento de intensidade de chuvas no sul da América do Sul (Sul do Brasil). Como La Niña é o oposto, já explicado, as águas do Pacífico esfriando, os padrões atmosféricos e correntes oceânicas se alteram de maneira diferente. Entre seus principais efeitos incluem chuvas acima da média em algumas áreas, também como o Sul do Brasil e partes da Indonésia secas em outras regiões como o Sudoeste dos Estados Unidos, ou seja, muitas vezes os efeitos são semelhantes, outras, opostos, porém, sempre devastadores.

#PY5AAL Impactos

#PY5AAL Como os fenômenos têm implicações significativas em todo o mundo, durante o El Niño, a temperatura média global aumenta ligeiramente e no La Niña, tende a diminuir. Assim, El Niño causa mudanças nos padrões de chuva, levando a secas ou inundações em diferentes regiões, enquanto que a La Niña também afeta a precipitação, mas de maneira oposta, embora algumas vezes, devida a dinâmica da atmosfera parecem ocorrer eventos parecidos. Em ambos eventos, os fenômenos atmosféricos, os impactos nas safras agrícolas podem ser significativos. Por exemplo, o El Niño pode prejudicar a produção de alimentos em algumas áreas, setores como pesca, turismo e energia também são afetados. A Climatologia monitora constantemente as condições do oceano Pacífico para prever esses fenômenos. Isso ajuda a tomar medidas preventivas e adaptativas, contudo, cabe ressaltar que até 2009, o Brasil tem um monitoramento muito abaixo do necessário dos fenômenos, pois, muitos pesquisadores brasileiros não atentaram ainda à sua importância e impactos a exemplo das alterações dos padrões de vento e correntes oceânicas, chuvas acima da média, inundações, deslizamentos de terra e danos à infraestrutura. Um exemplo são as cidades costeiras, ou cidades em áreas montanhosas podem ser particularmente afetadas, além de alteraçãos significativas das temperaturas em que a agricultura, a saúde pública e os recursos hídricos poderão ser afetados significativamente.

#PY5AAL Em futuro não muito distante, com o aumento da temperatura média da Terra, devido ao aquecimento global, os efeitos do El Niño sofrerão grandes alterações, a realimentação positiva, em que o aquecimento gera mais aquecimento amplifica os seus efeitos, águas mais quentes, a evaporação do oceano aumenta, o calor extra do oceano é transferido para a atmosfera, intensificando as correntes de ar e os padrões climáticos como chuvas mais intensas, secas prolongadas em diferentes partes do mundo. Os gradientes climáticos se tornarão em transientes, ou seja, em vez de eventos graduais, como inundações, secas, tempestades e ondas de calor, iniciando e terminando de forma gradual, isso ocorrerá abruptamente, aumentando em frequência e intensidade. As comunidades precisarão se adaptar e será necessário que os órgãos governamentais adaptem o planejamento para lidar com riscos climáticos, como enchentes e escassez de água. No La Niña, como as águas do Pacífico esfriam, aumenta a intensidade e frequência de incêndios florestais, queimadas saindo do controle, estiagens prolongadas. Isso tudo afeta a agricultura, pecuária e os recursos hídricos. Em algumas situações, as regiões sul, sudeste e parte da região centro-oeste do Brasil, poderão ser mais impactadas com os efeitos combinados do El Niño, La Niña e aquecimento global, pois, com aquecimento do El Niño seguido por um resfriamento rápido, transição para La Niña pode levar a chuvas intensas seguidas de secas prolongadas. Por isso os gestores públicos devem considerar esses eventos ao planejar políticas de adaptação climática e mitigação de riscos.

Atenção estudantes, após leitura do texto acima, pesquisem gráficos, índices e textos sobre o aquecimento global e suas implicações na humanidade.

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