ANO 2015

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1512312359 Parabéns à mediocridade, em que professores sem didática, treinamento, conhecimento ou moral permanecem lecionando, enquanto aqueles que se preparam acabam sendo demitidos. Porque será? Medíocres não gostam de cercar-se de gente competente, simples assim.

1512311118 Cada um tem o que merece! Me diga com quem andas, te direi quem és! Sabem porque o Brasil é um país de medíocres e ignorantes em termos de ciência?

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Porque em sua grande maioria, o sistema de ensino brasileiro está "contaminado" pela ignorância e mediocridade! Porque as "famílias" são aviltadas e as escolas retrocedidas temporalmente, além de sucateadas!

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Trabalhar por amor, sinto muito, só se for idiota! Assim, ficam os educadores numa "sinuca", como ser mestre em locais em que se é tão valorizado quanto um cão? Ooops, os cães são valorizados e amados! E você colega professor? O "sistema" (seja qual partido for) te respeita? Você, se respeita?

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Sinto muito cidadãos, mas me deem um prato de merda para comer e uma nota de cem reais para rasgar..., se eu rasgar o dinheiro e comer a merda, me internem, pois sou louco!

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E o que é a Educação no Brasil que não o oferecimento de pratos de merda a nobres professores e notas de cem reais para ser rasgadas?

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Como trabalhar eficientemente professor, se você é humilhado, desvalorizado e transformado em pecinha que preenche quadradinho, por (ALGUNS EU DISSE ALGUNS,....), "profissionais da educação", que depois de fazer uma "uniesquina" de merda, aula não presencial, pagando "cem pilas" por mês e, que aprendem a cortar EVA como ninguém, "mandam em você"?

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Como ser coordenado por alguns (eu disse alguns) profissionais que sequer sabem escrever e que não tem a mínima noção, sequer, do que é a EDUCAÇÃO (ENSINO), muto menos do que é o processo ensino/aprendizagem e suas implicações neurais, de fato? Como trabalhar com "alguns, eu digo alguns" profissionais cujo termo que mais se ouve destes é "o menino(a) é assim porque a família é desestruturada.....

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Qual a solução colegas profissionais (de fato e de direito) da Educação? Como transformar a "Pátria Educadora", em que apátridas sequer sabem o que significa Nação?

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Tem gente que se incomoda com o que afirmo? Eu também! Embora muitos "covardes" pensem assim, e por medo de ser taxados de "preconceituosos" não tem CORAGEM de tomar atitudes! Melhor ser um MESTRE desempregado, mas com valores, do que ser um peão de diploma, massa de manobra que, na rua, protegido pelo anonimato é um leão, mas na escola é um veado campeiro e que somente come capim, fica atrás da muita e esconde a própria merda quando caga.

1510311558 Como professor da área tecnológica desde , tenho algumas reflexões.... Qual não é minha surpresa (Mas pensando bem não) que, estudando "novas metodologias", existem aquelas que são consideradas inovadoras, claro. O que me surpreende são nomes diferentes, mas com a mesma essência, ou modus operandi das velhas práticas de ensino.

Exemplo das metodologias, dentre outros, uma que me chama a atenção seria o "mapa mental", antigamente chamado "aprendizado por teia".... Isso me deixa bastante intrigado, e prova que nós professores tateamos os mesmos processos, o que mudam são os nomes e as "ferramentas". Seriam interessantes algumas leituras, dentre essas Fritjof Capra, um livro, em especial: "A Teia da Vida", que hoje é o livro de cabeceira usado por por biólogos, mas tem implicações muito profundas.Vejo que muitos vem se arvorando a divulgar métodos inovadores, mas noto trocas de nomes, semelhantes a procedimentos de políticos, que ano, após ano reinauguram velhas fontes, e mudam nomes de ruas. Ou seja, muito criticam o ensino, sistematizado no século XV, e, pensam que há saltos, ledo engano, pois muitos ensinamentos considerados hoje inovadores, Aristóteles já praticava... antes de Cristo! Sugiro algumas leituras acerca das redes neurais, de Roger Penrose (https://na1.sabacloud.com/Saba/Web_spf/SPCTNT338Site/common/groups/groupshome/) , e seu livro "The Emperor's New Mind", dentre outras.

150621 Para alguns amigos (que sempre reclamam do tamanho dos textos que envio), ...... é muito longo..., depois passo algumas figurinhas de algum gibi da Mônica, Tio Patinhas, ou foto de alguma comida engordurada..., ou alguma bunda exposta... ou fratura... quem sabe uma daquelas correntes... crianças apodrecidas.... ou um cachorro abandonado... talvez algum vídeo de alguém espancado(a).... quem sabe, um vídeo descendo o cacete na Dilma, ou no Aécio... dá tudo no mesmo...; ....; mesmo! ...

O trecho: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto"., NÃO é da oração aos moços como muitos pensam e divulgam.., mas já sabemos isso né...

ORAÇÃO AOS MOÇOS

Rui Barbosa

Senhores:.

Não quis Deus que os meus cinqüenta anos de consagração ao direito viessem receber no templo do seu ensino em São Paulo o selo de uma grande bênção, associando-se hoje com a vossa admissão ao nosso sacerdócio, na solenidade imponente dos votos em que o ides esposar.

Em verdade vos digo, jovens amigos meus, que o coincidir desta existência declinante com essas carreiras nascentes agora, o seu coincidir num ponto de interseção tão magnificamente celebrado, era mais do que eu merecia; e, negando-me a divina bondade um momento de tamanha ventura, não me negou senão o a que eu não devia ter tido a inconsciência de aspirar.

Mas, recusando-me o privilégio de um dia tão grande, ainda me consentiu o encanto de vos falar, de conversar convosco, presente entre vós em espírito; o que é, também, estar presente em verdade.

Assim que não me ides ouvir de longe, como a quem se sente arredado por centenas de quilômetros, mas ao pé, de em meio a vós, como a quem está debaixo do mesmo teto, e à beira do mesmo lar, em colóquio de irmãos, ou junto dos mesmos altares, sob os mesmos campanários, elevando ao Criador as mesmas orações, e professando o mesmo credo.

Direis que isto de me achar assistindo, assim, entre os de quem me vejo separado por distância tão vasta, seria dar-se, ou supor que se está dando, no meio de nós, um verdadeiro milagre?

Será. Milagre do maior dos taumaturgos. Milagre de quem respira entre milagres. Milagre de um santo, que cada qual tem no sacrário do seu peito. Milagre do coração, que os sabe chover sobre a criatura humana, como o firmamento chove nos campos mais áridos e tristes a orvalhada das noites, que se esvai, com os sonhos de antemanhã, ao cair das primeiras frechas de oiro do disco solar.

Embora o realismo dos adágios teime no contrário, tolerem-me o arrojo de afrontar uma vez a sabedoria dos provérbios. Eu me abalanço a lhes dizer e redizer de não. Não é certo, como corre mundo, ou, pelo menos, muitas e muitíssimas vezes, não é verdade, como se espalha fama, que "longe da vista, longe do coração".

O gênio dos anexins, aí, vai longe de andar certo. Esse prolóquio tem mais malícia que ciência, mais epigrama que justiça, mais engenho que filosofia. Vezes sem conto, quando se está mais fora da vista dos olhos, então (e por isso mesmo) é que mais à vista do coração estamos; não só bem à sua vista, senão bem dentro nele.

Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal, quanto se cuida. Há, nele, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. E o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal. Vê, por isso, com os olhos d'alma, o que não vêem os do corpo. Vê ao longe, vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê. Onde pára o cérebro de ver, outorgou-lhe o Senhor que ainda veja; e não se sabe até onde. Até onde chegam as vibrações do sentimento, até onde se perdem os surtos da poesia, até onde se somem os vôos da crença: até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presentes, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana.

Quando ele já não estende o raio visual pelo horizonte do invisível, quando sua visão tem por limite a do nervo ótico, é que o coração, já esclerótico, ou degenerescente, e saturado nos resíduos de uma vida gasta no mal, apenas oscila mecanicamente no interior do arcaboiço, como pêndula de relógio abandonado, que agita, com as derradeiras pancadas, os vermes e a poeira da caixa. Dêle se retirou a centelha divina. Até ontem lhe banhava ela de luz todo esse espaço, que nos distancia do incomensurável desconhecido, e lançava entre este e nós uma ponte de astros. Agora, apagados esses luzeiros, que o inundavam de radiosa claridade, lá se foram, com o extinto cintilar das estrelas, as entreabertas do dia eterno, deixando-nos, tão-somente, entre o longínquo mistério daquele termo e o aniquilamento da nossa miséria desamparada, as trevas de outro éter, como esse que se diz encher de escuridão o vago mistério do espaço.

Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a sua energia o centro de calor, a que se aquece a essência d'alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve.

Metei a mão no seio, e aí o sentireis com a sua segunda vista. Desta, sobretudo, é que ele nutre sua vida agitada e criadora. Pois não sabemos que, com os antepassados, vive ele da memória, do luto e da saudade? E tudo é viver no pretérito. Não sentimos como, com os nossos conviventes, se alimenta ele na comunhão dos sentimentos e índoles, das idéias e aspirações? E tudo é viver num mundo, em que estamos sempre fora deste, pelo amor, pela abnegação, pelo sacrifício, pela caridade. Não nos será claro que, com os nossos descendentes e sobreviventes, com os nossos sucessores e pósteros, vive ele de fé, esperança e sonho? Ora, tudo é viver, previvendo, é existir, preexistindo, é ver, prevendo. E, assim, está o coração, cada ano, cada dia, cada hora, sempre alimentado em contemplar o que não vê, por ter em dote dos céus a preexcelência de ver, ouvir e palpar o que os olhos não divisam, os ouvidos não escutam, e o tato não sente.

Para o coração, pois, não há passado, nem futuro, nem ausência. Ausência, pretérito e porvir, tudo lhe é atualidade, tudo presença. Mas presença animada e vivente, palpitante e criadora, neste regaço interior, onde os mortos renascem, prenascem os vindoiros, e os distanciados se ajuntam, ao influxo de um talismã, pelo qual, nesse mágico microcosmo de maravilhas, encerrado na breve arca de um peito humano, cabe, em evocações de cada instante, a humanidade toda e a mesma eternidade.

A maior de quantas distâncias logre a imaginação conceber, é a da morte; e nem esta separa entre si os que a terrível apartadora de homens arrebatou aos braços uns dos outros. Quantas vezes não entrevemos, nesse fundo obscuro e remotíssimo, uma imagem cara? quantas vezes não a vemos assomar nos longes da saudade, sorridente, ou melancólica, alvoroçada, ou inquieta, severa, ou carinhosa,. trazendo-nos o bálsamo, ou o conselho, a promessa, ou o desengano, a recompensa, ou o castigo, o aviso da fatalidade, ou os presságios de bom agoiro? Quantas nos não vem conversar, afável e tranqüila, ou pressurosa e sobressaltada, com o afago nas mãos, a doçura na boca, a meiguice no semblante, o pensamento na fonte, límpida, ou carregada, e lhe saímos do contato, ora seguros e robustecidos, ora transidos de cuidado e pesadume, ora cheios de novas inspirações, e cismando, para a vida, novos rumos? Quantas outras, não somos nós os que vamos chamar esses leais companheiros de além-mundo, e com eles renovar a prática interrompida, ou instar com eles por um alvitre, em vão buscado, urna palavra, um movimento do rosto, um gesto, urna réstia de luz, um traço do que por lá se sabe, e aqui se ignora?

Se não há, pois, abismo entre duas épocas, nem mesmo a voragem final desta à outra vida, que não transponha a mútua atração de duas almas, não pode haver, na mesquinha superfície do globo terrestre, espaços, que não vença, com os instantâneos de presteza das vibrações luminosas, esse fluido incomparável, por onde se realiza, na esfera das comunicações morais, a maravilha da fotografia à distância no mundo positivo da indústria moderna.

Tampouco medeia do Rio a São Paulo! Por que não conseguiremos enxergar de um a outro cabo, em linha tão curta? Tentemos. Vejamos. Estendamos as mãos, entre os dois pontos que a limitam. Deste àquele já se estabeleceu a corrente. Rápida, como o pensamento, corre a emanação magnética desta extremidade à oposta. Já num aperto se confundiram as mãos, que se procuravam. Já, num amplexo de todos, nos abraçamos uns aos outros. Em São Paulo estamos. Conversemos, amigos, de presença a presença.

Entrelaçando a colação do vosso grau com a comemoração jubilar da minha, e dando-me a honra de vos ser eu paraninfo, urdis, desta maneira, no ingresso à carreira que adotastes, um como vínculo sagrado entre a vossa existência intelectual, que se enceta, e a do vosso padrinho em letras, que se acerca do seu termo. Do ocaso de uma surde o arrebol da outra.

Mercê, porém, de circunstâncias inopinadas, com o encerro do meu meio século de trabalho na jurisprudência se ajusta o remate dos meus cinqüenta anos de serviços à nação. Já o jurista começava a olhar com os primeiros toques de saudade para o instrumento, que, há dez lustros, lhe vibra entre os dedos, lidando pelo direito, quando a consciência lhe mandou que despisse as modestas armas da sua luta, provadamente inútil, pela grandeza da pátria e suas liberdades, no parlamento.

Essa remoção da metade total de um século de vida laboriosa para o desentulho do tempo não podia consumar sem abalo sensível numa existência repentinamente decepada. Mas a comoção foi salutar; porque o espírito encontrou logo seu equilíbrio na convicção de que, afinal, me chegava eu a conhecer a mim mesmo, reconhecendo a escassez de minhas reservas de energia, para acomodar o ambiente da época às minhas idéias de reconciliação da política nacional com o regimen republicano.

Era presunção, era temeridade, era inconsciência insistir na insana pretensão da minha fraqueza. Só um predestinado poderia arrostar empresa tamanha. Desde 1892 me empenhava eu em lutar com esses mares e ventos. Não os venci. Venceram-me eles a mim. Era natural. Deus nos dá sempre mais do que merecemos. Já me não era pouco a graça (pela qual erguia as mãos ao céu) de abrir os olhos à realidade evidente da minha impotência, e poder recolher as velas, navegante desenganado, antes que o naufrágio me arrancasse das mãos a bandeira sagrada.

Tenho o consolo de haver dado a meu país tudo o que me estava ao alcance: a desambição, a pureza, a sinceridade, os excessos de atividade incansável, com que, desde os bancos acadêmicos, o servi, e o tenho servido até hoje.

Por isso me sal da longa odisséia sem créditos de Ulisses. Mas, se o não soube imitar nas artes medrançosas de político fértil em meios e manhas, em compensação tudo envidei por inculcar ao povo os costumes da liberdade e à república as leis do bom governo, que prosperam os Estados, moralizam as sociedades, e honram as nações.

Preguei, demonstrei, honrei a verdade eleitoral, a verdade constitucional, a verdade republicana. Pobres clientes estas, entre nós, sem armas, nem oiro, nem consideração, mal achavam, em uma nacionalidade esmorecida e indiferente, nos títulos rotos do seu direito, com que habilitar o mísero advogado a sustentar-lhes com alma, com dignidade, com sobrançaria, as desprezadas reivindicações. As três verdades não podiam alcançar melhor sentença no tribunal da corrupção política do que o Deus vivo no de Pilatos.

Quem por uma causa destas combateu, abraçado com ela, em vinte e dito anos da sua Via Dolorosa, não se pode ter habituado a maldizer, senão a perdoar, nem a descrer, senão a esperar. Descrer da cegueira humana, sim; mas da Providência, fatal nas suas soluções, bem que (ao parecer) tarda nos seus passos, isso nunca.

Assim que a bênção do paraninfo não traz fel. Não lhe encontrareis no fundo nem rancor, nem azedume, nem despeito. Os maus só lhe inspiram tristeza e piedade. Só o mal é o que o inflama em ódio. Porque o ódio ao mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino. Vede Jesus despejando os vendilhões do tempo, ou Jesus provando a esponja amarga no Gólgota. Não são o mesmo Cristo, esse ensangüentado Jesus do Calvário e aqueloutro, o Jesus iroso, o Jesus armado, o Jesus do látego inexorável? Não serão um só Jesus, o que morre pelos bons, e o que açoita os maus?

O padre Manuel Bernardes pregava, numa das suas Silvas:

"Bem pode haver ira, sem haver pecado:

Irascimini, et nolite peccare. E às vezes poderá haver pecado, se não houver ira: porquanto a paciência, e silêncio, fomenta a negligência dos maus, e tenta a perseverança dos bons. Qui cum causa non irascitur, peccat (diz um padre) patientia enim irrationabilis vitia seminat, negligentiam nutrit, et non solum malos, sed etiam bonos invitat ad malum. Nem o irar-se nestes termos é contra a mansidão: porque esta virtude compreende dous atos: um é reprimir a ira, quando é desordenada: outro excitá-la, quando convém. A ira se compara ao cão, que ao ladrão ladra, ao senhor festeja, ao hóspede nem festeja, nem ladra: e sempre faz o seu ofício. E assim quem se agasta nas ocasiões, e contra as pessoas, que convém agastar-se, bem pode, com tudo isso, ser verdadeiramente manso. Qui igitur (disse o Filósofo) ad quae oportet, et quibus oportet, irascitur, laudatur, esse que is mansuetus potest".

Nem toda ira, pois, é maldade; porque a ira, se, as mais das vezes, rebenta agressiva e daninha, muitas outras, oportuna e necessária, constitui o específico da cura. Ora deriva da tentação infernal, ora de inspiração religiosa. Comumente se acende em sentimentos desumanos e paixões cruéis; mas não raro flameja do amor santo e da verdadeira caridade. Quando um braveja contra o bem, que não entende, ou que o contraria, é ódio iroso, ou ira odienta. Quando verbera o escândalo, a brutalidade, ou o orgulho, não é agrestia rude, mas exaltação virtuosa; não é soberba, que explode, mas indignação que ilumina; não é raiva desaçaimada, mas correção fraterna. Então, não somente não peca o que se irar, mas pecará, não se irando. Cólera será; mas cólera da mansuetude, cólera da justiça, cólera que reflete a de Deus, face também celeste do amor, da misericórdia e da santidade.

Dela esfuzilam centelhas, em que se abrasa, por vezes, o apóstolo, o sacerdote, o pai, o amigo, o orador, o magistrado. Essas faúlhas da substância divina atravessam o púlpito, a cátedra, a tribuna, o rosto, a imprensa, quando se debatem, ante o país, ou o mundo, as grandes causas humanas, as grandes causas nacionais, as grandes causas populares, as grandes causas sociais, as grandes causas da consciência religiosa. Então a palavra se eletriza, brame, lampeja, atroa, fulmina. Descargas sobre descargas rasgam o ar, incendeiam o horizonte, cruzam em raios o espaço. É a hora das responsabilidades, a hora da conta e do castigo, a hora das apóstrofes, imprecações e anátemas, quando a voz do homem reboa como o canhão, a arena dos combates da eloqüência estremece como campo de batalha, e as siderações da verdade, que estala sobre as cabeças dos culpados, revolvem o chão, coberto de vítimas e destroços incruentos, com abalos de terremoto. Ei-la aí a cólera santa! Eis a ira divina!

Quem, senão ela, há de expulsar do templo o renegado, o blasfemo, o profanador, o simoníaco? quem, senão ela, exterminar da ciência o apedeuta, o plagiário, o charlatão? quem, senão ela, banir da sociedade o imoral, o corruptor, o libertino? quem, senão ela, varrer dos serviços do Estado o prevaricador, o concussionário e o ladrão público? quem, senão ela, precipitar do governo o negocismo, a prostituição política, ou a tirania? quem, senão ela, arrancar a defesa da pátria à cobardia, à inconfidência ou à traição? quem, senão ela, ela a cólera do celeste inimigo dos vendilhões e dos hipócritas? a cólera do Verbo da verdade, negado pelo poder da mentira? a cólera da santidade suprema, justiçada pela mais sacrílega das opressões?

Todos os que nos dessedentamos nessa fonte, os que nos saciamos desse pão, os que adoramos esse ideal, nela vamos buscar a chama incorruptível. É dela que, ao espetáculo ímpio do mal tripudiante sobre os reveses do bem, rebenta em labaredas a indignação, golfa a cólera em borbotões das fráguas da consciência, e a palavra saí, rechinando, esbraseando, chispando como o metal candente dos seios da fornalha.

Esse metal nobre, porém, na incandescência da sua ebulição, não deixa escória. Pode crestar os lábios, que atravessa. Poderá inflamar por momentos o irritado coração, de onde jorra. Mas não o degenera, não o macula, não o resseca, não o caleja, não o endurece; e, no fundo, são da urna onde tumultuavam essas procelas e donde borbotam essas erupções, não assenta um rancor, uma inimizade, uma vingança. As reações da luta cessam, e fica, de envolta com o aborrecimento ao mal, o relevamento dos males padecidos.

Nest'alma, tantas vezes ferida e traspassada tantas vezes, nem de agressões, nem de infamações, nem de preterições, nem de' ingratidões, nem de perseguições, nem de traições, nem de expatriações perdura o menor rasto, a menor idéia de revindita. Deus me é testemunha de que tudo tenho perdoado. E, quando lhe digo, na oração dominical: "Perdoai-nos, Senhor, as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores", julgo não lhe estar mentindo; e a consciência me atesta que, até onde alcance a imperfeição humana, tenho conseguido, e consigo todos os dias, obedecer ao sublime mandamento. Assim me perdoem, também, os a quem tenho agravado, os com quem houver sido injusto, violento, intolerante, maligno, ou descaridoso.

Estou-vos abrindo o livro da minha vida. Se me não quiserdes aceitar como expressão fiel da realidade esta versão rigorosa de uma das suas páginas, com que mais me consolo, recebei-a, ao menos, como ato de fé, ou como conselho de pai a filhos, quando não como o testamento de uma carreira, que poderá ter discrepado, muitas vezes, do bem, mas sempre o evangelizou com entusiasmo, o procurou com fervor, e o adorou com sinceridade.

Desde que o tempo começou, lento lento, a me decantar o espírito do sedimento das paixões, com que o verdor dos anos e o amargor das lutas o enturbavam, entrando eu a considerar com filosofia nas leis da natureza humana, fui sentindo quanto esta necessita da contradição, como a lima dos sofrimentos a melhora, a que ponto o acerbo das provações a expurga, a tempera, a nobilita, a regenera. Então vim a perceber vivamente que imensa dívida cada criatura da nossa espécie deve aos seus inimigos e desfortunas. Por mais desagrestes que sejam os contratempos da sorte e as maldades dos homens, raro nos causam mal tamanho, que nos não façam ainda maior bem. Ai de nós, se esta purificação gradual, que nos deparam as vicissitudes cruéis da existência, não encontrasse a colaboração providencial da fortuna adversa e dos nossos desafetos. Ninguém mete em conta o serviço contínuo, de que lhes está em obrigação.

Diríeis, até que, mandando-nos amar aos nossos inimigos, em boa parte nos quis o divino legislador entremostrar o muito, de que eles nos são credores. A caridade com os que nos malquerem, e os que nos malfazem, não é, em bem larga escala, senão pago dos benefícios, que, mal a seu grado, mas muito deveras, eles nos granjeiam.

Destarte, não equivocaremos a aparência com a realidade, se, nos dissabores que malquerentes e malfazentes nos propinam, discernirmos a quota de lucro, com que eles, não levando em tal o sentido, quase sempre nos favorecem. Quanto é pela minha parte, o melhor do que sou, bem assim o melhor do que me acontece, freqüentemente acaba o tempo convencendo-me de que não me vem das doçuras da fortuna propícia, ou da verdadeira amizade, senão sim que o devo, principalmente, às maquinações dos malévolos e às contradições da sorte madrasta. Que seria, hoje, de mim, se o veto dos meus adversários, sistemático e pertinaz, me não houvesse poupado aos tremendos riscos dessas alturas, "alturas de Satanás", como as de que fala o Apocalipse, em que tantos se têm perdido, mas a que tantas vezes me tem tentado exalçar o voto dos meus amigos? Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.

Não poucas vezes, pois, razão é lastimar o zelo dos amigos, e agradecer a malevolência dos opositores. Estes nos salvam, quando aqueles nos extraviam. De sorte que, no perdoar aos inimigos, muita vez não vai semente caridade cristã, senão também justiça ordinária e reconhecimento humano. E, ainda quando, aos olhos de mundo, como aos do nosso juízo descaminhado, tenham logrado a nossa desgraça, bem pode ser que, aos olhos da filosofia, aos da crença e aos da verdade suprema, não nos hajam contribuído senão para a felicidade.

Estes, senhores, será um saber vulgar, um saber rasteiro, "um saber só de experiência feito".

Não é o saber da ciência, que se libra acima das nuvens, e alteia o vôo soberbo, além das regiões siderais, até aos páramos indevassáveis do infinito. Mas, ainda assim, este saber fácil mereceu a Camões o ter a sua legenda insculpida em versos imortais; quanto mais a nós outros, bichos da terra tão pequenos, a ninharia de ocupar divagações, como estas, de um dia, folhas de árvore morta, que, talvez, não vinguem ao de amanhã.

Da ciência estamos aqui numa catedral. Não cabia em um velho catecúmeno vir ensinar a religião aos seus bispos e pontífices, nem aos que agora nela recebem as ordens do seu sacerdócio. E hoje é féria, ensejo para tréguas ao trabalho ordinário, quase dia santo. Labutastes a semana toda, o vosso curso de cinco anos, com teorias, hipóteses e sistemas, com princípios, teses e demonstrações, com leis, códigos e jurisprudências, com expositores, intérpretes e escolas. Chegou o momento de voe assentardes, mão por mão, com os vossos sentimentos, de vos pordes à fala com a vossa consciência, de praticardes familiarmente com os vossos afetos, esperanças e propósitos.

Eis ao que vem o padrinho, o velho, o abendiçoador, carregado de anos e tradições, versado nas longas lições do tempo, mestre de humildade, arrependimento e desconfiança, nulo entre os grandes da inteligência, grande entre os experimentados na fraqueza humana. Que se feche, pois, alguns momentos, o livro da ciência; e folheemos juntos o da experiência. Desaliviemo-nos do saber humano, carga formidável, e voltemo-nos uma hora para este outro, leve, comezinho, desalinhado, conversável, seguro, sem altitudes, nem despenhadeiros.

Ninguém, senhores meus, que empreenda uma jornada extraordinária, primeiro que meta o pé na estrada, se esquecerá de entrar em conta com as suas forças, por saber se a levarão ao cabo. Mas, na grande viagem, na viagem de trânsito deste a outro mundo, não há possa, ou não possa, não há querer, ou não querer. A vida não tem mais que duas portas: uma de entrar, pelo nascimento; outra de sair, pela morte. Ninguém, cabendo-lhe a vez, se poderá furtar à entrada. Ninguém, desde que entrou, em lhe chegando o turno, se conseguirá evadir à saída. E, de um ao outro extremo, vai o caminho, longo, ou breve, ninguém o sabe, entre cujos termos fatais se debate o homem, pesaroso de que entrasse, receoso da hora em que saia, cativo de um e outro mistério, que lhe confinam a passagem terrestre.

Não há nada mais trágico do que a fatalidade inexorável deste destino, cuja rapidez ainda lhe agrava a severidade.

Em tão breve trajeto cada um há de acabar a sua tarefa. Com que elementos? Com os que herdou, e os que cria. Aqueles são a parte da natureza. Estes, a do trabalho.

A parte da natureza varia ao infinito. Não há, no universo, duas coisas iguais. Muitas se parecem umas às outras. Mas todas entre si diversificam. Os ramos de uma só árvore, as folhas da mesma planta, os traços da polpa de um dedo humano, as gotas do mesmo fluido, os argueiros do mesmo pó, as raias do espectro de um só raio solar ou estelar. Tudo assim, desde os astros, no céu, até os micróbios no sangue, desde as nebulosas no espaço, até aos aljôfares do rocio na relva dos prados.

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade. O mais são desvarios da inveja, do orgulho, ou da loucura. Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real. Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo, não dar a cada um, na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos, como se todos se eqüivalessem.

Esta blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civilização e a humanidade, é a filosofia da miséria, proclamada em nome dos direitos do trabalho; e, executada, não faria senão inaugurar, em vez da supremacia do trabalho, a organização da miséria.

Mas, se a sociedade não pode igualar os que a natureza criou desiguais, cada um, nos limites da sua energia moral, pode reagir sobre as desigualdades nativas, pela educação, atividade e perseverança. Tal a missão do trabalho.

Os portentos de que esta força é capaz, ninguém os calcula. Suas vitórias na reconstituição da criatura mal dotada só se comparam às da oração.

Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo sublimar-se d'alma pelo contato com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a ação contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos.

O indivíduo que trabalha acerca-se continuamente do autor de todas as coisas, tomando na sua obra uma parte, de que depende também a dele. O Criador começa, e a criatura acaba a criação de si própria.

Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor. Oração pelos atos, ela emparelha com a oração pelo culto. Nem pode ser que uma ande verdadeiramente sem a outra. Não é trabalho digno de tal nome o do mau; porque a malícia do trabalhador o contamina. Não é oração aceitável a do ocioso; porque a ociosidade a dessagra. Mas, quando o trabalho se junta à oração, e a oração com o trabalho, a segunda criação do homem, a criação do homem pelo homem, semelha às vezes, em maravilhas, à criação do homem pelo divino Criador.

Ninguém desanime, pois, de que o berço lhe não fosse generoso, ninguém se creia malfadado, por lhe minguarem de nascença haveres e qualidades. Em tudo isso não há surpresas, que se não possam esperar da tenacidade e santidade no trabalho. Quem não conhece a história do padre Suárez, o autor do tratado "Das Leis e de Deus Legislador" (De Legibus ac Deo Legislatore), monumento jurídico, a que os trezentos anos de sua idade ainda não gastaram o conceito de honra das letras castelhanas? De cinqüenta aspirantes, que, em 1564, solicitavam, em Salamanca, ingresso à Companhia de Jesus, esse foi o único rejeitado, por curto de entendimento e revesso ao ensino. Admitido, todavia, a insistências suas, com a nota de indiferente, embora primasse entre os mais aplicados, tudo lhe eram, no estudo, espessas trevas. Não avançava um passo, Afinal, por consenso de todos, passava por invencível a sua incapacidade. Confessou-a, por fim, êle mesmo, requerendo ao reitor, o célebre padre Martin Gutierrez, que o escusasse da vida escolar, e o entregasse aos misteres corporais de irmão coadjutor. Gutierrez animou-o a orar, persistir, e esperar. De repente se lhe alagou de claridade a inteligência. Mergulhou-se, então, cada vez mais no estudo; e daí, com estupenda mudança, começa a deixar ver o a que era destinada aquela extraordinária cabeça, até esse tempo submersa em densa escuridade.

Já é mestre insigne, já encarna todo o saber da renascença teológica, em que brilham as letras de Espanha. Sucessivamente ilustra as cadeiras de filosofia, teologia e cânones nas mais famosas universidades européias: em Segóvia, em Valhadolid, em Roma, em Alcalã, em Salamanca, em Ávila, em Coimbra. Nos seus setenta anos de vida, professa as ciências teológicas durante quarenta e sete, escreve cerca de duzentos volumes, e morre comparado com Santo Agostinho e S.. Tomás, abaixo de quem houve quem o considerasse "o maior engenho, que tem tido a igreja" ; sendo tal a sua nomeada, ainda entre os protestantes, que deste jesuíta, como teólogo e filósofo, chegou a dizer Grocio que "apenas havia quem o igualasse".

Já vedes que ao trabalho nada é impossível. Dele não há extremos, que não sejam de esperar. Com ele nada pode haver, de que desesperar.

Mas, do século XVI ao século XX, o que as ciências cresceram, é incomensurável. Entre o currículo da teologia e filosofia no primeiro, e o programa de um curso jurídico, no segundo, a distância é infinita. Sobre os mestres, os sábios e os estudantes de agora pesam montanhas e montanhas mais de questões, problemas e estudos que quantos, há três ou quatro séculos, se abrangiam no saber humano.

O trabalho, pois, vos há de bater à porta dia e noite; e nunca vos negueis às suas visitas, se quereis honrar vossa vocação, e estais dispostos a cavar nos veios de vossa natureza, até dardes com os tesouros, que aí vos haja reservado, com ânimo benigno, a dadivosa Providência. Ouvistes o aldrabar da mão oculta, que vos chama ao estudo? Abri, abri, sem detença. Nem por vir muito cedo, lho leveis a mal, lho tenhais à conta de importuna. Quanto mais matutinas essas interrupções do vosso dormir, mais lhas deveis agradecer.

O amanhecer do trabalho há de antecipar-se ao amanhecer do dias Não vos fieis muito de quem esperta já sol nascente, ou sol nado. Curtos se fizeram os dias, para que nós os dobrássemos, madrugando. Experimentai, e vereis quanto vai do deitar tarde ao acordar cedo. Sobre a noite o cérebro pende ao sono. Antemanhã, tende a despertar.

Não invertais a economia do nosso organismo: não troqueis a noite pelo dia, dedicando este à cama, e aquela às distrações. O que se esperdiça para o trabalho com as noitadas inúteis, não se lhe recobra com as manhãs de extemporâneo dormir, ou as tardes de cansado labutar. A ciência, zelosa do escasso tempo que nos deixa a vida, não dá lugar aos tresnoites libertinos. Nem a cabeça já exausta, ou estafada nos prazeres, tem onde caiba o inquirir, o revolver, o meditar do estudo.

Os próprios estudiosos desacertam, quando, iludidos por um hábito de inversão, antepõem o trabalho, que entra pela noite, ao que precede o dia. A natureza nos está mostrando com exemplos a verdade. Toda ela, nos viventes, ao anoitecer, inclina para o sono. A esta lição geral só abrem triste exceção os animais sinistros e os carniceiros. Mas, quando se avizinha o volver da luz, muito antes que ela arraie a natureza, e ainda primeiro que alvoreça no firmamento, já rompeu na terra em cânticos a alvorada, já se orquestram de harmonias e melodias campos e selvas, já o galo, não o galo triste do luar dos sertões do nosso Catulo, mas o galo festivo das madrugadas, retine ao longe a estridência dos seus clarins, vibrantes de jubilosa alegria.

Ouvi, no poema de Jó, a voz do Senhor, perguntando a seu servo, onde estava, quando o louvavam as estrelas da manhã: "Ubi eras cum me laudarent simul astra matutina"? E que têm mais as estrelas da manhã, dizia um grande escritor nosso, "que têm mais as estrelas da manhã que as da tarde, ou as da noite, para fazer Deus mais caso do louvor de umas que das outras? Não é ele o Senhor do tempo, que deve ser louvado a todo o tempo, não só da luz, senão também das trevas? Assim é: porém as estrelas da manhã têm esta vantagem que madrugam, antecipam-se, e despertam aos outros, que se levantem a servir a Deus. Pois disto é que Deus se honra, e agrada em presença de Jó".

Tomai exemplo, estudantes e doutores, tomai exemplo das estrelas da manhã, o gozareis das mesmas vantagens: não só a de levantardes mais cedo a Deus a oração do trabalho, mas a de antecederdes aos demais, logrando mais para vós mesmos, e estimulando os outros a que vos rivalizem no ganho bendito.

Há estudar, e estudar. Há trabalhar, e trabalhar. Desde que o mundo é mundo, se vem dizendo que o homem nasce para o trabalho: "Homo nascitur ad laborem". Mas o trabalhar é como o semear, onde tudo vai muito das sazões, dos dias e das horas. O cérebro, cansado e seco do laborar diurno, não acolhe bem a semente: não a recebe fresco e de bom grado, como a terra orvalhada. Nem a colheita acode tão suave às mãos do lavrador, quando o torrão já lhe não está sorrindo entre o sereno da noite e os alvores do dia.

Assim, todos sabem que para trabalhar nascemos. Mas muitos somos os que ignoramos certas condições, talvez as mais elementares, do trabalho, ou, pelo menos, mui poucos os que as praticamos. Quantos serão os que acreditem que os melhores trabalhadores sejam os melhores madrugadores? que os mais estudiosos não sejam os que oferecem ao estudo os sobejos do dia, mas os que o honram com as primícias da manhã?

Dirão que tais trivialidades, cediças e corriqueiras, não são para contempladas num discurso acadêmico, nem para escutadas entre doutores, lentes e sábios. Cada um se avém como entende, e faz o que pode. Mas eu, nisto aqui, faço ainda o que devo. Porque, vindo pregar-vos experiência, cumpria que relevasse mais a que mais sobressai na minha estirada carreira de estudante.

Estudante sou. Nada mais. Mau sabedor, fraco jurista, mesquinho advogado, pouco mais sei do que saber estudar, saber como se estuda, e saber que tenho estudado. Nem isso mesmo sei se saberei bem. Mas, do que tenho logrado saber, o melhor devo às manhãs e madrugadas. Muitas lendas se têm inventado, por aí, sobre excessos da minha vida laboriosa. Deram, nos meus progressos intelectuais, larga parte ao uso em abuso do café e ao estímulo habitual dos pés mergulhados n'água fria. Contos de imaginadores. Refratário sou ao café. Nunca recorri a ele como a estimulante cerebral. Nem uma só vez na minha vida busquei num pedilúvio o espantalho do sono.

Ao que devo, sim, o mais dos frutos do meu trabalho, a relativa exabundância de sua fertilidade, a parte produtiva e durável da sua safra, é às minhas madrugadas. Menino ainda, assim que entrei ao colégio, alvidrei eu mesmo a conveniência desse costume, e daí avante o observei, sem cessar, toda a vida. Eduquei nele o meu cérebro, a ponto de espertar exatamente à hora, que comigo mesmo assentava, ao dormir. Sucedia, muito amiúde, encetar eu a minha solitária banca de estudo à uma ou às duas da antemanhã. Muitas vezes me mandava meu pai volver ao leito; e eu fazia apenas que lhe obedecia, tornando, logo após, àquelas amadas lucubrações, as de que me lembro com saudade mais deleitosa e entranhável.

Tenho, ainda hoje, convicção de que nessa observância persistente está o segredo feliz, não só das minhas primeiras vitórias no trabalho, mas de quantas vantagens alcancei jamais levar aos meus concorrentes, em todo o andar dos anos, até à velhice. Muito há que já não subtraio tanto às horas da cama, para acrescentar às do estudo. Mas o sistema ainda perdura, bem que largamente cerceado nas antigas imoderações. Até agora, nunca o sol deu comigo deitado, e, ainda hoje, um dos meus raros e modestos desvanecimentos é o de ser grande madrugador, madrugador impenitente.

Mas, senhores, os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas idéias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas.

Já se vê quanto vai do saber aparente ao saber real. O saber de aparência crê e ostenta saber tudo. O saber de realidade, quanto mais real, mais desconfia, assim do que vai apreendendo como do que elabora.

Haveis de conhecer, como eu conheço, países, onde quanto menos ciência se apurar, mais sábios florescem. Há, sim, dessas regiões, por este mundo além. Um homem (nessas terras de promissão) que nunca se mostrou lido ou sabido em coisa nenhuma, tido e havido é por corrente e moente no que quer que seja; porque assim o aclamam as trombetas da política, do elogio mútuo, ou dos corrilhos pessoais, e o povo subscreve a néscia atoarda. Financeiro, administrador, estadista, chefe de Estado, ou qualquer outro lugar de ingente situação e assustadoras responsabilidades, é, a pedir de boca, o que se diz mão de pronto desempenho, fórmula viva a quaisquer dificuldades, chave de todos os enigmas.

Tenham por averiguado que, onde quer que o colocarem, dará conta o sujeito das mais árduas empresas e solução aos mais emaranhados problemas. Se em nada se aparelhou, está em tudo e para tudo aparelhado. Ninguém vos saberá informar por quê. Mas todo o mundo vo-lo dará por líquido e certo. Não aprendeu nada, e sabe tudo. Ler, não leu. Escrever, não escreveu. Ruminar, não ruminou. Produzir, não produziu. E um improviso onisciente, o fenômeno de que poetava Dante: "In picciol tempo gran dottor si feo".

A esses homens-panacéias, a esses empreiteiros de todas as empreitadas, a esses aviadores de todas a encomenda, se escancelam os portões da fama, do poderio, da grandeza, e, não contentes de lhes aplaudir entre os da terra a nulidade, ainda, quando Deus quer, a mandam expor à admiração do estrangeiro.

Pelo contrário, os que se tem por notório e incontestável excederem o nível da instrução ordinária, esses para nada servem. Por quê? Porque "sabem demais". Sustenta-se aí que a competência reside, justamente, na incompetência. Vai-se, até, ao incrível de se inculcar "medo aos preparados", de havê-los como cidadãos perigosos, e ter-se por dogma que um homem, cujos estudos passarem da craveira vulgar, não poderia ocupar qualquer posto mais grado no governo, em país de analfabetos. Se o povo é analfabeto, só ignorantes estarão em termos de o governar. Nação de analfabetos, governo de analfabetos. E o que eles, muita vez às escâncaras, e em letra redonda, por aí dizem.

Sócrates, certo dia, numa das suas conversações, que O Primeiro Alcibíades nos deixa escutar ainda hoje, dava grande lição de modéstia ao interlocutor, dizendo-lhe, com a costumada lhaneza: "A pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber o que não sabe... Tal, meu caro Alcibíades, o teu caso. Entraste pela política, antes de a teres estudado. E não és tu só o que te vejas nessa condição: é esta mesma a da mor parte dos que se metem nos negócios da república. Apenas excetuo exíguo número, e pode ser que, unicamente, a Péricles, teu tutor; porque tem cursado os filósofos".

Vede agora os que intentais exercitar-vos na ciência das leis, e vir a ser seus intérpretes, se de tal jeito é que conceberíeis sabê-las, e executá-las. Desse jeito; isto é: como as entendiam os políticos da Grécia, pintada pelo mestre de Platão.

Uma vez, que Alcibíades discutia com Péricles, em palestra registrada por Xenofonte, acertou de se debater o que seja lei, e quando exista, ou não exista.

"- Que vem a ser lei?" indaga Alcibiades.

"- A expressão da vontade do povo", responde Péricles.

"- Mas que é o que determina esse povo? O bem, ou o mal?" replica-lhe o sobrinho.

"- Certo que o bem, mancebo.

"- Mas, sendo uma oligarquia quem mande, isto é, um diminuto número de homens, serão, ainda assim, respeitáveis as leis?

"- Sem dúvida.

"- Mas, se a disposição vier de um tirano? Se ocorrer violência, ou ilegalidade? Se o poderoso coagir o fraco? Cumprirá, todavia, obedecer"?

Péricles hesita; mas acaba admitindo:

"- Creio que sim.

"- Mas então", insiste Alcibíades, "o tirano, que constrange os cidadãos a lhe acatarem os caprichos, não será, esse sim, o inimigo das leis?

"- Sim; vejo agora que errei em chamar leis às ordens de um tirano, costumado a mandar, sem persuadir.

"- Mas, quando um diminuto número de cidadãos impõe seus arbítrios à multidão, daremos, ou não, a isso o nome de violência?

Parece-me a mim", concede Péricles, cada vez mais vacilante, "que, em caso tal, é de violência que se trata, não de lei".

Admitido isso, já Alcibíades triunfa:

"- Logo, quando a multidão, governando, obrigar os ricos, sem consenso destes, não será, também, violência, e não lei?"

Péricles não acha que responder; e a própria razão não o acharia. Não é lei a lei, senão quando assenta no consentimento da maioria, já que, exigido o de todos, desiderandum irrealizável, não haveria meio jamais de se chegar a uma lei.

Ora, senhores bacharelandos, pesai bem que vos ides consagrar à lei, num país onde a lei absolutamente não exprime o consentimento da maioria, onde são as minorias, as oligarquias mais acanhadas, mais impopulares e menos respeitáveis, as que põem, e dispõem, as que mandam, e desmandam em tudo; a saber: num país, onde, verdadeiramente, não há lei, não há moral, política ou juridicamente falando.

Considerai, pois, nas dificuldades, em que se vão enlear os que professam a missão de sustentáculos e auxiliares da lei, seus mestres e executores.

É verdade que a execução corrige, ou atenua, muitas vezes, a legislação de má nota. Mas, no Brasil, a lei se deslegítima, anula e torna inexistente, não só pela bastardia da origem, senão ainda pelos horrores da aplicação.

Ora, dizia S. Paulo que boa é a lei, onde se executa legitimamente. Bona est lex, si quis ea legitime utatur. Quereria dizer: Boa é a lei quando executada com retidão. Isto é: boa será, em havendo no executor a virtude, que no legislador não havia. Porque só a moderação, a inteireza e a eqüidade, no aplicar das más leis, as poderiam, em certa medida, escoimar da impureza, dureza e maldade, que encerrarem. Ou, mais lisa e claramente, se bem o entendo, pretenderia significar o apóstolo das gentes que mais vale a lei má, quando inexecutada, ou mal executada (para o bem), que a boa lei sofismada e não observada (contra ele).

Que extraordinário, que imensurável, que, por assim dizer, estupendo e sobre-humano, logo, não será, em tais condições, o papel da justiça! Maior que o da própria legislação. Porque, se dignos são os juizes, como parte suprema, que constituem, no executar das leis, em sendo justas, lhes manterão eles a sua justiça, e, injustas, lhes poderão moderar, se não, até, no seu tanto, corrigir a injustiça.

De nada aproveitam leis, bem se sabe, não existindo quem as ampare contra os abusos; e o amparo sobre todos essencial é o de uma justiça tão alta no seu poder, quanto na sua missão. "Aí temos as leis", dizia o Florentino. "Mas quem lhes há de ter mão? Ninguém".

"Le leggi son, ma chi pon mano ad esse? Nullo".

Entre nós não seria lícito responder assim tão em absoluto à interrogação do poeta. Na constituição brasileira, a mão que ele não via na sua república e em sua época, a mão sustentadora das leis, aí a temos, hoje, criada, e tão grande, que nada lhe iguala a majestade, nada lhe rivaliza o poder. Entre as leis, é a justiça quem decide, fulminando aquelas, quando com esta colidirem.

Soberania tamanha só nas federações de molde norte-americano cabe ao poder judiciário, subordinado aos outros poderes nas demais formas de governo, mas, nesta, superior a todos.

Dessas democracias, pois, o eixo é a justiça, eixo não abstrato, não supositício, não meramente moral, mas de uma realidade profunda, e tão seriamente implantado no mecanismo do regímen, tão praticamente embebido através de todas as suas peças, que, falseando ele ao seu mister, todo o sistema cairá em paralisia, desordem e subversão. Os poderes constitucionais entrarão em conflitos insolúveis, as franquias constitucionais ruirão por terra, e da organização constitucional, do seu caráter, das suas funções, de suas garantias apenas restarão destroços.

Eis o de que nos há de preservar a justiça brasileira, se a deixarem sobreviver, ainda que agredida, oscilante e mal segura, aos outros elementos constitutivos da república, no meio das ruínas, em que mal se conservam ligeiros traços da sua verdade.

Ora, senhores, esse poder eminencialmente necessário, vital e salvador, tem os dois braços, nos quais agüenta a lei, em duas instituições: a magistratura e a advocacia, tão velhas como a sociedade humana, mas elevadas ao cem-dobro, na vida constitucional do Brasil, pela estupenda importância, que o novo regímen veio dar à justiça.

Meus amigos, é para colaborardes em dar existência a essas duas instituições que hoje saís daqui habilitados. Magistrados ou advogados sereis. São duas carreiras quase sagradas, inseparáveis uma da outra, e, tanto uma como a outra, imensas nas dificuldades, responsabilidades e utilidades.

Se cada um de vós meter bem a mão na consciência, certo que tremerá da perspectiva. O tremer próprio é dos que se defrontam com as grandes vocações, e são talhados para as desempenhar. O tremer, mas não o descorçoar. O tremer, mas não o renunciar. O tremer, com o ousar. O tremer, com o empreender. O tremer, com o confiar. Confiai, senhores. Ousai. Reagi. E haveis de ser bem sucedidos. Deus, pátria, e trabalho. Metei no regaço essas três fés, esses três amores, esses três signos santos. E segui, com o coração puro. Não hajais medo a que a sorte vos ludibrie. Mais pode que os seus azares a constância, a coragem e a virtude.

Idealismo? Não: experiência da vida. Não há forças, que mais a senhoreiem, do que essas. Experimentai-o, como eu o tenho experimentado. Poderá ser que resigneis certas situações, como eu as tenho resignado. Mas meramente para variar de posto, e, em vos sentindo incapazes de uns, buscar outros, onde vos venha ao encontro o dever, que a Providência vos havia reservado.

Encarai, jovens colegas meus, nessas duas estradas, que se vos patenteiam. Tomai a que vos indicarem vossos pressentimentos, gostos e explorações, no campo dessas nobres disciplinas, com que lida a ciência das leis e a distribuição da justiça. Abraçai a que vos sentirdes indicada pelo conhecimento de vós mesmos. Mas não primeiro que hajais buscado na experiência de outrem um pouco da que vos é mister, e que ainda não tendes, para eleger a melhor derrota, entre as duas que se oferecem à carta de idoneidade, hoje obtida.

Pelo que me toca, escassamente avalio até onde, nisso, vos poderia eu ser útil. Muito vi em cinqüenta anos. Mas o que constitui a experiência, consiste menos no ver, que no saber observar. Observar com clareza, com desinteresse, com seleção. Observar, deduzindo, induzindo, e generalizando, com pausa, com critério com desconfiança. Observar, apurando, contrasteando, e guardando.

Que espécie de observador seja eu, não vo-lo poderia dizer. Mas, seguro, ou não, no averiguar e discernir, - de uma qualidade, ao menos, me posso abonar a mim mesmo: a de exato e consciencioso no expender e narrar.

Como me dilataria, porém, numa ou noutra coisa, quando tão longamente, aqui, já me tenho excedido em abusar de vós e de mim mesmo?

Não recontarei, pois, senhores, a minha experiência, e muito menos tentarei explaná-la. Cingir-me-ei, estritamente, a falar-vos como falaria e mim próprio, se vós estivésseis em mim, sabendo o que tenho experimentado, e eu me achasse em vós, tendo que resolver essa escolha.

Todo pai é conselheiro natural. Todos os pais aconselham, se bem que nem todos possam jurar pelo valor dos seus conselhos. Os meus serão os a que me julgo obrigado, na situação em que momentaneamente estou, pelo vosso arbítrio, de pai espiritual dos meus afilhados em letras, nesta solenidade.

E à magistratura que vos ides votar?

Elegeis, então, a mais eminente das profissões, a que um homem se pode entregar neste mundo. Essa elevação me impressiona seriamente; de modo que não sei se a comoção me não atalhará o juízo, ou tolherá o discurso. Mas não se dirá que, em boa vontade, fiquei aquém dos meus deveres.

Serão, talvez, meras vulgaridades, tão singelas, quão sabidas, mas ande o senso comum, a moral e o direito, associando-se à experiência, lhe nobilitam os ditames. Vulgaridades, que qualquer outro orador se avantajaria em esmaltar de melhor linguagem, mas que, na ocasião, a mim tocam, e no meu ensoado vernáculo hão de ser ditas. Baste, porém, que se digam com isenção, com firmeza, com lealdade; e assim hão de ser ditas, hoje, desta nobre tribuna.

Moços, se vos ides medir com o direito e o crime na cadeira de juizes, começai, esquadrinhando as exigências aparentemente menos altas dos vossos cargos, e proponde-vos caprichar nelas com dobrado rigor; porque, para sermos fiéis no muito, o devemos ser no pouco.

Qui fidelis est in minimo, et in majori fidel est; et qui in modico iniquus est, et in majori iniquus est".

Ponho exemplo, senhores. Nada se leva em menos conta, na judicatura, a uma boa fé de ofício que o vezo de tardança nos despachos e sentenças. Os códigos se cansam debalde em o punir. Mas a geral habitualidade e a conivência geral o entretêm, inocentam e universalizam. Destarte se incrementa e demanda ele em proporções incalculáveis, chegando as causas a contar a idade por lustras, ou décadas, em vez de anos.

Mas justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta. Porque a dilação ilegal nas mãos do julgador contraria o direito escrito das partes, e, assim, as lesa no patrimônio, honra e liberdade. Os juizes tardinheiros são culpados, que a lassidão comum vai tolerando. Mas sua culpa tresdobra com a terrível agravante de que o lesado não tem meio de reagir contra o delinqüente poderoso, em cujas mãos jaz a sorte do litígio pendente.

Não sejais, pois, desses magistrados, nas mãos de quem os autos penam como as almas do purgatório, ou arrastam sonos esquecidos como as preguiças do mato.

Não vos pareçais com esses outros juizes, que, com tabuleta de escrupulosos, imaginam em risco a sua boa fama, se não evitarem o contato dos pleiteantes, recebendo-os com má sombra, em lugar de os ouvir a todos com desprevenção, doçura e serenidade.

Não imiteis os que, em se lhes oferecendo o mais leve pretexto, a si mesmos põem suspeições rebuscadas, para esquivar responsabilidades, que seria do seu dever arrostar sem quebra de ânimo ou de confiança no prestígio dos seus cargos.

Não sigais os que argumentam com o grave das acusações, para se armarem de suspeita e execração contra os acusados; como se, pelo contrário, quanto mais odiosa a acusação, não houvesse o juiz de se precaver mais contra os acusadores, e menos perder de vista a presunção de inocência, comum a todos os réus enquanto não liquidada a prova e reconhecido o delito.

Não acompanheis os que, no pretório, ou no júri, se convertem de julgadores em verdugos, torturando o réu com severidades inoportunas, descabidas, ou indecentes; como se todos os acusados não tivessem direito à proteção dos seus juizes, e a lei processual, em todo o mundo civilizado, não houvesse por sagrado o homem, sobre quem recai acusação ainda inverificada.

Não estejais com os que agravam o rigor das leis, para se acreditar com o nome de austeros e ilibados. Porque não há nada menos nobre e aplausível que agenciar uma reputação malignamente obtida em prejuízo da verdadeira inteligência dos textos legais.

Não julgueis por considerações de pessoas, ou pelas do valor das quantias litigadas, negando as somas, que se pleiteiam, em razão da sua grandeza, ou escolhendo, entre as partes na lide, segundo a situação social delas, seu poderio, opulência e conspicuidade. Porque quanto mais armados estão de tais armas os poderosos, mais inclinados é de recear que sejam à extorsão contra os menos ajudados da fortuna; e, por outro lado, quanto maiores são os valores demandados e maior, portanto, a lesão argüida, mais grave iniqüidade será negar a reparação, que se demanda.

Não vos mistureis com os togados, que contraíram a doença de achar sempre razão ao Estado, ao Governo, à Fazenda; por onde os condecora o povo com o título de "fazendeiros". Essa presunção de terem, de ordinário, razão contra o resto do mundo, nenhuma lei a reconhece à Fazenda, ao Governo, ou ao Estado.

Antes, se admissível fosse aí qualquer presunção, havia de ser em sentido contrário; pois essas entidades são as mais irresponsáveis, as que mais abundam em meios de corromper, as que exercem as perseguições, administrativas, políticas e policiais, as que, demitindo funcionários indemissíveìs, rasgando contratos solenes, consumando lesões de toda a ordem (por não serem os perpetradores de tais atentados os que os pagam), acumulam, continuamente, sobre o tesoiro público terríveis responsabilidades.

No Brasil, durante o Império, os liberais tinham por artigo do seu programa cercear os privilégios, já espantosos, da Fazenda Nacional. Pasmoso é que eles, sob a República, se cem-dobrem ainda, conculcando-se, até, a Constituição, em pontos de alto melindre, para assegurar ao Fisco esta situação monstruosa, e que ainda haja quem, sobre todas essas conquistas, lhe queira granjear a de um lugar de predileções e vantagens na consciência judiciária, no foro íntimo de cada magistrado.

Magistrados futuros, não vos deixeis contagiar de contágio tão maligno. Não negueis jamais ao Erário, à Administração, à União, os seus direitos. São tão invioláveis, como quaisquer outros. Mas o direito dos mais miseráveis dos homens, o direito do mendigo, do escravo, do criminoso, não é menos sagrado, perante a justiça, que o do mais alto dos poderes. Antes, com os mais miseráveis é que a justiça deve ser mais atenta, e redobrar de escrúpulo; porque são os mais mal defendidos, os que suscitam menos interesse, e os contra cujo direito conspiram a inferioridade na condição com a míngua nos recursos.

Preservai, juizes de amanhã., preservai vossas almas juvenis desses baixos e abomináveis sofismas. A ninguém importa mais do que à magistratura fugir do medo, esquivar humilhações, e não conhecer cobardia. Todo o bom magistrado tem muito de heróico em si mesmo, na pureza imaculada e na plácida rigidez, que a nada se dobre, e de nada se tema, senão da outra justiça, assente, cá embaixo, na consciência das nações, e culminante, lá em cima, no juízo divino.

Não tergiverseis com as vossas responsabilidades, por mais atribulações que vos imponham, e mais perigos a que vos exponham. Nem receeis soberanias da terra: nem a do povo, nem a do poder. O povo é uma torrente, que rara vez se não deixa conter pelas ações magnânimas. A intrepidez do juiz, como a bravura do soldado, o arrebatam, e fascinam. Os governos investem contra a justiça, provocam e desrespeitam a tribunais; mas, por mais que lhes espumem contra as sentenças, quando justas, não terão, por muito tempo, a cabeça erguida em ameaça ou desobediência diante dos magistrados, que os enfrentem com dignidade e firmeza.

Os presidentes de certas repúblicas são, às vezes, mais intolerantes com os magistrados, quando lhes resistem, como devem, do que os antigos monarcas absolutos. Mas, se os chefes das democracias de tal jaez se esquecem do seu lugar, até o extremo de se haverem, quando lhes pica o orgulho, com os juizes vitalícios e inamovíveis de hoje, coma se haveriam com ou ouvidores e desembargadores d'El-Rei Nosso Senhor, frágeis instrumentos nas mãos de déspotas coroados, - cumpre aos amesquinhados pela jactância dessas rebeldias ter em mente que, instituindo-os em guardas da Constituição contra os legisladores e da lei contra os governos, esses pactos de liberdade não os revestiram de prerrogativas ultramajestáticas, senão para que a sua autoridade não torça às exigências de nenhuma potestade humana.

Os tiranos e bárbaros antigos tinham, por vezes, mais compreensão real da justiça que os civilizados e democratas de hoje. Haja vista a história, que nos conta um pregador do século XVII.

"A todo o que faz pessoa de juiz, ou ministro", dizia o orador sacro, "manda Deus que não considere na parte a razão de príncipe poderoso, ou de pobre desvalido, senão só a razão do seu próximo...Bem praticou esta virtude Canuto, rei dos Vândalos, que, mandando justiçar uma quadrilha de salteadores, e pondo um deles embargos de que era parente d'El-Rei, respondeu: Se provar ser nosso parente, razão é que lhe façam a forca mais alta".

Bom é que os bárbaros tivessem deixado lições tão inesperadas às nossas democracias. Bem poderia ser que, barbarizando-se com esses modelos, antepusessem elas, enfim, a justiça ao parentesco, e nos livrassem da peste das parentelas, em matérias de governo.

Como vedes, senhores, para me não chamarem a mim revolucionário, ando a catar minha literatura de hoje nos livros religiosos.

Outro ponto dos maiores na educação do magistrado: corar menos de ter errado que de se não emendar. Melhor será que a sentença não erre. Mas, se cair em erro, o pior é que se não corrija. E, se o próprio autor do erro o remeditar, tanto melhor; porque tanto mais cresce, com a confissão, em crédito de justo, o magistrado, e tanto mais se soleniza a reparação dada ao ofendido.

Muitas vezes, ainda, teria eu de vos dizer: Não façais, não façais. Mas já é tempo de caçar as velas ao discurso. Pouco agora vos direi.

Não anteponhais o draconianismo à eqüidade. Dados a tão cruel mania, ganharíeis, com razão, conceito de maus, e não de retos.

Não cultiveis sistemas, extravagâncias e singularidades. Por esse meio lucraríeis a néscia reputação de originais; mas nunca a de sábios, doutos, ou conscienciosos.

Não militeis em partidos, dando à política o que deveis à imparcialidade. Dessa maneira venderíeis as almas e famas ao demônio da ambição, da intriga e da servidão às paixões mais detestáveis.

Não cortejeis a popularidade. Não transijais com as conveniências. Não tenhais negócios em secretarias. Não delibereis por conselheiros, ou assessores. Não deis votos de solidariedade com outros, quem quer que sejam. Fazendo aos colegas toda a honra, que lhes deverdes, prestai-lhes o crédito, a que sua dignidade houver direito; mas não tanto que delibereis só de os ouvir, em matéria onde a confiança não substitua a inspeção direta. Não prescindais, em suma, do conhecimento próprio, sempre que a prova terminante vos esteja ao alcance da vista, e se ofereça à verificação imediata do tribunal.

Por derradeiro, amigos de minha alma, por derradeiro, a última, a melhor lição da minha experiência. De quanto no mundo tenho visto, o resumo se abrange nestas cinco palavras:

Não há justiça, onde não haja Deus.

Quereríeis que vo-lo demonstrasse? Mas seria perder tempo, se já não encontrastes a demonstração no espetáculo atual da terra, na catástrofe da humanidade. O gênero humano afundiu-se na matéria, e no oceano violento da matéria flutuam, hoje, os destroços da civilização meio destruída. Esse fatal excídio está clamando por Deus. Quando ele tornar a nós, as nações abandonarão a guerra, e a paz, então, assomará entre elas, a paz das leis e da justiça, que o mundo ainda não tem, porque ainda não crê.

A justiça humana cabe, nessa regeneração, papel essencial. Assim o saiba ela honrar. Trabalhai por isso os que abraçardes essa carreira, com a influência da altíssima dignidade que do seu exercício recebereis.

Dela vos falei, da sua grandeza e dos seus deveres, com a incompetência de quem não a tem exercido. Não tive a honra de ser magistrado. Advogado sou, há cinqüenta anos, e, já agora, morrerei advogado.

E, entretanto, da advocacia no Brasil, da minha profissão, do que nela, em experiência, acumulei, praticando-a, que me não será dado agora tratar. A extensão já demasiadíssima deste colóquio em desalinho não me consentiriaria acréscimo tamanho. Mas que perdereis, com tal omissão? Nada.

Na missão do advogado também se desenvolve uma espécie de magistratura. As duas se entrelaçam, diversas nas funções, mas idênticas no objeto e na resultante; a justiça. Com o advogado, justiça militante. Justiça imperante, no magistrado.

Legalidade e liberdade são as tábuas da vocação do advogado. Nelas se encerra, para ele, a síntese de todos os mandamentos. Não desertar a justiça, nem cortejá-la. Não lhe f altar com a fidelidade, nem lhe recusar o conselho. Não transfugir da legalidade para a violência, nem trocar a ordem pela anarquia. Não antepor os poderosos aos desvalidos, nem recusar patrocínio a estes contra aqueles. Não servir sem independência à justiça, nem quebrar da verdade ante o poder. Não colaborar em perseguições ou atentados, nem pleitear pela iniqüidade ou imoralidade. Não se subtrair à defesa das causas impopulares, nem à das perigosas, quando justas. Onde for apurável um grão, que seja, de verdadeiro direito, não regatear ao atribulado o consolo do amparo judicial. Não proceder, nas consultas, senão com a imparcialidade real do juiz nas sentenças. Não fazer da banca balcão, ou da ciência mercatura. Não ser baixo com os grandes, nem arrogante com os miseráveis. Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade. Amar a pátria, estremecer o próximo, guardar fé em Deus, na verdade e no bem.

Senhores, devo acabar. Quando, há cinqüenta anos, saía eu daqui, na velha Paulicéia, solitária e brumosa, como hoje saís da transfigurada metrópole do máximo Estado brasileiro, bem outros eram este país e todo o mundo ocidental.

O Brasil acabava de varrer do seu território a invasão paraguaia, e, na América do Norte, poucos anos antes, a guerra civil limpara da grande república o cativeiro negro, cuja agonia esteve a pique de a soçobrar despedaçada. Eram dois prenúncios de uma alvorada, que doirava os cimos do mundo cristão, anunciando futuras vitórias da liberdade.

Mas, ao mesmo tempo, a invasão germânica alagava terras de França, deixando-a violada, transpassada no coração e cruelmente mutilada, aos olhos secos e indiferentes das outras potências e mais nações européias, grandes ou pequenas.

Ninguém percebeu que se estavam semeando o cativeiro e a subversão do mundo. Daí a menos de cinqüenta anos, aquela atroz exacerbação do egoísmo político envolvia culpados e inocentes numa série de convulsões, tal, que acreditaríeis haver-se despejado o inferno entre as nações da terra, dando ao inaudito fenômeno humano proporções quase capazes de representar, na sua espantosa imensidade, um cataclismo cósmico. Parecia estar-se desmanchando e aniquilando o mundo. Mas era a eterna justiça que se mostrava. Era o velho continente que principiava e expiar a velha política, desalmada, mercantil e cínica, dos Napoleões, Metternichs e Bismarcks, num ciclone de abominações inenarráveis, que bem depressa abrangeria, como abrangeu, na zona das suas tremendas comoções, os outros continentes, e deixaria revolvido o orbe inteiro em tormentas catastróficas, só Deus sabe por quantas gerações além dos nossos dias.

O Briareu do inexorável mercantilismo que explorava a humanidade, o colosso do egoísmo universal, que, durante um século, assistira impassível à entronização dos cálculos dos governos sobre os direitos dos povos, o reinado ímpio da ambição e da força rolava, e se desfazia, num desmoronamento pavoroso, levando por aí a rojo impérios e dinastias, reis, domínios, constituições e tratados. Mas a medonha intervenção dos poderes tenebrosos do nosso destino mal estava começada. Ninguém poderia conjeturar ainda como e quando acabará.

Neste canto da terra, o Brasil "da hegemonia sul-americana", entreluzida com a guerra do Paraguai, não cultivava tais veleidades, ainda bem que, hoje, de todo em todo extintas Mas encetara uma era de aspirações jurídicas e revoluções incruentas. Em 1888 aboliu a propriedade servil. Em 1889 baniu a coroa, e organizou a república. Em 1907 entrou, pela porta de Haia, ao concerto das nações. Em 1917 alistou-se na aliança da civilização, para empenhar a sua responsabilidade e as suas forças navais na guerra das guerras, em socorro do direito das gentes, cujo código ajudara a organizar na Segunda Conferência da Paz.

Mas, de súbito, agora, um movimento desvairado parece estar-nos levando, empuxados de uma corrente submarina, a um recuo inexplicável. Diríeis que o Brasil de 1921 tendesse, hoje, a repudiar o Brasil de 1917. Por quê? Porque a nossa política nos descurou dos interesses, e, ante isso, delirando em acesso de frívolo despeito, iríamos desmentir a excelsa tradição, tão gloriosa, quão inteligente e fecunda?

Não; senhores, não seria possível. Na resolução de 1917 o Brasil ascendeu à elevação mais alta de toda a nossa história. Não descerá.

Amigos meus, não. Compromissos daquela natureza, daquele alcance, daquela dignidade não se revogam. Não convertamos uma questão de futuro em questão de relance. Não transformemos uma questão de previdência em questão de cobiça. Não reduzamos uma imensa questão de princípios a vil questão de interesses. Não demos de barato a essência eterna da justiça por uma rasteira desavença de mercadores. Não barganhemos o nosso porvir a troco de um mesquinho prato de lentilhas. Não arrastemos o Brasil ao escândalo de se dar em espetáculo à terra toda como a mais fútil das nações, nação que, à distância de quatro anos, se desdissesse de um dos mais memoráveis atos de sua vida, trocasse de idéias, variasse de afeições, mudasse de caráter, e se renegasse a si mesma.

Ó, senhores, não, não e não! Paladinos, ainda ontem, do direito e da liberdade, não vamos agora mostrar os punhos contraídos aos irfmãos, com que comungávamos, há pouco, nessa verdadeira cruzada. Não percamos, assim, o equilíbrio da dignidade, por amor de uma pendência de estreito caráter comercial, ainda mal liquidada, sobre a qual as explicações dadas à nação pelos seus agentes, até esta data, são inconsistentes e furta-cores. Não culpemos o estrangeiro das nossas decepções políticas no exterior, antes de averiguarmos se os culpados não se achariam aqui mesmo, entre os a quem se depara, nestas cegas agitações de ódio a outros povos, a diversão mais oportuna dos nossos erros e misérias intestinas.

O Brasil, em 1917, plantou a sua bandeira entre as da civilização nos mares da Europa. Daí não se retrocede facilmente, sem quebra da seriedade e do decoro, se não dos próprios interesses. Mais cuidado tivéssemos, em tempo, com os nossos, nos conselhos da paz, se neles quiséssemos brilhar melhor do que brilhamos nos atos da guerra, e acabar sem contratempos ou dissabores.

Agora, o que a política e a honra nos indicam, é outra coisa. Não busquemos o caminho de volta à situação colonial. Guardemo-nos das proteções internacionais. Acautelemos-nos das invasões econômicos. Vigiemo-nos das potências absorventes e das raças expansionistas. Não nos temamos tanto dos grandes impérios já saciados, quanto dos ansiosos por se fazerem tais à custa dos povos indefesos e mal governados. Tenhamos sentido nos ventos, que sopram de certos quadrantes do céu. O Brasil é a mais cobiçável das presas; e, oferecida, como está, incauta, ingênua, inerme, a todas as ambições, tem, de sobejo, com que fartar duas ou três das mais formidáveis.

Mas o que lhe importa, é que dê começo a governar-se a si mesmo; porquanto nenhum dos árbitros da paz e da guerra leva em conta uma nacionalidade adormecida e anemizada na tutela perpétua do governos, que não escolhe. Um povo dependente no seu próprio território e nele mesmo sujeito ao domínio de senhores não pode almejar seriamente, nem seriamente manter a sua independência para com o estrangeiro.

Eia, senhores! Mocidade viril! Inteligência brasileira! Nobre nação explorada! Brasil de ontem e amanhã! Dai-nos o de hoje, que nos falta.

Mãos à obra da reivindicação de nossa perdida autonomia; mãos à obra da nossa reconstituição interior; mãos à obra de reconciliarmos a vida nacional com as instituições nacionais; mãos à obra de substituir pela verdade o simulacro político da nossa existência entre as nações. Trabalhai por essa que há de ser a salvação nossa. Mas não buscando salvadores. Ainda vos podereis salvar a vós mesmos. Não é sonho, meus amigos; bem sinto eu, nas pulsações do sangue, essa ressurreição ansiada. Oxalá não se me fechem os olhos, antes de lhe ver os primeiros indícios no horizonte. Assim o queira Deus.

150529 Me parece muito perigoso usar a Thyratron do forno de microondas para experimento por leigos, ou mesmo por engenheiros de telecomunicações sem treinamento adequado em altas frequências. Embora este tipo de componente forneça mais de 2 KW de potência de RF, ela espalha muitos espúrios em diversas frequências, quando fora da cavidade de ressonância...

Eu usava no laboratório de física para experimentos com radiação em mamíferos => 100 %, isso mesmo, cem por cento... dos animais expostos desenvolveram algum tipo de câncer, e, cem por cento dos vegetais tiveram deformidades...

Todos os experimentos que fizemos na Espírita, no IAE (Paula Freitas) foram feitos com controle absoluto e a maior segurança possível.

Creio que radiopilantras que mexem com Thyratron, que pensam que sabem alguma coisa de RF.... vão acabar desenvolvendo algum tipo de câncer, leucemia, osteoporose, ou alguma moléstia grave ligada à radiação ionizante, devida a radiação. Eu aconselho a dar uma boa martelada na thyratron e jogar fora.. nem deve para estes estes imbecis que não sabem o que fazem, por mais que pensem que pensem que sabem!

150517: Pensando sobre minha pequenês! Lembrei que o menor dos menores átomos de meu corpo, veio do interior de um Sol, que já não existe mais. Que o ferro de meu sangue, nasceu no interior de uma estrela que explodiu. Que o cálcio de meus ossos, foi criado numa fornalha atômica indescritível. Lembrei-me que meu corpo, nada mais é do que resultado dos frangalhos que restaram de muitas explosões estelares deste caldo cósmico! E ouso eu, ser insignificante e infinitamente arrogante, me achar o centro do Universo? Ledo engano!

150219 O ensinar a aprender, e a adaptabilidade do aprendizado segundo as políticas públicas nacionais e do Estado do Paraná, uma reflexão.

Numa breve descrição, se pode afirmar que o processo de reforma curricular se deu devida a aceleração da tecnologia no dia a dia. A velocidade das mudanças da sociedade como um todo, obrigou a uma rápida adequação de todos os seus segmentos. Assim, embora as mudanças fossem necessárias, não havia cabeças pensantes que acompanhavam tal desenvolvimento, e o processo se iniciou de forma caótica até que ocorresse um desenvolvimento daqueles que o organizariam.

Segundo Domingues et al (2000) in "A nova formulação curricular e a realidade da escola pública", as primeiras ideias de mudança partiram de 1994-1998, em que as diretrizes fundamentais eram: " a) A identificação do Ensino Médio com a formação geral básica, articulada com uma perspectiva de educação tecnológica e com o mundo do trabalho; b) o ideário de diversificação e flexibilização curricular, como forma de estabelecer um modelo educacional flexível de atendimento às diferentes clientelas; c) a autonomia da escola e do aluno na adequação curricular, favorecendo o processo formativo contextualizado; d) a definição de diretrizes curriculares nacionais que privilegiassem as competências e as habilidades básicas voltadas para o trânsito e a complementaridade entre o ensino regular e a formação profissional"

Do PCNEM se retiram os seguintes conceitos referentes à organização do ensino médio. Esta se divide em três áreas – "Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias." Desta forma se observa que é necessária a interconexão das múltiplas áreas do conhecimento, mas para tal, o currículo deve ser "orgânico", ou seja, se adaptar ao universo local, sem perder a conexão com as redes globais.

O papel da educação na atual sociedade tecnológica remete ao conceito de que "a educação deve cumprir um triplo papel: econômico, científico e cultural." Tal afirmação, um tanto generalista, resume o pensamento de que as bases da educação devem ser providas dos ensinamentos acerca da economia e dos fenômenos que se fazem sentir. A economia não é uma ciência exata, está condicionada aos comportamentos humanos modulados pelo meio socioeconômico e biofísico. Tais conceitos remetem a subáreas do conhecimento que devem ser absorvidos pelo educando, sejam Matemática, História, Geografia dentre outras. Para tal, se torna mister a interdisciplinaridade. Da mesma forma, no ensino da ciência, se deve levar em conta a contextualização a partir de uma conceituação abrangente. Ou seja, novamente se faz necessária a multidisciplinaridade do ensinar e do aprender tal qual um sistema, em que, se ocorre o desequilíbrio de uma linha de aprendizado, este se propagará dificultando, ou facilitando os diversos caminhos. Novamente, são necessários diversos ramos do conhecimento no ensinar. No aspecto cultural, o termo correto seria "multicultural", pois, ao se referir às culturas diversas que permeiam o meio acadêmico, se deve fazer links que permitam a inclusão dos sujeitos ao saber. Logo a afirmação: "a educação deve ser estruturada em quatro alicerces: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser" pode ser dita verdadeira, pois, quando se conceitua o "aprender a conhecer" é referenciado o incentivo à curiosidade, para em seguida o direcionamento do educando às práticas do aprendido pela experimentação (Aprender a fazer), e, nesta estar conectados o convívio e o trabalho em grupo (aprender a viver), mas, não sem antes a facilitação do convívio, tolerância e aprendizado dos valores (aprender a ser), para finalmente operacionalizar a construção do conhecimento como um todo. Ou seja, sem a interconexão de todas as áreas do conhecimento, não é possível o aprendizado, daí o temo "rede neural" se torna tão importante para a sociedade tecnológica, portanto a adaptabilidade do currículo voltado para as competências básicas.

Sucintamente, tal é composto pela interdisciplinaridade com incentivo ao raciocínio, maximizando assim a capacidade de aprender. Ou seja, na sua essência, é maleável.

Mas, segundo o próprio PCNEM em sua apresentação, tal maleabilidade pode, se mal interpretada, "ser aceita sem maiores restrições, como uma opção válida para a transformação do ensino". Na balança dos prós e contras, há que salientar o entendimento pela classe professoral do conceito de competência. Muitos creem no sentido lato da palavra, sem contextualizar o seu verdadeiro significado e profundidade, ou, mais danoso ainda, sem observar o sentido científico da falibilidade sem contestação do método.

As estratégias selecionadas, podem ser constituídas como dogma inquestionável. Este, por sua vez, representa perigo ao ensino-aprendizagem se contaminado, como qualquer outro método, por ideologias e subjetividades que podem ser inseridas "de forma inquestionável." Isto quer dizer que o docente ao aplicá-lo, deve ter o cuidado em ser facilitador do aprendizado, corrigindo rumos, ajustando as rotas do processo que se vai "auto-elaborando" na medida em que avança.

É muito importante a interdisciplinaridade responsável, em que os diversos mestres envolvidos no processo "sistêmico", devem de forma racional, usar exatamente o mesmo "idioma" como se fosse um só professor.

Outro detalhe, tange à autocrítica e criticidade do aprendiz, que deve mensurar suas próprias condições de aprendizagem, ou seja, ser consciente de suas limitações a partir da autoavaliação, procurando assim se corrigir, com auxílio de seus orientadores e colegas que, bem sintonizados, criam condições propícias ao raciocínio, como ferramenta do autoaprendizado, ou, conforme explicitado anteriormente, a maximização da capacidade de aprender pela autoconstrução do conhecimento.

Segundo o PCNEM, a interdisciplinaridade é uma "proposta de organicidade que está contida na LDB, segundo o qual o currículo do Ensino Médio 'destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania'; LDB, Art.36." Tal organicidade não pode conter a prática do aprendizado dentro de condições limite fixas, de fronteira e sim de contorno, em que todos os elementos participantes do processo o interferem e interagem com ele. No domínio de ciência, da pesquisa científica atualmente, as diversas áreas do conhecimento são interconectadas e sobrepostas, não se pode isolar fenômenos dentro de caixas, com fronteiras fixas, estes são conceitos interconectados e pró e retro-interferentes, ou seja sobrepostos, superpostos, justapostos e transpostos. Esta conceituação, não pode ser entendida no sentido de "camadas do conhecimento" disciplinar, mas sim na busca de conexões existentes entre todos os saberes e, principalmente que todos interferem em todos, tal qual uma teia de aranha, em que, ao se romper, ou mesmo alterar qualquer condição de qualquer fio, imediatamente toda a teia será interferida. Assim, são canais de diálogo entre todas as comunidades "especializadas". Desta forma, interdisciplinaridade remete a conhecimento mútuo, em que cada integrante do processo do ensinar, deve, de certa forma, conhecer minimamente os saberes daqueles que fazem parte do processo. Ou seja, devem os professores de matemática, física, biologia, geografia, etc, ser generalistas em áreas fora de seu "domínio". Literatura, gramática, filosofia, química, etc, e vice-versa, devem sim, fazer parte do universo do conhecimento de todos os docentes, de forma que todos possam dialogar com seus pares e desenvolver métodos que propiciem as conexões das unidades curriculares de forma independente mas conectadas.

Muitos falam em contextualizar, mas poucos entendem o seu real significado. O PCNEM conceitua "contextualizar o que se quer aprendido significa, em primeiro lugar, assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto."

Se pode afirmar seguramente que se deve propiciar ao aluno a condição de ator do processo de aprendizagem, e não mero espectador. Desta forma, deve o professor ser facilitador da aprendizagem, de maneira a mobilizar os alunos a estabelecer vínculos e relações de reciprocidade entre a teoria e a prática.

Dele aquele que aprende "a andar com as próprias pernas não sendo depósito de conteúdo ou reprodutor de tarefas predeterminadas, ao contrário, o fazer, embora precedido de pré treinamento, deve partir da vontade de fazer."

A absorção do conhecimento e das práticas devem ser por meio de atividades associadas aos porquês, ao mesmo tempo que se deve propiciar aos alunos condições mais próximas da realidade. Ou seja, os estímulos e canais múltiplos devem ser abertos, as tarefas devem ser executadas de forma que o barulho, a confusão e as interações

humanas sejam mais próximas o possível dos ambientes reais de trabalho.

"Uma coisa é aprender na ação e assim aplicar praticamente certas operações, outra é tomar consciência das mesmas para delas extrair um conhecimento reflexivo, teórico e aplicá-lo na prática."

A contextualização deve facilitar a experiência de aprendizagem, baseada na experiência e na espontaneidade, cercear a espontaneidade é transformar aqueles que aprendem em peças de reposição não pensante.

Dos conceitos anteriormente definidos vem a questão acerca do papel da escola na sociedade que está em mudança acelerada. Ou seja, a aprendizagem, quando ocorre pela aleatoriedade é possível, mas a experiência pelos acertos e erros se torna penosa, dolorosa.

A aprendizagem sistêmica é necessária para o desenvolvimento intelectual. A escola tem a finalidade de organizar o conhecimento e apresentá-lo de forma sistemática pela mediação de múltiplas linguagens, propiciando o contacto com problemas que procuram desenvolver a criatividade e autonomia, e, a partir da análise dos tais encontrar soluções exequíveis. Seja, modernamente deve ser o ambiente facilitador do aprendizado sistêmico, o qual não deve ser confundido com sistemático. O primeiro trabalha a intelectualidade e o conhecimento a partir das pré e retro alimentações, o segundo, a partir de conteúdos formativos pré elaborados que devem seguir roteiros cartesianos.

Ao conceituar a organização curricular, não se pode perder de vista que a mesma trata de sugestão de currículo a ser seguido. Existe uma grande diferença entre o exigido e o exequível, seja, cabe ao professor, e somente a ele, decidir quando e como avançar. A sistematização seguindo normas fixas e prazos pre-delimitados de forma arbitrária, não configura a realidade escolar. Desta forma, a proposta pedagógica deve ser ciente das realidades escolares, que dependem de diversos fatores geográficos, demográficos, culturais, históricos, enfim, interferentes e modulantes do processo como um todo. Desta forma, se torna mister o conhecimento não somente da comunidade, seus usos e costumes, para a aplicação da prática de ensino, mas também do corpo docente e a intermodulação entre ambos. A contextualização e interdisciplinaridade devem ser sistêmicas e não sistemáticas. O conhecimento das diferenças entre estes conceitos é vital. O texto inicial acerca da organização curricular e proposta pedagógica, deixa claro este ponto quando afirma: "Se toda proposição de áreas ou critérios de agrupamento dos conteúdos curriculares carrega certa dose de arbítrio (visão de sistemática, mecânica, sequencial, arbitrária, fixa), todo projeto ou proposta pedagógica traduz um esforço para superar esse arbítrio e adaptar um desenho curricular de base, mandatório e comum, às características de seus alunos e de seu ambiente sócio-econômico recorrendo, entre outros recursos, à interdisciplinaridade e à contextualização como recursos para lograr esse objetivo (visão sistêmica, orgânica, auto-regulatória, maleável)." Ou seja, a organização curricular sistematiza a ação do ensinar mecanicamente, e a proposta pedagógica deve adaptar a ação do ensinar de forma maleável ao meio psico-social e cabe ao professor, e somente a ele tal modulação, desde que esteja ciente dos fenômenos que envolvem o ensinar e dos sistemas dentro de sistemas que se conectam tal qual os fios de uma frágil teia.

No Paraná, a educação parte do princípio geral de que "todos são sujeitos da educação básica, independente de condição social, econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para aprendizagem, e devem ter acesso ao conhecimento explícito nos conteúdos das disciplinas escolares, que devem ser ofertadas de forma contextualizada e interdisciplinar", ou seja, toda a sociedade de forma generalizada, ou, independente de qualquer que seja a condição física, psicológica neurológica, deve ser incluída nos saberes e conheceres.

Segundo o DEPR, o currículo é um documento dinâmico, pois a partir da sua análise contínua pode variar de acordo com as matrizes teóricas que o orientam e o estruturam. A criação de novas práticas deve exceder à sua proposta intrinseca, sem desrespeitar a orientação teórica e metodológica que o norteia. O documento em estudo, enfatiza a intenção política que o currículo traduz juntamente à tensão constante, entre seu caráter prescritivo e a prática docente. Este, ao ser imposto às escolas firma que aqueles que ficaram à margem do processo de discussão e construção curricular, em geral transgridem o currículo, documento, têm a obrigatoriedade em conhecê-lo, desta forma, ele deve ser atualizado continuamente e ofertado sistematicamente.

Segundo as DEPR, a educação no Brasil é norteada por uma visão "neoliberal de educação, difundido no documento chamado Parâmetros Curriculares Nacionais." Ainda, " numa relação comparativa à concepção de currículo cientificista, centrado em planos de estudos, o currículo como base de experiências põe seu foco na totalidade de experiências vivenciadas pelo aluno." Também afirma que "esse tipo de currículo refere-se a uma concepção curricular que se fundamenta nas necessidades de desenvolvimento pessoal do indivíduo, em prejuízo da aprendizagem dos conhecimentos histórica e socialmente construídos pela humanidade. Além disso, a perspectiva experiencial reduz a escola ao papel de instituição socializadora, ressaltando os processos psicológicos dos alunos e secundarizando os interesses sociais e os conhecimentos específicos das disciplinas. Essa perspectiva considera que o ensino dos saberes acadêmicos é apenas um aspecto, de importância relativa, a ser alcançado. Uma vez que esta concepção de currículo não define o papel das disciplinas escolares na organização do trabalho pedagógico com a experiência, o utilitarismo surge como um jeito de resolver esse problema, aproximando os conteúdos das disciplinas das aplicações sociais possíveis do conhecimento." Embora as críticas aos PCNEM sejam contundentemente ideologizadas, as DEPR não elucidam quais são suas propostas pedagógicas, deixando ao leitor a interpretação subjetiva do que os autores do documento querem dizer. É praticamente impossível explicar algo que não propõe a que veio, nem quais parâmetros seriam interessantes para as subjetividades e experiências socializantes vividas pelo aluno, dando a impressão neste ponto do documento em estudo, de um texto desconectado do título: "O currículo vinculado às subjetividades e experiências vividas pelo aluno."

O texto "currículo como configurador da prática, produto de ampla discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com organização disciplinar é a proposta destas Diretrizes para a rede estadual de ensino do Paraná, no atual contexto histórico", mostra claramente a visão sistemática e mecânica do ensino, embora contradicentemente procure provar o contrário. As DEPR impõe as teorias críticas da educação e as metodologias de ensino e aprendizagem dogmaticamente norteadas pela visão do ensinar, aprender e avaliar, cercados por condições de fronteira bem definidas. , dando importância para todas as disciplinas e ao academicismo, que trazidos para os currículos escolares mantém o sistema de ensino atrelado firmemente à proposta pedagógica com pouca liberdade de discussão fora do que foi determinado pela matriz curricular. Ao citar os processos de socialização e sistematização dos conhecimentos, as DEPR mantém as condições de fronteira numa rigidez de procedimentos ao citar o "formato disciplinar de nosso sistema educativo". Claramente é mostrada uma perspectiva contradicente sobre a interdisciplinaridade em "concepção crítica de educação e, portanto, está necessariamente 'condicionada' ao formato disciplinar." Quando se impõe condições "sine qua non", implicitamente é determinada a concepção "sem o qual não pode ser", logicamente tudo que condiciona, acondiciona ou seja prende, aprisiona, obriga.

"Anunciar a opção político-pedagógica por um currículo organizado em disciplinas que devem dialogar numa perspectiva interdisciplinar requer que se explicite qual concepção de interdisciplinaridade e de contextualização o fundamenta, pois esses conceitos transitam pelas diferentes matrizes curriculares, das conservadoras às críticas, há muitas décadas", e no trecho "estabelecer relações interdisciplinares não é uma tarefa que se reduz a uma readequação metodológica curricular, como foi entendido, no passado, pela pedagogia dos projetos", recaem na discussão dogmática e ideológica num texto que se supõe ser o norteador das políticas educacionais do Estado. A contaminação político-partidária constitui numa visão nublada e sem perspectiva, ficando praticamente impossível uma explicitação do que pretende o documento acerca das propostas pedagógicas intrínsecas. No trecho "no ensino dos conteúdos escolares, as relações interdisciplinares evidenciam, por um lado, as limitações e as insuficiências das disciplinas em suas abordagens isoladas e individuais e, por outro, as especificidades próprias de cada disciplina para a compreensão de um objeto qualquer", novamente aparece o conceito conteudista-copista de ensino sistemático, e não sistêmico, demonstrando uma confusão de ideias e ideais, inserindo novamente um vies ideológico, o que não é cabível para o ensino, pois a contaminação ideológica no ensino, longe de ser benéfica, destrói a mais importante das liberdades, a de pensar.

Nos trechos "no processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica", e "entendida como questão metodológica, de responsabilidade do professor, é determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento (Prova). Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos seus alunos e o desenvolvimento dos processos cognitivos", se vê mais uma vez o viés conteudista, responsabilizando somente professor e não o processo como sujeito do ensino. Ainda, no final se lê que a "avaliação que permeia o currículo não pode ser uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação deve envolver o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos) assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a formação dos alunos", ou seja, as DEPR sugerem que o aprendizado é uma elaboração de responsabilidade de quem ensina, isentando a interdisciplinaridade e o aprendizado colaborativo, individualizando cada um submetendo-o a um mero número que deve atingir um determinado objetivo, ir em frente, pois quando não há na avaliação a interconexão dos saberes os outros atores do processo (Outros professores) não participam da avaliação compartilhada, ficando reduzida assim a condição de seguir em frente do aluno, ao conselho de classe.

Tanto o PCNEM quanto as DEPR ao que parece, foram elaborados o por equipes multidisciplinares. Ambas tem pontos concatenantes no que tange à ideia de multidisciplinaridade e procuram situar o aluno como objeto principal do trabalho pedagógico. Mas, as diferenças são gritantes quando olhada sob a lente do desenvolvimento do aprendizado. Enquanto o PCNEM enfatiza o aprendizado dentro da realidade objetiva voltada para as novas tecnologias, levando em conta a criatividade, o trabalho em grupo e a evolução do pensamento, quanto processo sistêmico conectado à sociedade, as diretrizes do Estado do Paraná estão bastante contaminadas de ideologias alienígenas ao processo de aprendizado. Por exemplo, ao apontar falhas ao PCNEM, não se observa objetivamente o contraponto, de forma contundente qual seria a ideia a ser seguida, ficando ao leitor estudar e entender as subjetividades apontadas pelo texto. No quesito "avaliação", por exemplo, o PCNEM é claro e sucinto, informa que cabe a todos os professores de todas as disciplinas avaliar as situações de aprendizagem propostas, corrigir erros e reavaliar a evolução do aluno. Enquanto que nas DEPR, a responsabilidade é total do professor de "cada matéria", e as intervenções e detecções de rumos que se fizerem necessárias são de responsabilidade do professor, ficando à comunidade escolar, a responsabilidade de monitorar o trabalho docente, ao invés de participar ativamente do processo.

150209 Interessante como a safardanagem, a roubalheira, a corrupção, a falta de ética, falta de moral, inversão de valores e desonestidade permeiam todas as esferas de poder neste podre país. Que povo é este que deixa passar incólumes os donos do poder. Incrível como este povo, ignorante, se deixa enganar por famílias e famílias de políticos, que fazem da política uma empresa familiar! Como se a "coisa" pública lhes pertencesse. Como pode um povo votar ano após ano nos mesmos ladrões de sonhos, de futuro, que se perpetuam no poder, e aos seus filhos e netos, aos juniores da vida, propiciam uma vida fácil, e sem esforços. Que cegueira é esta em que um político se reelege 4, 5, 10 vezes, permanecendo no poder por 20, 40 anos, fazendo do país um feudo, e transformando a sociedade numa sociedade de castas, de gente conformada, que se satisfaz com migalhas e, que torce para que estes verdadeiros usurpadores permaneçam roubando sua boa sorte, o pouco dos seus miseráveis pensamentos de alegria! Jogando moedas tal qual o feudalismo da Idade das Trevas! Se digladiando por apanhá-las, tal qual galináceos em busca de milho e lavagem! Que povo é este que se deixa hipnotizar por programas televisivos que emburrecem a si, aos seus descendentes, mantendo-os numa redoma de pão e de circo, com respingos de vinho jogado ao chão, em que bebem escarro e catarro purulento, como se fosse o manjar dos deuses. Este, é o povo brasileiro com a síndrome do corno, sem amor próprio, sem orgulho! O último a saber, e, que gosta, sente tesão de ser enganado. Em 1819, quase duzentos anos se passaram em que meus antepassados chegaram a esta terra. Theodore von Leithold publicou um livro sobre o Brasil em que descreve o seguinte: "Mesmo assim, estas poucas e desconexas observações sobre os quatro meses da minha permanência no Rio de Janeiro parecerme-iam insuficientes para serem publicadas não fosse o ter sido eu solicitado de muitos lados a mostrar a meus conterrâneos o Brasil à luz da verdade, já que eu mesmo, iludido, fui vítima do mal da

emigração. Convencido de que estou fazendo uma boa ação, aqui

registro conscienciosamente tudo o que vi e ouvi de boa fonte. Recomendo aos que, ofuscados pelos louvores excessivos de tanto escritor e aventureiro, desejam procurar no Brasil a sua fortuna. Verão por experiência própria que minha apresentação nada tem de exagerado; ao contrário, concordarão em que também foram enganados. Pois aqueles autores que descrevem em cores brilhantes os maravilhosos insetos e plantas desse país, veem com o mesmo entusiasmo a vida burguesa e econômica, quando justamente estas é que mostram os aspectos mais negativos — com exceção do comércio — e quem não levar capital apreciável, em vão tentará fortuna. Feliz será aquele a quem as circunstâncias permitam empreender a viagem de volta, ao passo que o mais pobre, num país tão pouco propício aos alemães, terá que viver

como um escravo, na miséria e no arrependimento, sentimentos que acabam por apalermá-lo." Escrito faz duzentos anos, guardado por mim como tesouro o original em alemão, que repasso aos meus descendentes. Nunca tão atual, terrível verdade é nosso país, em que entra século, sai século, e, o povo continua vivendo numa redoma ignorante, sem saber que lá fora existe vida sim!

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Pobre povo brasileiro, aqui jaz miserável e feliz! ...

150205 Educação, uma reflexão. A compreensão da dimensão pedagógica do saber, se apóia na idéia de que a escola é um lugar em que os alunos aprendem a desenvolver a razão crítica. Assim seriam desejáveis sujeitos autônomos e críticos. Desta forma, implicitamente, todas as disciplinas e atividades curriculares deveriam buscar a educação reflexiva. Seja, o ensino do pensar, e, principalmente, o aprender a pensar. Isso se dá a partir da estimulação da capacidade de raciocínio, análise e julgamento objetivos.

Em teoria de sistemas, existe um exercício intelectual chamado "avalanche térmica", fenômeno este largamente estudado na Física, notadamente na Eletrônica, tangente à semicondutores. Como os conceitos físicos são bastante complexos, usarei o exemplo do radiador de um automóvel, faltando água, o sistema se autodestrói, não sem antes elevar o rendimento do motor ao cubo, este é o ponto. Quando se diz reconstrução, suscita reengenharia, ou seja, no exemplo do radiador, é claro que a engenharia aproveitou tal fenômeno para aumentar o rendimento dos motores modernos.

O conhecimento e sua aplicabilidade geram processos de retro e de autoalimentação de maneira a se obter o maior rendimento possível, sem danificar o sistema. Tal ponto se aplica às ciências sociais. Seja o quando se diz “justiça social”, há que se avaliar o “almoço grátis”, alguém paga a conta, queiramos, ou não. Sistematização do conhecimento, requer maior conhecimento do que o propiciado. Conteúdos educacionais ofertados devem ser criteriosamente escolhidos, para gerar a vontade do aprender pelo apreender, capturar o saber, mas há custo, o trabalho para tal, a motivação. Quando se motiva, por exemplo, um aluno a buscar, capturar o saber, este deixa de ser aluno, passa a ser discípulo, seja, houve aumento de rendimento, ou tal maximizado por alguma realimentação. Bons discípulos sempre superam os bons mestres, esta é a chave do aprendizado, motivação e valorização.

Tocante à Teoria de Sistemas ainda, e suas implicações, as redes neurais são realidade, com exceção das regiões miseráveis do Planeta. A Humanidade está conectada, vide redes sociais, etc. O termo “cultura”, cultura assim, está além do seu uso no século passado, todas as suas variantes se fundem num amálgama, cujo catalisador é a tecnologia da informação, queiramos ou não. Seja, ou a Educação, leiam-se educadores, se adequa à supervelocidade da informação, do conhecimento, ou aqueles ficarão num plano à parte, marginalizados. Tal fenômeno é irreverssível e

irresistível, a escola deve acompanhá-lo e se adequar. Ensinar a aprender a pensar é outra chave, este termo resumiria o atual patamar da sociedade educacional, em teoria, seria assim mudança de paradigma.

Mas, na Educação, se observa que há uma lacuna temporal e filosófica acerca do assunto. Os educadores, muitos, são avessos à tecnologia, mais por medo do que por incompetência, se teme o que não se conhece, e, quem conhece, não sabe fazer links. Os "educadores", aspas porque não cabe a estes educar, e sim orientar, facilitar, deveriam sim, “aprender a pensar de como se ensina a aprender a pensar melhor”, outra chave.

A velocidade de acesso às multivias de informações, através dos mecanismos de busca, usados adequadamente, pode facilitar as aferições do conhecimento pelos alunos sobre as informações propiciadas pelos docentes em salas de aulas, mas gera medo por parte dos professores, inseguros pelo fato de temer de errar.

Se engana quem acredita que o aluno atual é mais limitado do que o mesmo de alguns anos pretéritos. Logo, o investimento do ensinar a aprender a pensar, antes de ser aplicado aos discentes, deveria ser aplicado aos docentes, e, aos sistemas de ensino que não conseguem acompanhar o avanço da tecnologia. É um erro crasso, proibir o uso de instrumentos tecnológicos em salas de aulas (celulares, etc), o que deve ser feito é exatamente o contrário, seu incentivo e uso como ferrramenta pedagógica poderosa. Ocorre que existe um falso moralismo acerca do assunto, pois, educação moral implica em definir o que é moral e o que é ética. Na atual sociedade se vê a todo momento a chamada “inversão de valores”. Embora, tal é proveniente da entrada de valores alienígenas nos meios educacionais, e é confundida a utilização de tecnologia em salas de aulas. Mas, não se leva em conta, muitas vezes, a influência dos meios de comunicação na opinião e na absorção do conhecimento. Se sabe que fenômeno aflige a toda a sociedade, inclusive no meio escolar docente. Assim, ao se fazer uma ampla discussão sobre tecnologia em sala, há que salientar a transversalidade e multidisciplinaridade, seja, repensar acerca da educação moral no próprio meio professoral, para após, expandi-lo aos demais setores da Educação, digo moral no sentido de tê-la para retirar do proprietário seu meio de comunicação.

Não se pode esquecer que professor é modelo de comportamento, e suas atitudes, mesmo subliminares são percebidas e imitadas, ao exigir não uso de tomada de informações acerca do que ensina, está permitindo a cobrança de que não consulte material para seu trabalho, fica assim um dilema, ou paradoxo.

Deveriam ser aprofundados estudos comportamentais entre docentes, e, a partir dos dados e suas análises, discutidas quais mudanças e adaptações a ser implementadas. Não se deve perder de vista a entrada de valores alienígenas nos meios educacionais pela influência dos meios de comunicação e etc.

Se sabe que fenômeno da inversão de valores e a ditadura do consumo aflige a toda a sociedade, inclusive no meio escolar docente, se deve perceber assim que ao abordar qualquer assunto, em que os alunos têm acesso instantâneo, há sempre a transversalidade e multidisciplinaridade.

Há que se repensar acerca da educação moral no próprio meio professoral, para após, expandi-lo aos demais setores da Educação, esta acerca do porte e uso de tecnologias.

O avanço da tecnologia implica na necessidade do aumento de profissionais da área técnica. Isso gera um conflito entre o saber e o saber fazer. Ao mesmo tempo, devidas características das novas tecnologias, surgem profissões que se podem considerar transversais, ou links de ligações de multiconhecimentos e áreas. O tecnicismo assim, devido estas novas condições, começa a avançar sobre as demais áreas. Ao mesmo tempo, os profissionais devem dominar outras ferramentas além daquelas de suas especialidades, gerando uma gama de conhecimentos diversos.

A pluridisciplinaridade leva à justaposição do conhecimento, novas especialidades multidisciplinares também começam a surgir e a tecnologia leva ao avanço de uma gama de profissões e especificidades do saber, do aprender e do ensinar. Assim, o aprender ensinando e o ensinar aprendendo, cada vez mais se integram nestas novas modalidades.

É claro que ainda existem campos do conhecimento não padronizados entre si, assim o “diálogo” tecnológico não ocorre, e se ocorre, há a necessidade de criação de novas ferramentas que provoquem o interfaceamento das diversas áreas do saber ainda conflitantes, devidas linguagens diversas. Da mesma forma que ocorre no mundo tecnológico, ocorre no mundo educacional ( o mesmo, pois não?), seja, a necessidade de uma ampla discussão e padronização objetiva do saber e do executar.

Tecnologia implica em custos, e estes levam à capacidade de compra, consumismo, e indiretamente à inclusão financeira, fato inquestionável e irreversível. Esta ocorre em todas as esferas da sociedade, notadamente na base econômica, seja através da democratização ao consumo, propiciado pela gratuidade do ter. Gratuidade deve implicar responsabilidade, o que não se vê. Ocorre que os currículos devem ser adaptados de forma a abranger toda a diversidade existente na Educação, mas o preconceito é patente, dificultoso, e a sociedade ainda se debate de forma leviana a inclusão.

A inclusão à tecnologia é fato, o conhecimento passa a ser dependente dela, e a escola deve se adaptar a este modo. Caso não ocorra, a atual geração poderá ser grandemente prejudicada.

Repetindo, a escola deve se adaptar às novas tecnologias, os professores também, estes são o espírito do ensino, é necessária a vontade de todos os subsetores culturais na implementação tecnológica. Assim, redundando, a cultura escolar deve acompanhar a evolução da cultura tecnológica. Por isso o comprometimento da comunidade escolar é necessário para a elaboração de diretrizes para a produção de instrumentos legais e administrativos, a fim de identificar, proteger, promover e fomentar os processos e bens portadores de referência à identidade, à ação e a memória dos diferentes grupos formadores da sociedade e da cultura tecnológica.

O currículo escolar não deve somente levar em conta o crescimento do objeto de aprendizado, o aluno, desta maneira se torna necessário o bem estar de toda a comunidade escolar.

De nada adianta ambiente altamente tecnológico, os baixos salários, as condições psicologicamente precárias desumanizam o ambiente educacional. Deve ser levado em conta que o aprendizado tem como mola mestra aquele que menos é valorizado o professor.

Quando existe a educação crítica, ensino participativo e democrático, a iniciativa deve ser acolhida e incentivada. A aceitação à diversidade de ideias leva à descentralização do poder. Esta leva ao currículo que deve ter como base a realidade sócio-cultural inteligente. Escola em que a tecnologia não é incentivada, em que o ensino é amarrado, em que o professor é desvalorizado e o sistema decisório é antidemocrático será extinta.

No Paraná existe claramente uma corrente dissociada da percepção do ensino-aprendizagem,

150123 Professores: Aprovação automática, facilitação "desmiolada" de aprovação de alunos, principalmente no ensino médio, cria uma legião de analfabetos funcionais, úteis na troca de votos por facilitações promovidas por políticos mal intencionados.

A destruição promovida contra a classe professoral nada mais é do que criar condições para manter as ditaduras da ignorância no poder, através da aniquilação da sociedade pela prática da inversão de valores.

150118 Minha homenagem para a imensa maioria dos políticos brasileiros! Pensando bem, aliás, este tipo de atitude ladra começa desde associações de bairros! Pior, desde condomínios e seus síndicos. Mais embaixo ainda, desde departamentos de compras de empresas estatais e particulares. Pior ainda! Desde os"espertos" brasileiros que querem levar vantagem em tudo. Os safardanas são maioria neste país! Já dizia Theodor Von Leithold, meu primeiro antepassado em terras tupiniquins em 1819: "A grande ostentação dos homens e mulheres no Rio de Janeiro observa-se no teatro, em noites de gala: eles apresentam-se com bandas e crachás; elas, com joias, pérolas e brilhantes. Manifestei minha admiração a um português, sentado a meu lado, ante esse espetáculo, observando-lhe que tamanha exibição de riqueza era uma tentação para algum refinado tratante, como os que numa sala de espetáculos parisiense gritaram fogo e, na confusão, assaltaram os espectadores. Respondeu-me ele: não seria aqui grande pecado, porquanto, na sua maioria, este público coberto de ouro e joias, acumulou tanta riqueza de maneira pouco honrada."

150118 Podem falar o que for dos argentinos. Ficamos 10 dias numa praia (Ponta das Canas, Florianópolis), frequentada quase que na totalidade por argentinos, paraguaios e uriguaios, não encontrei um só toco de cigarro na areia, nada. OOOOOPS, minto, ajuntei sim, ontem, uma embalagem de picolé jogada no chão por uma moça. Coincidentemente e, infelizmente, a placa do carro em que ela entrou era de São Paulo - SP. Uma pena.

150117 De todas as profissões que exigem curso superior, a classe professoral é a pior remunerada.

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Ser professor não é somente fazer uma uniesquina em dois anos, e se formar em qualquer curso superior de merda para escarrar conteúdo em salas de aulas.

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Ser professor é se atualizar pelo menos duas vezes ao ano, devidas as mudanças pedagógicas que ocorrem, pois o ensino é dinâmico, não estático.

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Para ser professor, é necessário não, e tão somente uma licenciatura porca, mas o aprender a ensinar a cada turma que se orienta, pois cada uma tem sua personalidade própria, e, somente os mestres de verdade percebem e se adaptam.

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Pois é, sei que existem alguns, disse alguns, professores que repetem a cada ano os mesmos exercícios, as mesmas "piadas", mas estes não são professores, são enchedores de conteúdo, e estão, em geral, em cursinhos pré-vestibulares, preparatórios para ENEM e concursos. Fico pasmo, que este lixo educacional ganha muito bem, obrigado! Enquanto muitos colegas meus, verdadeiros grandes mestres do saber, recebem verdadeiras misérias pelo seu trabalho!

150116 SUPERCÉLULAS NO SUL DO BRASIL

O aparecimento das supercélulas está intimamente ligado a dois fatores. O principal e desencadeador do fenômenoé o aumento da energia cinética local. Isto se deve principalmente ao à evolução do ciclo solar, que na medida em que avança no domínio do tempo, aumenta mais e mais a "carga" energética do sistema. Conceitualmente e simbolicamente, seria algo semelhante a um capacitor, que tem incremento de campo elétrico nas suas placas na medida em que recebe carga. Neste caso, não se trata de carga elétrica, mas energética, no sentido de "vibração" das moléculas da baixa atmosfera (calor) na medida em que a transferência de energia ocorre na alta atmosfera, devido ao aumento de sua dinâmica, propiciado pela atividade solar, como incremento de Massas Coronais Ejetadas a partir do Sol, além de aumento de atividade eletrônica e iônica. Mas, sempre tem um mas, existe um fator de incremento do acúmulo de energia, este é devida à redução da "devolução" de energia ao espaço, que seria pela reflexão pura e simples dos fótos, sim, fótons mesmo, luz! Quando se "escurece" a transparência de um objeto, este dixa de ser refletor, e passa a ser absorvedor de energia, a exemplo de uma placa metálica preta exposta ao Sol. Imaginemos um espelho, cujo vidro é absolutamente translúcido, meçamos a temperatura global do espelho. Notar-se-á que, em primeiro lugar ele aquecerá, em segundo lugar. Em segundo, se ficarmos na direção do feixe de luz propiciado pela reflexão, notaremos o calor irradiado. Ao pintarmos o vidro de preto, é fácil perceber que a temperatura do espelho aumentará assustadoramente, e não haverá irradiação. Ou seja, não refletirá luz, mas o calor aumentará. Na atmosfera ocorre algo semelhante, e piorado. Aumentando o índice de carbono na atmosfera, sua translucidez se reduzirá, aumentando a temperatura ambiente. Mas se tiver muita vegetação, as folhas absorverão luz e, pela fotossíntese, a luz "útil" ao processo será absorvida pelas folhas, haverá a absorção do carbono e o excesso de energia refletido ao espaço. Parte da umidade do solo será absorvida pela vegetação e haverá umidificação da atmosfera, inclusive por evaporação a partir das plantas. Logo, qualquer mentecapto saberá que, mesmo em ambientes com alto teor de carbono, o verde reduzirá imensamente o calor, pois refrescará o ambiente por absorção de energia, Fará sombra no solo, que reduzirá evaporação da matéria úmida, e, principalmente, propiciará condições ideais à vida. Responda então você mesmo, porque será que estão aparecendo supercélulas? A resposta é simples, aumento de energia cinética no ambiente sem absorção do excedente! Está faltando água em sua cidade? Está calor? Estão ocorrendo chuvas violentíssimas e concentradas? Pois é, não adianta aumentar a reservação de água se não há mecanismos de absorção, simples assim! Depois eu ouço bobagens acerca de inteligências superiores (ET's) não fazerem contacto com humanos, porque será? Eu sei as entrelinhas: Eles estão pensando "fodam-se humanos", nós reconstruiremos o que destruíram após a sua extinção!

150116 O QUE CAUSA A FALTA DE ÁGUA?O que causa a falta d'água? Em primeiro lugar, queiramos ou não, o clima.

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O clima macro terrestre (macro) é dependente do Sol. Este "modula" o ambiente de acordo com seus ciclos, o de 11 anos, o mais importante, o de 22 anos, o de 27 dias, que em momentos cruciais é importantíssimo.

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Em seguida vem a ação humana, pois, além de variações na atmosfera (micro) causadas por você, há que ressaltar que você mesmo é a principal causa, seja, o criador da "vedação" do solo por calçadas e vias sem regiões de absorção. Isso mesmo, você vedou o ambiente à absorção da água!

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Quando "vedamos" o solo, reduzindo sua absorção, estamos literalmente jogando ao oceano bilhões e bilhões de litros de água que poderiam ir ao subsolo, além de ser absorvidos pela vegetação e "transpirados" para a atmosfera.

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Ou seja, constroem uma megalópole. à exemplo de São Paulo, pavimentam-na de todas as formas possíveis e imagináveis, despejam milhões de toneladas de carbono na atmosfera, não recapturando-o por meio de vegetação, grama, por exemplo,

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Transformam seus rios em verdadeiros caldos de merda concentrada, e reclamam dos governos? Sinto muito em informar, mas "culpar" governos, que aliás foram eleitos pelos "fazedores de calçadas e cagadores" não resolve nada.

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O que resolve é ação, educação! Parem de desperdiçar, propiciem em suas casas grama, jardim (qualquer metro quadrado serve!), plantem pequenas hortas, mesmo mato..., ou utilizando garrafas pet como vasos plantem qualquer coisa..

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Parem de ser porcos, aliás, o porco é um animal inteligente, me desculpem os porcos então! Só quem teve porco "livre" em casa sabe que: porco não caga perto de onde come!

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Aprendam que o meio ambiente é modulado por gente (?) nas grandes cidades, assim, se conscientizem de uma vez por todas e quebrem suas calçadas, seus burros! (que me desculpem os burros)! Façam toda esta água penetrar no solo e, em pouco tempo, a situação poderá se reverter!

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Digo "poderá se reverter" porque existe uma linha que não pode ser ultrapassada, se chama "linha de desertificação", logo, se ultrapassaram esta "linha", sinto muito, FODAM-SE!

150106 UM RESUMO DA MAGNETOSFERA, IONOSFERA E RUÍDO IÔNICO, E POSSIBILIDADE DE PREVISÃO DO ÍNDICE DE ELETRICIDADE ATMOSFÉRICA NUMA DADA REGIÃO.

O que faz os processos iônicos ocorrerem na alta atmosfera é o vento solar, nas regiões limítrofes, existe um contínuo fluxo supersônico de gás ionizado, plasma do Sol, que limita e distorce o campo magnético terrestre em uma cavidade semelhante a uma cauda extensa, que lembra um cometa. É sabido que sobre o sul do Brasil, o campo magnético da Terra é mais fraco, região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, portanto, dependendo das condições de clima solar, ocorre o contato entre as partículas do cinturão interno de Van Allen mais próximo da superfície e os gases da região.

Ocorre assim uma transferência de energia na região que é modulada pela atividade solar. Tal efeito reflete nas variações iônicas e energéticas da alta atmosfera. Todos os efeitos são modulados pelo campo magnético da Terra, que é gerado por uma espécie de "Dínamo Geomagnético".

A hipótese do “Dínamo Geomagnético” supõe que no núcleo externo da Terra, as interações geológicas da matéria que o compõe, basicamente Níquel e Ferro, têm dois movimentos. O primeiro é provocado pela diferença de temperatura e densidade da camada do núcleo externo. A massa líquida, mais quente e menos densa nas profundezas, sofre convecção. Sobe e se resfria ao chegar próximo a crosta, pois perde energia. Em função da redução de temperatura, a densidade aumenta e há um mergulho do material. Um detalhe deve ser observado, na medida em que a profundidade, em direção ao núcleo aumenta, a densidade também aumenta, logo, é presumível que o efeito não ocorre até grandes profundidades, é limitado por condições de contorno bem definidas. Desta forma, e levando em conta as condições limítrofes, ocorrem processos cíclicos de baixo para cima e vice-versa .

O segundo efeito, é a partir do movimento propiciado pela existência de uma aceleração relativa das massas líquidas num sistema em rotação. Esta, é sempre perpendicular ao eixo de giro do sistema e à velocidade da massa líquida, tem ênfase horizontal e é chamada “Força de Coriolis”. Assim é gerado um sistema de movimentos no manto terrestre, este compõe um conjunto de correntes térmicas no meio níquel-ferro em estado de fusão. As movimentações combinadas, supostamente geram o Campo Magnético, ou seja, os movimentos de convecção e as Forças de Coriolis causam fortes turbulências e movimentações na matéria pastosa próxima à crosta, que por sua vez se desloca de certa forma ordenadamente, criando uma dinâmica eletrônica,e , devidas as movimentações dos elétrons livres, surge um dínamo auto-excitado, este, por sua vez curto-circuita internamente as correntes, que assim geram o campo magnético.

Ou seja, o campo principal supostamente resulta das correntes que fluem no núcleo metálico, cujo raio é aproximadamente a metade do raio do Planeta, cerca de três mil quilômetros. Esta limitação se deve por causa da densidade ideal, ou seja, em maiores profundidades, o aumento de densidade não permite que tais movimentações ocorram livremente, desta forma, não seria gerado um campo.

No Paleomagnetismo, se observa que a distribuição e a intensidade das correntes que fluem no núcleo, podem ter variado com o passar do tempo. Existem indícios de que a oscilação influenciou fortemente a inversão do campo magnético em intervalos de cem milhões a dez milhões de anos. A configuração das correntes internas é tal, que o campo magnético gerado é um dipolo. As correntes parasitas próximas à crosta e o manto geram irregularidades no campo

magnético que são percebidas na superfície. A estas se dá o nome de “anomalias do campo magnético” que estão presentes em todo o planeta e têm uma deriva para oeste. Isto indica que existe um movimento diferencial entre a crosta e o núcleo da Terra.

Entre as anomalias do campo magnético da Terra, a AMAS tem maior extensão e pode ser responsável pelos mais diversos fenômenos.

Dentre estes, a chegada de partículas carregadas à alta atmosfera, podem gerar forte eletrização, esta supostamente poderia ser responsável por um índice anômalo de descargas atmosféricas na região, comparado a outras.

O epicentro da AMAS tem uma forma aproximadamente elipsoidal com raio entre oitocentos e novecentos quilômetros. Na região o campo é anormalmente tênue, a trezentos quilômetros acima da superfície, seu valor aproximado é de 0,23 Gauss, o que é bastante fraco, pois este seria esperado a mil e quinhentos quilômetros de altitude na

mesma Latitude no Hemisfério Norte. Assim, o seu baixo valor facilita a penetração de partículas, logo o índice de radiação é anormalmente alto. A variação do campo magnético na região da AMAS forma uma espécie de "funil", cujo epicentro cobre todo o Sul do Brasil com um raio aproximado de 800 quilômetros.

Como um todo, os processos físicos que ocorrem no campo magnético da Terra modulam o fluxo de energia transportada pelo vento solar, formando assim uma cavidade magnética. Esta funciona ora como um escudo, desviando a energia incidente, ora como um acelerador,

que, impulsionada pelo vento solar, cria feixes de partículas carregadas que atingem a parte superior da atmosfera neutra. Em função das modulações e dos diferentes níveis de intensidade de campo magnético, existem diferentes graduações de absorções, capturar ou deflexões, todas derivadas da variação do campo magnético.

A forma da magnetosfera e da anomalia, além da densidade das partículas, variam durante o dia. No caso de emissão de radiofrequência, a intensidade dos sinais de rádio transmitidos e refletidos na ionosfera em alta frequência, sofrem variações

significativas devidas às variações iônicas e de campo. Dependendo das condições iônicas, ocorrem na região abrangida pela anomalia, fenômenos de aberturas e fechamentos de propagação considerados também fora do esperado, ou seja, anômalos.

Como a Magnetosfera está situada entre quinhentos e sessenta mil quilômetros de distância da superfície da Terra, grande parte da Exosfera, que se situa entre setecentos e dez mil quilômetros do Planeta, é influenciada pela variação de campo magnético e fluxo de partículas.

A Magnetosfera está a quinhentos quilômetros acima da baixa Ionosfera. Na alta Ionosfera as partículas ionizadas do topo da Atmosfera interagem com maior intensidade com o campo magnético e também ocorre uma interação com o vento solar numa região denominada Magnetopausa, esta se encontra em torno de sessenta

mil quilômetros de distância da superfície, na direção Terra-Sol, e numa distância muito maior na direção oposta.

Adiante da Magnetopausa, em direção ao Sol, se encontra a superfície de choque entre as partículas, o vento solar e as linhas de campo que formam o escudo protetor da Terra. Nesta região o plasma solar em alta velocidade é bruscamente freado antes de ser desviado pelas linhas de força da magnetosfera. Após este efeito,ocorre outro fenômeno, chamado “reconexão”, este dá lugar à formação das auroras polares.

No lado não iluminado pelo Sol, as linhas de campo se deformam e se alargam, arrastadas pelo vento solar, chegando a alcançar distâncias de cerca de trezentos mil quilômetros na direção oposta do Sol, conforme ilustrado. Sobre o equador magnético, muitas partículas carregadas provindas do Sol são capturadas pela Magnetosfera, conforme já comentado. A captura se divide em duas regiões, nestas existem grandes quantidades de partículas altamente energéticas, têm o nome de “Cinturões de Van Allen”.

Os cinturões de Van Allen são dois, o primeiro, mais intenso, se estende entre de mil e cinco mil quilômetros. O segundo situa-se entre 15 mil e 25 mil quilômetros.

O Cinturão mais próximo da superfície é o mais intenso, está na região chamada zona interior, possui elétrons com energias acima de 20 keV e prótons com energias maiores que 40 MeV. A intensidade

máxima ocorre na distância aproximada de três mil quilômetros da superfície. Basicamente é composto de prótons altamente energéticos que se originam pelo decaimento de nêutrons, estes, quando atingidos, podem se fraturar, e mesmo se desintegrar, à exemplo do que ocorre em grandes aceleradores de partículas. Os prótons são produzidos quando partículas altamente energéticas ou raios cósmicos provindos do Sol ou do espaço exterior colidem com átomos e moléculas da atmosfera terrestre.

O Cinturão externo possui elétrons com energias acima de 20 keV, e prótons cuja energia é acima de 60 MeV. Situa-se entre 15 mil e 25 mil quilômetros de altitude

Já foi dito que a magnetosfera deflete grande quantidade de partículas provindas do Sol e do espaço profundo, e que os cinturões de Van Allen capturam uma parcela, embora pequena deste fluxo, que, em termos planetários é significativa. Por instrumentos, leitura direta e indireta, percebe-se a deflexão magnética que ocorre com as

partículas ao atingir a magnetosfera.

As partículas dirigem-se, como numa linha de transmissão de energia eletromagnética, para a ionosfera e ocorre a troca energética entre as partículas e a região atingida por estas. A densidade e a ionização da atmosfera superior da Terra, são influenciadas pelas variações de radiação ultravioleta e raios-X, além do choque de partículas mais massivas. Assim, a matéria provinda do Sol ioniza a alta atmosfera e suas camadas mais profundas. O processo de ionização assim, ocorre por dois mecanismos distintos . A absorção da radiação eletromagnética pelos elementos neutros, chamada “fotoionização”, que ocorre durante o dia e o outro processo, que ocorre devido às colisões entre as partículas energéticas com os constituintes neutros da alta atmosfera, chamado “ionização corpuscular”.

A interação entre o campo magnético do Sol e o campo magnético da Terra, tem como consequência a modulação da magnetosfera terrestre pela variação do campo magnético do Sol. Neste processo, a intensidade varia conforme avança a atividade solar. Os efeitos são observáveis de diversas formas, dentre estas, a propagação de RF em função da densidade iônica, ou alterações de altitude da ionosfera.

As radiações eletromagnéticas e as partículas ejetadas oriundas do Sol e do Espaço profundo, não são suficientemente defletidas, ou desviadas, pelo “escudo magnetosférico”, ocorrendo assim, no caso das partículas, seu aprisionamento pelos cinturões de Van Allen, e, no caso das “ondas de radiação”, o fornecimento de energia que favorece a ionização nas camadas mais abaixo

As alterações iônicas e de densidade de partículas causadas pelo avanço do ciclo solar, quando este está em seu momento de subida, propiciam oscilações de temperatura para cima na região inferior da exosfera, também ocorrem variações na distribuição das diversas

camadas ionosféricas que afastam-se entre si. As camadas são divididas e oscilam conforme a época do ano, ciclo solar e região da Terra.

Devido aos fenômenos de transporte e choques entre partículas na alta atmosfera, a transferência de energia cinética, ionização corpuscular, varia sensivelmente. Basicamente, os choques entre as partículas oriundas das regiões superiores e inferiores da alta atmosfera, transferem os momentos lineares e as energias a uma distância igual à distância que separa os centros das partículas interagentes no instante da colisão. A energia é transferida aos constituintes neutros da alta atmosfera, e os efeitos são observáveis de diversas formas, dentre estas, a oscilação da propagação de RF em

diversas frequências.

Em função da densidade iônica, as colisões entre moléculas dos gases atmosféricos, ocasionam uma variação em suas velocidades. Consequentemente acontece a mudança no número de pontos que se encontram no elemento de volume do espaço de fase. Se as dimensões das partículas dos gases são pequenas se comparadas

ao livre caminho médio, as transferências de propriedades atômicas se dão unicamente por colisões entre os constituintes do gás. Contudo, quando a distância média entre constituintes atmosféricos se compara à dimensão destes e a densidade aumenta, um mecanismo de transferência de momento linear e energia surge. Devido ao adensamento do gás, o volume que pode ser ocupado por uma partícula constituinte e a probabilidade de colisão aumenta. Por isso, íons acelerados provindos da atmosfera superior, menos densa,

têm grandes probabilidades de choque com moléculas e átomos livres na atmosfera mais abaixo. Como as camadas atmosféricas inferiores têm aumento de densidade molecular e a possibilidade de choques aumenta, este incremento faz a energia cinética transferida ao

meio também se elevar substancialmente. Com o aumento da energia cinética, as partículas que ainda não se chocaram com os constituintes da atmosfera, têm um aumento de cargas. Os gases atmosféricos assim têm aumento de energia cinética e de cargas elétricas, desta forma, é propiciado um aumento de temperatura, choques entre moléculas e de cargas elétricas propriamente ditas, além do "atrito" entre camadas aéreas.

O incremento de energia cinética, pode aumentar além da temperatura e cargas eletrônicas, também as movimentações nos gases pela convecção, além de outros fenômenos de transporte. No caso dos íons e elétrons livres, pode ocorrer substancial incremento

nas correntes elétricas do meio, consequentemente os índices de eletricidade atmosférica na região do mergulho da AMAS pode ter significativo aumento, não somente pelo atrito, mas pela indução de cargas propriamente ditas.

O campo magnético terrestre é equivalente a um dipolo magnético com Pólo Sul magnético próximo ao Pólo Norte geográfico, e, com o Pólo Norte de campo magnético próximo ao Pólo Sul geográfico. Se apresenta como um tipo especial de magnetismo. É um fenômeno natural originado pelos movimentos dos metais líquidos na interface manto-núcleo do planeta e está presente na Terra e em outros corpos celestes. Tal campo é composto por linhas de força cujos vetores apontam em grande parte em direção aos pólos.

As partículas carregadas provenientes do Sol e do espaço interestelar, conforme já descrito, são capturadas e imersas no campo magnético da Terra. Confinadas nos Cinturões de Van Allen, adquirem um movimento helicoidal e ocorre um efeito chamado “espelho magnético”. No caso do Cinturão Interno de Van Allen, o fenômeno é detectável por diversos métodos. Em seu aparente contacto com a atmosfera superior, pode ocorrer a sua eletrização, e, consequentemente a transferência de energia à Ionosfera. Desta forma, é possível a transferência energética às camadas mais inferiores da Atmosfera, podendo aumentar inclusive a eletrização no topo da Troposfera, propiciando assim, um aumento da eletricidade atmosférica, e consequentemente, aumentando o número de descargas atmosféricas.

Na interface cinturão interno de Van Allen-Ionosfera, muitas partículas acabam escapando em direção à Ionosfera. Nesta dinâmica ocorre uma série de efeitos, desde o provável carregamento elétrico da alta atmosfera, conforme descrito anteriormente, até variações dos índices de propagação de radiofrequência, dentre outros.

Assim, a dinâmica das partículas carregadas imersas no campo eletromagnético uniforme, se movimentam previsivelmente, pois ao se tratar de quantidades substanciais daquelas, a equação dedutível mostra a equivalência entre a força de Lorentz e a segunda Lei de Newton. Para a incidência de uma partícula, para uma dada velocidade resulta no sistema de equações acopladas dedutíveis de maneira simples e objetiva. A velocidade inicial da partícula

carregada dentro de um campo magnético uniforme e constante, e a força magnética sobre si, confinam-a num movimento circular num plano normal ao campo, assim, a partícula gira. Ao longo do vetor do campo magnético, se a partícula é positiva, seu giro é anti-horário. Se a partícula é negativa, o giro terá sentido horário. Isto pode ser provado matematicamente e, não vem ao caso no presente artigo

O tempo de uma volta completa da partícula é chamado ”giro-período”, no caso de elétrons, estes têm um milhão de giro-períodos por segundo, que resultam numa frequência de giro de 1 MHz.

A partícula quando descreve uma circunferência, seu raio depende da massa da partícula e da carga do campo magnético onde está inserida. Além disso, a partícula também descreve um avanço retilíneo uniforme. Desta forma, a conclusão óbvia, é que a sobreposição de ambos os movimentos gera uma trajetória helicoidal, ou seja, em forma de “rosca de parafuso”. Considerando a partícula

imersa num campo eletromagnético uniforme, se obtém uma emissão de radiofrequência cuja fundamental é a frequência de giroperíodo, a este efeito podemos chamar de ruído ionosférico. Por este motivo, para prospectar a ionosfera, basta ter um receptor com antena direcional apontada à região escolhida de estudo e, a partir de ferramentas computacionais, é possível a leitura e previsão do comportamento iônico e de eletricidade atmosférica de uma dada região.

150105 Algumas áreas do mundo têm coisas particulares que os definem, e apesar de uma boa idéia que eles só são encontrados em um continente ou região e em nenhum outro lugar. Isto mesmo se aplica aos aparelhos eléctricos e para a América Central e do Sul uma das louças sanitárias definem é o suicídio chuveiro. Foi-me dito pela primeira vez sobre eles por alguns amigos americanos em Londres que me disseram que atente para uma engenhoca que se encaixa sobre a cabeça do chuveiro e está conectado à rede elétrica. Bem assustador até que você se acostumar com eles, me disseram.

A idéia por trás chuveiros de suicídio é fornecer água quente, onde o sistema de encanamento não é executado a uma caldeira de água quente, que é a norma na maior parte da América tropical. A água é aquecida dentro da cabeça do chuveiro e, geralmente, proporciona um fluxo constante e confiável de água quente. Obtendo o fluxo de água direito é algo de uma arte que vem com a prática, se o fluxo de água é baixo ele vai sair fervente quente, muito alto e é apenas morno. Controlar o fluxo para o nível ideal pode levar algum tempo e, em alguns hotéis, há instruções detalhadas sobre a parte de trás da porta do banheiro.

É claro que a coisa realmente assustadora sobre chuveiros de suicídio é que eles combinam essa combinação letal de água e electricidade. Eles precisam de uma grande quantidade de energia, a fim de trabalhar e por isso são ligados diretamente à rede eléctrica; você sabe que eles estão trabalhando, porque quando você ligar a água todas as luzes ficam turvas. Ser América do Sul, você pode comprar uma dessas coisas em qualquer loja de ferragens e simplesmente conectá-lo a si mesmo usando alguns pedaços de fita isolante. Alguns dos trabalhos Bodge que eu vi foram verdadeiramente aterrorizante, como você realmente sente que você está tendo a sua vida em suas mãos. Será que eu realmente quero ser limpo que muito? Às vezes, quando você ligar a água muito rapidamente, um flash azul elétrico sai do lado da cabeça do chuveiro e você realmente sente - é isso. Um dos livros de guia diz que eles são perfeitamente seguro, desde que você não mexer com eles e eu só já experimentou um leve choque fora de um, de modo que este não parece ser verdade.

É claro que alguns chuveiros de suicídio são melhores do que outros, com a maior parte do melhor feito no Brasil. Ao sul do Trópico e da área de Rio / São Paulo eles não são mais encontrados como seu frio o suficiente no inverno aqui para hotéis de instalar aquecimento real e sistemas de água quente. Como eu estou deixando a América do Sul em breve é ​​de despedida para o chuveiro suicídio, uma parte da experiência Latina.

150105 Alguns amigos e colegas do FACEBOOK continuam postando como se a campanha eleitoral ainda estivesse em voga. Me desculpem meus amigos pela franqueza. Não parem de ler, por favor.Vejamos, todos concordamos que os políticos brasileiros, EM SUA IMENSA MAIORIA, querem mais é se dar bem financeiramente. Todos sabemos que brasileiro É ANALFABETO POLÍTICO, e elege pela carinha de bonitinho, porque tem pedigree, porque "não é fraco não", porque é pastor de igreja, porque é dirigente de time de futebol, jogador, radialista, humorista, enfim, tudo e todas as ocupações. Muitos políticos, da elite política brasileira, já estão na quarta geração, seja, bisnetos de políticos. E vocês, não eu, continuam a votar nesta gente. Também tem os empresários, donos de empreiteiras, empresas de ônibus, enfim, das mais diversas classes políticas. Ora, não poderia esquecer dos "revolucionários, assaltantes, bandidos, ladrões, que também se elegem graças à você. Enquanto vocês procuram defender um ponto de vista torpe, carregando bandeirinha e sendo um pobre otário cabo eleitoral, seus políticos e seus partidos estão dividindo o bolo do poder, se revesando, mas não largando o osso, e você, você mesmo, continua fazendo campanha e, otário, pobre otário! DE GRAÇA! O MAIS INCRÍVEL QUE VEJO É QUE, DE QUALQUER LADO OBSERVO VERDADEIROS IMBECIS defendendo os mais diversos e esdrúxulos pontos de vistas! Expondo uns mentiras em favor, ou contra, de outros, denotando a cultura política brasileira, de gente torpe que não sabe votar, e, que depois da merda que faz, procura justificar a merda atual com a merda passada, e, claro, com a merda futura. Além do que, ainda existem as prostitutas políticas, que nada mais são do que vendilhões do templo, como se diz biblicamente. Ou seja, vendidos que vendem a alma ao diabo para pensar que defendem algum ponto de vista, demonstrando uma ignorância política e cultural totalmente fora de qualquer contexto civilizado. Ou seja: Mas, sempre tem um mas, vocês já perceberam o quanto estão sendo chatos e inconvenientes? PAREM DE FAZER PROPAGANDA POLÍTICA DE GRAÇA, não sejam imbecis, pois tem gente lucrando, e muito, com sua maneira otária de ser! Procurem ter senso crítico, e percebam de uma vez por todas que são VOCÊS que elegem esta canalha que está no poder. E que, quase ninguém lembra de seu candidato a vereador, por exemplo, sequer do síndico! E mais, se o brasileiro não fosse tão ignorante, nosso país não seria a merda que é, a educação seria exemplar, a saúde incontestavelmente de primeiríssima qualidade, teríamos estradas ótimas, etc, etc, etc. Assim, aprenda a identificar candidatos PATRIOTAS, e não tire sua responsabilidade das mãos, sempre culpando o outro pelo seu analfabetismo político, ideológico e cultural. Seja você patriota, e não massa de manobra! Não gostou? Como você é meu amigo, já sabe plenamente qual vai ser minha próxima oração: FODA-SE.

150102 Cuide de seus pensamentos, porque eles se tornam palavras…

Escolha suas palavras, porque elas se tornam ações…

Entenda suas ações, porque elas se tornam hábitos…

Estude seus hábitos, por eles se tornam seu caráter…

Desenvolva seu caráter, porque ele se torna o seu destino…

Não sei quem é o autor,

150101 Ser parcial não é sinal de inteligência, mas de limitação intelectual. Ser fã de partido político, e brigar por ele, te põe no mesmo patamar de intelectualidade e, porque não dizer, de inteligência de um torcedor de torcida organizada, e, pior, no mesmo nível espiritual de um fundamentalista religioso. Pense bem ao postar as merdas que posta. Você pode até se achar, mas nada mais está fazendo do que passar vergonha ante uma imensa maioria que está acordando, saindo da matrix... pense, logo exista..