Recife: olhares sobre a Cidade-Natureza

Biodiversidade das Unidades de Conservação da Natureza

Apresentação

Nesta exposição fotográfica buscamos evidenciar uma porção da riqueza ambiental existente na Cidade do Recife, particularmente as diretamente relacionadas às Unidades de Conservação da Natureza (UCNs).

As fotografias foram produzidas nos trabalhos de campo realizados pela equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e apresenta paisagens e elementos da biodiversidade desconhecidos para grande parte da sociedade recifense.

Riquezas e belezas que devem ser preservadas e conservadas, tanto pela ação dos gestores públicos, quanto pela participação social.

Seja um recifense com consciência ambiental! Atitudes cotidianas, o exercício do controle social e a participação na formulação dos Conselhos Gestores das UCNs do Recife são práticas possíveis a todas as pessoas que amam a Cidade do Recife e desejam contribuir para sua preservação e sustentabilidade.



Dentro da mata, as nascentes e rios seguem seu caminho,

protegidos pelas árvores, juntando-se a rios maiores até desaguarem no mar.




Recife, cidade das pontes, águas e florestas.


A floresta nutre o rio garantindo que as águas da chuva corram para ele enquanto a mata ciliar o abraça, protegendo-o.

Nessas correntezas fiquei a navegar,

Embora me deixe levar a algum lugar

Não tenho a menor pressa de chegar...

Ao longo da faixa litorânea de nossa cidade ergue-se uma linha de arrecifes de arenito, a qual deu origem ao nome Recife.


Os arrecifes protejem a orla, formando belas piscinas naturais de águas mornas e transparentes.

Mangue Branco

Esta espécie é mais comum nos interiores de manguezais, em terras altas, pouco inundadas. São árvores de grande porte, chegando a atingir 20 metros de altura.


As flores do Mangue Branco com seus galhos (pecíolos) vermelhos característicos desta espécie.


A vida brotando da lama. As sementes de Mangue Branco germinando.

Árvores de Mangue Branco.

Laguncularia racemosa (L.) C.F.Gaertn


Floresta de Mangue Branco


Mangue Vermelho


Comumente encontrado nos estuários, localizando-se próximo às margens que sofrem grande ação da maré, possuindo raízes escoras (rizóforos) que os fixa na lama, além de ajudar nas trocas gasosas.

Sua localização estratégica serve como barreira para a costa contra fenômenos de erosão e ressacas. As raízes dos manguezais retêm nutrientes e são abrigos para inúmera espécies de animais, tornando-se um dos mais importantes berçários para a vida aquática.

Mangue vermelho

Rhizophora mangle (Linnaeus, 1753)

Esses mangues raízes do lado de fora, de lama fétida, pegajosa, é dádiva que Deus nos deu....

Esse mangue onde a maré entra de mansinho, junto a ela peixinhos querendo se alimentar. São milhões de seres vivendo e na força da vazante camarões seguem pro mar...

Poema: Manguezal do Ivoti

Autor: Ascendino Awarg, 1933 (Itanhaém, SP)

As flores do Mangue Vermelho.


A semente do Mangue Vermelho (propágulos) germinam ainda presas as árvores, podendo cair direto na lama ou flutuam até um local mais propício à fixação, garantido mais chances de sobrevivências


O Mangue Vermelho faz parte da mata ciliar do rio Capibaribe em vários bairros do Recife.


As matas, os manguezais e os rios garantem a diversidades de aves que são encontradas em Recife. São locais de moradia, alimentação, reprodução e repouso. Podemos observar o savacu-de-coroa e as garças no manguezal do rio Capibaribe ou o paturi-do-mato nadando calmamente na Lagoa do Araçá.

Savacu-de-coroa

Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758)

Garças no Estuário do Capibaribe

Paturi-do-mato

Anas bahamenses (Linnaeus, 1758)

Biodiversidade camuflada: o desafio de encontrar esses animais na natureza.

Os animais usam desse artifício para se misturar no habitat, fugindo dos predadores ou para surpreender sua presa.

Iguana

Iguana iguana (Linnaeus, 1758)

Borboleta-maracujá-silvestre

Agraulis vanillae vanillae (Linnaeus, 1758)

Louva-a-deus

Mantodea (Burmeister, 1838)

Perereca

Phyllomedusa nordestina (Caramaschi, 2006)

Borboleta olho-de-coruja

Caligo eurilochus (Cramer, 1775)

É uma coruja te olhando?

Não, isto é mimetismo!

Uma adaptação que a borboleta olho-de-coruja possui para imitar outros animais como advertência para seus predadores. Neste caso, a coruja afugenta aves e répteis, predadores de borboleta.

Ervas, incluindo plantas aquáticas, e trepadeiras correspondem a mais de 1/3 da riqueza vegetal das UCNs recifenses. Embora tenham menor porte, comparativamente as árvores, estes vegetais também desempenham importantes papéis ecológicos que possibilitam a manutenção da biodiversidade em nossas matas.

Insulina-vegetal

Cissus verticillata (L.) Nicolson & C.E.Jarvis (Vitaceae)

Cipó-de-fogo

Cissus erosa Rich. (Vitaceae)

Baronesa-mureré

Eichhornia paniculata (Spreng.) Solms (Pontederiaceae)

A mata que alimenta a fauna.

Diferentes tamanhos e formas para diferentes consumidores: cada espécie de planta produz um tipo particular de fruto, de forma que este fruto alimenta vários tipos de animais, mas não todos os tipos. A abundância de espécies de plantas, cada uma produzindo um tipo diferente de fruto, é o que garante alimento para todos os animais das matas.

Aticum-cagão

Annona montana Macfad. (Annonaceae)

Gogoia

Solanum capsicoides All. (Solanaceae)

Grão-de-galo

Cordia nodosa Lam. (Boraginaceae)


Fungos, organismos belos e com riqueza de formas e cores.

São fundamentais no processo de decomposição, auxiliando o retorno dos nutrientes ao solo, onde estes nutrirão os vegetais. Esse é parte do ciclo dos nutrientes, um entre os muitos ciclos da natureza.

A orelha-de-pau no pau da madeira,

Bela, inerte e vibrante

Fungos sempre fungos

Espalhados pela mata

Nutrindo-se de matéria morta

Para nutrir a matéria viva ao seu redor

Cogumelo-da-mata

(Basidiomycota)

Fungo-coral-violeta

Clavaria sp. (Basidiomycota)

Orelha-de-pau

Coriolopsis sp. (Basidiomycota)

Esta espécie de cogumelo orelha-de-pau é uma entre dezenas de fungos deste grupo que ocorrem nas matas de nossa cidade. Algumas destas espécies de fungos tem nas UCNs de Recife seus únicos registros de ocorrência conhecidos pela ciência.

Cogumelo-da-mata

Lentinula sp. (Basidiomycota)


Fungo-cogumelo

Gerronema sp. (Basidiomycota)


Liquens, musgos e hepáticas.

O interior das matas das UCNs de Recife com pouca luminosidade e elevada umidade do ar, característicos desse tipo de vegetação, propicia ambiente favorável para elevada biodiversidade de vegetais verdes de pequeno porte tais como musgos e hepáticas, além de associações simbióticas como os líquens.

Musgo-tapete

Octoblepharum albidum Hedw. (Calymperaceae)

Líquen-corticícola

Physcia sp. (Ascomycota)

Musgo-tapete

Hyophila involuta (Hook.) A.Jaeger (Pottiaceae)

Hepática

Plagiochila sp. (Plagiochilaceae)

Recife, cidade de contrastes, formas e tons, nos seus arranha-céus, palafitas e rios. Rios que fornecem alimentos e garantem a renda da população ribeirinha.


Para essa cidade maravilhosa, só cantando uma loa:

“Recife eu te dou meu coração, meu coração está nas águas do rio.”

Recife - Menina dos olhos do mar. Compositores: Lenine e Queiroga

Sustentabilidade, tradição na pesca artesanal, cultura, sabedoria popular, sobrevivência e atividade árdua fazem parte do cotidiano das Mulheres Marisqueiras.

Pescador, profissional do mar que respeita a natureza e entende seus sinais.

A união e força das comunidades tradicionais pesqueiras fortalecem os movimentos sociais da pesca, em defesa do território e meio ambiente. A luta pelo respeito, direitos e igualdade de gênero.


Vidas discretas, mas igualmente importantes!

A biodiversidade não é formada apenas por grandes animais e vegetais. Na verdade, as espécies pequenas e, de certo modo, “discretas” representam a porção mais numerosa da biodiversidade da Mata Atlântica Brasileira e também das UCNs da Cidade do Recife.

Embuá

Lulus sabulosus cylindroiulus Blainvillei in Gervais, 1844

Calango/papa-vento

Anolis fuscoauratus (D’Orbigny, 1837 in Duméril & Bibron)

Cigarra

Acraephia perspicillata (Fabricius, 1781)

Inofensivas e encantadoras, a jiboia e a caranguejeira são comuns nas nossas matas.

Elas desempenham um importante papel na natureza sendo ora presa ora predador, mantendo o equilíbrio ecológico.

Jiboia

Boa constrictor (Linnaeus, 1758)


Aranha caranguejeira

Lasiodora sp. (Koch, 1850)


Interior florestal: sombra e água fresca.

No interior das matas, a sombra, a elevada umidade e a temperatura amena, permitem a vida de inúmeros organismos, favorecendo a germinação das sementes das futuras árvores e refugiando os animais do calor intenso.

Capivara

Hydrochoerus hydrochaeris Linnaeus,1766

Borboleta estaladeira

Hamadryas amphinome (Linnaeus, 1767)


A borboleta estaladeira tem este nome devido ao som de estalo que produz quando está voando. Tem o hábito de pousar de cabeça para baixo em troncos de árvores e costuma se alimentar de frutas em decomposição.

Ele é tão famoso na capital pernambucana que até música de carnaval tem:


“Não é de ouro, não é de prata

Mas vale um milhão a sua pata

Segura, imprensa com toda moçada

O siri, siri, o siri na lata

O siri, siri, o siri na lata”

Compositor: Carlos Fernando


Um mar de verde abraça a cidade, trazendo a vida que pulsa no seu interior.

A natureza traz paz para alma em sua plenitude quando é contemplada em toda a sua beleza e cor.

A Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas é uma das várias fisionomias vegetais da Mata Atlântica e é a mais representativa em nossa cidade.

Grandes árvores por fora e por dentro de nossas matas.

Qualquer que seja o ponto do vista, seja a partir da perspectiva aérea ou do interior florestal, a grandiosidade das árvores emergentes da Mata Atlântica das UCNs de Recife podem ser percebidas.

Vista aérea das matas da ARIE Matas do Curado

Tronco de Visgueiro

Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp., Fabaceae, no canto direito.

Trecho do interior florestal da ARIE Mata das Nascentes.

Seja sustentável, cuide da nossa Cidade Natureza!