Para começar as atividades das aulas não presenciais de Arte foi proposta uma reflexão:
Estamos vivendo um momento único, a história está se construindo e transformando na frente de nossos olhos. Este momento nos trouxe muitas dúvidas e ao mesmo tempo nos mostra tanta coisa - que somos frágeis, o quanto somos conectados, que precisamos ser humildes e o mais importante: somos fortes e capazes de suportar tudo que nos advém. Neste período não presencial, nossas atividades terão uma "nova cara" :)
Foi proposta a observação do vídeo "A arte e a pandemia do coronavírus", após observação atenta do vídeo, eles escreveram em documento compartilhado as palavras te vieram à mente. Também escreveram sobre o sentido destas imagens e do momento que vivemos. ( Esta atividade foi a primeira para todas as turmas, 1º, 2º e 3º ano.)
Os estudantes retomaram o conteúdo trabalhado em sala de aula através de um questionário sobre o Teatro do Oprimido num formulário do Google Forms, abaixo as as respostas:
Relembrando o Teatro do Oprimido.
Abaixo você encontrará o questionário realizado e as respostas corretas. Observe seus equívocos e leia com atenção a devolutiva da atividade.
1. Qual a importância de estudar teatro no ensino médio?
d) É importante para o aprendizado da vida em sociedade, porque estimula a prática do trabalho coletivo, da criação colaborativa e da tomada de decisões usando a criatividade.
2. Acerca do teatro de Augusto Boal e do Teatro do Oprimido, assinale a opção correta.
d) Augusto Boal criou o Teatro do Oprimido na década de 70 do século XX, com o objetivo de fazer dessa metodologia uma ferramenta de engajamento para a conscientização política, social, ética e estética.
3. Em uma de suas entrevistas, Augusto Boal menciona a função do Teatro do Oprimido e a importância de ser trabalhado em sala de aula. Assinale a alternativa que melhor resume este posicionamento.
Promover a transformação pessoal, política e social de cada cidadão e possibilitar que cada aluno compreenda o presente e invente o futuro, ao invés de esperar por ele. Transformando a própria vida.
4. Qual a visão de Augusto Boal sobre o que é ser ator e o papel do público no teatro?
Todos somos atores, representamos papéis em todos os momentos de nossa vida. Ao abandonar as mecanizações físicas e psicológicas do dia a dia podemos criar outros personagens, baseados em nossa experiência. O público deve interagir, participar da obra, mudar e transformar as cenas apresentadas.
5. Assinale a alternativa incorreta: ( maior número de erros, por falta de atenção).
b) Augusto Boal foi um dramaturgo brasileiro que foi esquecido após sua morte e nada significou para a arte mundial.
6. Os exercícios teatrais propostos por Boal favorecem 3 pontos importantes, quais são eles?
c) O conhecimento do corpo, a expressividade e a integração por parte dos participantes.( fizemos exercícios em sala de aula com estes três temas).
7. Observe a imagem abaixo e faça um "leitura" da mesma.
A leitura de uma obra de arte requer tempo, observação e percepção. Esta leitura tem vários aspectos, desde o que se refere aos elementos artísticos que compõem a obra (cor, linha, forma, composição, luz…) até o significado, que pode ter inúmeros posicionamentos, de acordo com o mundo de cada observador.
Conteúdo formal – Nota-se a presença de nove figuras humanas, sendo duas criança de colo e mais três crianças maiores.Um velho com um cajado, duas mulher: uma trouxa na cabeça e uma criança no colo, outra com uma criança no colo.Um homem mais novo também carregando uma trouxa nas costas, um céu escuro, chãos seco, urubus sobrevoando.
Conteúdo convencional: Os personagens ilustrados por Cândido Portinari aos meus olhos parecem reais, muito magros, famintos, sedentos de água, de compaixão, de sentimento de solidariedade. Eles estão descalços, não tem uma boa aparência, dando a sensação de estarem sujos. As crianças parecem até deformadas, com barrigas enormes.
Conteúdo técnico– Cândido Portinari em sua obra usou aparentemente as seguintes cores: marrom, cinza,azul, preto,branco,ocre,verde,rosa, amarelo e vermelho. Tela pintada por larga e forte pinceladas, usando tinta óleo, tendo a obra à dimensão 190X180cm.
Conteúdo estilístico– A obra recebe influência do pintor cubista Picasso e mostra a miséria que atingia e atinge o país.
Conteúdo atualizado– Dá para se ver nitidamente o olhar triste destas pessoas pobres, aquele olhar que nos diz que já não existe esperança por uma vida melhor.Em todas as pessoas apresentadas na obra, As partes do corpo à mostra, parecem não ter pele, apenas ossos e músculos provavelmente fracos e frágeis, estando a roupa rasgada não cobrindo todo corpo.
Conteúdo institucional– A obra Retirantes representa o povo nordestino. Mostra a necessidade que o eles têm de abandonar sua terra em busca de uma vida melhor em outra parte do país. Portinari retrata com exatidão todo o sofrimento do povo brasileiro ,pois ele sofria com o sofrimento do seu povo.
Conteúdo estético– Tela altamente dramatizante, passou para mim uma tristeza ,pois trata da miséria de um povo sofrido e esquecido lá do sertão nordestino em sua forma mais triste.
Visite: ANÁLISE DA OBRA DE ARTE “RETIRANTES” DE PORTINARI
Fonte: https://oprima.wordpress.com/about/
As propostas de ativiade no 2º ano deram continuidade ao conteúdo que havia sido trabalhado em sala de aula, o Teatro do Oprimido, que é um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas teatrais elaboradas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal
A quarentena favorece curtir um pouco mais a família, na primeira semana o desafio foi assistir o filme “Curtindo a Vida Adoidado” (disponível na NETFLIX) e perceber que em alguns momentos o personagem principal conversa com o espectador. Essa técnica se chama “Quebra da Quarta Parede”, Augusto Boal usa no Teatro Fórum, mas o cinema , a literatura e os games também se apropriam dela.
Para saber um pouco mais sobre esta técnica, foi sugerido o vídeo "O que é Quarta Parede? O que significa quebrar a quarta parede?"
A vivência foi relatada no Diário.
Na segunda semana, baseado nas expressões faciais, que são tão importantes para o teatro, aprendemos um pouco sobre a origem da Selfie.
O que é selfie?
Em 2013, essa foi eleita a palavra do ano pelo dicionário britânico de Oxford, que deu ao termo a seguinte definição:
“uma fotografia que alguém tira de si, normalmente uma foto tirada com um smartphone ou webcam e compartilhada via mídia social”.
Um levantamento realizado recentemente pelo site de pesquisas Opnion Box revela que 95% dos brasileiros já tiraram selfie em algum momento da vida, contra 5% de pessoas que nem sequer conhecem o termo. Isso significa que tem muita gente tirando fotos por aí! Mas o hábito de vender sua própria imagem não vem dos dias atuais, não. Essa prática começou com o autorretrato, em meados do século XIX. Alguns artistas começaram a pintar quadros de si mesmo, e o objetivo era se se ver através das obras e expor seus sentimentos ao público.
Selecionei 2 autorretratos para observação:
No primeiro quadro vemos Vincent Van Gogh após o episódio da orelha cortada.
No segundo vemos Frida Khalo, a imagem do feminismo mundial.
A ideia da selfie tão comum hoje em dia é muito mais do que retratar a si mesmo, “Na sociedade atual, temos uma ideia de que o indivíduo é o centro de tudo. A cultura da selfie está ligada com a exageração do eu, o eu que tem que aparecer a qualquer custo e marcar território. Porém, o marcar território de hoje é fazer o que todo mundo faz: tirar selfie”, explica o sociólogo, que ainda afirma que as redes sociais hoje em dia são muito tênues, muito superficiais. E que, a consequência disso, é que “as ideias de comunidade estão sendo corroídas”. Foram sugeridos 2 vídeos sobre Selfie. O desafio foi Fazer uma Selfie, mas não é uma selfie qualquer. Os estudantes escolheram um local especial de sua casa e faça lá sua selfie, nela acrescente algo que tem lhe ajudado nestes dias de isolamento. Ela foi postada no relato deste dia.
Adriano Girardi, 2º 1
Larissa Schlei
Jayne de Lima, 2º1
Jhenifer Tambosi, 2º2
Kaylane Dias, 2º2
Kauan Prada, 2º2
Para finalizar o projeto os estudantes produziram um vídeo em primeira pessoa, usando em algum momento, a técnica da quebra da quarta parede contando os momentos mais difíceis desta quarentena.
Esta técnica é muito comum inclusive nos desenhos animados, um dos que utiliza é “O Incrível Mundo de Gumball.”
Atualmente podemos verificar esta técnica na série Modern Family.
Aqui alguns dos vídeos produzidos:
Que relações podem ser estabelecidas entre os espetáculos Stand Up e a quebra da quarta- parede?
A concepção aristotélica de teatro é fortemente questionada por Bertolt Brecht, a partir dos anos 1920. Enquanto o teatro clássico conduz o público à ilusão e à emoção, levando-o a confundir o que é a arte com a vida real, o teatro de Brecht “é um drama narrativo que nos oferece uma análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de representá-la, para levar o espectador a reagir criticamente e a tomar posição. Propõe que o espectador seja um observador crítico capaz de se indignar com as injustiças cotidianas. Para isso, opõe-se à concepção aristotélica de que o espectador deveria sentir o que se passava no palco, naquele momento de representação”. Ao contrário, o drama de Brecht busca o efeito de distanciamento – elemento básico para a reflexão crítica sobre a realidade.
Com Brecht, tem origem o recurso narrativo da quebra da quarta parede. Como lembra Ricardo Farah, designer e jornalista especializado no mercado de entretenimento e jogos, “quebrar a quarta parede, em outras palavras, é como, por um breve momento, lembrar ao espectador que ele está diante de algo fictício, instigando-o a ter uma visão mais crítica do que está diante de seus olhos, ao mesmo tempo em que o surpreende com nuances da nossa verdadeira realidade”. É o caso da situação, no teatro, em que um personagem, durante o espetáculo, dirige sua ação para a plateia, convocando o espectador a atentar para o fato de que aquela é uma situação de ficção.
Na TV, os programas em que o telespectador interage e decide os rumos da programação ou o desenrolar de uma trama, surgiram em nosso cotidiano nos anos 1990. A publicidade também vem incorporando essa tendência, como no caso das ações, cada vez mais comuns, de campanhas em redes sociais, calcadas na interação direta de especialistas das empresas com o público. Para o redator publicitário e analista de conteúdo Bruno Lacerda, isso ocorre porque, hoje, “as pessoas querem olhar nos olhos da marca e dizer o que pensam. E, ainda por cima, querem obter respostas rápidas e satisfatórias”.
Há que se destacar que esse movimento de diálogo e interação com o público tem intensidades, limites e intencionalidades muito variadas. Na TV e na publicidade, via de regra, ele opera numa lógica de dar uma impressão de customização da experiência do entretenimento e do consumo.
O movimento é completamente diferente no contexto dos grupos brasileiros de teatro de rua. Em sua proposta, a quebra da quarta parede se dá num viés eminentemente crítico e participativo. É o caso do trabalho do grupo carioca ‘Tá na Rua’, que realiza grandes espetáculos, no formato de cortejo. Amir Haddad, seu diretor, explica que busca a ideia “da cidade em festa e o teatro acontecendo como parte desse contexto. O teatro deixando de ser um produto cultural isolado num espaço, para se transformar em usufruto da cidade toda”.
O dramaturgo brasileiro Augusto Boal é uma referência internacional em teatro conectado à intervenção social. Com o Teatro do Oprimido, metodologia de criação teatral desenvolvida nos anos 1970, ele convidou o público a entrar na peça, fazendo parte da encenação, discutindo os elementos tratados e decidindo o desfecho.
Atividade final do trimestre:
Criação e produção do espetáculo “Brasil!”, que vai integrar música, poesia, frase, dança e dramatização, aplicando a técnica da quebra da quarta parede. Para produção do espetáculo é necessário construir um roteiro, antes dele, precisamos escolher o tema, para isso devemos nos perguntar: o que gostaríamos de fazer aflorar no espetáculo que estamos começando a construir? Gostaríamos de falar da natureza? Sobre a educação em nosso país? A saúde? A juventude? O trabalhador? A mulher? A violência? Os movimentos populares? A seca? A chuva? A fome? A pobreza? Preconceito? Racismo? A alegria, a esperança, o espírito patriótico, o amor, a garra, a festa, o crescimento do país? As dificuldades que a pandemia do coronavírus trouxe? A quarentena? O mundo novo que virá? O que mais os mobiliza em nosso país, tendo em vista a política, a educação, a segurança, a saúde, a juventude, a população como um todo? Assim, construíremos o roteiro deste espetáculo. Foi proposta uma pesquisa em jornais, revistas, livros e na internet, informações e conhecimentos sobre a questão escolhida, para que possam conversar e definir o roteiro. O que contarão sobre o tema? Como será contada a visão sobre o tema? Como traduzir o tema em dramatizações, diálogos, declamações, sons, textos, coreografias, figurino e adereços, objetos de cena? Utilizarão músicas e poesias de que autores? Os textos das duas turmas serão publicados aqui posteriormente. Como faremos este espetáculo acontecer on line?
Mural no Padlet com as notícias sobre o Brasil que foram destacadas pelos estudantes: