Essa pergunta é um dos subtítulos da terceira seção da Circular 466 (3. 35) – Eles se chamarão Irmãos –, que se ocupa da Pastoral Vocacional. Os desafios da Pastoral Vocacional, centrados na vida de Irmão, também podem dar respostas adequadas a essa pergunta. Por exemplo:
Testemunho: nada é mais importante que o testemunho alegre e visível de uma comunidade que vive sua missão e sua consagração com fé. Quase toda a terceira parte da Circular 466, citada anteriormente, se refere à necessidade dessa forma de testemunho. Este testemunho aumenta nossa capacidade de apresentar o valor positivo da vida consagrada86.
Missão com os mais necessitados: a vida religiosa está chamada a ser profética no meio da Igreja, especialmente em sua missão com os pobres. A renovação da vida de cada Irmão e de cada Comunidade, bem como a do Instituto, passa pela resposta concreta às necessidades educativas dos que sofrem e daqueles cujos direitos foram violados.
Oração: evidentemente que tudo isso requer assegurar oportunidades de orar pelas vocações na comunidade, nas obras, entre os pais dos alunos, professores, amigos e entre os próprios jovens87. Contudo, não bastam orações bem organizadas. A vitalidade de nossa vida de oração é muito mais profunda e pessoal. A oração permite a conversão do coração e nos abre a uma dimensão mais profunda da fé.
Partilhar: nos dias de hoje, a vocação da pessoa consagrada se vive junto com a vocação laical e com muitas pessoas que partilham a mesma missão e o mesmo carisma. Uma comunidade de pessoas consagradas se vê continuamente desafiada a partilhar abertamente sua espiritualidade, comunidade e missão com os demais.
Conscientes desses desafios, ressaltamos abaixo algumas formas mais concretas de desenvolver uma Pastoral Vocacional renovada para a vida de Irmão.
As comunidades de Irmãos podem:
- Sair da comunidade para estar em contato com os jovens e os educadores lassalistas;
- Dar visibilidade aos Irmãos aposentados, não como peças de exposição, e sim como testemunhas88;
- Convidar à comunidade os Lassalistas solteiros para que possam experimentar a fraternidade e a vida de oração pessoal e comunitária;
- Dar prioridade às atividades juvenis e vocacionais entre as demais atividades ministeriais89;
- Envolver os leigos nos esforços que se fazem pelos que estão abertos à vida consagrada;
- Renovar a oração pelas vocações e incluir nesse esforço pessoas de fora da comunidade.
As obras educativas podem:
- Dar a conhecer a vocação de Irmão e convidar os jovens a considerá-la como opção de vida90;
- Apoiar a Pastoral Vocacional na estrutura dos programas regulares das obras educativas e movimentos91;
- Fomentar as experiências de voluntariado, os programas de imersão e o compromisso com os pobres92;
- Assegurar que haja pessoas que sirvam de referência para a Pastoral Vocacional e que ofereçam apoio e acompanhamento local;
- Oferecer oportunidades de formação para que mais Lassalistas se abram à experiência de serem acompanhados e estejam dispostos a acompanhar outros em seus itinerários vocacionais.
As Províncias podem:
- Assegurar que haja uma pessoa responsável na Província, junto com uma equipe e os recursos necessários;
- Coordenar os esforços para todas as formas de vocação lassalista, de Irmãos e outros;
- Utilizar os meios e as redes de comunicação social para a promoção das vocações93;
- Assegurar que haja comunidades onde os jovens possam experimentar a fraternidade, a opção preferencial pelos pobres e a vida de oração94;
- Facilitar oportunidades para que os Irmãos jovens se encontrem e interajam com os Lassalistas naquelas obras lassalistas que já não contam com a presença de Irmãos.
As Regiões podem:
- Enfatizar a vocação do Irmão nas redes regionais de Pastoral Vocacional95;
- Promover e elaborar programas de formação para o acompanhamento vocacional e o discernimento para a vida de Irmão;
- Promover oportunidades onde se possam partilhar no âmbito da Região as boas práticas de Pastoral Vocacional para a vida de Irmão;
- Manter este tema na agenda das Conferências de Visitadores para promover a colaboração entre as Províncias, em particular entre os que têm mais dificuldades nesse campo.
O Centro do Instituto pode:
- Assegurar que as redes vocacionais ponham ênfase na vida de Irmão, tal como propôs o 45º Capítulo Geral96;
- Coordenar a promoção da vocação de Irmão no âmbito do Instituto, através do Irmão responsável dessa pastoral97.
Finalmente, como nos capítulos anteriores, partilhamos a seguir alguns critérios possíveis para avaliar os avanços nessa área específica da Pastoral Vocacional.
86 Cf. Guia de Formação, 1991, p. 65.
87 Regra 85.
88 Circular 418, 49-50.
89 Idem, 48.
90 Circular 466, 3. 30.
91 Regra 84. 2.
92 Idem 84. 3.
93 Circular 466, 3. 33.
94 Idem 3. 39.
95 Circular 469, Documentos do 45º Capítulo Geral, proposição 21.
96 Idem.
97 Idem, proposição 26.