INTRODUÇÃO.
Alta Idade Média é o período inicial da Idade Média ocorrido entre os séculos V e X. O que deu início a ela foi a desagregação do Império Romano do Ocidente, evento que aconteceu oficialmente em 476, quando o último rei romano foi destituído.
A Alta Idade Média promoveu grandes transformações na Europa Ocidental devido à desagregação do Império Romano e ao estabelecimento dos povos germânicos. Isso deu origem a novas formas de organização social, política e econômica. O período da Alta Idade Média vincula-se à formação do feudalismo.
A periodização histórica é uma criação de historiadores modernos, que determinaram a divisão da Idade Média em Alta Idade Média e Baixa Idade Média (séculos XI-XV).
Em relação ao mundo romano, o mundo construído pelos germânicos na Alta Idade Média era consideravelmente distinto, embora existisse grande influência da cultura latina. Esse período inicial da Idade Média pode ser considerado como o momento da acomodação de novos costumes surgidos da mistura de germânicos e romanos.
Trabalho e sociedade:
Durante a Alta Idade Média, consolidou-se a servidão. O camponês ficava preso à terra em que ele estava durante toda a sua vida. Essa terra não pertencia a ele, mas a um nobre que lhe fornecia o direito de instalar-se nela e tirar a sua subsistência do cultivo. O camponês deveria pagar vários tributos pelo direito de cultivar a terra e por utilizar as instalações do seu senhor.
Esse processo de consolidação do trabalho servil aliado à ruralização e ao progressivo isolamento dessas propriedades fez com que o feudalismo fosse estruturado. No entanto, a formatação clássica do feudalismo só entrou em vigor a partir do século XI, portanto, na Baixa Idade Média.
O trabalho dos camponeses era marcado pela baixa produtividade, pois era manual e as técnicas de produção eram arcaicas. Isso afetava diretamente a vida do camponês, uma vez que grande parte da sua pequena produção era revertida em imposto para os donos das terras. Esse quadro reforçava a penúria dos trabalhadores na Alta Idade Média.
ECONOMIA:
A economia, era dependente do trabalho agrícola, do qual quase toda a riqueza no período era produzida, por meio do trabalho dos camponeses. A produção artesanal era baixa, e isso era fruto da redução populacional, pois não havia mão de obra qualificada para a atividade, além de haver pouca matéria-prima disponível e poucos consumidores.
O artesanato começou a ganhar força, a partir do século VIII, à medida que a população europeia crescia. No caso do comércio, é importante esclarecer que o comércio mediterrâneo, por influência dos bizantinos, continuou existindo. No entanto, na Europa Ocidental, essa atividade enfraqueceu-se por conta da organização econômica baseada em um relativo isolamento.
POLITICA:
Politicamente, a influência da cultura germânica foi muito presente, a começar pela forma como essa população organizava-se. Tratava-se de reinos, liderados por um rei que, geralmente, era o chefe militar.
Essa estrutura de poder era típica dos povos germânicos, e o historiador Jacques Le Goff afirma que ela era detestada pelos romanos. Le Goff também sugere que as leis que surgiram na Europa após o fim do Império Romano eram baseadas em códigos da tradição germânica|4|.
Na Alta Idade Média, estabeleceu-se uma aliança entre o poder secular e o poder eclesiástico. A Igreja Católica consolidou-se como instituição religiosa, e, aos poucos, seu poder econômico permitiu-lhe interferir no poder secular. Assim, muitos dos reinos germânicos que surgiram — o caso mais simbólico é o dos francos — procuraram respaldo e legitimidade para seu poder na Igreja Católica.