GT Acessibilidade e Inclusão

Acessibilidade e Inclusão nos Espaços Culturais 




A democracia cultural é um importante conceito dentro da gestão cultural. Ela pressupõe a existência de públicos diversos, com aspirações, necessidades, modos de consumo e fruição próprios, e defende o amplo e livre acesso aos bens culturais por todos eles. 


Parte do trabalho de gestores e gestoras culturais, portanto, é garantir que os espaços de cultura sejam acessíveis inclusive para pessoas com deficiência, através de ações que atendem aos seguintes aspectos:

 


Dessa forma, é possível garantir o direito ao acesso, respeitando e estimulando a autonomia dos diferentes públicos. 


“Assumir o compromisso com a democratização da cultura significa também pensar em uma multidisciplinaridade na qual a questão da acessibilidade deve estar necessariamente inserida. Trata-se de garantir um direito e, no caso das pessoas com deficiência, uma percepção ambiental que envolve o TER ACESSO, o PERCORRER, o VER, o OUVIR, o TOCAR e o SENTIR os bens culturais produzidos pela sociedade através dos tempos e disponibilizados para toda a comunidade.” (COHEN; DUARTE; BRASILEIRO, 2012, p. 22)

 

Isso pode ser desenvolvido a partir de diversas ações, como: rampas de acesso, elevadores, recursos expográficos e/ou educativos (maquetes e moldes táteis de obras expostas, relevos de imagens bidimensionais para toque, etc), recursos de tecnologia assistida (audiodescrição e audioguias), visitas guiadas com intérprete de LIBRAS, entre outras. 


É fundamental ter em mente que a acessibilidade em museus, que são o nosso foco, não depende exclusivamente de uma pessoa ou equipe na gestão, mas de políticas públicas que atendam ao conceito de democracia cultural. 


Infelizmente, não são todos os locais de cultura que contam com esses recursos. 


Para auxiliar o público paranaense nessa jornada, aqui está um mini-guia sobre alguns museus paranaenses e suas ações de acessibilidade. 


Referências

AIDAR, Gabriela. Museus e inclusão social. Ciências & Letras, Porto Alegre: Faculdade Porto-Alegrense de Educação, Ciências e Letras, n. 31, p. 53-62, 2002.


COHEN, Regina; DUARTE, Cristiane Rose; BRASILEIRO, Alice. Acessibilidade a museus. Brasília: MinC/IBRAM, 2012. (Cadernos Museológicos, v. 2).


MINEIRO, Clara (coord.). Coleção Temas de Museologia – Museus e acessibilidade. Lisboa: Instituto Português de Museus, 2004. 




MON - MUSEU OSCAR NIEMEYER


Endereço: Rua Marechal Hermes, 999, Bairro Centro Cívico, Curitiba - PR, 80530-225.

Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h, acesso até as 17h30.

Ingressos: R$30 inteira | R$15 meia-entrada. Entrada Gratuita toda quarta-feira.


Pessoas com mobilidade reduzida

Todos os espaços são acessíveis por rampas e elevadores.

O MON possui cadeiras de rodas para empréstimo. Elas podem ser solicitadas na recepção e destinam-se apenas ao uso interno.

A disponibilidade está sujeita às unidades existentes e de acordo com a ordem de chegada.


*Não será possível reservar cadeiras de rodas.

*O Museu não se responsabiliza pelo uso incorreto dos equipamentos cedidos em empréstimo.


Importante: opte sempre pelo uso do elevador.

Não é recomendado o uso das rampas de ligação entre os pavimentos do edifício principal por pessoas com cadeiras de rodas, devido à forte inclinação.



O ato de amamentar é bem-vindo em todos os espaços do Museu. Caso deseje um local mais calmo, sugerem-se o Miniauditório (subsolo) e o Espaço do Visitante (2º andar da Torre do Olho).


*Não é permitido entrar no Museu com líquidos ou alimentos. Caso a criança faça uso de mamadeira, é necessário que o acesso seja autorizado pela equipe de Segurança. A mamadeira deverá ser utilizada sempre fora das salas expositivas.



Pessoas autistas ou neurodivergentes

O MON oferece materiais para auxiliar no planejamento da visita ao Museu: a Narrativa Visual mostra, por meio de imagens e textos curtos, o que se pode esperar da visita, e o Mapa Sensorial indica quais são os estímulos sensoriais mais comuns em diversos espaços. Clique abaixo para consultar esses materiais.


Cordão de Girassóis

O MON reconhece e oferece aos seus visitantes o Cordão de Girassóis, que sinaliza deficiências ocultas. O Cordão de Girassóis pode ser levado pelo visitante para utilizá-lo em outros locais ou em uma próxima visita ao Museu. Para retirar gratuitamente cordões, basta solicitá-los na recepção.

Abafadores de ruídos.

São disponibilizados protetores auriculares descartáveis, para a minimização de possíveis ruídos. Para retirar gratuitamente abafadores, basta solicitá-los na recepção do Museu.

Sala de Acomodação Sensorial

Em caso de desconforto durante a visita, o MON possui a Sala de Acomodação Sensorial, um espaço com estímulos sensoriais reduzidos localizado no 1° andar do edifício principal, próximo à Sala 1.


*Os estímulos sensoriais presentes nas exposições temporárias podem ser consultados na página de cada exposição ou na área de acesso à sala expositiva.


Pessoas cegas

Além de sinalizar rampas e escadas, o MON oferece aos seus visitantes cegos ou com baixa visão o espaço MON para Todos, que conta com obras tridimensionais em tamanho original e em miniatura que podem ser exploradas por todos os visitantes.

O piso podotátil do projeto MON para Todos leva o visitante do acesso ao Museu, pela Rua Marechal Hermes, até o Pátio das Esculturas, passando pelo espaço da Bilheteria/ MON Loja/ MON Café, pelo Auditório Poty Lazzarotto, pelo acesso às exposições e retornando até o mesmo ponto de início.

Acesse para Perceber

O programa Acesse para Perceber disponibiliza, por meio de códigos QR, a audiodescrição de algumas obras e espaços do MON.


Pessoas surdas

As videoconferências, mediações e oficinas educativas realizadas em formato de vídeo possuem a tradução em Libras. Consulte esses conteúdos no canal do MON no YouTube (disponível em: https://www.youtube.com/@MuseuOscarNiemeyerMON). 


Narrativa Visual e Mapa Sensorial para download: https://www.museuoscarniemeyer.org.br/sobre/acessibilidade 

MUSEU CAMPOS GERAIS - MCG - PONTA GROSSA

Endereço: Rua Engenheiro Schamber, 686, Centro - Ponta Grossa

Horário de funcionamento: Terça a sábado, das 9:00 às 11:45 e 13:30 às 17:00

Ingressos: Entrada gratuita


O Museu Campos Gerais (MCG) é um museu brasileiro localizado na cidade de Ponta Grossa, no estado do Paraná, sendo administrado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O museu tem como missão colaborar com a preservação do patrimônio cultural da região dos Campos Gerais, com objetivos que contribuem com ações culturais, educativas e turísticas.

Acervo

O acervo do Museu Campos Gerais abriga mais de dez mil peças. Contém antigos objetos do cotidiano regional contando a história de Ponta Grossa e região. As coleções são ecléticas e são divididas em sessões, como paleontologia, indígena, ambiente regional, pesquisas, entre outras.O museu realiza exposições permanentes e temporárias. As exposições variam desde fotografias até itens dos povos indígenas, do tropeirismo e dos imigrantes dos Campos Gerais.

O museu conta com animais empalhados e material ligado à Segunda Guerra Mundial. Anexado ao museu, há também uma biblioteca contendo documentos, fotos, revistas, jornais e livros. Parte dos documentos pode ser consultada pela população e pesquisadores mediante agendamento.





Atuação

Atualmente o Museu Campos Gerais, na condição de museu universitário atua em duas frentes principais: 

Atendimento a pesquisadores e exposições. Importante destacar que, por uma questão de princípio, todas essas atividades ofertadas são integralmente gratuitas e abertas ao público em geral, sem qualquer restrição social, política ou ideológica. 

Acessibilidade e Inclusão

Não existe nenhum tipo de programa educativo de inclusão.

MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DO PARANÁ 

Endereço: R. Barão do Rio Branco, 395 - Centro, Curitiba - PR, 80010-180

Museu de Arte e Cultura Popular do Norte do Paraná - Jacarezinho

Horário de funcionamento: Terça a sexta das 10h às 19h e de sábados e domingos das 10h às 17h.


Visitas Guiadas

Para tornar a experiência ainda mais enriquecedora, o MIS-PR oferece visitas guiadas com o setor educativo do museu. Essas visitas são uma excelente oportunidade para conhecer a história do Museu da Imagem e do Som do Paraná, compreender a importância da guarda dessa memória para a cultura paranaense, bem como aprender sobre a história do Palácio da Liberdade, prédio histórico que hoje abriga o museu.

Os roteiros das visitas são elaborados e adequados de acordo com o perfil dos grupos, que podem ser escolas de todas as faixas etárias, universidades, professores, e entre os mais diversos grupos.


Cenário atual

Em Curitiba, durante o ano de 2022, foram apenas dois projetos de audiodescrição para exposições em museus. Além do “Imagens do Mis, diálogos com o tempo”, realizado pela Vias Abertas, a exposição “Viva! 30 anos do Festival de Curitiba” contou com audiodescrição da locutora publicitária e audiodescritora Raquel Carissimi, nos fins de semana de 16-17/04 e 23-24/04.

O trabalho de audiodescrição foi feito pela Vias Abertas Comunicação, Cultura e Inclusão. Além da audiodescrição, a organização produz legendas e tradução em libras para surdos e ensurdecidos, oferece consultoria para projetos e atua na defesa dos direitos da pessoa com deficiência.

Apesar de ser novidade para Curitiba, a audiodescrição em museus vem numa crescente desde a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) em 2015.


Como funciona

Existem várias modalidades de audiodescrição, envolvendo formatos de produção e execução. A audiodescrição pode ser gravada ou ao vivo, de imagens estáticas (fotografias, esculturas, pinturas) ou imagens dinâmicas (filmes, séries, teatros, etc…)

No caso da exposição “Imagens do MIS: Diálogos com o Tempo”, as descrições foram gravadas e disponibilizadas na internet. Para ouvir a descrição das imagens, era necessário apontar a câmera do celular para onde estava o QR code, baixando o aplicativo “leitura de código de barras e QR codes”.

Já os dois filmes que fizeram parte da exposição contaram com audiodescrição que ficou disponível a todos os usuários que entravam na sala de exibição, sem a necessidade do aparelho receptor com fone de ouvido, embora fosse possível solicitá-lo. Além da definição do formato e da disponibilização da audiodescrição, existe um trabalho prévio de estudo para elaboração do roteiro para a narração das imagens. “A Audiodescrição em museus é feita com uma equipe composta pelo setor educativo do museu, o consultor em acessibilidade (consultor com deficiência visual especializado em análises de acessibilidade) e o audiodescritor. Geralmente o museu contrata pelo serviço de uma empresa de consultoria em acessibilidade comunicacional e solicita o serviço de audiodescrição.


Considerações

A assessora de educação do MIS-PR, Vânia Machado, destacou a baixa presença do público com deficiência visual para a mostra. Segundo ela, foram cerca de 50 visitantes cegos ou com baixa visão que procuraram pela exposição. Também houve uma visita de alunos do Instituto Paranaense de Cegos. Em sua maioria, a audiodescrição foi utilizada para demonstrar aos alunos das escolas da rede pública de ensino como funciona o recurso.

A divulgação foi feita nas páginas do Facebook do Museu da Imagem e do Som do Paraná e da Vias Abertas Comunicação, Cultura e Inclusão.

Por isso, vale ressaltar que não se trata apenas do trabalho de descrever com precisão as imagens ou ampliar a disponibilidade de audiodescrição em museus e espaços culturais em geral. Mostra-se necessário haver recursos que tornem as exposições realmente acessíveis, antes da própria audiodescrição. Também se faz ausente um trabalho de divulgação amplo e segmentado, para atingir o público de interesse que possa utilizar desse recurso.

Esta matéria completa, encontra-se no link abaixo:

https://www.cultura930.com.br/aumenta-a-oferta-de-audiodescricao-em-museus-de-curitiba-acesso-ainda-e-restrito/


O Museu inclui rampas de acesso, portas e banheiros com acessibilidade. Quanto às ações do setor educativo, o Museu conta com mediadores culturais que estudam de uma forma prévia, após agendamento, todos os públicos com necessidades especiais, o que exigiu outras formas de comunicação museal. Atualmente, as ações educativas são pensadas para atender todos, em espaços acolhedores, com possibilidades de despertar outros sentidos.  

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO PARANÁ 

Endereço: Sala 08 e 09 do MAC no MON. Rua Marechal Hermes, 999, Bairro Centro Cívico, Curitiba - PR, 80530-225.

Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h. Acesso até as 17h30.

Ingressos: R$ 30 inteira | R$15 meia-entrada. Entrada gratuita toda quarta-feira.



SALA ADALICE ARAÚJO (HALL DA SECRETARIA DA CULTURA DO PARANÁ)

Endereço: Rua Ébano Pereira, 240, Centro - Curitiba, 80410-240

Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 8h às 12h, e das 13h30 às 18h

Ingressos: Entrada gratuita

Não existe nenhum tipo de programa educativo de inclusão. O acesso é feito apenas por escadas. 

MUSEU DE ARTE E CULTURA POPULAR DO NORTE DO PARANÁ - JACAREZINHO 


Endereço: Avenida Marciano de Barros, 700, Bairro Estação, Jacarezinho - PR, 86400-000.

Horário de funcionamento: De segunda a segunda, das 9h às 18h.

Ingressos: Entrada gratuita. 


Foram realizadas reformas no edifício, atentas para acessibilidade, incluindo rampas de acesso, portas mais largas e banheiros com acessibilidade. Quanto às ações do setor educativo, o Museu conta com mediadores culturais que estudam para atender os diversos públicos, tendo realizado o acompanhamento de visitas de públicos cegos e surdos, o que exigiu outras formas de comunicação museal. Atualmente, as ações educativas são pensadas para atender todos, em espaços acolhedores, com possibilidades de despertar outros sentidos, como o som (e as descrições do educador), o tato, e as experiências práticas, com obras interativas, ou aulas experimentais de oficinas culturais que dialogam com o escopo do museu.  

MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA - MHL - LONDRINA


Endereço: Antiga estação ferroviária, R. Benjamin Constant, 900 - Centro, Londrina - PR, 86010-350.

Horário de funcionamento: 09hrs às 17hrs - de terça a domingo
Ingressos: Entrada gratuita.

Não existe nenhum tipo de programa educativo de inclusão. O Museu também apresenta inadequações no prédio, como acesso estreito aos sanitários e falta de informações para visitantes cegos e surdos.