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Candidatamo-nos com o objetivo de contribuir para um Conselho Geral:
1. Mobilizador – Sendo o órgão máximo de governação da U.Porto e o principal protagonista na reflexão estratégica da Universidade, cabe ao Conselho Geral (CG) mobilizar toda a Universidade para esses desafios. Deste modo, pugnaremos para que este órgão se centre nas questões estratégicas e estruturantes para a U.Porto, ao invés de nos determos em questões particulares que muitas vezes absorvem o tempo e a ação deste órgão e o afastam da sua missão central de pensar e construir o futuro da Universidade.
2. Próximo – O CG só conseguirá desempenhar cabalmente a sua missão se estimular o envolvimento e a comunicação com a Universidade. Deste modo, comprometemo-nos a dar voz às preocupações, aspirações e propostas de toda a Universidade, promovendo uma cultura de participação, transparência e corresponsabilidade. Trabalharemos para que a U.Porto conheça e se reveja no trabalho desenvolvido através da nossa proximidade, disponibilidade e conhecimento dos desafios e realidades da Universidade, bem como de uma comunicação regular e substantiva sobre o trabalho do CG.
3. Livre – Cada membro do CG tem a responsabilidade de representar e zelar pelo interesse da Universidade no seu todo. Certamente que cada um de nós tem uma maior afinidade com determinadas unidades da U.Porto, mas a representação no CG exige uma visão ampla para pensar e defender os interesses de toda a Universidade. Os problemas, os interesses e as preocupações de cada Faculdade, de cada Unidade de I&D ou Serviço Autónomo devem ser tratados pelos seus órgãos próprios, legitimamente eleitos. Cremos convictamente que os membros do CG devem exercer o seu mandato de forma livre e responsável, pois só assim poderão defender o interesse da U.Porto, fortalecendo o seu todo e cada uma das suas partes.
4. Independente – Uma das principais competências do CG é a eleição do Reitor. Seja qual for o Reitor eleito, é responsabilidade do CG acompanhar e fiscalizar de forma leal e construtiva a ação do Reitor e da sua equipa. No CG, não seremos a bancada de apoio ou de oposição ao Reitor, mas membros empenhados no bom funcionamento deste órgão e da Universidade, contribuindo para que o Reitor e a sua equipa desempenhem da melhor forma possível o seu mandato.
5. Comprometido – Ainda que o CG continue fortemente associado ao processo de eleição do Reitor, o seu mandato não pode nem deve esgotar-se nesse momento, não obstante a sua importância para a U.Porto. Não nos candidatamos para usar o CG como uma plataforma para outras ambições, na U.Porto ou fora dela. Pelo contrário, assumimos o compromisso de valorizar todo o mandato e todas as competências, para que o CG possa desempenhar cabalmente o seu papel e contribuir de modo significativo para o futuro da Universidade.
Defendemos uma U.Porto:
1. Aberta à Mudança – A U.Porto é uma instituição com história, valores e princípios, e que se afirmou ao longo do tempo por se manter fiel a esses valores e princípios, embora adaptando-se a cada tempo e circunstâncias. Defendemos que a U.Porto seja capaz de pensar as mudanças necessárias, sem ruturas que nos fragilizem e enfraqueçam na prossecução da nossa missão. Não temos uma visão catastrofista, mas também não queremos que a complacência e a inércia dominem a Universidade. Assumimos uma atitude reformista em que a U.Porto saiba pensar e concretizar as mudanças necessárias através do diálogo e do envolvimento de toda a Universidade.
2. Forte – A U.Porto é uma instituição forte, com uma identidade e uma história que nos orgulham e motivam. Sabemos que muito dessa força advém da vitalidade e qualidade de cada uma das suas partes – Faculdades, Departamentos, Unidades e Institutos de I&D –, pelo que essa identidade e sentimento de pertença devem contribuir para uma maior coesão institucional e não para nos enfraquecer ou dividir.
3. Humanista – A força de uma instituição como a U.Porto advém das pessoas que a compõem e que dão o seu melhor todos os dias para que a Universidade possa desempenhar as suas missões. Sabemos que há muitas pressões competitivas e limitações financeiras, que condicionam a ação das universidades, mas defendemos uma U.Porto que seja capaz de criar condições para que todos os que nela trabalham possam desenvolver adequadamente as suas carreiras. Defendemos também uma Universidade que saiba promover a colaboração, convivialidade e bem-estar entre todos os seus membros.
4. Diversa – A U.Porto faz-se de uma grande diversidade de realidades ao nível das Faculdades, Unidades de I&D e Serviços. Não cremos que a solução esteja nem na centralização nem na homogeneização dessas estruturas, que anulam o dinamismo e enfraquecem a vitalidade da Universidade. Ao invés, valorizaremos o desenvolvimento de respostas e de apoios diferenciados, ajustados a estruturas com necessidades específicas, em que a Universidade seja uma força mobilizadora e coordenadora, fortalecendo a colaboração interna na sua diversidade.
5. Ágil – A U.Porto cresceu, diversificou e complexificou muito as suas atividades, mas as estruturas e os processos de decisão e gestão nem sempre acompanharam adequadamente essa evolução. Enquanto membros do CG, pugnaremos para que a U.Porto seja capaz de agilizar e simplificar o seu funcionamento. Acreditamos que é possível encontrar um melhor equilíbrio entre eficiência e exigência institucional, reduzindo a carga administrativa supérflua sem comprometer o rigor, a transparência e a qualidade dos processos.
6. Plural – A U.Porto deve continuar a ser um espaço de diversidade de ideias, de debate e de confronto leal e respeitador das diferenças. Deve promover uma cultura de inclusão e acolhimento da diversidade, respeitando a identidade e dignidade de todos e de cada um dos seus membros. Num tempo de crescente polarização e intolerâncias, é ainda mais premente que a Universidade seja capaz de cultivar os valores da cidadania na educação e formação, na criação e disseminação do conhecimento e na relação com a comunidade.
7. Comprometida com a sociedade – A Universidade precisa de ter o seu tempo e a sua autonomia, mas não deve viver alheada da comunidade que a rodeia, nem desperdiçar as oportunidades de valorizar o seu papel e a sua importância através de múltiplos contributos científicos, educativos, económicos e culturais. Valorizamos uma U.Porto aberta à sociedade e empenhada civicamente, não numa relação subordinada ou reativa, mas numa relação proativa, que preserve a autonomia e o sentido crítico da Universidade.
LISTA B - ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A U.PORTO
1. ENSINO E FORMAÇÃO
A UP é amplamente reconhecida pela qualidade da sua formação, dos seus estudantes e dos seus diplomados. Esse reconhecimento contribui para que sistematicamente atraia muitos e bons candidatos aos seus cursos, cujos subsequentes percursos profissional e cívico têm contribuído para acrescentar, a cada geração, mais prestígio à Universidade. No entanto, num tempo de profundas mudanças tecnológicas, económicas e sociais, importa que a UP seja capaz de se adaptar a novos tempos e antecipar outras mudanças.
Para que isso suceda, é fundamental que a UP tenha uma visão clara, estruturada e consequente sobre a missão de educação e formação e o que isso significa numa universidade inclusiva, aberta à mudança e capaz de ajudar a transformar e qualificar a comunidade que a rodeia. Isso deve refletir-se ao nível do investimento institucional, da oferta formativa da UP, das abordagens pedagógicas e curriculares da Universidade e do apoio e valorização do desempenho dos docentes nas atividades de educação e formação.
Seguidamente apresentamos de modo sucinto a visão da Lista B sobre o papel do ensino e formação no desenvolvimento estratégico da UP.
De um ponto de vista da oferta formativa, a Lista B defende que a UP deve:
Aprofundar o caminho desenvolvido pela UP ao longo da última década de revalorização da educação e formação como primeira missão da universidade. Essa valorização da missão ensino deve ser feita de forma articulada com a investigação, promovendo uma maior experimentação e inovação, uma maior cultura de partilha e colaboração e um papel mais ativo dos estudantes no seu processo de aprendizagem e formação.
Fortalecer o papel de liderança que a UP vem assumindo a nível nacional e europeu na inovação pedagógica e curricular no ensino superior. Isso pode e deve beneficiar da colaboração com os nossos principais parceiros nacionais e internacionais.
Alargar as prioridades da oferta formativa, valorizando o papel da Universidade na formação ao longo da vida e apoiando os seus alumni e outros profissionais a enfrentar os crescentes desafios tecnológicos e societais que estão a transformar o mercado de trabalho e que podem colocar em causa muitas expectativas que a sociedade tem depositado na formação superior. Para que tal não aconteça, a Universidade deve assumir a formação ao longo da vida como um dos eixos centrais da sua oferta formativa.
Fortalecer a formação inicial e contínua dos professores dos ensinos básico e secundário, uma área de intervenção que já foi muito importante no passado e que hoje volta a ser central ao nível das prioridades do sistema educativo. A UP tem um património e uma responsabilidade fundamentais nesta área e deve estar à altura disso, seja pela sua relevância social, pela importância que isso tem para a qualidade e equidade da educação obrigatória, seja ainda pelo impacto que isso tem na qualidade dos futuros estudantes do ensino superior.
De um ponto de vista da atividade docente, a Lista B pugnará para que a UP:
Valorize o esforço que os docentes dedicam à melhoria persistente dos processos de ensino, aprendizagem e avaliação. Esses esforços não podem ser vistos como um fardo ou um óbice face a outras prioridades de carreira, mas sim como a concretização duma prioridade institucional devidamente reconhecida nos mecanismos de avaliação e de progressão de carreira.
Fomente uma reflexão crítica e estruturada dos docentes sobre as mudanças científicas e societais que enfrentamos e os seus impactos curricular e pedagógico, promovendo uma visão alargada sobre a educação superior e o desenvolvimento de competências diversificadas, assentes numa sólida formação científica.
Apoie institucionalmente os docentes nas atividades de ensino e de avaliação através de formação e estruturas institucionais, por forma a estimular a experimentação e inovação pedagógica e curricular. Neste âmbito, assumem particular relevância os desafios colocados pelos avanços tecnológicas, seja através da sua utilização de uma forma complementar da relação professor-estudante, seja na preservação da integridade, fiabilidade e justiça relativa dos processos de ensino e avaliação.
Sustente uma cultura de qualidade na educação e formação, promovendo o sucesso académico dos estudantes de uma forma exigente e responsabilizadora de todos os intervenientes.
Sabemos que estes desafios são grandes, pois muitos dos membros da Lista B vêm dedicando aos temas de educação e formação muito do seu percurso na UP, designadamente como responsáveis de cursos ou de conselhos pedagógicos e científicos. Sabemos que isso requer a mobilização de toda a UP e o fortalecimento da sua capacidade para refletir em tempo útil e atuar de modo consequente e não reativo perante tamanhos desafios. No entanto, acreditamos também que muito do futuro e da relevância da UP, assim como de todas as grandes universidades, se joga na sua capacidade de renovar e fortalecer a sua missão na educação e formação.
2. INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO
A UP definiu há algum tempo ambicionar ser uma universidade de investigação, ou seja, ser uma universidade em que as atividades de investigação são uma missão essencial que permeia o modo como se desenvolvem as demais missões e atividades.
Para que isso suceda, é fundamental que a UP tenha uma visão clara, estruturada e consequente sobre o papel da investigação na missão e organização e que isso se reflita na definição de orientações sobre a carreira de investigação e o contributo dos investigadores na vida da universidade.
Seguidamente apresentamos de modo sucinto a visão da Lista B sobre o papel da investigação e dos investigadores no desenvolvimento estratégico da UP.
De um ponto de vista da organização e estruturação das atividades de investigação, a Lista B defende que:
· A UP tem uma realidade bastante diversa na dimensão, composição e configuração institucional e que há que respeitar essa realidade e trabalhar a partir dela.
· A organização da investigação não é apenas uma questão funcional ou financeira, mas tem subjacente opções epistemológicas e programas científicos, pelo que um modelo único ou relativamente homogéneo não é o mais adequado.
· O essencial é que as diferentes unidades e áreas científicas procurem encontrar o melhor modelo para maximizar o seu potencial científico e o seu contributo para a Universidade e para a sociedade.
· Independentemente da sua configuração, é fundamental que haja um equilíbrio de direitos e deveres entre todas as unidades e investigadores face à UP.
Ao nível das diferentes missões da UP, a Lista B considera que para que a Universidade seja uma universidade de investigação é fundamental que:
· Haja uma maior colaboração entre unidades de I&D, dado que esse cruzamento interdisciplinar tem permitido potenciar a originalidade e relevância do contributo científico da UP.
· Reforçar a cooperação entre unidades de I&D e as Faculdades, pois a missão de ensino e as atividades de formação contínua podem beneficiar muitíssimo do contributo da investigação, promovendo maior experimentação pedagógica e inovação curricular e maior colaboração entre docentes e áreas científicas.
· Ao nível da cooperação com a sociedade, exista um equilíbrio de interesses entre as diferentes partes, por forma a que as Faculdades e Unidades de I&D sintam que os seus interesses estão salvaguardados.
No que concerne os investigadores, a Lista B defende que:
· A UP deve ter uma estratégia sustentável de promoção da carreira de investigação em articulação com a carreira docente e que tenha em consideração todas as unidades de I&D (integradas e participadas).
· A UP deve aproveitar cabalmente os instrumentos de política pública que vêm sendo desenvolvidos para promover uma maior estabilidade de carreira e pugnando para que estes mecanismos sejam prosseguidos e reforçados nos próximos anos.
· Os investigadores devem ser envolvidos nas atividades de ensino (incluindo nas orientações de dissertações e teses) e de formação contínua, aproveitando a sua experiência e conhecimento e como forma de valorização dessas atividades.
· Os investigadores devem ser envolvidos na governação da UP e das suas Faculdades, nomeadamente ao nível científico.
Embora saibamos que o Conselho Geral não tem funções executivas, os membros da Lista B pugnarão por uma UP que incorpore os pontos acima enunciados na definição das suas linhas de desenvolvimento e que os documentos estratégicos e de atividades apresentados pelo Reitor e sua equipa reflitam cabalmente estas preocupações e aspirações, que sabemos serem partilhadas por tantos na nossa universidade. Porque acreditamos numa universidade de investigação que se organize duma forma ágil e diversa e que valorize e apoie o contributo para a investigação dos investigadores de carreira.
3. RELAÇÃO COM A COMUNIDADE
A Universidade do Porto deve estar aberta à comunidade que a rodeia. A UP deve aproveitar as oportunidades de valorizar o seu papel e a sua importância através de múltiplos contributos científicos, educativos, económicos e culturais. Este envolvimento não deve constituir uma relação subordinada, mas sim uma relação proativa, que preserve a autonomia e o sentido crítico da Universidade.
A U.Porto deve ser empenhada civicamente e continuar a ser um espaço de diversidade de ideias, de debate e de confronto leal e respeitador das diferenças. Num tempo de crescente polarização e intolerâncias, é ainda mais premente que a Universidade seja capaz de cultivar os valores da cidadania na educação e formação, na criação e disseminação do conhecimento e na relação com a comunidade.
Relação da U.Porto com os Alumni
A relação com a comunidade, em particular com os alumni, não deve ser meramente instrumental, mas deve ter por objetivo fortalecer e renovar uma relação iniciada aquando da sua formação na U.Porto. Os alumni devem sentir que a U.Porto continua a ser a sua Universidade e que os apoia no desenvolvimento das suas carreiras e dos seus projetos.
Para que isso aconteça, a U.Porto deve conhecer a sua rede de alumni e fortalecer essa comunidade através de uma comunicação eficaz e de momentos importantes que fortaleçam essa ligação.
A relação da U.Porto com os alumni não se deve sobrepor aos esforços que, ao longo do tempo, foram desenvolvidos pelas Faculdades e deve ser concretizada em estreita articulação com estas, dada a forte relação que os alumni têm com as unidades orgânicas.
Uma das áreas em que essa estreita colaboração interna deve apostar é no papel da U.Porto e das suas Faculdades na formação ao longo da vida. A U.Porto deve, por isso, valorizar a formação ao longo da vida, apoiando os seus alumni e outros profissionais a enfrentar os crescentes desafios tecnológicos e societais que estão a transformar o mercado de trabalho. e que podem colocar em causa muitas expectativas que a sociedade tem depositado na formação superior. A Universidade deve, assim, assumir a formação ao longo da vida como um dos eixos centrais da sua oferta formativa, respondendo às muitas expectativas que a sociedade tem depositado na formação superior
Outra área em que a U.Porto pode e deve dinamizar na relação com os seus alumni é no apoio à criação e desenvolvimento de projetos empresariais, potenciando o papel da UPTEC e das redes estabelecidas por muitas unidades de I&D.
Finalmente, os alumni podem ter um papel muito importante na estratégia de internacionalização da U.Porto, reforçando a rede de contactos da UP ao nível da educação, da investigação e da valorização do conhecimento.
A U.Porto e a Valorização do Conhecimento
A U.Porto deve fortalecer as dimensões de valorização e disseminação do conhecimento nas suas missões de ensino e de investigação, contribuindo para uma relação mais estreita com a sociedade e para alargar as saídas profissionais dos seus diplomados, designadamente ao nível da formação avançada.
A U.Porto deve ter uma visão ampla sobre a valorização do conhecimento, que dê importância às atividades de relacionamento com entidades empresariais que possam potenciar a criação de riqueza, mas que não se esgote nessas atividades, valorizando igualmente as atividades de disseminação e aplicação de conhecimento com parceiros do setor público e do setor social.
A U.Porto deve promover de forma sistemática e diversificada atividades que contribuam para afirmar os valores da cidadania, da democracia, do humanismo e da tolerância.
A U.Porto é uma universidade pública, pelo que a divulgação do conhecimento científico deve ter um papel destacado nas atividades de todas as suas Faculdades e unidades de I&D, sejam elas sediadas ou participadas.
As atividades de valorização e divulgação do conhecimento devem também ter um reconhecimento visível no percurso profissional dos docentes, investigadores e pessoal técnico.
Ao nível da cooperação com a sociedade, a U.Porto deve zelar para que exista um equilíbrio de interesses entre as diferentes partes, por forma a que as Faculdades e Unidades de I&D sintam que os seus interesses estão salvaguardados.
A Universidade deve promover a criação de spin-offs e ter regras e procedimentos claros na gestão de potenciais conflitos de interesses, mas não de um modo que anule esses esforços.
A Universidade deve apoiar o desenvolvimento de patentes numa perspetiva de impacto económico e social, verificando se os seus resultados são consequentes com os recursos dedicados ao desenvolvimento destas atividades.
4. INTERNACIONALIZAÇÃO
Ao longo das últimas décadas houve uma aceleração do processo de Internacionalização da UP, à semelhança do que aconteceu com o restante sistema português de ensino superior, visível em:
crescente mobilidade de estudantes, docentes e funcionários;
crescimento muito significativo dos estudantes internacionais de grau na última década;
Internacionalização da formação, seja ao nível da língua de ensino e aprendizagem, seja ao nível dos conteúdos curriculares;
Crescente internacionalização das atividades de investigação e da disseminação de resultados de investigação;
Crescimento das colaborações científicas e da participação da UP em múltiplas redes internacionais;
Participação da UP nas Alianças de Universidades Europeias (EUGLOH), nas qual tem tido um papel proeminente e proativo.
Após esta fase de crescimento, é importante que a UP evolua para uma fase de internacionalização que privilegie a qualidade e impacto dessas atividades na universidade:
Maior institucionalização das atividades de internacionalização, integrando iniciativas individuais nas políticas e estratégias institucionais.
Maior seletividade nas atividades de internacionalização, valorizando a densidade, continuidade e impacto do processo de internacionalização nas suas missões de ensino e investigação.
Desenvolvimento de uma abordagem sistemática sobre a internacionalização, estruturada nos seus documentos estratégicos e no uso sistemático de dados de suporte a essa definição estratégica.
Desenvolvimento de abordagens específicas na internacionalização para as diferentes missões – ensino e aprendizagem, investigação, serviço à comunidade.
Adotando estratégias consequentes e ajustadas às diferentes áreas científicas, quanto às regiões prioritárias de internacionalização.
Construindo um posicionamento claro e amadurecido nas diferentes áreas científicas quanto ao uso do português de línguas estrangeiras nos vários graus de ensino e ciclos de estudo específicos.
Incorporando a dimensão internacional na generalidade das atividades da UP, incluindo na relação com a comunidade, em que a UP pode ser uma alavanca para a internacionalização da região e pode usar a sua rede de parcerias regionais como uma alavanca para a sua estratégia de internacionalização.
5. U.PORTO E CULTURA
A Universidade é, pela sua essência, uma instituição cultural, que procura, através da criação, transmissão e disseminação do conhecimento transformar todos aqueles que fazem parte dessa comunidade através da descoberta de novas perspetivas e realidades e do exercício do pensamento crítico e analítico.
As atividades culturais permitem-nos um conhecimento mais profundo das realidades em que estamos inseridos e dos outros que fazem parte da nossa comunidade, estimulando a nossa sensibilidade, imaginação, criatividade e a empatia, ao mesmo tempo que reforçam o sentimento de pertença e a capacidade de diálogo nas instituições de ensino superior. Através das atividades culturais descobrimos o valor da alteridade e da importância dos outros para o conhecimento e a formação da nossa própria identidade.
As atividades culturais têm dimensões instrumentais muito importantes, estimulando o crescimento pessoal e cultural de cada um dos membros da academia. No entanto, as atividades culturais da Universidade não se devem cingir a essas dimensões instrumentais, tendo também um valor em si mesmo, pela afirmação do valor da cultura e da criação artística nas suas diversas expressões.
A U.Porto deve ser assumir-se como um ator central na dinamização cultural e do debate de ideias na cidade, na região e no país, valorizando e dando visibilidade ao contributo da Universidade para a análise e problematização dos grandes desafios societais.
A atividade cultural da U.Porto deve ser ampla e diversa, construída através do contributo criativo dos seus membros e da colaboração com outros agentes culturais.
As atividades culturais da U.Porto devem ser desenvolvidas em profícua articulação com as Faculdades e as Unidades de I&D e envolvendo estreitamente toda a comunidade académica – docentes, investigadores, quadros técnicos, de gestão e operacionais e estudantes, envolvendo-os em atividades que contribuam para o seu desenvolvimento pessoal, o seu sentimento de pertença e o seu bem-estar.
As atividades culturais da U.Porto devem valorizar e dar a conhecer, à comunidade da U.Porto e ao exterior, a riqueza patrimonial e museológica da Universidade no seu conjunto, dando visibilidade à diversidade de percursos históricos e culturais de cada uma das suas Faculdades.
O desenvolvimento de atividades culturais da U.Porto deve salientar a riqueza e a especificidade da intervenção da Universidade neste campo, complementando e articulando-se com o trabalho das principais instituições culturais da cidade, da região e do país.
6. U.PORTO E DESPORTO
A prática desportiva constitui-se como uma área de intervenção crescentemente relevante das instituições de ensino superior e tem hoje uma significativa importância na vida da U.Porto. Esse crescente envolvimento da Universidade na promoção e desenvolvimento das atividades desportivas decorre do seu contributo para o fortalecimento institucional e para o desenvolvimento pessoal. A atividade física e desportiva é um pilar essencial no desenvolvimento integral e de bem-estar de todos, promovendo o seu crescimento pessoal, social e académico e contribuindo para tornar a universidade num espaço de maior convivialidade e bem-estar.
A Universidade do Porto deve pugnar para ser reconhecida por toda a comunidade académica como uma instituição que valoriza ativamente esta vertente, crucial para o bem-estar físico e mental de todos os seus docentes, investigadores, quadros técnicos e operacionais e estudantes.
A U.Porto deve criar as condições para a prática desportiva em toda a comunidade académica, promovendo um melhor equilíbrio entre a atividade profissional e o tempo de descanso e de lazer.
A U.Porto deve também promover as atividades desportivas coletivas, como forma de promover o convívio e o sentimento de pertença na comunidade académica.
No caso dos praticantes de alto-rendimento, a U.Porto deve promover a plena integração da carreira dupla na estratégia educativa da Universidade, assegurando que os estudantes-atletas de alto rendimento possam conciliar com sucesso as suas vidas académica e desportiva.
Para potenciar o reconhecimento nacional e internacional da U.Porto, o desporto universitário deve ser desenvolvido através de uma forte simbiose entre o Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP-UP) e os representantes dos estudantes.
7. GOVERNAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA U.PORTO
A U.Porto é uma instituição com história, valores e princípios, e que se afirmou ao longo do tempo por se manter fiel a esses valores e princípios, embora adaptando-se a cada tempo e circunstâncias. Defendemos que a U.Porto seja capaz de pensar as mudanças necessárias, sem ruturas que nos fragilizem e enfraqueçam na prossecução da nossa missão. Não temos uma visão catastrofista, mas também não queremos que a complacência e a inércia dominem a Universidade. Assumimos uma atitude reformista em que a U.Porto saiba pensar e concretizar as mudanças necessárias através do diálogo e do envolvimento de toda a Universidade.
A U.Porto é uma instituição forte, com uma identidade e uma história que nos orgulham e motivam. Sabemos que muito dessa força advém da vitalidade e qualidade de cada uma das suas partes – Faculdades, Departamentos, Unidades e Institutos de I&D –, pelo que essa identidade e sentimento de pertença devem contribuir para uma maior coesão institucional e não para nos enfraquecer ou dividir. Por isso mesmo, fazem parte da nossa lista docentes de todos os patamares de carreira e que combinam o conhecimento e a experiência de muitas décadas ao serviço da U.Porto com o entusiamo daqueles que estão na U.Porto há menos tempo e que serão fundamentais para a renovação e futuro da Universidade. Também por isso, somos a única lista que integra representantes de todas as Faculdades, investigadores e docentes integrados em unidades de I&D sediadas nas várias Faculdades e participadas pela U.Porto.
Autonomia e Gestão da Universidade:
Nas últimas décadas houve um fortalecimento da autonomia universitária, nomeadamente ao nível da gestão, embora persistam entraves relevantes ao nível da autonomia financeira e um grande peso da burocracia.
Além disso, nos últimos anos, tem-se assistido à emergência de tendências crescentes de interferência externa na vida das universidades, as quais colocam em causa o seu bom funcionamento, assim como a sua autonomia científica e pedagógica. A U.Porto deve estar atenta a esses riscos e ter uma posição intransigente de defesa da sua autonomia e liberdade académica.
Por outro lado, ao nível administrativo, parece haver na U.Porto uma tendência para replicar e densificar essa burocracia internamente, pelo que seria prioritário ter uma agenda de simplificação e agilização dos processos de decisão e gestão dentro da universidade. O tempo de resposta dos desafios não se compadece com a lentidão e arrastamento de que se queixam muitos colegas docentes e investigadores, pelo que é fundamental que o próximo Conselho Geral (CG) assuma como prioridade batalhar para que essa mudança seja assumida como uma prioridade na U.Porto.
A U.Porto cresceu, diversificou e complexificou muito as suas atividades, mas as estruturas e os processos de decisão e gestão nem sempre acompanharam adequadamente essa evolução. Enquanto membros do CG, pugnaremos para que a U.Porto seja capaz de agilizar e simplificar o seu funcionamento. Acreditamos que é possível encontrar um melhor equilíbrio entre eficiência e exigência institucional, reduzindo a carga administrativa supérflua sem comprometer o rigor, a transparência e a qualidade dos processos.
Organização e Governo da U.Porto
O RJIES contribuiu para a transposição de modelos de governo/gestão empresarial para o ensino superior, embora seja discutível o quanto tenha contribuído para aumentar a eficácia das IES, pois persistiram muitos entraves burocráticos.
Por outro lado, existe uma preocupação de que essas mudanças contribuíram para a deterioração do ethos académico. Existe uma clara preocupação com perda de democraticidade, desinteresse e erosão da participação, vistas como consequência do modelo de governo e reforço de poder nas lideranças.
Defendemos uma visão da U.Porto com uma governação partilhada que envolva o mais possível todos os atores (professores, investigadores, estudantes, funcionários), nomeadamente através do fortalecimento dos mecanismos de auscultação e articulação entre níveis institucionais e do reforço e revitalização da participação na base das instituições (Faculdades, Departamentos, Unidades de I&D). Para isso, a U.Porto deve também adaptar os mecanismos de comunicação, tornando-os mais eficazes e transparentes.
A U.Porto faz-se de uma grande diversidade de realidades ao nível das Faculdades, Unidades de I&D e Serviços. Não cremos que a solução esteja nem na centralização nem na homogeneização dessas estruturas, que anulam o dinamismo e enfraquecem a vitalidade da Universidade. Ao invés, valorizaremos o desenvolvimento de respostas e de apoios diferenciados, ajustados a estruturas com necessidades específicas, em que a Universidade seja uma força mobilizadora e coordenadora, fortalecendo a colaboração interna na sua diversidade.
A força de uma instituição como a U.Porto advém das pessoas que a compõem e que dão o seu melhor todos os dias para que a Universidade possa desempenhar as suas missões. Sabemos que há muitas pressões competitivas e limitações financeiras, que condicionam a ação das universidades, mas defendemos uma U.Porto que seja capaz de criar condições para que todos os que nela trabalham possam desenvolver adequadamente as suas carreiras. Defendemos também uma Universidade que saiba promover a colaboração, convivialidade e bem-estar entre todos os seus membros.
Papel do Conselho Geral
O CG ainda não se consolidou como deveria como um órgão reconhecido pela comunidade académica, sendo importante que o próximo mandato contribua para promover uma maior visibilidade da sua atividade através de melhor comunicação e proximidade.
Sendo o órgão máximo de governação da U.Porto e o principal protagonista na reflexão estratégica da Universidade, cabe ao CG mobilizar toda a Universidade para esses desafios. Deste modo, pugnaremos para que este órgão se centre nas questões estratégicas e estruturantes para a U.Porto, ao invés de nos determos em questões particulares que muitas vezes absorvem o tempo e a ação deste órgão e o afastam da sua missão central de pensar e construir o futuro da Universidade.
O CG só conseguirá desempenhar cabalmente a sua missão se estimular o envolvimento e a comunicação com a Universidade. Deste modo, comprometemo-nos a dar voz às preocupações, aspirações e propostas de toda a Universidade, promovendo uma cultura de participação, transparência e corresponsabilidade. Trabalharemos para que a U.Porto conheça e se reveja no trabalho desenvolvido através da nossa proximidade, disponibilidade e conhecimento dos desafios e realidades da Universidade, bem como de uma comunicação regular e substantiva sobre o trabalho do CG.
Cada membro do CG tem a responsabilidade de representar e zelar pelo interesse da Universidade no seu todo. Certamente que cada um de nós tem uma maior afinidade com determinadas unidades da U.Porto, mas a representação no CG exige uma visão ampla para pensar e defender os interesses de toda a Universidade. Os problemas, os interesses e as preocupações de cada Faculdade, de cada Unidade de I&D ou Serviço Autónomo devem ser tratados pelos seus órgãos próprios, legitimamente eleitos. Cremos convictamente que os membros do CG devem exercer o seu mandato de forma livre e responsável, pois só assim poderão defender o interesse da U.Porto, fortalecendo o seu todo e cada uma das suas partes.
Uma das principais competências do CG é a eleição do Reitor. Seja qual for o Reitor eleito, é responsabilidade do CG acompanhar e fiscalizar de forma leal e construtiva a ação do Reitor e da sua equipa. No CG, não seremos a bancada de apoio ou de oposição ao Reitor, mas membros empenhados no bom funcionamento deste órgão e da Universidade, contribuindo para que o Reitor e a sua equipa desempenhem da melhor forma possível o seu mandato.
Ainda que o CG continue fortemente associado ao processo de eleição do Reitor, o seu mandato não pode nem deve esgotar-se nesse momento, não obstante a sua importância para a U.Porto. Não nos candidatamos para usar o CG como uma plataforma para outras ambições, na U.Porto ou fora dela. Pelo contrário, assumimos o compromisso de valorizar todo o mandato e todas as competências, para que o CG possa desempenhar cabalmente o seu papel e contribuir de modo significativo para o futuro da Universidade.