História de Faro

As origens da cidade de Faro remontam ao século VIII a.C., período da colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental, durante o qual integrou um amplo sistema comercial, baseado na troca e comércio de produtos agrícolas, peixe e minérios. Com efeito, aos fenícios se ficou a dever o topónimo Ossónoba, que derivou da expressão “Osson ébá”, cujo significado era “armazém no sapal”.

Entre os séculos III a.C e IV d.C., Ossónoba integrou a província romana da Lusitânia, assumindo grande importância ao nível regional, comprovada por escavações arqueológicas realizadas ao longo do século XX no largo da Sé, que revelaram os vestígios do forum e do templum romano (a cerca de três metros do nível atual) e permitiram concluir que a cidade chegou inclusive a cunhar moeda.

A prosperidade de Ossónoba residia em boa parte na produção de garum, uma pasta de peixe muito apreciada na época, que os produtores locais exportavam para diversas cidades do Império romano. A importância das atividades marítimas na “Faro romana” encontra-se perfeitamente testemunhada no bonito mosaico do deus Oceano, que se encontra em exposição no Museu Municipal de Faro.

Com a desagregação do Império Romano no século V, Ossónoba integrou o Reino Visigótico da Península Ibérica. Totalmente cristianizada, a cidade passou a designar-se Santa Maria de Ossónoba, mantendo uma posição proeminente no contexto regional, uma vez que foi sede de Bispado.

Em 713, a cidade foi ocupada pelos mouros. No entanto, nos 2 séculos seguintes uma importante comunidade cristã (moçárabes) viveu aqui sob domínio Árabe. No século IX, passou a designar-se Santa Maria Ibn Harun, assim chamada em honra do fundador da Dinastia dos Banu Harun, Emires da Taifa de Santa Maria do al-Gharb.

Em 1249 as tropas do Rei D. Afonso III tomaram a cidade aos mouros, mas grande parte da comunidade muçulmana continuou a viver em Faro, pois recebeu carta de foral do rei D. Afonso III em 1269, garantindo liberdade de culto e o direito de conservar propriedade, mediante o pagamento de um imposto especial. Neste período, convivem em Faro as três grandes religiões do Livro: cristão, hebreus e muçulmanos, e a cidade passa a designar-se Santa Maria de Faaron, topónimo que até ao séc. XVIII irá evoluindo para Farom, Farão e Faro.