Gastronomia Aveiro

Aveiro é conhecida pelos doces, mas não só de doces vive esta cidade.

Tendo uma das primeiras empresas de seca ao sol de bacalhau em Portugal, Aveiro iniciou-se na confeção de especialidades de bacalhau e de marisco, com um notável porto de pesca na sua costa. Podemos encontrar a Caldeirada de Enguias e a de Petinga, as enguias de escabeche, a raia em molho pitau e as Espetadas de Mexilhão.

Quanto às carnes, prove que não se arrependerá, o suculento carneiro à lampantana (assado na caçoila de barro preto), o estaladiço leitão assado, a chanfana de borrego ou de cabrito, o chouriço com grelos ou, ainda, uns apetitosos rojões.

Para mim depois destas iguarias, segue-se a obrigatória sobremesa e aqui as escolhas são mais que muitas! Chego a “perder-me” com tanta variedade.

Os típicos ovos moles são servidos em barriquinhas de madeira decoradas com coloridas pinturas de temática regional ou em revestimento de hóstia imitando formas marinhas.

Percorrendo um pouco mais a doçaria aveirense, encontramos outros legados de conventos religiosos da região de igualmente fazer crescer água na boca. Deixamos aqui apenas alguns exemplos: raivas, ovos em fio, castanhas doces, bolos de vinte e quatro horas, fatias húmidas, regueifa, barrigas de freira, cavacas e claro as famosas Tripas (hoje em dia podem ser recheadas com os mais variados recheios – com ovos-moles, leite condensado, chocolate ou compotas, etc…).

História do Zé da Tripa

Para terminar, deixo-vos ficar a história do Zé da Tripa!

Confeciona bolachas e tripas, mas à moda de Aveiro. José Oliveira, mais conhecido por Zé da Tripa, e a mulher, Maria do Carmo, são quem faz as delícias dos aveirenses e de gulosos de passagem, a Bolacha Americana e a Tripa, doces já considerados tradicionais portugueses. Confecionam a massa a partir de ingredientes 100% naturais – farinha, ovos, açúcar e “mais um segredo que não revelam”

Tudo começou há cerca de 70 anos, na Costa Nova, com a família de Maria do Carmo que produzia e vendia as Bolachas Americanas numa barraquinha situada na marginal da ria e também pelas praias do concelho de Ílhavo, transportadas em latas enormes suspensas por cintas de colocar às costas.