Versos ao vento
Cantando espalharei por toda a parte
As palavras que nascem sem eu mandar.
Falam de ti, desse fogo que arde,
Desse amor que insisto em não calar.
Como Camões cantou mares e glórias,
Eu canto o que sinto cá dentro do peito.
Não luto em batalhas, nem faço histórias,
Mas luto por nós, do meu jeito imperfeito.
Espalho ao vento o teu nome escondido,
Entre versos soltos, sem destino certo.
Talvez um dia o encontres perdido,
Num poema guardado, num sonho desperto.
De que vale o canto, se não for de amor?
Se não trouxer contigo o brilho e o medo,
Se não souber gritar a dor e o fervor,
Nem guardar no silêncio o maior segredo?
Cantando espalharei, sem hesitar,
Que amar é fado de quem vive a sentir.
E mesmo que o mundo nos queira calar,
Haverá sempre poemas para nos descobrir.
Matilde Isabel Leite Ferreira, 11.º D