5. Cultura, Comunicação e Media

 

Materiais das sessões de formação  disponíveis na secção de Anexos:

- Planificação da UFCD 5 de CLC.

Materiais para os cursos de dupla certificação e escolar:

- Ficha de Trabalho do RA 1;

- Ficha de Trabalho do RA 2;

- Ficha de Trabalho do RA 3;

- Ficha de Trabalho do RA 4.

Textos suplementares:

  - Manual do Blogger: criação e publicação num blogue.

- "O Livro negro de esquemas e fraudes na Net".

   A reinvenção da Arte: novos suportes, novas perspectivas

    Eis algum material adicional acerca do filme "A Rede Social" (2010) que as turmas EC 1.2 e ES 1.2 foram ver ao cinema no dia 26/11/2010 no âmbito da Área de CLC, UFCD 5, RA 4. Pretende-se que os formandos sejam capazes de analisar criticamente o filme visionado, elaborando em seguida  um relatório devidamente estruturado (ver o documento na página Ferramentas Essenciais de Trabalho). 

Este filme foi baseado na obra “Bilionários por Acidente”da autoria de Ben Mezrich, a qual teve como fonte principal Eduardo Saverin, considerado co-fundador da rede social Facebook. A figura central do filme é Mark Zuckerberg, fundador desta rede social, retratado como um génio criativo, com um excelente domínio de programação a nível informático, mas com comportamentos poucos éticos e dificuldades relacionais. 

Na cena inicial, a primeira legenda remete-nos para o Outono de 2003 na Universidade de Harvard. Então, um rapaz diz à namorada “Quero algo que impressione os clubes” e justifica considerando-os “exclusivos, divertidos e permitem viver uma vida melhor” e, numa conversa em que mais parece desconversar, vai lançando ideias e comentários que levam ao fim da relação. A sua inabilidade para estabelecer relações sociais torna-se notória. 

Na sequência deste episódio, acaba por se embebedar e denegrir a figura da rapariga, Erica Albright, num blogue. Em seguida, numa voragem criativa, vai acedendo a ficheiros e programas, copiando-os e retirando imagens de mulheres da internet e comparando-as duas a duas por votação pública. Este jogo, certamente pouco ético, será denominado Facemash e alcança de imediato imenso sucesso entre os alunos de Harvard . Apenas durante uma madrugada em que ficou no ar, o site teve um total de 22 mil acessos e derrubou a rede de internet de uma das maiores universidades dos Estados Unidos e do mundo. Apesar de cancelado pela universidade, por violar direitos de autor e a privacidade dos indivíduos, traz a Mark Zuckerberg fama e... a ira do sexo feminino. Apercebe-se então de que as pessoas gostam de encontrar caras conhecidas. 

Mas a ideia de criar um site de amigos, com fotos e perfis, que espelhasse a vida universitária on line, provém dos irmãos Winklevoss (membros de destaque do Phoenix Club, um dos mais exclusivos de Harvard). Mark apercebe-se imediatamente do potencial da ideia e trabalha secretamente no desenvolvimento do programa e Eduardo Saverin, o seu melhor amigo, disponibilizará o capital para o aluguer de servidores e, mais tarde, para a sua expansão mundial. 

A tensão começa quando os irmãos descobrem aquilo que consideram um roubo de propriedade intelectual e, sobretudo, quando Eduardo (como director financeiro) começa à procura de anunciantes para o site com o objetivo de torná-lo lucrativo. Mark, no entanto, deixa-se enfeitiçar por Sean Parker, o criador do Napster e também o responsável por ter mudado a indústria fonográfica para sempre. O conflito permanente entre Eduardo Saverin e Sean Parker acaba por abalar a amizade entre os dois amigos, finalizando numa traição (as acções de Eduardo na empresa são diluídas de 33% para 0.03%) e o comportamento debochado de Sean Parker levará ao seu afastamento. Mark fica só, com a sua empresa bilionária, e os diversos conflitos de interesses acabarão por ser dirimidos em tribunal, acabando por ter de pagar indemnizações a todos os queixosos. 

O filme é precisamente construído entre o julgamento de Mark Zuckerberg em acções movidas por Eduardo Saverin e pelos irmãos Winklevoss, além de percorrer os momentos mais importantes e tensos da criação até o sucesso do Facebook. No ar, fica a dúvida sobre as motivações de Mark Zuckenberg – vingança por não ter sido incluído nos círculos de elite da universidade?  Ou simplesmente uma genialidade que desdenha a condição social e as relações interpessoais?

“A Rede Social” é um filme sobre a criação do Facebook, mas vai muito além disso. É uma viagem através de uma nova perspectiva sobre a realidade, em que as relações sociais começam a ser criadas a partir da internet e das suas redes sociais. É também a trajectória de um jovem, humano – demasiado humano – genial criador de um suporte facilitador da interacção social. Paradoxalmente, o que Mark permite aos outros não se reflecte na sua pessoa: a fama não lhe trouxe a cura para a sua incapacidade em lidar pessoalmente com os outros - pelo que no final do filme procura ainda ser “adicionado como amigo” pela sua ex-namorada no seu Facebook. 

Texto de Marina Santos, 1/12/2010