História de Peter

Durante a Revolução Farroupilha haviam muitos bandos, dentre os quais, o mais temido na colônia alemã era o chefiado por um tal de Antônio Joaquim da Silva, conhecido como Menino Diabo, devido a sua estatura baixa, corpo minguado e seu caráter sanguinário. Atuava, com seu bando, nas Picada de Bom Jardim (Ivoti), Estância Velha, Dois Irmãos, e Picada 48, onde assassinou, Adão Knierim e Henrique Morschel, dentre outros. Peter, morando no Brasil há cerca de 6 anos e estabelecido com casa comercial na Picada 48, foi aprisionado pelo grupo do Menino Diabo, que prometeu a Anna soltá-lo mediante o pagamento da quantia de 800$000. A pobre Anna percorreu a vizinhança para arrecadar a quantia e, ao entregar o dinheiro ao Menino Diabo este enxugou na sua saia as mãos e a faca com que havia degolado o seu marido. (in Leopoldo Petry, "Carvalhos e Palmeiras", P. Alegre: ed. A Nação, 2ª edição, s/d., p. 30/31 - do mesmo autor, "São Leopoldo 1864-1964", p. 54/55 - in Hilda Agns Hübner Flores, "Alemães na Guerra dos Farrapos", P. Alegre: ed. Edipucrs, 1965, p. 64/66). Após o assassinato de Knierin, O menino Diabo foi perseguido e teria sido morto em Cruz Alta. (in Klaus Becker, 1971, no Serra-Post Kalender, também no 5º Simpósio Hist. Imigr. Coloniz. Alemão no RGS, e in Germano Oscar Moehlecke, "Os Imigrantes Alemães e a Rev. Farroupilha", p. 124, 190/191). Após este episódio a família de Pedro mudou-se para Maratá, em Montenegro - RS, e ao que se sabia, o patriarca não teve sepultamento, e nenhum membro permaneceu naquela zona.