0086 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sol tem um ciclo de atividade oscilante em torno de 11 anos, a quantidade de
energia e as partículas ejetadas em maior ou menor grau variam. Seu campo magnético
é variável e modula o campo magnético da Terra. No sul do Hemisfério Sul, sobre grande
parte da Região Sul do Brasil, com epicentro sobre a região fronteiriça oeste dos Estados
do Paraná e Santa Catarina, existe uma região onde o campo magnético da Terra tem
menor intensidade. Não se sabe ao certo todos os mecanismos envolvidos em tal efeito.
Estudos sugerem que dentre as causas do fenômeno, a dinâmica do manto interno do planeta
tem forte influência, pelo fato de ser o gerador do “dínamo terrestre”. As deficiências
na intensidade do Campo Magnético são denominadas Anomalia Magnética do Atlântico
Sul, ou AMAS. O presente trabalho foi norteado por dois objetivos:
O primeiro, a Radiobservação na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.
Este é necessário para observar os mecanismos de ionização da Ionosfera. Para tal, foi
construída uma antena de quadro vertical instalada no município de Curitiba. Foi montada
uma estação de transmissão e foram emitidos sinais de RF para duas estações receptoras
dotadas de espectrômetros. A primeira se localiza na EACF, Estação Antártica
Comandante Ferraz, cujos dados não foram utilizados por estar fora do âmbito da AMAS.
A segunda estação está instalada no Sítio Paraizinho, município de Pardinho, Estado de
São Paulo. O sistema de recepção, dotado de um software de espectrometria para RF,
digitaliza e gera um espectrograma disponibilizando-o pela Internet em tempo real. Foram
observadas as variações de propagação e as variações dos ruídos de fundo provindos da
Ionosfera. Desta forma, foram observados distúrbios ionosféricos, cujos dados foram comparados
aos disponibilizados pelos satélites GOES. Através de contatos e gravações com
estações de rádio de diversas localidades do Brasil, foi analisada a variação da propagação
na região. Foi observado um evento de fechamento total de propagação de RF,
possivelmente causado por uma manhcha solar. O black-out foi confirmado por relatos de
radioamadores e pelos monitoramentos múltiplos.
O segundo objetivo do trabalho não exigiu construções de equipamentos nem de
instalações de estações de rádio. Consistiu na utilização de dados fornecidos pelo Grupo
de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Assim, através do monitoramento das descargas elétricas, foi observado que a maioria se
deu no interior da região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul.
(c) Ângelo Antônio Leithold. py5aal