III Workshop 2025
ESG & Sustentabilidade
Pelotas Parque Tecnológico
26 e 27 de Junho, em Pelotas (RS)
Palestra de Abertura
(modo remoto)
Emergência Climática:
Desafios a Enfrentar
Prof. Carlos Nobre
Breve resumo
Por 21 meses a temperatura aumentou mais de 1,5 C em relação ao período pré-aquecimento global (1850-1900) e a ciência busca explicar esta alta taxa de aquecimento de mais de 0,3 C em dois anos. Ao atingir esta temperatura, está havendo um aumento exponencial de todos os eventos climáticos extremos: ondas de calor, praticamente secas, incêndios florestais, chuvas excessivas. Torna-se urgente a busca de mitigação com rápida redução das. a resiliência de toda a população aos eventos climáticos extremos Desafios que a COP30 terá que enfrentar para vencer estes desafios e evitar o ecocídio do planeta.
APRESENTAÇÃO
O ambiente de negócios passou a ganhar novos significados nas estratégias que reúnem boas práticas de responsabilidade socioambiental ESG (Environmental, Social and corporate Governance) e nas metas de sustentabilidade, incorporadas para reduzir o risco financeiro de empresas e corporações. Algo que não é exatamente novo, mas que está revolucionando a cadeia de valor, os relacionamentos e o propósito do investimento e das iniciativas de produção com vistas ao desenvolvimento.
A ideia de gestão responsável evoluiu com o tempo e tornou-se um sinônimo de comportamento e direção do campo das decisões corporativas e na governança do poder público, quanto as escolhas tomadas pelas corporações, com repercussão socioambiental. E o que começou nas grandes empresas rapidamente ganhou um vasto terreno nas corporações menores e empresas de menor porte, nos mais variados ecossistemas econômicos do país, inclusive no nosso.
Vivemos em uma região privilegiada, de potenciais variados, com larga perspectiva de novos investimentos. Empresas surgiram e outras estão chegando. Corporações de todos os tamanhos que, aos poucos, vem transformando o ecossistema financeiro local. Empresas verdes, com pegada sustentável, que necessariamente terão que se relacionar com fornecedores com protocolos ESG. E esta é a chave mágica que estamos procuramos.
Empresas que investem nas melhores práticas de sustentabilidade ESG são empresas atentas a conformidade, que cuidam do meio ambiente e particularmente das relações que estabelecem com fornecedores, na forma que tratam seus colaboradores e/ou promovem o impacto positivo na vida cotidiana das pessoas (comunidade). Relações sustentáveis que devem repercutir ao longo de toda cadeia.
Portanto, nesta segunda edição do workshop, para além das experiências vividas na primeira edição, focadas na cultura ESG de empresas locais, a expectativa é fortalecer os laços regionais e impactar o ambiente de negócio com experiências consolidadas em outras regiões do Estado e do país.
Participação Especial
Prefeito de Muçum
Título: Das tragédias aos recomeços: um relato da cidade de Muçum nos desastres naturais de 2023 e 2024
Resumo: O município de Muçum, situado no Vale do Taquari, foi uma das cidades mais atingidas pelos desastres naturais de 2023 e 2024, chegando a ter mais de 80% da sua área urbana atingida. O processo de reconstrução é desafiador, exigindo muita resiliência, coragem e investimentos. Nessa apresentação, demonstramos uma linha do tempo da evolução desse recomeço e os desafios enormes e complexos existentes
JUSTIFICATIVA
A Nova Economia é verde e as garantias de bem-estar social estão consignadas a uma nova agenda de relacionamento humano com a natureza. Somos testemunhas das mudanças e o mercado sinaliza que são mudanças que chegaram para ficar. Agora, todos querem ser ESG (Environmental, Social and Governance), a sigla de apenas três letras que está revolucionando o ambiente de negócios. A estratégia que reúne boas práticas de gestão, responsabilidade socioambiental e metas de sustentabilidade para reduzir o risco financeiro do investimento de empresas e corporações. Algo que não é exatamente novo e está mais para uma forma moderna de abordagem, que remete ao modelo de sociedade que passamos a construir a partir da Revolução Industrial, pois foram os grandes desastres industriais da história que despertam a atenção do mundo financeiro, quanto aos impactos da poluição na vida das pessoas, mortes no ambiente de trabalho, escândalos e toda sorte de prejuízos, com o fechamento de companhias e a rápida evaporação dos investimentos. O melhor exemplo é o livro da bióloga americana Rachel Carson, "Primavera Silenciosa", publicado em 1948, que destacou os problemas associados ao uso de agrotóxicos e seus efeitos no ambiente e na saúde das pessoas. Naquele momento, a indústria de químicos foi exposta e enfrentou a primeira crise de desconfiança, com declínios, fechamentos e a proibição do uso do DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) nos EUA.
O livro da Carson caiu como uma bomba na sociedade, que já vinha discutindo os efeitos da industrialização e formas de melhorar o controle. Foi o princípio de uma grande mobilização global, marcada pela primeira conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (1972), em Estocolmo. Em seguida, pela criação da Comissão Mundial sobre Meio ambiente e Desenvolvimento, durante a Assembleia Geral da ONU (1983), presidida por Gro Harlem Brundtland Primeira-ministra da Noruega, responsável pelo relatório "Nosso Futuro Comum" (1985). Foi neste relatório que a expressão Desenvolvimento Sustentável foi empregada pela primeira vez, no mesmo em que foi realizado em Viena, na Itália, a convenção para a proteção da camada de ozônio, que culmina com o protocolo de Montreal único protocolo ambiental multilateral assinado por 197 países. Daí em diante, uma série de encontros, cúpulas, tratados e acordos foram sendo definidos e realizados, como o que acabou de acontecer no Egito, para discutir questões climáticas e políticas de redução das emissões de gases do efeito estufa, a COP27.
A princípio, dois modelos teóricos definiram o que mais tarde ficou conhecido como a cultura ESG. A teoria dos stakeholders (1984), na qual Edward Freeman sustenta que empresas não podem fazer o que querem, sem avaliar as consequências e o Triple Bottom Line de John Elkington (1994), conhecido como o pai da sustentabilidade e sua teoria do tripé Sociedade, Meio Ambiente, Economia , que abrange o conceito da gestão sustentável, no qual companhias deve considerar os efeitos na sociedade e os impactos na natureza. Mas a sigla surgiu só dez anos mais tarde, na publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins, a partir de uma provocação do secretário-geral da ONU Kofi Annan, dirigida à 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais. Desde então, o sistema financeiro nunca mais foi o mesmo e vem mudando rapidamente.
O ESG tornou-se a sigla do mercado responsável, que até pouco tempo operava pela ideia do investimento responsável, mas que acaba de ganhar novos contornos. O que perecia ser algo exclusivo das grandes empresas e corporações começa ganhar importância de empresas menores e entra no radar de médias, pequenas e até microempresas, pois empresas grandes têm forte relacionamento com empresas menores e os princípios do ESG exigem uma forma de relacionamento em que os parceiros de negócio também sigam boas práticas de interesse social e ambiental. Do contrário, todos podem sair perdendo, pois a agenda ESG começa a ser fortemente cobrada em operações de seguro e empréstimos bancários. O que leva a entender que a sustentabilidade do ambiente de negócios depende de quanta atenção a organização dispensa para os riscos associados às mudanças climática, desastres ambientais, origem e procedência dos insumos, segurança no ambiente de trabalho, reputação e imagem dos empreendimentos, multas e embargos nas operações, além de toda sorte de certificações, selos e objetivos para o desenvolvimento sustentável adotados pela organização para se enquadrar nos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODSs da ONU), para afastar estes riscos.
O conceito evoluiu, as questões de mercado avançaram e a discussão sobre sustentabilidade não está mais restrita a empresas de grande porte ou corporações. Pelo contrário, é um assunto em destaque em empresas de todos os tamanhos e na organização pública, por meio da Agenda A3P do Ministério do Meio Ambiente, no caso do Brasil. É o assunto que mais vem ganhando espaço nas micro e pequenas empresas, mudando a cara do ecossistema de negócios. No entanto, não se tem a exata dimensão deste alcance, nem que práticas de sustentabilidade vem sendo efetivamente utilizadas por estes pequenos negócios, incluindo startups, tampouco como estão estruturados nesta categoria de empresas. E este é o ponto! Conhecer o ambiente de negócio é de fundamental interesse para o desenvolvimento regional e inserção das empresas, ainda não habilitadas, em programas de conhecimento e aperfeiçoamento das práticas e princípios de sustentabilidade ESG. Para tanto, é preciso buscar, em cada uma, as ações e práticas que utilizam ou não, para que se possa formar uma impressão desenvolvida e consistente do cenário.
Na edição 2023 ficou bastante claro o potencial de crescimento do mercado verde na região Sul, que clama por desenvolvimento com características de sustentabilidade. Um objetivo a ser buscado a cada nova oportunidade e a próxima será na edição 2024, onde serão exploradas novas possibilidades de investimento e engajamento das melhores práticas de sustentabilidade ESG. Um evento novo, que seguirá na mesma caminhada do anterior, porém agregando inovações e novidades, como a feira de negócios sustentáveis e o encontro da Rede A3P. Mais um sucesso em vista!!!
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