Olá, estudante! Dando sequência aos estudos sobre modelos preditivos, apresentamos, agora, os conceitos fundamentais de modelos preditivos de procura, otimização e múltiplos preditivos, promovendo uma compreensão clara e prática sobre suas aplicações no contexto atual de ciência de dados e tomada de decisão.
A proposta é explorar como esses modelos utilizam dados históricos para antecipar demandas, identificar padrões complexos e otimizar processos em diferentes cenários, por meio de uma abordagem didática e integradora, que lhe capacitará, futuro técnico em desenvolvimento de sistemas, a compreender os princípios teóricos que sustentam essas ferramentas analíticas, bem como a reconhecer seu impacto em áreas, como logística, planejamento estratégico e análise de mercado.
Ao final, você será estimulado a refletir acerca das possibilidades e limitações desses modelos, fortalecendo a capacidade de tomar decisões fundamentadas e alinhadas aos objetivos organizacionais e individuais.
A utilização de modelos preditivos de procura, otimização e múltiplos preditivos apresenta tanto oportunidades quanto desafios que estimulam uma problematização essencial. Por exemplo, a qualidade dos dados utilizados é um ponto crítico, pois informações incompletas, enviesadas ou desatualizadas podem comprometer a precisão das previsões e levar a decisões equivocadas.
Outro aspecto relevante é o equilíbrio entre a complexidade dos modelos e a sua aplicabilidade prática. Modelos mais sofisticados podem oferecer previsões mais detalhadas, mas frequentemente exigem maior poder computacional, além de serem menos interpretáveis por tomadores de decisão que não possuem formação técnica aprofundada. Isso levanta questões acerca da acessibilidade e da transparência dos modelos, especialmente, em organizações que dependem de uma colaboração multidisciplinar.
Por fim, é necessário refletir acerca das implicações éticas no uso de tais modelos, como a possibilidade de discriminação algorítmica ou a dependência excessiva de previsões automatizadas. A problematização dos modelos preditivos, portanto, transcende sua aplicação técnica e abrange discussões acerca da confiabilidade, da eficiência e da responsabilidade no uso dessas ferramentas em um mundo, cada vez mais, orientado por dados.
Vamos aprender mais a respeito disso?
Vamos entender, agora, como os modelos preditivos de procura, otimização e múltiplos preditivos funcionam na prática? A empresa fictícia Mercado Verde é uma rede de supermercados de produtos orgânicos, que enfrentava desafios com perdas de estoque e insatisfação de clientes devido à perecibilidade e à sazonalidade dos produtos. Para solucionar esses problemas, implementou um projeto de ciência de dados com modelos preditivos de procura, otimização e múltiplos preditivos.
O projeto começou com a coleta de dados históricos das vendas, abrangendo diferentes períodos do ano, padrões climáticos e dados externos, como tendências de consumo orgânico em redes sociais. Com essa base robusta de informações, os cientistas de dados desenvolveram um modelo preditivo de procura para antecipar as demandas específicas de cada loja. O modelo analisava variáveis, como sazonalidade, promoções e preferências regionais dos consumidores.
A empresa utilizou múltiplos preditivos para alinhar demanda, logística e finanças, reduzindo perdas de estoque em 25%, aumentando a satisfação dos clientes em 30% e otimizando custos logísticos em 20% em seis meses, destacando o impacto da ciência de dados na eficiência e sustentabilidade. Observe que este caso destaca como a aplicação de modelos preditivos pode resolver problemas reais, melhorar processos e gerar resultados significativos em eficiência e sustentabilidade.
Na lição anterior, aprendemos que os modelos preditivos são ferramentas matemáticas e estatísticas utilizadas para prever resultados futuros ou desconhecidos com base em dados históricos e padrões observados. Segundo Provost e Fawcett (2016), na ciência de dados, um modelo preditivo é uma fórmula para estimar o valor desconhecido de interesse: o alvo. Com esse conceito em mente, avançamos, agora, para explorar outros aspectos desse tema. Caso permaneçam dúvidas, revisite suas anotações referentes à lição anterior para consolidar sua compreensão.
Os modelos de procura são ferramentas matemáticas e estatísticas utilizadas para prever demandas futuras com base em dados históricos e variáveis relacionadas. Sua principal importância reside na capacidade de antecipar necessidades, permitindo às empresas planejar estoques, otimizar operações logísticas e melhorar o atendimento ao cliente. Segundo Provost e Fawcett (2016), identificar padrões menos evidentes pode ser essencial para entender melhor a demanda por produtos.
Por exemplo, um evento inesperado, como um furacão, pode alterar drasticamente os padrões de consumo (como o aumento na compra de itens básicos ou de emergência). Reconhecer essas relações não óbvias permite que as empresas se preparem, ajustando estoques e estratégias para atender às demandas específicas. Sendo assim, prever essas mudanças, com precisão, possibilita às empresas a redução de desperdícios, a economia de recursos e o atendimento às necessidades dos clientes, resultando em operações mais eficazes e alinhadas com o mercado (Provost; Fawcett, 2016).
Para modelar a procura, diferentes métodos podem ser aplicados, dependendo da natureza dos dados e do objetivo da previsão. Entre os mais comuns, estão as séries temporais, que analisam padrões e tendências ao longo do tempo, e as técnicas de regressão, que avaliam a relação entre variáveis independentes e a demanda. Nielsen (2021) define a expressão “séries temporais” como a tentativa de extrair um resumo significativo e informações estatísticas de pontos de dados organizados em ordem cronológica.
As aplicações práticas dos modelos de procura são variadas e incluem a previsão de vendas, essencial para garantir que estoques sejam dimensionados adequadamente e para planejar campanhas de marketing. Também, são usados para estudar o comportamento do consumidor, ajudando a compreender preferências e padrões de compra. Outra aplicação relevante é na análise da sazonalidade, que permite às empresas se prepararem para variações na demanda causadas por fatores, como clima, datas comemorativas ou mudanças econômicas.
Um exemplo de modelo preditivo de busca é o sistema de recomendação utilizado por plataformas, como a Netflix, para sugerir filmes e séries aos usuários. Esse sistema utiliza algoritmos de machine learning para prever quais conteúdos têm maior probabilidade de agradar um determinado usuário, baseando-se em padrões de comportamento de busca, histórico de visualização, avaliações e até mesmo em dados demográficos. Dentro do conceito, vamos entender como supostamente funciona esse modelo?
Sistema de coleta dados de buscas anteriores, cliques, tempo assistido e preferências declaradas.
Por exemplo, um usuário que frequentemente pesquisa por “séries de ação” terá esse comportamento registrado.
Utiliza técnicas, como séries temporais, para identificar tendências e sazonalidade, como o aumento de buscas por conteúdos natalinos em dezembro.
Usa a aplicação de regressão para compreender a relação entre palavras-chave da busca e os conteúdos clicados.
Usa algoritmos, como redes neurais ou árvores de decisão, para encontrar padrões complexos nos dados.
Quando um usuário pesquisa algo, como aventura, o modelo preditivo avalia as similaridades entre o termo e os padrões de outros usuários com perfil semelhante.
O sistema sugere resultados relevantes com base em características do conteúdo, como gênero, atores principais e popularidade.
Feedback explícito (como avaliações) e implícito (como cliques ou tempo assistido) são incorporados para melhorar a precisão das previsões.
A otimização em ciência de dados é um processo que visa encontrar a melhor solução possível para problemas complexos, garantindo a eficiência na alocação de recursos e na execução de processos. Esse conceito é fundamental em contextos em que decisões precisam ser tomadas com base em múltiplas variáveis e restrições, como minimizar custos, maximizar lucros ou otimizar tempos de execução.
Diversas técnicas são empregadas em modelos de otimização, cada uma com suas características e aplicações específicas. A programação linear é amplamente utilizada para resolver problemas que podem ser expressos por equações lineares, sendo eficaz para encontrar soluções em problemas estruturados e com restrições bem definidas. Prado (2016) define programação linear como uma técnica de planejamento que se originou no final da década de 1941. Basicamente, é um tipo de pesquisa operacional que possui tópicos como teoria das filas, simulação, teoria dos jogos etc. Algoritmos genéticos, inspirados na evolução natural, são uma técnica poderosa para lidar com problemas mais complexos e que não possuem soluções óbvias, utilizando mutações e seleção iterativa para chegar à melhor resposta. Já as heurísticas são abordagens práticas que buscam soluções satisfatórias em casos em que o tempo ou os recursos não permitem encontrar a solução ideal, equilibrando precisão e eficiência.
Os casos de uso dos modelos de otimização são variados e impactam diretamente setores estratégicos. Na logística, por exemplo, eles ajudam a determinar rotas mais rápidas e econômicas para transporte de mercadorias. Em roteirização, otimizam a sequência de tarefas ou entregas, reduzindo custos operacionais. Na alocação de inventário, garantem que os estoques estejam distribuídos de forma eficiente, evitando excesso ou falta. Além disso, são amplamente aplicados no controle de custos, identificando oportunidades de economias sem comprometer a qualidade ou a entrega de produtos e serviços. Essas aplicações tornam os modelos de otimização indispensáveis para empresas que buscam competitividade e sustentabilidade.
Com base no conceito de modelos de otimização, um exemplo de modelo preditivo de busca pode ser o sistema utilizado por plataformas de e-commerce, como a Amazon, para otimizar a busca e recomendação de produtos, maximizando as chances de conversão (venda) enquanto minimiza custos operacionais (como envio e estoque). Observe um suposto exemplo de utilização do modelo na empresa:
O modelo coleta dados acerca do comportamento do usuário, como pesquisas anteriores, cliques em produtos, histórico de compras, tempo gasto em determinadas páginas e preferências de navegação.
Ademais, utiliza informações acerca dos produtos, como preço, categoria, avaliações de usuários e disponibilidade em estoque.
Técnicas de otimização, como algoritmos de programação linear, podem ser aplicadas para balancear a relevância do produto com o custo de entrega e estoque.
O modelo também pode usar algoritmos genéticos para adaptar dinamicamente às recomendações, tentando encontrar a combinação ótima de produtos que maximizarão a conversão e minimizarão os custos de envio.
Heurísticas podem ser aplicadas para ajustar rapidamente as buscas e recomendações em tempo real, com base no comportamento de navegação e interações com os produtos, equilibrando precisão e tempo de resposta.
Quando um usuário realiza uma busca por smartphone, o modelo preditivo não apenas exibe os celulares mais populares ou avaliados, mas também ajusta as opções com base em otimização de estoque (produtos com maior disponibilidade) e custos de envio.
Ademais, o modelo pode priorizar produtos de categorias mais lucrativas ou com maior probabilidade de conversão, conforme o histórico de compras do usuário e de usuários com perfil semelhante.
Relevância: os produtos apresentados na busca são os mais propensos a atender às necessidades do usuário, com base no histórico de pesquisas e interações passadas.
Otimização de custos: o modelo tenta maximizar a probabilidade de venda, ao mesmo tempo, minimiza os custos relacionados ao envio e ao estoque.
Eficiência: a experiência de busca é otimizada, levando o usuário a encontrar rapidamente o produto desejado, o que reduz a taxa de abandono do carrinho.
Os modelos de múltiplos preditivos representam uma abordagem avançada em ciência de dados, que integra diversos modelos preditivos para alcançar maior precisão, robustez e abrangência nas análises. Em vez de confiar em um único modelo para realizar previsões, essa metodologia combina os pontos fortes de diferentes técnicas, reduzindo as limitações individuais de cada modelo e aumentando a confiabilidade dos resultados.
A principal vantagem dessa integração é a capacidade de capturar dinâmicas complexas que um único modelo isolado pode não ser capaz de compreender completamente. A combinação de previsões permite explorar diferentes perspectivas dos dados, garantindo maior consistência mesmo em cenários de alta incerteza. Por exemplo, ao combinar modelos baseados em séries temporais com algoritmos de aprendizado de máquina, é possível obter resultados mais equilibrados e informativos.
Os benefícios práticos dessa abordagem são notáveis! Alinhar previsões de demanda com estratégias de otimização de custos operacionais é um exemplo clássico de aplicação. Imagine uma empresa que precisa prever a demanda por seus produtos e, ao mesmo tempo, gerenciar o uso eficiente de recursos, como transporte e armazenamento. Utilizando múltiplos preditivos, ela pode integrar um modelo de previsão de vendas com outro que otimiza a alocação de estoques, garantindo que os produtos certos estejam disponíveis nos locais e momentos certos, ao menor custo possível.
Essa combinação melhora a eficiência operacional, ao mesmo tempo, apoia uma tomada de decisão mais estratégica, fortalecendo a capacidade das organizações de competir em mercados dinâmicos e desafiadores. Sendo assim, a integração de modelos preditivos e de otimização exemplifica o poder da ciência de dados para transformar dados em percepções estratégicas e decisões eficientes. Ao utilizar técnicas, como séries temporais, regressões, algoritmos de machine learning e abordagens híbridas de múltiplos preditivos, as organizações conseguem antecipar demandas, entender o comportamento do mercado e alinhar essas previsões a estratégias de otimização que maximizam resultados e minimizam custos. Essa sinergia fortalece a capacidade das empresas de se adaptarem a um ambiente competitivo e dinâmico, promovendo inovação, eficiência operacional e sustentabilidade.
Enquanto futuro técnico em desenvolvimento de sistemas, é importante que você entenda os conceitos e as aplicações dos modelos preditivos de procura, otimização e múltiplos preditivos. Isso lhe ajudará a identificar e a aplicar as ferramentas analíticas, essenciais no contexto atual de ciência de dados. Esses modelos permitem prever demandas e otimizar processos, mas também ajudam a antecipar padrões de comportamento, oferecendo uma vantagem competitiva significativa nas áreas de logística, planejamento estratégico e análise de mercado. Dominando esses conceitos, você será capaz de tomar decisões mais informadas, aprimorar sistemas de recomendação e otimizar fluxos de trabalho, alinhando-se às necessidades reais de negócios e organizações.
Sabendo a importância desse conteúdo, que tal, agora, aplicarmos os conhecimentos obtidos? Neste passo a passo, você aprenderá a implementar um modelo de procura simples em Python, utilizando o site OnlineGDB. O objetivo é simular um modelo que prevê a demanda futura de um produto com base em dados históricos de vendas.
Passo a passo
1. Abra o navegador e acesse o site (clique aqui para acessar).
2. Escolha a linguagem Python no menu suspenso no canto superior esquerdo.
3. Defina os dados históricos, como vendas mensais de um produto, para simular a demanda futura. Observe o código da Figura 1 a seguir:
4. Implemente o modelo de procura simples para calcular a média das vendas dos últimos meses e prever a demanda do próximo mês. Observe o algoritmo da Figura 2 a seguir:
5. Clique no botão Run para executar o código. O resultado será exibido na área de saída.
O resultado esperado é a exibição das vendas históricas e, em seguida, a previsão de demanda para o próximo mês baseada na média das vendas passadas. Você pode modificar os dados de vendas para testar diferentes cenários e observar como o modelo procura se adaptar a novas informações, como na Figura 3 a seguir:
Neste Saiba aplicar, você implementou um modelo simples de procura, utilizando a média das vendas passadas para prever a demanda futura. Esse é um exemplo prático de como usar dados históricos (séries temporais) para otimizar decisões de negócios e processos logísticos. Desafie-se, agora, a explorar novos exemplos! Experimente criar modelos mais avançados, como análises de sazonalidade, tendências ou até mesmo incorporar técnicas de machine learning para refinar as previsões. Teste diferentes cenários e descubra como ajustes nos modelos podem impactar diretamente a eficiência e os resultados!
NIELSEN, A. Análise prática de séries temporais: predição com estatística e aprendizado de máquina. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2021.
PRADO, D. Programação linear. 7. ed. Nova Lima, MG: Falconi, 2016.
PROVOST, F.; FAWCETT, T. Data science para negócios. Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2016.