Submissão pelo sistema OJS comprado para o evento: https://rppc.emnuvens.com.br/urbanismoii/issue/archive

  • Modelo do resumo expandido - até 3 páginas.

  • Vídeo explicando a submissão: https://youtu.be/I9uGbVdu4fU

  • 1° Chamada - submissão até 28 de abril a 30 de maio/2021

  • 2° Chamada - submissão até o dia 30 de junho/2021

  • 3° Chamada - submissão até 15 de julho/2021

  • Resultados: a partir do dia 15 de julho de 2021

  • A taxa de R$ 20,00 somente dos trabalhos aprovados após carta de aceite. O aluno de pós-graduação sem coautoria pode solicitar a isenção: revistappc@gmail.com

ST 1 - CIDADE E GÊNERO: coexistências de corpos

Coordenadores: Dra. Susan Eghrari, Universidade de Uberaba. | Dra. Maria Cecília Pereira Tavares, Universidade Federal de Sergipe.

Este grupo de trabalho tem como objetivo incrementar o debate sobre a cidade em relação às mulheres e à comunidade LGBTQIA+. Este tema é relevante quando nos deparamos com os índices do Mapa da Violência de Gênero: Mulheres são quase 67% das vítimas de agressão física no Brasil. No ano de 2017, houve 12.112 registros de violência contra pessoas trans e 257.764 casos de violência contra homossexuais ou bissexuais no Brasil. Foram 11 agressões contra pessoas trans e 214 contra pessoas homo/bi no país a cada dia. No mesmo ano, mulheres foram 67% das vítimas de agressão física registradas no país. No Distrito Federal, esse índice chegou a 75%. Segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade SIM/DATASUS, 30% das mulheres foram mortas em casa, enquanto entre os homens este índice cai para 11%. Eles morreram mais em via pública (46%), local em que 29% das mulheres foram assassinadas. Em relação à comunidade LGBTQIA+ a taxa de violência nacional foi de 41 casos a cada 100 mil habitantes. As cidades pautadas no modelo neoliberal têm crescido sob uma ótica cisgênera que não empodera a população feminina e a comunidade LGBTQIA+. As questões se agravam ainda mais se considerarmos as questões étnicas e raciais. A partir do contexto exposto, este GT busca o debate coletivo de diferentes campos do conhecimento, não apenas críticos e teóricos como ações contra hegemônicas que contribuam para a construção de cidades mais inclusivas, incluindo projetos exitosos tratando, particularmente, mas não apenas, dos seguintes tópicos:

· Economia: acessibilidade ao microcrédito, economia solidária, autonomia financeira, políticas de habitação pautadas em gênero.

· Urbanismo feminista, geografia feminista, zoneamento, saúde ambiental, protagonismo feminino nos bairros vulneráveis, e as relações sociais de gênero no espaço público.

· Participação no planejamento urbano e processos projetuais, políticas públicas de gênero.

· Projetos específicos para mulheres: equipamentos que atendam a mulher (centro de referência de apoio à mulher, casas-abrigo)

· Gênero e mobilidade, o corpo na cidade: uso de diferentes modais (peatonal, bicicleta, transporte público).

· A (in)visibilidade da comunidade LGBTQIA+ e população feminina: historiografia feminista, teorias feministas, mulheres urbanistas.

· Existências contra hegemônicas e o impacto na urbanização: arte urbana de resistência.

As contribuições serão recebidas em português, ou espanhol através do website: https://rppc.emnuvens.com.br/urbanismoii

ST 2 - Segregação urbana e os impactos da desigualdade no acesso aos serviços públicos.

Coordenadores: Dr. Heraldo Ferreira Borges, FAU/Mackenzie | Dra. Gabriela Darini Guaritá, FAUUSP.

Neste período de pandemia prolongado em que vivemos, vários estudos, de inúmeras universidades, apontam para o deslocamento territorial da gravidade de casos de covid-19 para as áreas mais vulneráveis e mais favoráveis para a disseminação do coronavírus. Isto porque, a maior parte das pessoas que precisam trabalhar e, que necessariamente precisam se deslocar, residem em áreas mais periféricas das cidades, aquelas que historicamente não foram priorizadas pelo Poder Público e pelos investimentos em serviços públicos. Neste sentido, o GT se propõe a refletir sobre as consequências da segregação urbana e da oferta de serviços públicos (de saúde, educação, mobilidade, etc) e seu impacto nas condições de vida da população trabalhadora e mais vulnerável dos tempos atuais.

ST 3 - Modos de vida na Amazônia, Espaço público e Práticas de lazer no cotidiano.

Coordenadores: Dra. Mirleide Chaar Bahia, Universidade Federal do Pará. | Dr. Michel de Melo Lima, Universidade da Amazônia - UNAMA.

O espaço amazônico brasileiro apresenta uma diversidade de formas e de inter-relações com a natureza, as quais estão associadas ao processo de produção e reprodução socioespacial e histórico de uma diversidade de sujeitos/grupos (indígenas, ribeirinhos, descendentes de quilombo, camponeses, comerciantes, empresas de grande porte, Estado em diferentes níveis etc.), de macro e micro dinâmicas econômico-políticas e de apropriações simbólico-culturais que se expressam em espaços urbanos e rurais e em formas-conteúdo materializadas na região. É nesse sentido, que incluí contraditoriamente, dialeticamente e conflitivamente os desígnios econômico-empreendedores, políticos-ideológicos e culturais de massa da sociedade moderna-capitalista, e as temporalidades sociais/coletivas ligadas aos rios, aos recursos florestais e aos referenciais culturais de religiosidade, de misticismo e de práticas de lazer não-programado, que se produzem cotidianamente nos usos do espaço, nas práticas coletivas e nos modos de vida em ambientes urbanos diversos, seja nas metrópoles, seja nas cidades médias e de grande centralidade regional, ou mesmo nas cidades pequenas. Ademais, pensar os modos de vida, essa acentuação cumulativa e complexa de características e elementos que dão corpo e distinguem os principais conteúdos socioespaciais dos grupos e suas particularidades, também consiste numa abordagem que trata, necessariamente, do plano do cotidiano, em que se (de)batem o viver e o vivido e onde diferentes matrizes socioculturais se defrontam com os imperativos da racionalidade hegemônica, moderna – capitalista em suas diferentes versões –, que coloniza e expropria o tempo social antes apropriado, sujeitando-o aos impulsos lógicos do mercado. Em face desta complexidade, busca-se, neste grupo de trabalho, aglutinar pesquisas e construir discussões que versem sobre os modos de vida amazônicos e suas expressões cotidianas urbanas, com o foco, notadamente, na produção dos espaços públicos e nas práticas sociais de lazer que contemplem demandas mais gerais da sociedade, mas, também, que atentem para as particularidades regionais mencionadas, sobretudo no sentido de subsidiar políticas públicas menos excludentes e o soerguimento de urbanidades menos desiguais, invisibilizadoras, etnocêntricas e colonizantes, comumente projetadas para a Amazônia. Aprofundar este debate é essencial, principalmente quando se pensa em perspectivas mais democráticas de cidades amazônicas e na produção de espaços públicos e de práticas sociais de lazer como possibilidades/campos de ações políticas, sobretudo por se tratar de espaços socialmente produzidos que contêm um significado identitário, político e simbólico para as pessoas que os animam, protagonizando a reprodução de diferentes e plurais ideias de cultura e de valores de usos coletivos.

(Inscrições Encerradas para este GT)

ST 4 - A cidade e seus autores: novas formas de produção do espaço urbano.

Coordenador: Dr. Dirceu Piccinato Junior - IMED Passo Fundo. | Mediador: Haniel Saulo Matos Araújo Israel - Doutorando/FAU/Mackenzie.


A produção do espaço urbano não é resultado da ação (invisível) do mercado. Ele é consequência da ação de diferentes autores, agentes sociais, históricos, dotados de interesses, estratégias e práticas particulares. Esses autores, em grande parte, carregam consigo as contradições, concomitantemente são geradores de conflitos. Os autores da produção do espaço urbano estão inseridos no tempo e no espaço da sociedade capitalista. Nesse sentido, a produção do espaço urbano se insere na lógica da produção capitalista, o que significa que toda a produção, até mesma a urbana, transforma-se em mercadoria. Tal conjuntura significa que essa noção de produção revela algumas conjunturas importantes: o sentido desse processo produtivo, os indivíduos produtores, os autores da produção material do espaço, as finalidades que norteiam essa produção, assim como as formas de apropriação do espaço da cidade. A produção do espaço urbano é resultado das relações sociais, que conformam na construção de uma forma urbana. Considera-se, conquanto, que a configuração e reconfiguração das cidades acontecem mediante a presença de diferentes autores. Uma camada desses autores é composta por aqueles que detém o poder de decisão. A outra camada é formada pelos (co)autores, aqueles que figuram entre os que pouco e nenhum poder de decisão possuem. Esses últimos, são responsáveis por interessantes transformações na cidade. Esses indivíduos, isolados ou em grupos, redefinem a cidade a partir do modo como se apropriam dos espaços públicos urbanos. Esse grupo de cidadãos é formado por indivíduos formais, cidadãos marginalizados e cidadãos críticos e criativos. Assim, o objetivo deste Grupo de Trabalho centra-se em compreender as relações sociais protagonizadas no espaço urbano por meio dos coautores da cidade. Visa explicitar as experiências de cidadania em prol de uma solidariedade coletiva, onde as coautorias são figuradas por meio dos cidadãos, cujas intervenções críticas e criativas constroem novas formas de produção e apropriação da cidade do século XXI. Para tanto, almeja-se neste GT debater sobre esses coautores urbanas e suas respectivas formas de produzir as cidades. Nesse contexto, nos interessa, os trabalhos que versem sobre as ações representadas por eles, isto é, enquanto espaço do encontro, do conflito e palco das diferenças sociais e das expressões artísticas. A sociedade urbana produz o espaço da cidade e, ao promovê-lo, revela uma acentuada contradição entre um processo de produção que é social, coletivo, e um processo que é restrito, privado. Todavia, o espaço se produz, a cidade é (re)construída continuamente, produzindo divergências que se materializam nos territórios. A cidade é o espaço do conflito. É nela que convergem esse movimento, tendendo-a na conformação de um espaço democrático.

ST 5 - Planejamento urbano e a construção da democracia

Coordenador: Dr. Antônio de Oliveira Jr. - Universidade Federal de Uberlândia. | Mediador: Gabriel do Carmo Lacerda - Doutorando no CEDEPLAR/UFMG.


O planejamento urbano no Brasil sofreu diversas mutações ao longo do tempo, desde o planejamento como embelezamento – passando pela perspectiva compreensiva e autoritária – até o planejamento estratégico e, finalmente, o pós-planejamento ou planejamento como processo. No mesmo sentido, os órgãos responsáveis, o foco e a escala do planejamento urbano também se modificaram, desde restrito aos bairros e áreas centrais – alterando-se para dimensão funcional e vinculada a rede urbana regional – até a problemática metropolitana ou a insuficiência estar restrito apenas ao espaço citadino. O mesmo ocorreu com os sujeitos e atores do planejamento – de restrito e em benefício de poucos, reforçando a exclusão e a ilegalidade da maioria – até a recente consolidação de uma democratização formal e da, sempre corrente, construção de uma democratização real dos planos, processos e participação no planejamento. Com base nestas mutações – de escopo, de escala e de sujeitos – do planejamento urbano, este grupo de trabalho objetiva unir discussões, históricas e contemporâneas, acerca da emergência do conflito no planejamento urbano e na gestão das cidades, sobretudo os movimentos no sentido de aprofundamento da democratização e da participação, seja sob a forma de arranjos institucionais, seja sob a forma da organização de outras espacialidades e sociabilidade, que, de uma forma ou de outra, afetam o pensar e o fazer do planejamento urbano no país, especialmente aquelas que partem de movimentos sociais, da sociedade civil organizada e até mesmo da perspectiva dos “comuns urbanos”. Da mesma forma, discussões acerca de iniciativas por parte do Estado (na sua escala municipal, metropolitana e até mesmo estadual) e dos seus diferentes órgãos e instituições (Universidades, Órgãos de Planejamento, Secretarias, Agências) com vistas modificar e democratizar o planejamento e gestão das cidades – seja através de políticas, normas e leis específicas, da consolidação de mecanismos de participação e acompanhamento do planejamento, seja de incorporação nos planos – são relevantes para este grupo de trabalho. Em outro sentido, é igualmente importante os trabalhos que apontam e discutam as diferentes formas de “contra democratização”, tanto por vias institucionais quanto ideológicas pelas quais os atores hegemônicos produtores dos espaços urbanos atuam, no passado e no presente, para manutenção do seu status quo, por exemplo, pela importação de discursos e ideias, por arranjos políticos, etc. Em síntese, este grupo de trabalho busca, por um lado, discutir como tem se dado, historicamente e contemporaneamente, o alargamento e as transformações do planejamento urbano no sentido de torna-se mais democrático – a partir de diferentes contextos locais e regionais – e, por outro lado, – igualmente em diferentes contextos e espaços – como o planejamento urbano tem sido e é mobilizado como mecanismo de reiteração de processos “contra democráticos” ou estritamente formais.

ST 6 - Prostituição e cidades: as tensões de poder e as (re)configurações do corpo e outros territórios.

Coordenador: Dr. João Dantas dos Anjos Neto - Universidade Federal de Goiás (UFG). Mediadora: Dra. Flávia Martins dos Santos, Universidade Federal do Goiás (UFG).


Podemos refletir sobre a cidade ao inclinarmos às reflexões sobre imaterialidade. Assim, os múltiplos territórios coexistem sob dimensões culturais, concebidas sob compartilhamento de certos contratos socias impostos. Neste trabalho, a cidade se refere ao contexto cosmológico da Grécia Antiga. Estas foram possíveis devido ao encontro das diferenças (Aristóteles, 1991). Para Aristóteles, é na cidade/polis que se dá a prática da política. Os territórios, cujos quais trabalhamos sob uma perspectiva que constrói pontes entre a subjetividade individual e coletiva, tensionando as relações de poder (Deleuze & Guattari, 1997). Visto que, sem as relações entre os territórios na polis, a política não teria como se constituir tal qual a conhecemos. Ao refletirmos a relação entre corpos e cidade, partimos do conceito de corpo como território. Mais especificamente, sobre o lugar deste território. A ideia se inspira nas considerações de Harvey (2005, p. 142), para o qual “o corpo está no centro de toda relação de poder”. Deve-se ressaltar a manutenção das relações políticas com outros atores, a exemplo das religiões de matriz judaica, para as quais a expressão da sexualidade como prazer é condenada e a prostituição não é entendida como um trabalho. Assim, considerando as complexas relações de negociação e te(n)são entre corpos políticos, aviltados, dóceis ou subversivos, subalternos no universo da prostituição das cidades. Nesta matriz, mostram-se relações complexas, que englobam a atividade profissional das dinâmicas de poder. Desta forma, esse GT interessa-se por propostas de comunicação que dialoguem com a relação entre prostituição e cidade; vida noturna, sexo e cidade; prostituição feminina, prostituição transexual, prostituição travestis, prostituição viril, territórios urbanos e ciberterritórios.

  • Ethica Eudemia, ed. Oxford Press, London, 1991.

  • HARVEY, David. O corpo como estratégia de acumulação. In: ______.Espaços de Esperança. São Paulo: Loyola, 2005.

  • DELUEZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs –capitalismo e esquizofrenia. Tradução Peter Pál Pelbart e Janice Caifa. São Paulo: Ed. 34, v.5, 1997.