A proposta do evento

O seminário tem como objetivo reunir os pesquisadores e interessados no tema da Geografia da Saúde, mas o que vamos estudar?

Vamos estudar saúde pública brasileira pela perspectiva da geografia. Segundo Guimarães (2016) a geografia e a epidemiologia sempre tiveram estreitas relações, fazendo parte do núcleo central de conhecimentos da saúde coletiva.

Desde os anos 2000, a comunidade geográfica brasileira se interessou cada vez mais pelo debate da saúde coletiva, sendo um marco desse processo a realização do I Simpósio Nacional de Geografia da Saúde - GEOSAUDE, em dezembro de 2003, na cidade de Presidente Prudente (SP). Desde então, a cada dois anos têm ocorrido outros simpósios, reunindo os pesquisadores da geografia no desafio de compreender novos significados da saúde e da vida na cidade ou no campo, do sentimento de pertencimento a uma comunidade e dos processos geradores do interesse coletivo e da identidade daqueles que moram em cada lugar. Assim, os resultados obtidos na interface da geografia e saúde fazem parte de um sistema de ideias em evolução e de um movimento mais amplo de consolidação do campo da saúde coletiva, o que precisa ser aprofundado.

Santa Catarina receberá em 2019, o próximo GEOSAUDE. Precisamos nos preparar. Queremos nos preparar. Neste sentido precisamos nos conhecer.

O seminário terá dois objetivos: conhecer os interessados em Geografia da Saúde em Santa Catarina e propor dois temas de estudo que ainda não foram tratados nos simpósios anteriores.

Teremos dois dias em que vamos estudar e conhecer os trabalhos que já acontecem ou que podem acontecer com o apoio dos pesquisadores que já militam e os novos que estão interessados em trabalhar.

O primeiro tema de estudo será Educação Profissional para o SUS. Pensar a questão de recursos humanos para o setor Saúde impõe, por um lado, caminhar rumo ao preceito constitucional que assegura a saúde como direito do cidadão e, por outro, refletir sobre o papel da formação e a gestão do pessoal que atua na área da Saúde. É importante lembrar que milhares de trabalhadores brasileiros não tiveram acesso à educação, tanto do ponto de vista geral quanto do profissional. Muitos que ingressaram no mercado de trabalho em saúde também nao tiveram possibilidades de concluir seus estudos. Dessa forma, a reordenação das práticas de saúde e a regionalização da assistência apontam para a necessidade de qualificação e formação de pessoal de nível básico e técnico para atuar tanto na atenção básica quanto na média e alta complexidade, no apoio diagnóstico, vigilância em saúde, informação, desenvolvimento e gerência de processos e funções intermediárias. Essa discussão, tem que ser pensada de maneira associada ao contexto da Educação Profissional e Tecnologica (EPT) no Brasil. Os Institutos Federais podem colaborar, no entanto, precisamos entender como isto poderá ser viabilizado.

O segundo tema será Desastres naturais e a Atenção Básica do SUS. Embora os desastres chamem a atenção quando resultam em grande número de óbitos ou destruição, Santa Catarina tem suas particularidades que podem ajudar neste tema. Deslizamentos ou inundações, períodos de seca, entre outros eventos climáticos, a Atenção Básica será demandada, de modo direto ou indireto. Neste sentido, vamos discutir quais são as características essenciais na gestão de risco e de desastres, como a responsabilidade de atuação em territórios e das populações , a importância de ser conhecer os problemas e as necessidades de saúde onde os desastres ocorrem.