Esta oficina propõe explorar metodologias eficazes para o ensino de gêneros acadêmicos no Ensino Médio e/ou Técnico, visando qualificar a entrada de estudantes no universo universitário e na produção de conhecimento científico. Baseando-se na experiência do Laboratório de Leitura e Produção de Textos (LPT/CNPq) do Colégio Técnico de Floriano/UFPI que desde 2018 atua na formação em leitura e produção escrita técnico-científica para alunos do ensino médio e ingressantes de graduação, a oficina apresentará propostas didáticas focadas nos gêneros seminário acadêmico, parecer, resenha e resumo. O trabalho do LPT, pautado na integração de conteúdos curriculares e gêneros textuais situados, tem demonstrado o potencial da escola em promover o letramento acadêmico e reduzir as disparidades de formação. Assim, a oficina visa compartilhar estratégias que fomentam a participação estudantil em práticas acadêmicas, construindo pontes produtivas entre a educação básica e o ensino superior, à luz da Análise de Discurso Crítica (ADC) e da Teoria Social do Letramento.
No letramento acadêmico, saber agir nas diferentes etapas de uma pesquisa é essencial, uma vez que isso pode afetar a produção escrita dos gêneros de textos acadêmicos. Pensando nisso, neste minicurso pretendemos problematizar sobre a fase de produção de estado da arte / estado do conhecimento / levantamento bibliográfico e a escrita de artigos científicos com os resultados desta etapa. Para isso, centramo-nos no quadro teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1999, 2022), nas propostas de uma engenharia didática ( Schneuwly e Dolz, 2004; Dolz, 2016) e nos estudos decorrentes do modelo de letramento acadêmico (Lea e Street, 2014). Em nossas discussões, apresentaremos as proposições e os dados de uma sequência didática aplicada a doutorandos de um curso da área de Educação.
A oficina “(Des)mentir é uma Arte” tem como objetivo capacitar os participantes a entender e combater as fake news, desenvolvendo uma visão crítica sobre análise e comunicação. Com duração de 2 horas, a atividade se estrutura em quatro fases principais. A abertura, com 10 minutos, apresenta o conceito de fake news, suas consequências e a importância de reconhecê-las, ilustrada por um exemplo recente que destaca seu impacto. Na primeira fase, “Criação”, os participantes são divididos em grupos de 4 a 5 pessoas, cada um recebendo um tema (como saúde, política ou meio ambiente) para inventar uma fake news convincente. Eles devem criar um enredo, desenvolver personagens e elaborar “evidências” que sustentem sua narrativa. Na segunda fase, “Desconstrução”, cada grupo apresenta sua fake news e os demais participantes identificam falácias e táticas de manipulação, discutindo estratégias para desmentir as informações. Essa etapa promove uma reflexão sobre as técnicas utilizadas na criação das notícias falsas. A terceira fase, “Campanha de Conscientização”, incentiva os grupos a desenvolver mini-campanhas para combater as fake news, incluindo slogans, cartazes e vídeos curtos que enfatizem a importância da verificação de fatos. Finalmente, a apresentação e discussão das campanhas possibilitam uma troca de ideias sobre como a conscientização pode ser uma ferramenta eficaz na luta contra a desinformação. Ao final, a oficina reforça a importância do pensamento crítico e da verificação de informações na vida cotidiana, preparando os participantes para agir de forma mais consciente responsável na era digital.
Prof. Igor Diniz Pereira (UEL)
Mestra do ofício Preta do Leite (Londrina)
Contracolonização como prática docente: Antipalestra, modos e significações é o encontro interdisciplinar de trajetórias, conceitos, práticas, gêneros e experiências, em busca de possibilidades outras de interação, pensar e refletir sobre o conhecimento e práticas docente. Através de uma viagem no tempo, passamos pelo mundo grego, modernidade, até chegarmos ao século XX, e a construção da ecologia profunda. Notamos, no entanto, que as denuncias da ecologia tradicional e profunda, não levaram em conta o mundo dissidente, das "não-humanidades” historicamente exploradas e marginalizadas. Assim, dialogamos com Malcom Ferdinand, sobre sua proposta de uma ecologia decolonial. Lembramos das lutas anticoloniais, das denuncias pós coloniais, e dos estudos decolonais, para que então possamos dialogar sobre as contribuições Afro-pindorâmicas de Nego Bispo e Aílton krenak. A contracolonização, proposta pelos autores, é ponto de encruzilhada entre a Mestra do ofício Preta do Leite (Edna Aguiar) e o mestrando em estudos da linguagem Igor Diniz Pereira. Da criação do universo Kaingang – dos irmãos Kamé e Kairu – aos mistérios de Jaxy Jaterê – o guardião da floresta Guarani – e as mitologias dos Orixás, traçamos paralelos aos conceitos identificados como contracoloniais.