Conhecer

Alguém terá dito um dia: "Nós nascemos para o Belo."

Num mundo cada vez mais inundado de coisas feias, algumas mesmo muito feias, todos precisamos de encontrar momentos de contemplação, de paz e de interioridade, onde o "Belo" inunde o nosso interior.

O Santuário de Nossa Senhora dos Milagres é um local único, onde cada um de nós, crente ou não crente, poderá encontrar algo de essencial para o seu equilíbrio. Para os crentes será encontrar-mo-nos com Deus, com a Sua presença pela mão da Mãe de Jesus. Para os não crentes, poderá ser encontrarmo-nos com o nosso interior; parar um pouco e encontrar um momento de paz e de contemplação.

A origem deste Santuário remonta ao séc. XVI. Conta a lenda que, no ano de 1578, andava por estes campos uma pastorinha a chorar com sede e que lhe apareceu Nossa Senhora a escavar uma pequena cova de onde começou a aparecer água para a menina matar a sede. O povo, reconhecido por este milagre, construiu ali perto, no cimo do monte, uma ermida dedicada a Nossa Senhora dos Milagres, que em tempos foi também conhecida por Nossa Senhora da Fonte Santa ou da Água Santa.

Nos séculos XVII e XVIII este Santuário era um local de grande devoção, recebendo inúmeros peregrinos de toda a região envolvente e até mesmo um círio vindo desde Lisboa. Por esta altura, a capela original foi transformada e muito melhorada com pinturas e azulejos. Esta ermida tem uma galilé (estrutura coberta que protege a entrada de um templo) bastante original.

O Santuário situa-se num local isolado e infelizmente, antes de ter sido instalado o actual sistema de alarme, foi assaltado por diversas vezes, tendo sido roubado tudo o que tinha valor: a imagem de Nossa Senhora dos Milagres (do século XVII), várias imagens de Santos, ex-votos valiosos e até o próprio sino de bronze. A imagem de Nossa Senhora que hoje existe, no humilde retábulo acima do altar, é uma réplica moderna da imagem original, a qual continua desaparecida. 

Mas... Quem é "Nossa Senhora"?

"Nossa Senhora", "Virgem Maria" ou simplesmente "Maria" foi a mulher que deu à luz Jesus Cristo, há cerca de 2000 anos em Belém, na Palestina. Descreve o evangelista S. Lucas que, sendo Maria ainda donzela, teve a aparição de um Anjo, que lhe comunicou que iria ser mãe pela graça de Deus. Perante a objecção - perfeitamente natural - de Maria: “não tenho homem”, o Anjo acrescenta: “o Espírito Santo descerá sobre ti e o Altíssimo cobrir-te-á com a sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de ti será chamado Filho de Deus.” E depois de anunciar também o nascimento de João Batista de pai velho e mãe estéril, o Anjo conclui: “Porque a Deus nada é impossível.”

Maria está presente no início da vida pública de Jesus, quando Ele realiza o seu primeiro milagre nas bodas de Caná. As palavras que Maria diz aos serventes são as mesmas que continua hoje a dizer a cada um de nós: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Quando Jesus é pregado na Cruz, Maria está também presente. Do alto da cruz, Jesus dirige o olhar para sua Mãe e, referindo-se ao Apóstolo João que também ali se encontra, diz estas palavras: “Eis o teu filho”. Depois, dirigindo-se a João, acrescenta:  “Eis a tua mãe." E o texto conclui: “E desde aquela hora, João recebeu Maria em sua casa.” (S. João, cap. 19, 26). Nesse momento Maria é entregue como Mãe de todos nós. Uma Mãe que deseja dar a conhecer e levar o seu Filho ao coração de cada ser humano.