Este é um duplo vídeo performativo. De um lado, no terraço da nova casa do artista, o seu ex-namorado descreve a casa onde ambos antes viveram juntos. Do outro lado, entrando pela janela, apresenta-se um percurso na referida casa do ex-namorado, gravado pelo artista com a câmara do seu telemóvel pessoal.


A escolha deste aparelho tecnológico de comunicação para captar as imagens e transmiti-las via internet, evidenciando uma estética de low definition, manifestamente anti-HD, prende-se com o facto do telemóvel ser a tecnologia electrónica que permanentemente nos está mais próxima e que de forma tão intensa passou a ser utilizada nas actuais relações afectivas. Assume-se a escolha do telemóvel como tecnologia dos afectos e a sua câmara como olhar do artista.


O vídeo termina com uma referência ao clássico tema do nu na arte como evocação de uma certa memória colectiva de intimidade que simultaneamente pretende partilhar uma memória pessoal íntima.



Nota: sinopse retirada do projeto "A História é Clandestina" — da qual este vídeo fez parte — tendo Eunice Gonçalves Duarte convidado Igor Stromajer, Luís Castro, Rita Lucas Coelho, Rui Mourão e Yiannis Diamantis para em conjunto apresentarem 6 vídeos performativos de histórias íntimas a partir de memórias mediadas por meios tecnológicos e transmitidas em direto pela internet a partir de lugares secretos.