A pandemia de COVID-19 intensificou o trabalho docente, realizado principalmente em homeoffice e sem interação social extra-laboral, sendo que a volta às atividades presenciais não resultou em diminuição das demandas de trabalho.
Contudo, ao sacrificar o tempo para repouso, lazer e férias em favor do trabalho, surgem consequências prejudiciais à saúde nesta população (Rodrigues et al., 2020)
A docência vem sendo considerada uma das ocupações mais estressantes (Soares, Mafra, de Faria, 2020).
As inúmeras demandas que envolvem o trabalho docente podem gerar preocupação, ansiedade, estresse, além de sentimentos de dúvida sobre a competência profissional (Rodrigues et al., 2020).
Os professores podem vivenciar a exaustão emocional e sintomas psicossomáticos, como cansaço, dores de cabeça, problemas de sono, irritabilidade, sentimentos depressivos ou dificuldade de concentração (Redondo-Flórez et al., 2020).
Os distúrbios osteomusculares (Rodrigues et al., 2020) como dor nas costas (Soares, Mafra, de Faria, 2020); e, má qualidade do sono também estão presentes nestes trabalhadores, ao passo que suas possibilidades de descanso e relaxamento são restritas (Freitas; Araújo; Fischer, 2020).
Um estudo realizado antes da pandemia já apontava que mais da metade dos professores universitários apresentavam sintomas da síndrome de burnout, mas que o desenvolvimento de competências para o enfrentamento de situações estressantes é importante tanto para prevenção quanto redução destes sintomas (Zhao; Ding, 2019).
Outro estudo também identificou elevada prevalência (68%) da síndrome de burnout em docentes universitários, sendo que o esporte, atividades físicas e de lazer apresentaram efeitos protetores (Moueleu Ngalagou et al., 2019).
A prática de atividade física também modificou o efeito de experiências estressantes associadas à má qualidade do sono (Freitas; Araújo; Fischer, 2020).
Apesar dos docentes se acostumarem com o ritmo intenso de trabalho, as instituições de ensino precisam adotar políticas de promoção da saúde, qualidade de vida e bem-estar, além de proporcionarem condições de trabalho adequadas, objetivando a saúde ocupacional do corpo docente (Almeida et al., 2020).
Diante deste contexto, esta proposta de atividade de extensão possui o intuito de somar esforços para alcance de objetivos comuns entre diferentes áreas de saber, a partir da proposição de atividades presenciais coletivas para promoção de saúde e bem-estar dos docentes. Acredita-se que a implementação destas ações aos docentes vinculados à UFSCar poderá melhorar a sua qualidade de vida e bem-estar no trabalho, bem como promover espaços de convivência e diálogo. Neste sentido, o conjunto de esforços a serem desenvolvidos nesta atividade poderá despertar a necessidade do cuidado contínuo para saúde ocupacional desses profissionais, sendo uma atividade que contribua para a germinação de propostas para atuação em rede na UFSCar.