"Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor." A frase atribuída a Walt Disney nos provoca a olhar para além do senso comum. À primeira vista, impossível soa como um muro que separa o real do sonho. Mas, para alguns, é exatamente esse limite que desperta a vontade de ir além.
A maioria de nós prefere permanecer nas escolhas seguras, nos caminhos conhecidos, nos objetivos que já foram trilhados por muitos outros. Isso é natural: o medo do fracasso, o receio do desconhecido e até o julgamento alheio funcionam como barreiras silenciosas que nos mantêm onde a maioria está.
No entanto, grandes transformações surgem justamente quando alguém ousa desafiar o impossível. São pessoas que olham para o obstáculo e veem uma oportunidade de construir algo inédito. Porque, como sugere Disney, poucos se arriscam a tentar o improvável e é nesse território quase deserto que ideias originais florescem, que soluções inovadoras aparecem.
Gostar do impossível não é ser ingênuo, nem ignorar dificuldades. Pelo contrário, é aceitar o risco, aprender com os erros, celebrar pequenos avanços e, acima de tudo, não se conformar com o que já existe. É reconhecer que, para fazer diferença, talvez seja preciso andar sozinho em alguns momentos, enfrentar dúvidas e até colecionar tentativas frustradas.
Refletir sobre essa frase é, de certo modo, pensar no valor do pioneirismo: o que motiva alguém a caminhar para fora do campo seguro do possível? Talvez não seja uma busca por reconhecimento, mas por sentido. Ao escolher o improvável, evitamos o ruído das comparações e nos aproximamos de um espaço onde a autenticidade pode florescer.
No fim, o impossível só permanece impossível até alguém ir lá e mostrar que era apenas difícil. Ao buscar o que parece inatingível, não apenas nos destacamos mas também inspiramos outros a questionarem seus próprios limites. E, assim, pouco a pouco, o território do impossível vai diminuindo, dando lugar a novas possibilidades. O impossível, então, não é apenas uma barreira a ser superada mas um convite à singularidade, ao silêncio fértil da criação, ao exercício solitário de perguntar: e se?