Departamento de Música
Laboratório Interdisciplinar de Estudos do Som (LINES)
UnB
Entre a ideia poética e a música finalmente formulada e/ou escrita existe uma luta obrigatória entre dois mundos: o das abstrações (que lida sobretudo com conceitos, metáforas, analogias de linguagem, etc.) e o da materialização da realidade sonora (através da escritura). A obra finalizada personifica, desse modo, uma síntese do movimento criado por tal processo. Segundo Mikhail Malt, para assegurar essa convergência entre ambos os mundos, uma terceira etapa (uma espécie de ponte) se faz necessária: a da modelagem musical, onde os modelos que permitem a representação concreta dos conceitos abstratos são estabelecidos. A fim de exemplificar o dinamismo gerado durante esse processo composicional, explicaremos como György Ligeti, através de seus sonhos de menino e de suas experiências tanto no campo puramente composicional quanto no estúdio eletroacústico, chegou, por volta de seus 35 anos de vida, ao modelo da música micropolifônica.
Departamento do Música
Escola de Comunicações e Artes
USP
A proposta desta aula é realizar a modelagem de uma obra simples do repertório do final do século passado demonstrando caminhos diferentes para a modelagem de um mesmo enunciado. O objetivo é o de ter na modelagem como um mecanismo de incrementar o repertório de problemas composicionais invertendo um caminho comum no uso das tecnologias para prática composicional: ao invés de partir das possibilidades ou dos softwares partir de problemas imagens de composição. Daí mesmo a inversão que proponho, ao invés de Computação aplicada à Composição, a ideia de Composição realizada com auxílio de Computador, de modo ao problema composicional vir antes das possibilidades abertas pelo software.
A proposta de modelagem que vou trabalhar, a partir de uma obra do compositor Luciano Berio, tem por estratégia ir deixando pontos abertos para inserção de variáveis não presentes na obra de Berio e que permitem assim, a partir de um modelo, extrapolar o modelo e gerar novos enunciados musicais.
De certo modo o que faço não é mais do que um uso bem específico de um modo de análise, também específico, como modo de aquisição de repertório de estratégias composicionais para as quais o computador pode servir como amplificador e acelerador de processos.
Departamento de Música, Instituto de Artes
Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS)
UNICAMP
Discutimos a aplicação de modelização e de modelos computacionais na composição musical. Abordamos o diálogo da modelização da partitura textural de Ligeti com algoritmos genéticos para desenvolver um sistema musical interativo. Como resultado, esse sistema é utilizado na geração de texturas musicais compartilhadas por diversas agentes atuando em tempo real na web.
Escola de Música
Centro de Pesquisa em Música Contemporânea (CPMC)
UFMG
Técnicas atuais de computação de sinais permitem elaborar sistemas em que síntese/processamento/espacialização de áudio e mesmo processos multimodais diversos podem ser controlados e/ou informados por parâmetros extraídos do sinal de áudio em tempo real. O objetivo da atividade proposta é apresentar alguns desses processos em contexto prático e acessível (software livre), com o objetivo de possibilitar sua exploração pelos/as participantes.
Escola de Música
Centro de Pesquisa em Música Contemporânea (CPMC)
UFMG
Um instrumento musical pode ser compreendido como uma cadeia transdutiva, em que um determinado impulso mecânico-acústico desencadeia uma série de processos ao perpassar diferentes estruturas, materiais e acoplagens. A atividade proposta apresentará, em diálogo com conceitos e referências textuais diversas, ferramentas voltadas à live-electronics e à composição assistida por computador que podem vir a ser exploradas em processos criativos que têm como ponto de partida a ideia ou modelo de instrumento musical.
Departamento de Música
Laboratório Interdisciplinar de Estudos do Som (LINES)
UnB
Ao nos depararmos com os tratamentos do som propostos pelos programas de composição auxiliada por computador (CAC), o que encontramos são, primariamente, processamentos que modificam o som original através da simulação de processos acústicos e/ou psicoacústicos do sinal sonoro. Para podermos nos desvencilhar dos presets (botões pré-ajustados que nos “poupam” a reflexão sobre o nosso próprio material) propostos pelos softwares e podermos trabalhar de acordo com nossas próprias necessidades composicionais torna-se, portanto, imprescindível o conhecimento mais primário dessas propriedades oriundas da acústica musical. Nessa palestra, mostrarei um panorama sobre a questão e levantarei formas de pensá-la e estudá-la formalmente.
IRCAM
O advento dos computadores trouxe um desafio para a comunicação humana, impulsionando vertiginosamente a necessidade de representar e construir modelos. Nesta palestra, estudaremos o conceito de modelo e de representação, tanto do ponto de vista do processo (representar), como do objeto gerado (a representação) no contexto da composição musical assistida por computador. Nosso interesse incidirá principalmente nas propriedades epistemológicas e nos vários corolários do processo, do objeto gerado, e mais particularmente nas representações como determinantes cognitivos: como as representações induzem o campo operacional e orientam nossas escolhas?
Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC)
UFG
Nessa palestra abordo o uso dos procedimentos caóticos que tenho pesquisado nos últimos anos como articuladores de forma musical em micro e média temporalidade, em processos de síntese e transformação sonora. Traço também uma relação poética entre a noção de caos e de sublime estético enquanto sentimento propulsor da experiência criativa e como objetivo de recepção estética.
Departamento de Pós-Graduação
FASM/SP
A improvisação musical é provavelmente a prática mais antiga e difundida de se fazer música. Derek Bailey (1993) já descrevia a distinção curiosa pela qual se caracteriza a improvisação, como a atividade musical mais praticada de todas e uma das menos desconhecidas e entendidas. Ao incorporar sistemas interativos digitais ao processo de criação musical/sonora em tempo “real”, há uma enorme complexidade adicionada, tanto na totalidade de técnicas utilizadas operacionalmente para criar as continuidades do som quanto nas próprias formas e processos de interação entre performers e máquinas digitais, criando-se a oportunidade de novas formas de instrumenticiade, decorridas do acoplamento das novas tecnologias digitais no fazer musical.
Este seminário tem por objetivo introduzir reflexões que abarcam tópicos fundamentais no uso de sistemas digitais interativos na improvisação musical, dentre eles:
* percepção de interação X resultado da interação;
* função de criar interatividade criativa com o outro (pessoa e/ou máquina);
* improvisação musical X contexto permitido X affordance;
* performance criativa / performance autômata; cognição incorporada (percepção ativa e percepção que é ativada);
* análise interacional: o foco não é a análise do resultado/produto final, pois essa é insuficiente para a improvisação musical/livre; o que propomos é a análise do PROCESSO de improvisar com instrumentos acústicos + digitais; relações de interesse/desinteresse; loop de ação: agindo/reagindo/surpreendendo-se permanentemente; as negociações implícitas e as estratégias de manutenção de estabilidade;
* escuta intensificada/reduzida: elemento primordial no processo criativo da improvisação musical + sistemas digitais interativos;
* a costura do fazer musical no tempo; a conexão de diferentes sons, partes, estruturas e formas (simétricas ou não) que podem constituir o discurso musical;
* improvisando o próprio processo de criação em tempo “real”: improvisação musical, generativa, livre e/ou total (improvisação-depois-de-livre?) como expressão na música de ações improvisadas; a improvisação do começo ao fim; fluxo sonoro em tempo real (o tempo da performance que abarca também a performance do tempo);
* latência.
Conservatory of Turin
In 2015 I composed a piece (“Rome: a tone poem of sorts”) for the French jazz combo “Orchestre National de Jazz”. Far from being only a matter of writing for an unusual instrumental group, this collaboration proved being an amazing encounter with some of the most wonderful musicians I’ve ever worked with; and, at the same time, a challenge, harder than I had anticipated, a real cultural crossing, and even a clash at some points, raising many questions about musical genre, the relation between the music we compose and the context in which it is produced, and the stylistic, social and methodological perimeter of what we call “contemporary music”. In this talk, I will recount the story of this project and, hopefully, provide some insight into the reflections it sparked.
Departamento de Música
Laboratório de Tecnologia Musical
Universidade de Brasília
UnB
Mostraremos, nessa palestra, o trabalho desenvolvido no Laboratório de Tecnologia Musical tanto com os alunos quanto com o Núcleo de Computação Musical, sobretudo no que tange o desenvolvimento do projeto trombone eletrônico (ElectricBone), iniciado em 2014 no programa "Hacker in Residence" da Sparkfun Electronics.
https://carolinacarrizocompositora.wordpress.com/
Facultad de Artes
Bachillerato de Bellas Artes
UNLP
Nos aproximaremos a conceptos relativos al análisis y composición musical desde una perspectiva transmedial indagando en una selección de obras, teniendo en cuenta cómo operan en ellas elementos sonoros y no sonoros, qué alcances tienen sus vinculaciones, cuáles son los grados de afectación mutua, cómo se configuran los diferentes dispositivos transmediales en cada una de ellas y qué alcances tiene para con el orgánico instrumental, el espacio, el cuerpo-intérprete y el público.
Departamento de Música
UFJF
Discutiremos as implementações da teorias de Afinação de Harry Partch, Ben Johnston e Erv Wilson no ambiente do OpenMusic e OM# através da biblioteca OM-JI, abordando rapidamente questões da organização melódica, a síntese e ressíntese de samples em conjunto com o Max/MSP, controle de samples via OpenMusic e OM#, controle de texturas e outras abordagens composicionais vinculadas ao processo criativo.
Pós-doutorando e Professor do Programa de Pós-graduação em Música
UFPR
A palestra propõe uma reflexão sobre aspectos poéticos e estéticos da criação sonora interativa, tendo como foco a interseção entre as áreas de música / arte sonora e de artes visuais / performance.
O objetivo da atividade é estabelecer um panorama introdutório das relações entre os agentes em uma obra interativa (compositor, obra e público) e do contexto atual de criação sonora multimodal. Guiaremos a discussão de forma a trazer o ponto de vista do espectador ao centro dessa reflexão.
O potencial da prática interativa para a expressão sonora será exemplificado pela apresentação de uma biblioteca de patches desenvolvida para a captura de movimento de visitantes, recurso utilizado em minhas instalações que será compartilhado com os participantes do Musitec2.
Departamento de Artes
UFMT
Departamento de Música
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto
DM-FFCLRP-USP
Apresentaremos os processos das criações artísticas em colaboração, iniciadas em 2019 com produções centradas na composição, improvisação e intertextualidade, além de pesquisas realizadas no período de isolamento social na pandemia em 2020. Dentre estas criações estão incluídas as seguintes propostas: 1) Cadernos sonoros, que envolve improvisação, processamento sonoro em tempo diferido e criação audiovisual; 2) ensaios e performance da peça Interstício de tempo (2020), para flauta e eletrônica ao vivo; 3) processos de colaboração e performance da peça Mojave (2020) de Paulo C. Chagas/ Cássia Carrascoza, para flauta, vídeo e eletrônica ao vivo; 4) improvisos de flauta e eletrônica ao vivo a partir de propostas sonoras Lidia Bazarian ao piano. A performance, exceto da primeira proposta, é realizada de maneira remota por meio do programa Jacktrip.
Queen’s University Belfast
In this talk I will give an overview of how technologies including the network and immersive environments have influenced and changed my work and thinking as an improvising saxophonist.
Centro Nacional de Investigación, Documentación e Información Musical "Carlos Chávez”
Instituto Nacional de Bellas Artes e Literatura
CDMX, México
Nesta palestra analisarei alguns aspectos da relação intérprete-compositor nos processos de criação musical e na consolidação de uma tradição interpretativa no campo da música eletroacústica mista. O conceito de criação-interpretação colaborativa será apresentado e as relações intérprete-computador serão exploradas nos processos interpretativos de obras com sistemas computacionais interativos e autônomos. Apresentarei dois estudos de caso que permitirão expor alguns dos problemas e novos desafios na práxis musical do gênero eletroacústico misto.
Centro de Educação, Letras e Artes
Universidade Federal do Acre
CELA/UFAC
a palestra apresenta a descrição e discussão de alguns dos estudos em andamento relativos a interação timbrística na composição, na análise e na percepção musical com o uso de suporte computacional. Dentro do contexto do Núcleo Amazônico de Pesquisa Musical - NAP/UFAC, serão discutidos alguns estudos já existentes no próprio NAP além daqueles iniciados em pesquisas anteriores (doutorado e pós-doc). Durante a palestra, será apresentado um panorama geral dos trabalhos e dos modelos implementados e serão demonstrados alguns dos resultados já obtidos.
Instituto Universitário da Maia
ISMAI (Porto, Portugal)
Nessa palestra serão apresentados os fundamentos do Live Coding, prática das artes digitais na qual a manipulação de algoritmos e lógicas computacionais se dá em tempo real durante o momento de performance. Veremos exemplos do repertório; como o Live Coding se extende pelas áreas da música experimental, eletrônica de pista, artes visuais e computação física; discutiremos algumas das ferramentas mais utilizadas pela comunidade (em especial SuperCollider e Sonic Pi); assim como uma exposição geral sobre certos aspectos do processo criativo mediado por tecnologias computacionais.
Instituto de Matemática e Estatística
Universidade de São Paulo
IME-USP
Essa palestra explora aspectos da percepção rítmica no contexto da música tradicional grega, que exibe uma rica variedade de padrões rítmicos assimétricos, isso é, contendo unidades rítmicas (beats) de durações diferentes. Um experimento de escuta com estudantes universitários de música foi feito a fim de investigar questões básicas referentes à acurácia temporal e a estrutura métrica percebida pelos voluntários. O estudo sugere que a identificação acurada dos padrões rítmicos/métricos na música tradicional grega está longe de ser uma tarefa fácil, mesmo entre os estudantes gregos, ainda que diferenças estatísticas significativas possam ser observadas em função do background cultural. A análise estatística das respostas revela correlações entre elementos associados com a dificuldade da tarefa, tais como o grau de concordância entre os participantes, os tempos de resposta e o número de vezes que cada excerto foi escutado, e aspectos musicais tais como andamento, estruturas métricas e simetria/assimetria dos ritmos.
Stanford University
The aim in this talk is to unfold, based on the idea of embodied and re-embodied sound, the contingencies in compositions for instruments, electronics, and objects.
Escola de Música
UFMG
A modelagem computacional de ideias musicais consiste na extração de dados de trechos musicais (análise) e sua codificação computacional (modelagem). O modelo é construído de modo a permitir a criação de variações do material original. Minha abordagem vai se restringir a exemplos extraídos de peças instrumentais (partituras e gravações) do repertório contemporâneo (Carter, Ligeti, Donatoni, Birtwistle, Huber, Beat Furrer). Serão utilizadas as linguagens Lisp - através da programação visual nos softwares PWGL e Open Music - e Python. Serão também utilizados excertos de peças pessoais para ilustrar a utilização da modelagem em composição.
Escola de Música
Laboratório de Performance com Sistemas Interativos (LaPIS)
UFMG
A partir das duas principais práticas musicais preconizadas por Pierre Schaeffer, serão abordados aspectos de minha experiência de mais de 20 anos com sistemas interativos (fortemente baseada em max/msp, instrumentos acústicos, e peças para "concerto"). Serão discutidos diferentes tipos de processamento de áudio e de sensores, em contextos criativos.