A RAPI emerge no cenário de pandemia da Covid-19, iniciada em março de 2020. A imprevisibilidade que caracteriza a doença requereu ações conjuntas, em forma de cooperação, para tornar possível fazer frente aos desafios antigos e novos e, dentre eles, dar a proteção e prover a população idosa de informações qualificadas e condições para o enfretamento da Covid-19.

Mesmo antes da pandemia, já era observada em Minas Gerais a situação de vulnerabilidade de parte significativa da população idosa, que sofre diversas formas de violência ainda subnotificadas, que convive com restrições orçamentárias e que envelhece em cidades pouco acessíveis e inclusivas, dificultando manter uma qualidade de vida.

Em Minas Gerais, cuja população é aproximadamente 21 milhões de pessoas, a população idosa soma aproximadamente 3,4 milhões (16,4%), sendo 550 mil com mais de 80 anos. A expectativa para os próximos 20 anos é que Minas terá 1/3 da população neste grupo etário (FJP, 2018). Atualmente, 438.860 pessoas idosas vivem sozinhas em nosso estado (Grandin e Rodrigues, 2020) e este número tende a aumentar.

Tais dados etários sinalizam o acelerado processo de envelhecimento e as situações que caracterizam vulnerabilidades crescentes, apontando a necessidade e a relevância da potencialização de agendas públicas de fortalecimento da política e do estatuto do idoso em Minas Gerais. O que se busca com esta rede é criar oportunidades de melhorar a qualidade de vida da população idosa, promover a sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, tal como prevê a Política Nacional do Idoso.

A rede é aberta e composta por instituições públicas e privadas e por pessoas que de forma autônoma possam colaborar para o seu fortalecimento e, consequentemente, para o fortalecimento da Política do Idoso. Se caracteriza como governança colaborativa multi e pluri-institucional, reunindo atores da sociedade civil e do estado em prol do bem coletivo.

A rede já conta com o apoio de profissionais da área de ciências contábeis, direito, saúde, secretariado executivo, administração, comunicação, economia, psicologia e com o apoio de universidades, institutos, faculdades, organizações sociais e conselhos de classe. É coordenada pela Coordenadoria Estadual de Política para Pessoa Idosa (CEPID), que faz parte da Subsecretaria de Direitos Humanos (SUBDH) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), com participação do Sistema Estadual de Redes em Direitos Humanos (SER-DH) e das Diretorias Regionais da Sedese, do Conselho Estadual da Pessoa Idosa (CEI MG) e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).