Projeto LABTRAT, um projeto de inovação tecnológica aprovado no Edital Projetos Especiais do Parque Tecnológico da UFRJ Ciclo 2023. Ver em: https://www.parque.ufrj.br/o-parque/projetos-especiais/ 

O Projeto LABTRAT

As universidades brasileiras podem ser comparadas às cidades de médio porte em relação ao uso da água, da energia e na geração de resíduos.  A geração de resíduos nos laboratórios de graduação é um desafio a ser enfrentado com a implementação de sistemas seguros, econômicos e inovadores de tratamento no próprio local. O Projeto LABTRAT tem por objetivo desenvolver um reator para tratamento de resíduos aquosos por processos Oxidativos Avançados (POA); adequar o perfil do efluente tratado aos parâmetros da Resolução CONAMA nº 430 de 13/05/2011; divulgar o tema água e saneamento junto aos estudantes de escolas públicas. 

O projeto envolve a parceria entre dois Centros da UFRJ: Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), ao qual pertence o Instituto de Química (IQ) e o Centro de Tecnologia (CT) ao qual pertence a COPPE. No IQ são realizados os testes de tratamento do rejeito, parte dos ensaios de caracterização e desenvolvimento de atividades para as escolas públicas. No LABPOL (COPPE) são realizados ensaios de caracterização do rejeito antes e após o tratamento.

Quem faz o LABTRAT acontecer!

Equipe

Profa. Dra. Fernanda Bertão Scalco 

Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da UFRJ scalco@iq.ufrj.br 

MSc. Fernanda Senna Lattari 

Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da UFRJ flattari@iq.ufrj.br 

Prof. Dr. João Paulo Bassin 

LABPOL/COPPE- UFRJ jbassin@coppe.ufrj.br 

Juliana Vianna Silva da Paixão 

PEQUI/Instituto de Química da UFRJ (pós-graduação)

Manuela Oliveira do Nascimento 

LABPOL/Escola de Química (graduação)

Profa. Dra. Mônica Ferreira Moreira Carvalho Cardoso 

 Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da UFRJ monica@iq.ufrj.br

Nicole Prada Vasconcellos 

 Instituto de Química da UFRJ (graduação)

Dra. Paula Macedo Lessa dos Santos 

Coordenação do projeto, Instituto de Química da UFRJ paulalessa@iq.ufrj.br 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável - ODS 6

O projeto LABTRAT está alinhado com a Agenda 2030 no seu  Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6, e a meta 6.3 .

Meta 6.3: até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.


O que são Processos Oxidativos avançados (POA)?

São processos que geram radicais livres no meio reacional por meio de agentes oxidantes (em geral peróxido de hidrogênio,  H2O2 ou ozônio,  O3). O radical hidroxila, (.OH), é um dos melhores agentes oxidantes, com potencial-padrão de redução de +2,77 V, sendo capaz de degradar compostos orgânicos até a mineralização. Os POA podem ser empregados para o tratamento de água e de efluentes aquosos dentre outros. tem ação microbiocida e de degradação de poluentes.

Quando o problema vira oportunidade!

Os resíduos aquosos de ácido 3,5 dinitrosalicílico são gerados em laboratórios de graduação em disciplinas de Bioquímica nos ensaios de quantificação de açúcares redutores. Tal rejeito possui pH alcalino, açúcares, tartarato, 3,5-dinitrosalicilato (DNS) e 3-amino-5-nitrosalicilato (DNSA), esses dois últimos compostos são aril-substituídos. 

O grande volume de resíduo gerado (≥ 250 L/ano) em um dos laboratórios do Instituto de Química da UFRJ, e o alto custo associado ao descarte por empresa especializada, cria uma oportunidade de incrementar um sistema de tratamento do rejeito no local de geração.

 A literatura apresenta propostas de tratamento de resíduo de DNS por POA, entretanto, os trabalhos publicados não avançaram no sentido de caracterizar o efluente tratado de acordo com as condições de lançamento de efluentes apresentadas da Resolução CONAMA nº 430/11: art. 16, incisos I e II. O Projeto LABTRAT está desenvolvendo o processo para a sua aplicação efetiva na rotina laboratorial. 

Além disso,  vai dialogar com estudantes de escolas públicas sobre o tema água e tratamento de resíduos.



Fotólise homegênea - um processo promissor. 

A fotólise homegênea consiste no tratamento de soluções homegêneas contendo H2O2 submetidos à radiação ultravioleta. 

 Um estudo inicial já realizado pelo grupo de pesquisa, apontou um pH em torno de 11 para o rejeito de DNS e a sua fotodegradação  em sistema homogêneo H2O2/UV 254 nm

As amostras de resíduos aquosos são analisadas em ensaios químicos, físicos e fisico-químicos antes e após o tratamento por POA. 

Dessa forma, é possível avaliar a adequação das condições  do tratamento ao alcance dos parâmetros do perfil do efluente tratado para descarte no sistema de esgoto. 

A expertise adquirida no projeto será debatida junto aos estudantes de diversas modalidades de ensino, adaptando-se a abordagem de acordo com o públioc a ser atendido.


Primeiros passos: testando o sistema

Inicialmente, os resíduos foram tratados sob o sistema H2O2/UV 254 nm onde foram monitorados os seguintes parâmetros: Absorvância a 540 nm e 370 nm, pH e temperatura. Para tanto foi desenvolvido o protótipo 1, um sistema de irradiação em fluxo contínuo com reciclos. Também foram avaliados os níveis de amônia, fenóis totais, sólidos sedimentados, dentre outros.

2ª Semana de Inovação do Parque Tecnológico da UFRJ apresentação em 05/12/2023

A divulgação do Projeto LABTRAT e seus resultados inicias foram expostos da 2ª Semana de Inovação do Parque Tecnológico da UFRJ. Na foto Paula Lessa e Fernanda Scalco.

Semana de Inovação do Parque Tecnológico da UFRJ apresentação em 04/12/2023


O processo de degradação do resíduo de DNS provocou a curiosidade dos público que visitou o stand do projeto. Soluções para um futuro sustentável é algo que motiva as pessoas. As soluções existem. É preciso investir em inovação e na implementação de novos processos que atendam as demandas sociais, ambientais e econômicas.

45ª JICTAC da UFRJ apresentação em 08/04/2024

Trabalho apresentado por Manuela Oliveira do Nascimento (foto) intitulado CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO GERADO NA REAÇÃO DE DOSEAMENTO DE AÇÚCAR REDUTOR UTILIZANDO ÁCIDO 3,5-DINITROSALICÍLICO (DNS) PARA O TRATAMENTO COM UV/H2O2, no qual são apresentados os resultados das análises necessárias para o atendimento dos parâmetros requisitados na Resolução CONAMA nª430/11. Disponível em: https://sistemas2.macae.ufrj.br/jictac/cadernoController/gerarCadernoSessao/36000000 

45ª JICTAC UFRJ apresentação em  09/04/2024  

Trabalho apresentado por Nicole Prada de Vasconcellos (foto) intitulado DESENVOLVIMENTO DE TRATAMENTO DE RESÍDUO DE 3,5-DINITROSALICILATO E DERIVADOS POR PROCESSO OXIDATIVO AVANÇADO (POA) no qual é descrito o estudo do processo de degradação dos resíduos de DNS pelo sistema H2O2/UV e os ajustes dos parâmetros do protocolo de tratamento. Disponível em: https://sistemas2.macae.ufrj.br/jictac/cadernoController/gerarCadernoSessao/31000000 

XLV Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural - JICTAC 2024. Na foto Mônica Carvalho, Nicole Prada e Paula Lessa.

Resultados Iniciais

De acordo com os resultados obtidos para o tratamento dos resíduos de DNS, a concentração de fenóis após o tratamento pelo sistema H2O2/UV ficou abaixo da concentração máxima estabelecida pela Resolução CONAMA nº 430/11, assim como os demais parâmetros. Na maioria das amostras o pH apresentou um decrécimo de 11-12 para 7, exceto para uma das amostras na qual o pH atingiu valor 10.  Na foto à esquerda é possível observar o clareamento do resíduo aquoso de DNS que passa de laranja (resíduo não tratado) para incolor, após o tratamento.

Protótipo para escalonar o processo de tratamento de resíduo.

O protótipo 2 é um equipamento que visa atender à demanda do tratamento de resíduos de DNS do laboratório de graduação. Considerando que, a cada ciclo total de tratamento, as amostras oriundas  de diversas aulas serão reunidas um um único reservatório. O pH final, após o tratamento, deverá ser medido antes do descarte. Este deverá estar entre 9 e 5. O equipamento é projetado para funcionar indoor, facilmente transportável e operacionalizável, com baixo nível de ruído, seguro e de fácil manutenção.

Oficina "Água potável e tratamento de resíduos aquosos" junto aos estudantes da educação básica. 

A oficina "Água potável e tratamento de resíduos aquosos" foi realizada no Instituto de Química da UFRJ junto aos estudantes da Profa. Juliana Paixão, Pós-graduanda integrante do Projeto LABTRAT. A oficina teve como base teórica a Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani, na qual parte-se da prática social problematizada. Foram discutidos os sistemas de tratamento de água e de resíduos domésticos e industriais por meio de experimentos "mão na massa" (hans on) no qual conceitos científicos foram abordados durante a realização dos experimentos. Após a primeira etapa de atividades, os estudantes foram levados a conhecer o Espaço Coppe e o MegaLev e discutiu-se algumas das tecnologias para uma nova sociedade pautada na sustentabilidade.

Oficina "Água potável e tratamento de resíduos aquosos" junto aos estudantes da Licenciatura em Química (SELIQ - IQ UFRJ - ago 2024)


Oficina "Água potável e tratamento de resíduos aquosos" junto ao público na II WEAQ (CCMN UFRJ - ago 2024)


Oficina "Água potável e tratamento de resíduos aquosos" junto aos estudantes da Pós-Graduação (PEQUI - IQ UFRJ - set 2024)