História da Estatística

“Não se conhece completamente uma ciência, a menos que se saiba sua história.”

Augusto Comte


Antiguidade ao Renascimento

A história da Estatística se inicia com o interesse dos reinos e governos da antiguidade em ter informações sobre seu povo e suas riquezas para fins, principalmente, militares e tributários. Há mais de 2000 anos antes de Cristo, Confúcio, filósofo chinês, fazia levantamentos para embasar seus pensamentos. De acordo com pesquisas arqueológicas, os faraós do Egito Antigo também fizeram uso sistemático de informações de natureza estatística, bem como as civilizações pré-colombianas na América, como os Incas, Maias e Astecas. Existem exemplos de registro e catalogação anteriores à emergência da estatística descritiva do século XVI, na Itália.


Renascimento à Era Moderna

Com o Renascimento, surgiu o interesse pela coleta de dados estatísticos, sobretudo por suas aplicações na administração pública. A publicação de 1561 de Francesco Sansovini é considerada pioneira na estatística descritiva. Contudo, mais amplos e gerais foram os estudos feitos na Alemanha, principalmente por Gottfried Achenwall, professor da  Universidade de Göttingen e a quem se atribui a criação do vocábulo estatística, em 1746.

É importante destacar que a estatística foi bastante utilizada antes de ser considerada uma disciplina. O desenvolvimento da estatística teve início nas aplicações. Algumas das mais importantes são:


Era Moderna

A Era moderna da Estatística pode ser divida em dois importantes momentos: a Escola Biometrica e a Fase da Experimentação. A Escola Biométrica surgiu na Inglaterra, entre os últimos anos do século 19 e o início do século 20. Foi um dos grandes momentos formador da história da Estatística, com a ascendência do estudo de técnicas de correlação e ajustamento de curvas, denotáveis resultados na descrição das grandes amostras. Karl Pearson (1857 – 1936) é considerado o principal nome da Escola Biométrica.

Em seu artigo Regression, Pearson propôs a fórmula momento-produto, tal como é conhecida hoje. Yule, conhecido por seu livro An Introduction to the Theory of Statistics, também foi um nome importante da Escola Biométrica, com estudos sobre correlação como medida de associação de dados quantitativo, pórém esse método caiu em desuso.

Distintivamente das técnicas estatísticas desenvolvidas pela Escola Biométrica, as pesquisas científicas de natureza experimental necessitavam tratamento apropriado às pequenas amostras, com objetivo inferencial, de acordo com o que revelaram os trabalhos pioneiros de Gosset, que se tornou conhecido pelo seu pseudônimo de Student. Esses trabalhos foram continuados no mais alto nível teórico por Ronald Aylmer Fisher(1890-1962), o expoente mais representativo da Fase da Experimentação, considerado o criador dos métodos modernos da Análisee Delineamento de Experimentos.

A contribuição de Fisher à estatística se inicia com o desenvolvimento do método da máxima verossimilhança no ajustamento de curvas defreqüência. Outra grande prestação de Fisher foi o conceito de probabilidade fiducial, importante para resolver o problema central da inferência estatística: como fazer afirmativas de probabilidade sobre um parametro desconhecido, sem utilizar o teorema de Bayes, cuja a aplicação necessita de o conhecimento das probabilidades a priori.

Jerzy Neyman é outro grande nome da Fase da Experimentação, com o concebimento do Teorema de Cochran e a Teoria da Radomização.