HIPOCRISIA: ARTE NA PANDEMIA

A crítica central presente na tirinha, de título “Hipocrisia: arte na pandemia”, é a hipocrisia das pessoas acerca do seu comportamento perante o consumo de arte antes e depois dos surtos de coronavírus. Durante o período de distanciamento social pela pandemia da COVID-19, muitos encontraram refúgio na arte - seja ela música, literatura, cinema, desenho, pintura - para aliviar o estresse e a ansiedade por estarem confinados. Nisso, consomem diferentes gêneros de artistas e elogiam suas atividades. Entretanto, percebe-se que tal pensamento não persistirá no pós-pandemia, devido à desvalorização da arte e a não-visão dos artistas como trabalhadores, com a opinião de que a arte é um mero passatempo e não algo digno de reconhecimento e valorização.

Portanto, na tirinha também buscamos evidenciar a desvalorização de artistas locais e chamar a atenção de pessoas que admiram atores de Hollywood e músicos premiados, consomem diversas formas de arte diariamente, mas chamam o músico na praça de vagabundo. O conceito de arte para alguns parece resumir-se a produtos amplamente divulgados na mídia, distantes, produzidos em grandes cidades ou em outros países, desprezando iniciantes e pequenos artistas. No contexto da pandemia, isso tornou-se mais evidente, visto que, ao passar mais tempo em casa, as pessoas passaram a buscar formas de entretenimento, que ajudassem a passar o tempo e trazer um pouco de conforto em tempos tão difíceis. Mesmo assim, muitos continuaram a não reconhecer o trabalho dos artistas como um trabalho digno e merecedor não só de respeito, como também de gratidão.

Trabalho produzido por Laís Förster Xavier e Nicole Paz Dupuy.