A história do Bairro Cristo Rei, localizado na zona Sul de Teresina (assim como tantas outras histórias de nascimentos de comunidades e bairros pelo Brasil a fora...) tem origem a partir da edificação da Igreja Cristo Rei e aos trabalhos sociais desenvolvidos pelo centro social da paróquia. A comunidade e a instituição criaram laços vitais e, desde então, os esforços de seus fundadores são voltados para o desenvolvimento cultural, artístico e humanitário dos mais vulnerável do bairro Cristo Rei. 

Tudo começou com a atuação do padre italiano Pedro Biondan Maione SJ (então 1º pároco da Paróquia de Cristo Rei), que, nos idos de 1971, fundou o Centro de Cultura Amoipirá, apoiado por a piauiense d. Lygia de Souza Martins (que acabou se tornando a 1ª coordenadora do Centro Social Cristo Rei) e um grupo de jovens ávidos por oportunidades intelectuais, criativas e artísticas. 

O Pe. Pedro Maione juntava objetos raros, exóticos, moedas, selos, minérios nas várias viagens à Europa, em particular à Itália, e pelo mundo todo por onde andou durante sua vida. Ele tinha um sonho de organizar sua coleção pessoal e deixar disponível para todos da comunidade do Cristo Rei ver que não existe somente esta realidade aqui, que há muito para se conhecer e aprender, que há várias culturas pelo mundo, diversos tipos de artes, histórias e ciências.

Isso estimulou outros jesuítas, amigos e parentes do Pe. Pedro Maione, que também doaram objetos, documentos, moedas antigas e modernas, medalhas, selos, conchas, fósseis, livros, enciclopédias, entre inúmeros outros itens e formou-se o acervo do Centro de Cultura Amoipirá à disposição da comunidade da Paróquia de Cristo Rei e da Cidade de Teresina para visitas, leitura, pesquisas.

 Somente em 13 de dezembro de 1989, foi criada a Fundação Cultural Cristo Rei, uma entidade sem fins lucrativos, com a finalidade de realizar ações e atividades educativas e culturais junto à comunidade do bairro Cristo Rei, em continuidade às ações sociais e culturais desenvolvidas pelo pároco Pe. Pedro Maione, a partir da incorporação do acervo que estava sob guarda do Centro de Cultura Amoipirá, com cerca de trinta mil peças de várias nacionalidades, antigas e modernas, catalogadas na seguinte ordem: animais taxidermizados, arte de povos tradicionais, arqueologia, conquiliologia, filatelia, fósseis, mineralogia, numismática e zoologia, dando vida a uma intensa e profunda atividade cultural (teatro, fotografia, literatura, sociologia, jornalismo – com jornal próprio – história, idiomas neolatinos e suas literaturas). É criado o Museu Dom Avelar (o nome foi dado pelo Pe. Pedro, em homenagem ao Bispo que o trouxe para o Piauí e criou a paróquia do Cristo Rei).

 A Fundação Cultural Cristo Rei dá início ao Projeto Criança Consciente e Atuante, inicialmente oferecendo reforço escolar gratuito às crianças provenientes de famílias em vulnerabilidade, o qual foi ampliado passou a oferecer posteriormente também atividades lúdicas e esportivas, oficinas informativas sobre higiene, saúde e bem-estar, ação essa que foi estendida a bairros próximos, como Monte Castelo, Piçarra e Três Andares. Há outros projetos sendo desenvolvidos também, acompanhe nos eventos e nas publicações do Museu Dom Avelar.

Intelectuais e artistas que hoje têm uma carreira exitosa em nível nacional, como o maestro Aurélio Melo, o escritor e compositor Salgado Maranhão e o jornalista Gil Costa, além de muitos outros, puderam usufruir das ações culturais do antigo Centro de Cultura Amoipirá, e hoje atuam de maneira colaborativa nas propostas do Museu Dom Avelar.

Em novembro de 2018 que a FCCR passou por obras de uma ampla reforma e, em setembro de 2019, foi reinaugurada. Toda a sua reestruturação e modernização contou com a participação do IPHAN, que também fez toda a adequação do Museu Dom Avelar como um espaço especializado na guarda de um valoroso acervo arqueológico, artístico e histórico. 

Atualmente, o prédio da Fundação Cultural Cristo Rei possui recursos de acessibilidade arquitetônica e climatização, com biblioteca, auditório, sala de reserva técnica, laboratório de arqueologia, cafeteria e o espaço expositivo do museu. Contando com tais recursos, a FCCR construiu um histórico pleno de realizações – formação patrimonial, memória, preservação cultural, projetos educativos, capacitações, atividades culturais, científicas e sociais, ao passo que compôs um quadro de servidores e arregimentou, ao seu redor, colaboradores, prestadores de serviços eventuais e voluntários do mais alto nível profissional, técnico, artístico e científico, sentindo-se, portanto, plenamente capacitada para planejar e operacionalizar vários novos projetos. 

A FCCR possui em sua estrutura um Museu (Museu Dom Avelar Brandão Vilela), uma Biblioteca (Biblioteca Pe. Gabriel Malagrida SJ), um Setor de Arqueologia (Setor de Arqueologia/Laboratório Da. Lygia Martins), um auditório (Auditório A. Tito Filho), Salas de Reserva Técnica do Museu e da Arqueologia e Arquivo (Arquivo Histórico Professor Odilon Nunes).

O Museu Dom Avelar é um museu eclético, possuindo várias coleções: numismática (14.800 moedas catalogadas), filatelia, arqueologia, conquiliologia, mineralogia, fósseis, animais taxidermizados, zoologia e arte popular mundial.

A FCCR coloca o seu Patrimônio à disposição da cidade de Teresina como um centro de irradiação social e cultural em benefício de todos e, particularmente, das crianças e jovens, adotando estratégias e modalidades de apoio ao crescimento e aprimoramento cultural já existente em outros órgãos locais, colaborando no desenvolvimento da educação científica, museológica, patrimonial, artística e humanista.