Casa de Pedra

A casa de pedra

Um exemplar que resistiu ao tempo para testemunhar a história de Caxias do Sul. A primeira moradia do imigrante italiano Giuseppe Lucchese, edificada ao final do século XIX, na então denominada 9ª Légua de Caxias, a Casa de Pedra, hoje, revela-se como um importante local de memória que faz com que pensemos sobre o modo de vida e o cotidiano de outros tempos... Desse modo, apresentamos alguns registros de como se deu a transformação de tal espaço a partir da década de 1970.

Visita virtual ao museu

Visita virtual ao Museu Ambiência casa de Pedra.

Fachada. Acervo: Museu Municipal - CPF 94

imigrantes europeus

Os imigrantes europeus que chegaram à região Nordeste do Rio Grande do Sul, a partir de 1875, utilizaram a madeira e pedra - abundantes no território, e criaram uma arquitetura diferenciada.

construção

A construção, que possui características na divisão de compartimentos típicos da época, com quartos de dormir, sala de refeições e cozinha, também apresenta pedras assentadas e rejuntadas com barro, aberturas em pinho falquejado e janelas afixadas em tijolos artesanais.

A casa. Acervo: Museu Municipal - CPM 59
Janela do museu. Fotógrafo: Paquito Masia - Clube do Fotógrafo

Proprietários

Foi construída pela família Lucchese, provavelmente na penúltima década do século XIX, logo depois de ter chegado da Itália e comprado metade de um lote rural no travessão Thompson Flores, na 9º Légua, atual bairro Santa Catarina.

Foi adquirida e pertenceu a Jacob Brunetta de 1913 a 1946 quando tornou-se propriedade de David Tomazzoni.

Inauguração do Museu

Em 1974, com a proximidade dos festejos do 100 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos à cidade, a Prefeitura de Caxias do Sul compra a casa da família Tomazzoni e, em 14 de fevereiro de 1975, durante a Festa da Uva, inaugura o Museu Ambiência Casa de Pedra. Desde então, é um espaço de referência para a comunidade e para os visitantes.

Inauguração do museu. Acervo: Museu Municipal - CPI 003
Espaço interno da casa. Acervo: Museu Municipal - CPE 26

o ambiente

A casa nos remete ao dia a dia na propriedade - centrado no trabalho familiar -, em que se baseou a formação social, econômica e cultural de Caxias do Sul.

Internamente, o mobiliário e os adornos reconstituem o ambiente vivenciado.

Os cômodos da casa

Na sala, por exemplo, tem-se a mesa com muitos lugares, apropriada à família numerosa, os quadros e imagens de santos católicos de devoção e objetos do artesanato feminino como a dressa e o vime.

Espaço interno do Museu. Fotógrafo: Aldo Toniazzo - Clube do Fotógrafo
Parte interna da sala. Acervo: Museu Municipal - CPM 24

Paredes da sala

As paredes internas da sala foram alteradas com o passar do tempo. Por isso, podemos observar hoje uma camada de reboco de cal por cima do encaixe das pedras, que foi feito no período em que a família Tomazzoni era proprietária.

O Fogão

Na cozinha, o rústico fogolaro, uma espécie de fogão que também poderia funcionar como lareira, aquecia as noites frias e as grandes panelas, além de conter inúmeros utensílios adequados à confecção dos alimentos como a polenta, a massa, o pão.

Fogão. Acervo: Museu Municipal - CPM 38
Cechér. Acervo: Museu Municipal - CPM 17

cechér

Há o cechér ou il lavello, em dialeto italiano, que era a pia da época. Ela possui uma inclinação para permitir escorrer a água para fora da casa.

O piso

O piso da casa também sofreu alterações. Durante a reforma de 1974 o chão batido é substituído por piso assentado a partir dos tijolos retirados de antigas construções, sendo colocados em forma de decoração geométrica.

Foto interna do museu com foco no piso. Acervo: Museu Municipal - CMP 28
Quarto. Acervo: Museu Municipal - CPE 043

O quarto

No andar superior, temos o quarto com poucos e indispensáveis móveis. Inicialmente, ele possuía uma divisória, separando o espaço em dois para acomodar a família.

Representações da fé

Localizado sobre as camas, podemos observar quadros de santos católicos e rosários, todos objetos de devoção e proteção.

Quarto. Acervo: Museu Municipal - CPM 43
Cozinha. Fotógrafo: Paquito Masia - Clube do Fotógrafo

Baús

Os baús também eram utilizados para guardar o enxoval produzido pelas mulheres desde a sua infância.

O telhado

O telhado também foi alterado. Na época da família Lucchese o telhado foi feito de scándole, pequenas tabuinhas de madeira que eram sobrepostas. Os Brunetta substituíram as tabuinhas por telhas, porém rebaixando o telhado.

Na segunda restauração da casa, em 2001, o telhado e sua estrutura foram reconstruídos, mantendo a forma mais elevada da época dos Lucchese.

Reforma do telhado. Acervo: Museu Municipal - CPR 89
Quarto. Fotógrafo: Aldo Toniazzo

scaldaletto

O frio da Serra Gaúcha também era um problema a ser enfrentado. Por isso, na hora de dormir fazia-se necessário alguma forma de aquecimento.

Uma estufa típica da época, chamada scaldaletto no dialeto talian, era usada para enfrentar as noites frias

Esse aquecedor funcionava com brasas que eram colocadas sobre a cama, embaixo dos cobertores.

Parreiral

Na área externa podemos observar a presença de um parreiral que relembra a principal cultura agrícola dos imigrantes italianos e seus descendentes ao lado de outras árvores frutíferas e ornamentais. Tem-se, também, um forno, confeccionado artesanalmente com tijolos e barro.

Foto externa da casa. Fotógrafo: Aldo Toniazzo - Clube do Fotógrafo
Monumento aos tiroleses. Márcia Dall Ago - Clube do Fotógrafo

O Monumento aos Tiroleses

O Monumento aos Tiroleses e o Museu Ambiência Casa de Pedra compõem a Praça dos Tiroleses, ponto turístico de Caxias do Sul, localizado no entroncamento das ruas Matteo Gianella e Professor Marcos Martini

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