Construição do Monumento

A Construção do Monumento Nacional ao imigrante

Imaginado como um monumento voltado apenas para homenagear a imigração italiana, quando de sua idealização, o Monumento Nacional ao Imigrante representa todas as etnias que compuseram o Brasil.

Visita virtual ao museu

Visita virtual ao Monumento Nacional ao Imigrante.


Antiga Rua Grande, atual avenida Júlio de Castilhos, conhecida como um antigo caminho indígena que posteriormente servir como a primeira locação dos primeiros imigrantes da região onde é Caxias do Sul. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

75 anos da imigração italiana

Para comemorar os 75 anos da imigração italiana no brasil a Comissão Central dos Festejos dos 75 Anos da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul foi constituída a Comissão Executiva Pró-Monumento.

Concurso de maquetes

Liderada por Luiz Compagnoni, foi realizado um concurso de maquetes para a escolha do melhor projeto. Vários artistas se inscreveram e dentre eles Antônio Caringi, que por meio de votação popular foi o vencedor da melhor proposta.

Maquete vencedora do concurso. Fotógrafa: Paola Morgan Riva.
Terraplanagem do local reservado à construção do Monumento Nacional ao Imigrante. Época: 1950. Fotógrafo: Studio Tomazzoni. Doação: Família Toigo. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Antônio Caringi

Antônio Caringi, gaúcho natural de Pelotas-RS, considerado como o maior estatuário da história do Rio Grande do Sul. Em sua homenagem, o espaço existente na parte interna da cripta é hoje conhecido como “Espaço Cultural Antônio Caringi”.

Estátuas

A localização da construção dessa edificação também foi pensada estrategicamente. Assim, ficou decidido que ela seria instalada próxima a estrada federal BR-116, em frente à Praça Vestibular Abramo Eberle, no entroncamento com a Av. Júlio de Castilhos, isto é, no acesso principal à cidade.

Estátuas dos imigrantes revestidas de bronze expostos no Monumento Nacional ao Imigrante, as estátuas constam com 4 metros de altura e 2920 quilos. Época: 1953. Doação: Coleção Júlio Eberle. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
Cerimônia no interior das obras do futuro monumento e apresentação da maquete. Época: 1950. Fotógrafo: Studio Tomazzoni. Doação: Família Toigo. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Eurico Gaspar Dutra

O Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, realizou o lançamento da pedra fundamental do Monumento em 28 de fevereiro de 1950, neste dia também foi enterrada uma cápsula do tempo.

Problemas financeiros

O monumento foi uma obra de iniciativa particular e desde o início da construção recebeu diversas doações populares para se concretizar, mas em 1952 essas verbas não foram suficientes para finalizar o projeto.

Visitas de acompanhamento às obras do Monumento Nacional ao Imigrante. Época: 1950-1954. Doação: Família Toigo. Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.

Vargas Visitando as estátuas.

Vargas

Os anos seguintes, já com Getúlio Vargas de volta ao poder, foram de muita luta, em busca de verbas para finalizar a construção. A verba necessária para a inaugurar o Monumento era de aproximadamente um milhão e quinhentos mil cruzeiros. A viabilização dessa verba, pelo governo federal, só foi possível mediante a alteração da abrangência da homenagem do Monumento, o qual se torna nacional e passa a contemplar todas as etnias que fazem parte do processo de imigração e não somente a imigração italiana. Diante do fato, entra em vigor a Lei Federal 1801, de janeiro de 1953, onde a edificação passa a se chamar Monumento Nacional ao Imigrante.

Inauguração

O monumento é Inaugurado em 28 de fevereiro de 1954, pelo presidente Getúlio Vargas. Em seu discurso, Vargas tenta se redimir por conta das perseguições realizadas contra os imigrantes na época da Segunda Guerra Mundial, onde aconteceram muitas repressões por parte do governo principalmente cotra imigrantes de países pertencentes eixo, o monumento seria sua tentativa de redenção. Essa também foi a última obra pública inaugurada por Vargas, pois em agosto do mesmo ano ele comete suicídio.

Na foto, Vargas realiza seu famoso discurso na inauguração do monumento. Autoria das Fotos: Studio Geremia - Acervo: Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami
Fonte: Acervo MMMCFH. Fotógrafo: Daniel Herrera - Clube do Fotógrafo

A cripta

A cripta, que faz parte do projeto inicial, só começa a ser revestida de mármore, doado pelo governo da Itália, em 1955. As obras duram 3 anos e a reinauguração do espaço conta com a ilustre presença do presidente da Itália Giovani Gronchi, o presidente da república Juscelino Kubitschek e seu vice João “Jango”Goulart.

As estátuas

A escultura emoldurada em bronze, esculpida pelo artista Antônio Caringi em seu ateliê no Rio de janeiro, se valeu de registros fotográficos do casal de imigrantes Luigi e Enrica Zanotti. O casal chegou à região junto com a segunda onda de imigrantes. Originalmente esculpido de gesso e argamassa, posteriormente transportado para Caxias do Sul onde recebem o trabalho em bronze na metalúrgica Abramo Eberle sob orientação de Tito Bettini.

Caringi esculpindo as estátuas dos imigrantes em gesso e argamassa.
Obelisco.

Quadros do obelisco

As costas da imagem do casal, junto ao obelisco, existem quadros em relevo de granito, que ilustram a trajetória do imigrante em três atos: a chegada dos imigrantes, a vitória do imigrante pelo trabalho e a integração no espirito da pátria.

Pesquisas relacionadas

Caringi foi aluno de Breker, um dos principais estatuários do Terceiro Reich.