José Vieira Baudelaire e Wagner como Pivots do Sujeito Modernista ou da Liberdade e da Deambulação como Forma de Viver


A seguinte proposta de comunicação tem como objetivo analisar de que modo o poeta Charles Baudelaire e o compositor Richard Wagner são, cada um à sua maneira, os pivots daquilo que será o sujeito modernista.

Partindo da leitura de As Flores do Mal, do Spleen de Paris, mas também de O Pintor da Vida Moderna, de Baudelaire, será possível demonstrar como o sujeito urbano moderno, sob a figura do flâneur ou do dandy, irá consubstanciar e dar corpo ao sujeito fragmentado que conheceu em Fernando Pessoa, sobretudo em Álvaro de Campos, o seu epítome. 

No que diz respeito a Richard Wagner, abordarei sobretudo os livros A Obra de Arte do Futuro e ainda A Arte e a Revolução, dando a entender como a liberdade de pensamento e de expressão, aliada a um desejo de universalidade numa arte todas as artes, também se encontrará nos textos do poeta de Mensagem.

Assim, partindo da transição do século XIX para o século XX, será possível verificar como o Modernismo e a Vanguarda são, mais do que uma rutura com o passado, um ponto de chegada de teorias longamente pensadas e amadurecidas décadas antes.


José Vieira (1991). Doutor em Literatura de Língua Portuguesa pela Universidade de Coimbra. É leitor na Universidade de Pádua. Escreve mensalmente crítica literária para o jornal nortenho As Artes entre As Letras. Está a realizar um Pós-Doutoramento na I Cátedra Internacional José Saramago da Universidade de Vigo intitulado Nenhuma Verdade é de Papel. Autobiografia e Autoficção em Teixeira de Pascoaes, José Saramago e Mário Cláudio. Tem trabalhado sobretudo a Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, com especial enfoque na obra de Mário Cláudio e Tiago Veiga, Agustina Bessa-Luís e José Saramago. Interessa-se por Literatura, Música, Pintura, Vinhos e Viagens.