Guilherme Vasconcelos Cortázar e Sologub: o Consciente e o Inconsciente no Conto Fantástico


A literatura fantástica, especialmente quando se manifesta através do surreal, oferece um terreno amplo para explorar os limites da realidade e do imaginário. As obras de Julio Cortázar e de Fiodór Sologub apresentam similaridades ao dispor o insólito através do Surrealismo. Em uma aproximação entre os dois escritores, é possível enxergar como o arranjo realista é repentinamente rompido e permeado pelo surreal. Nesse momento, a estabilidade da realidade perde espaço para a instauração do fantástico. Essa comunicação propõe uma análise comparativa dos contos “Cartas para mamãe” de Julio Cortázar e “Lembra, não vai esquecer?” de Fiodór Sologub, buscando explicitar como a realidade estável é rompida. Os escritores trabalham com as diferentes relações entre o consciente e o inconsciente — em Sologub a narrativa toma um tom angustiante e onírico; já em Cortázar o surreal se manifesta de forma gradual e cotidiana. Em ambos os contos a aceitação dessa realidade permeada por ecos é aceita. 


Guilherme Martins Rodrigues Vasconcelos. Aluno de graduação em Letras com ênfase em português e russo na Universidade de São Paulo.