Consciência Negra movimenta o Miguel Munhoz

As atividades em comemoração ao Dia da Consciência Negra movimentaram o Miguel Munhoz no dia 22 de novembro, em todos os períodos, destacando a cultura afro-brasileira e a luta contra a discriminação racial.

A Lei 11.645/2008 altera a Lei 9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. Os negros correspondem a aproximadamente 56% da população brasileira, e em termos locais, no Capão Redondo e região, também mais da metade de seus habitantes é composta por negros.

Em 519 anos desde o descobrimento oficial do Brasil, a população negra trazida ao nosso território foi submetida à escravidão por mais de 300 anos e mesmo após a abolição oficial da escravatura em 1888, durante muitas décadas, continuou passando por enormes dificuldades, diante da ausência de políticas de inclusão e reparação. As consequências disso ecoam até hoje, basta observar a enorme desigualdade entre brancos e negros em diversos aspectos político-sociais e financeiros.

Cada turma do Miguel Munhoz ficou responsável por desenvolver um tema ligado à cultura afro-brasileira, assim: as danças, os jogos, a culinária, os mitos e lendas, os números da discriminação racial, as vestimentas e acessórios, a Lei de Cotas, a Lei de Obrigatoriedade de História e cultura afro-brasileira e indígena, os negros famosos, os negros na mídia, nos esportes, entre outros, permearam as atividades.

Cartazes, jograis, saraus, danças, jogos, debates, desfiles de vestimentas no estilo afro, recursos multimídia, foram utilizados para materialização dos temas abordados.

Grêmio promove debate sobre racismo

O Grêmio Estudantil, que acompanhou e incentivou as atividades da Consciência Negra nos três períodos de aula, convidou um dos criadores e responsáveis pelo programa de entrevistas Café de Quebra, que visa dar voz a personagens de destaque das periferias do Brasil, a comandar um debate a respeito do racismo com alunos do Ensino Médio.

Otávio, que foi aluno do Miguel Munhoz, atua agora nas redes sociais, e já entrevistou diversas personalidades no Café de Quebra, aceitou o convite do Grêmio, promovendo um debate que suscitou boa participação do público. Temas como o racismo velado e explícito no cotidiano dos estudantes, a mídia e o racismo, a violência contra os negros, a política de cotas e a necessidade de dar prosseguimento nas ações contra a discriminação racial, dentre outros foram discutidos.

A apresentação da 3ª série C, com o ensaio da declamação do poema de Castro Alves, o Navio Negreiro, deu a partida para esses debates.

Fotos das atividades apresentadas pelos alunos

Vídeos dos desfiles de vestimentas com inspiração africana

Link para o Quizz sobre o Quilombo de Palmares e a Discriminação Racial em nosso país