BASTAnte!
Procuro a revolução
Através de um pensamento
Que destrua a prisão
Sem paredes, sem qualquer armamento.
Ideias que transformem
Essa constante exploração.
Que à liberdade levem
E destruam qualquer escravidão.
Basta! Da religião da dor
Que vende o perdão,
Que usa da fantasia e do falso amor
Para escravizar o pobre peão.
Traveste a mentira em verdade,
Usa-a como muleta,
Julga de outrem a vaidade,
Incita o ódio, mas a culpa é do capeta.
Basta! Desse governo
Que do povo tudo rouba
Num constante desgoverno
Em que nada sobra:
Nem comida, nem água – ambiente crítico!
Falta transporte decente,
Educação para o povo e para o político.
(Que não aprende, só rouba e mente.)
Basta! Da criação da necessidade,
Que leva a população ao desenfreado consumo,
Tira seu dinheiro sem piedade
E destrói a natureza em busca de insumo.
Basta! Do preconceito
Por raça, gênero ou orientação
Que, sem razão nem jeito,
Destrói o coração
Daquele
Que deseja viver
Em paz e alegria
E acordar sem medo de morrer
Por tanta hipocrisia.
Que ao mais fraco leva o sofrimento,
O exclui e marginaliza
O faz cair no esquecimento
E buscar em vícios sua fortaleza.
E em um ciclo coerente
Para o vício suprir
Leva-o à ação iminente
De roubar, matar e por fim... rir.
Até que enlouqueça ou morra,
Buscando refúgio na fantasia
De uma mente perturbada que corrói
Seu ser, sua vida - sua poesia.
Até que reste marginalizado, numa sociedade doente
Que clama pela normalidade
Que crê em um ente: onipotente, onisciente, onipresente - (In)existente!?
E que busca pela felicidade.
Óh, pobre humanidade!
- Que sem consequências medir
Age sem consciência
De que sua extinção é o que há por vir.
Uma Amizade Alquímica
Como o sol e a lua em sua dança
É a nossa amizade peculiar.
Ficamos tão distantes, que nos resta a esperança
De em um eclipse podermos nos encontrar.
Nessa analogia o sol eu sou,
Tu és a lua.
No meu movimento aparente estou
Iluminando tuas fases, mas te vejo toda nua.
Vejo que, como feridas, são tuas crateras
Mas tu não perdes a formosura
Que dura por eras
Iluminando a noite escura.
Tuas manchas são como as sardas
Que embelezam tua pele alva
Dessa face que leva as marcas
Do amor, a ti concedido pela estrela d'alva.
Sorte do mar,
Já que as marés sempre tu controlaste.
E, sem nele, não se poderia amar
Teu reflexo no céu estrelado - Meu baluarte.
Somos símbolos da alquimia.
Simbolizo o ouro e tu a prata.
A Grande Obra parece magia
Que purifica e transmuta
Em nobre,
Como a nossa amizade,
O vil cobre
No puro ouro, uma raridade.
Amar em vão
Até quando você suporta
Não concluir esse sentimento
Que tanto nos atormenta
E que não cairá no esquecimento.
Viveremos nos olhando
Sem poder nos tocar,
Apenas esperando
O momento de nos amar.
A minha decisão não nego,
Mas você se nega em concluir
Como se não tivesse medo
Do que há por vir.
Que é a mais pura solidão
De viver sozinho, mesmo sendo amado.
Um amor em vão
Que nunca será sublimado.
O que você procura?
Pensou que havia me esquecido
Que ao me ver não pôde conter
Esse sentimento adormecido
Que tomou conta do teu ser.
Estremeceu teu corpo sem você entender
Que estou em teu coração
E que você tem medo de perder
Essa estranha sensação.
Você não pode negar
O sentimento que tem por mim,
Que te faz divagar
Por desejos sem fim.
Desejo de a mim ter.
Medo de descobrir
O que é o teu ser
E o que há para sentir.
Que é o amor intenso
O qual nos levará a loucura
De viver esse imenso
Sentimento que tanto você procura.
Tenha medo não
De por novos rumos caminhar
Já que pede teu coração
Somente me amar.
Só sonho...
Hoje acordei assustado,
Pois parecia verdade
O que eu havia sonhado.
Juntos, em cumplicidade,
Abraçados estávamos
Enquanto cantávamos.
Olhando o céu estrelado,
Juntinhos, lado a lado.
Era tudo tão real
Que não podia acreditar
Naquele momento especial
Que sempre estive a esperar.
Se não fosse o barulho
Do abrir a porta
Estaria eu ainda no embrulho
De um sonho sem volta.
Tempestade
Que tempestade é esta?
Devastou meu coração.
Parece um fim de festa
Tudo jogado no chão.
Afogado quase morro
Nesse revolto mar
De lágrimas de um choro
Que não pude segurar.
Sufocado ainda estou.
Com dificuldade respiro.
Esse vento que passou
Arrancou-me um suspiro.
Essa tempestade tem um nome,
Chama-se amor!
E pode levar à morte
Quem não suportar a dor.
O que me resta deste amor
Óh! Minha alma gela
Sem aquecê-la com teu amor.
Quase congela
E leva a dor
Ao meu coração, que quase pára
De tanto frio que sinto,
Quase do corpo a alma separa
Sem ter você comigo.
Ah! Essa morte lenta
De um amor não correspondido
Deixa a alma sonolenta
E sinto-me perdido.
Em devaneios, na loucura,
Fica turva minha visão.
Um amor que não tem cura
Acompanha-me a solidão.
Nada posso ver
Esse amor é só ilusão.
Somente sofrer
Resta-me então.
Abismo
Em uma pura rebeldia
Nego-me a acreditar
Que em nenhum dia
Você deixou de me amar.
Embora juntos não estamos
Sigo vivendo e sonhando
Que nos amamos
E continuo andando.
Por essa estrada vazia,
Olhando a paisagem
E sem saber o que eu fazia
Entendi a mensagem:
De que nessa estrada estou sozinho.
Olho para o horizonte e para o chão
Ouço o cantar de um passarinho.
Tudo não passa de ilusão!
Paro de andar.
Na beira de um abismo estou.
Jogo-me sem hesitar.
Esse abismo eu sou.
Numa queda eterna
Dentro do meu eu
Vejo minha alma sempiterna
Que sofre de um amor que não morreu.
Oração à morte pelo amor negado
Seu rosto eu não esqueço,
Pois é deveras belo
Mas viver contigo não mereço.
Logo, sigo meu caminho singelo.
Posso estar acompanhado,
Ou não.
Não estando ao seu lado
É só solidão.
Uma vida a dois eu sonhei,
Mas não passou de uma fantasia.
Logo então deixei
De sentir a alegria.
Qual a razão de viver,
Sem com você estar.
Só penso em morrer
Para não mais sofrer.
Óh morte, tire-me desse caminho.
Leve-me contigo,
Não posso viver sozinho
Esse terrível castigo.
A dor da morte posso suportar,
Pois em pedaços está meu coração
Que fragmentou-se de tanto amar.
Ajoelho-me e começo a oração:
“Leve-me, leve-me até o inferno
Onde o fogo é o calor
Que me aquecerá no inverno
E não haverá amor.
Faça-me este rosto esquecer e tire toda a beleza
Que não posso ter
E que reste somente a tristeza
Com a qual acostumado estou a viver.”
Assombra tua alma
Nos espelhos da tua alma
Refletia a inevitável solidão
Que ao ver tua gêmea alma
Transformou o mar em um turbilhão.
Nada precisava ser dito.
Bastava o olhar
Que observava o infinito
E acalmava o mar.
Na busca pelo amor ousei tentar,
Mas tuas palavras negavam teus atos
Que me levaram à dúvida e só pude lamentar.
De tantas discrepâncias tornamo-nos hiatos.
Na busca pela felicidade
Deparei-me contigo escondido em tua sombra.
Sorte seria não esbarrar na mediocridade
Que tanto nos assombra.
O que sobrou?
No meu coração levo a dor
Que é a única coisa que tenho de ti
Por ter levado sozinho esse amor
Que é o mais nobre sentimento que senti.
Quantas vezes em tua alma eu vi
O mais puro sentimento
Que aumentou mais o meu desejo por ti
E sem poder ter você só restou sofrimento.
Essa dor nunca passará,
Pois por nós dois eu posso amar
E em mim restará
Somente a vontade de chorar.
Somente compaixão
Ah, esse constante tormento
Chamado amor
Que só me traz sofrimento
E dor.
Frio como a gélida morte
E me leva ao chão
Só faz feliz aquele que tem sorte
Enquanto aquece o meu caixão.
Ah, esse sofrimento
Que de meu coração tira o calor.
Tira-me também o alento
E leva-me ao torpor.
Desenganado, sem norte,
Deito-me em meu caixão
Ali espero a morte.
A única que, por mim, tem compaixão.
A dança da alma
Por algum momento
Juntos aqui estávamos
Observando o movimento
Enquanto dançávamos.
Dançávamos aquela música
Enquanto nos olhávamos.
Era uma chance única,
Mas sempre por ela esperávamos.
Quantas vezes mais acontecerá
Essa dança solitária,
Já que nada nos restará
Além desse elo de feitiçaria.
Em nossos olhos brilham o encanto
De uma velha alma cansada
De procurar em cada canto
Alguém que preenchesse o nada.
Esmo
Por toda minha vida te procurei
E quando olhei nos teus olhos eu me perdi
E sem saber sequer o teu nome eu te amei
E por muitos anos sem ter você eu sofri.
Como eu poderia saber que teu sentimento era falso?
Que só queria brincar com o meu amor.
Foi como andar descalço,
Pisar num prego e sentir a dor.
Essa dor não me deixa continuar,
Só me faz tropeçar no sofrimento
Já que não podia te amar
Parei, sentei e caí no esquecimento.
Esqueci quem sou.
Não mais sou o mesmo!
Aquele que ousou,
Amar ao esmo.
Un’anima persa
Sono una vecchia anima
Persa in questo mondo
Che cerca un'altra anima
Da vivere l'amore profondo.
Sarebbe quest'amore eterno
Se tua anima chiusa
Non fosse fredda come l'inverno
Ne così confusa.
In te solo tormento
Che svuota il cuore
E divide l'anima in frammento
Senza sentire il vero amore.
Tu sei più perso che la mia anima
Già che non puoi capire te stesso
La tua anima sta in lacrima
Ed io continuo perso.
Il sapore che incendia il cuore
Come sarebbe il sapore
Se io potessi sentire
Il bacio del mio amore
Che in me vive.
Come sarebbe la mia esistenza
Se tu non vivessi nel mio cuore.
Sarebbe la mia vita senza coerenza,
Se tu non fossi il mio amore?
Non posso già più vivere
Senza te, amore mio.
Saresti tu come il vino da bere,
Che incendia il cuore?
Eu, prego(!)
Sou como um prego,
Pois tenho cabeça e sou afiado.
E não nego que eu me destaco!
Mas dos seus olhos cuide bem,
Pois ao tentar me martelar - Eu os ataco!
Ande com cuidado,
Pois, talvez, seu caminho cruzarei.
Não ouse pisar em mim
Porque seu pé eu furarei!
Queira-me como amigo
Para juntos aguentarmos a pressão.
Mas sendo meu inimigo,
Serei mais um prego em seu caixão.