Ana Renata Coimbra Borges
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ - 2011); Especialista em Ensino de Ciências e Biologia (UFRJ - 2014) e Meio Ambiente (UFRJ - 2015); Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ - 2018). Educadora ambiental desde 2014 na ONG Sustentarte, hoje parte do IPL - Instituto Permacultura Lab, desenvolve projetos de educação socioambiental por meio da educação ambiental critica. Atua também como professora da do ensino médio e técnico da ETEC São Sebastião/SP onde leciona disciplinas da base comum (biologia) e da base técnica aos cursos de meio ambiente e de nutrição e dietética.
Resumo:
Almejando investigar as representações sociais criadas por indivíduos participantes de grupos de permacultura atuantes na cidade do Rio de Janeiro/RJ, esta pesquisa toma como base os estudos da teoria das representações sociais desenvolvidos por Serge Moscovici, Denise Jodelet e com as contribuições de Hall, no que se refere à linguagem, e os princípios éticos e de design cunhados por David Holmgren e Bill Mollison que dão forma à permacultura. Além de identificar os grupos atuantes neste território, buscamos reconhecer as práticas desenvolvidas e levantar os potenciais e as limitações expostas pelos indivíduos em relação às práticas permaculturais por eles desenvolvidas. Partindo de uma abordagem interdisciplinar e utilizando uma metodologia de base qualitativa, foi realizado um levantamento bibliográfico e documental sobre a permacultura e a teoria das representações sociais. Observamos atividades desempenhadas pelos grupos em seus territórios e realizamos entrevistas semiestruturadas, propiciando a emergência de novas questões para o estudo. Através de análise de conteúdo foram formuladas categorias que permitiram a reflexão sobre as questões subjetivas em relação ao espaço no qual estão inseridos bem como em relação às práticas desenvolvidas por esses sujeitos. Na análise das entrevistas ficou evidente o entendimento dos atores sociais acerca da permacultura, as problemáticas envolvidas no seu desenvolvimento no contexto urbano e as possibilidades que poderiam facilitar a sua implementação. Ainda, identificamos que as pessoas envolvidas buscam modificar suas práticas individuais e o território no qual estão inseridas, seja ele urbano ou rural, por meio da utilização dos princípios éticos e de design propostos pela permacultura. Esta pesquisa visa contribuir para os estudos da permacultura no âmbito acadêmico, em especial na cidade do Rio de Janeiro, visando uma possível organização em rede dos grupos existentes.
Arize Sousa Fernandes de Oliveira
Linha Humanidades digitais e mediações socioculturais
Mestre do Programa de Pós-graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - Eicos, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio deJaneiro (IP/UFRJ). Possui graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda - pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e especialização em Arte e Cultura, pelo Instituto de Artes da UERJ, em parceria com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2016). Tem experiência profissional na área de Comunicação e em Projetos de Relacionamento.
Título da dissertação:
LUGARES DO ARCO-ÍRIS: UM OLHAR PARA COMUNIDADE LGBT+ A PARTIR DA ANTROPOLOGIA DIGITAL
Resumo:
Partindo do referencial teórico da Antropologia Digital (MILLER et al., 2016; HINE, 2015; MACHADO, 2017; MILLER e HORST, 2012; MILLER e SINANAN, 2017), esta pesquisa se dedicou a investigar os usos das mídias sociais pela comunidade LGBT+ nos dias de hoje, avaliando oportunidades e restrições (COSTA, 2016), para este momento historicamente situado (MARKHAM e BAYM, 2009). O trabalho de campo foi realizado com um grupo de pessoas participantes de uma ONG LGBT+ no Rio de Janeiro e analisou tanto aspectos midiáticos organizacionais, no âmbito institucional da ONG, quanto aspectos individuais, no âmbito particular dos voluntários. O conceito de lugar, enquanto espaço de construção de experiências e sentidos (TUAN, 2013), foi utilizado para articular as reflexões sobre a ONG, a vivência comunitária, a esfera particular e a interferência mercadológica. Os principais resultados apontaram seis principais marcas de retenção (MILLER E SINANAN, 2014) das publicações LGBT+ nas mídias sociais: o humor; o sentimento de pertencimento a uma comunidade; a narrativa contra o conservadorismo e atuação micropolítica; questões de representatividade e identificação; a preocupação com a exposição e a privacidade e implicações publicitárias. Considerando o digital como revelador de vínculos socioculturais, apontamos para novas configurações interacionais no contexto LGBT+, possibilitadas pelas plataformas digitais.
Linha Humanidades digitais e mediações socioculturais
Mestre do Programa de Pós-graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - Eicos, do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Integra o grupo de pesquisa Coordenação Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos (Ciec), associado ao PPGCom/ECO-UFRJ. É bacharel em Comunicação Social pela UFRJ (2012), com habilitação em Jornalismo. Tem experiência profissional na área de Comunicação, com ênfase em Jornalismo e Editoração. Foi repórter do jornal Extra, nas editorias de esportes, saúde, ciência, cidade e comportamento; e do jornal O Dia, na cobertura de saúde e ciência. Ainda no jornal Extra, atuou como editora assistente. Também possui experiência em assessoria de imprensa.
Título da dissertação:
RELAÇÕES FAMILIARES MEDIADAS: afetos e conflitos dentro e fora do mundo digital
Resumo:
Com base na teoria da antropologia digital (HORST; MILLER, 2012; MACHADO, 2017a; MADIANOU; MILLER, 2012; MILLER; SINANAN, 2014), este trabalho visa compreender as características das dinâmicas de comunicação entre membros de uma mesma família no universo on-line, examinando afetos e conflitos envolvidos. O método de pesquisa utilizado é inspirado na abordagem etnográfica para a Internet (HINE, 2015; MILLER; SLATER, 2000). Uma etapa quantitativa com distribuição on-line de questionário, ao qual 201 pessoas responderam, foi realizada antes da fase qualitativa do estudo, para a qual foram selecionados 11 interlocutores. O trabalho de campo compreendeu a realização de duas rodadas de entrevistas em profundidade, presenciais e individuais, com esses voluntários, mais a observação participante com o auxílio de uma técnica de coleta de dados desenvolvida a partir do Método de Amostragem de Experiência (LARSON; CSIKSZENTMIHALYI, 2014). A articulação do conceito de comunidade (SAWAIA, 1996; BAUMAN, 2003; NISBET, 2017), da noção de parentesco na tradição antropológica (MILLER, 2007; SAHLINS, 2013), dos estudos de comunicação familiar de tradição estadounidense (GALVIN; BRAITHWAITE, 2014; KOERNER; FITZPATRICK, 2002, 2006) e de teorias sobre afeto (LAWLER, 2001), incomensurabilidade nas famílias (FERGUSON, 2012) e vínculo social (JODELET, 2005) ao campo da antropologia digital suporta a análise dos dados coletados. Os principais resultados da pesquisa indicam que as interações entre parentes mediadas pela Internet se dão majoritariamente no WhatsApp, aplicativo no qual o contato ocorre diariamente, várias vezes ao dia, por meio de conversas privadas e nos chamados “grupos de família”. Nove categorias temáticas nos atos interativos foram identificadas como típicas da comunicação familiar no ambiente digital: rituais e celebrações, dia a dia dos parentes, humor e passatempos, espiritualidade e religiosidade, mensagens inspiradoras, política, informações sobre saúde, utilidade pública e noticiário geral, e memórias mediadas. Verificou-se ainda que os afetos desenvolvidos no espaço on-line contribuem para a manutenção dos laços entre os membros das famílias, enquanto os conflitos são causados, sobretudo, por dissonâncias entre a expectativa e a realidade dos relacionamentos interpessoais. As vivências de família dentro e fora do mundo digital apontam para uma continuidade entre esses dois planos de ação — seja com retenção de experiências precedentes, seja com complementação de práticas comunicativas —, o que influencia a qualidade das relações entre os indivíduos.
Linha Humanidades digitais e mediações socioculturais
Doutoranda e Mestra em Psicossociologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pelo Centro Universitário da Cidade (2005). Integra os grupos de pesquisa Mediatio - Núcleo Interdisciplinar de Mediações, Humanidades e Subjetividades - e CIEC - Coordenação Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos, ambos associados ao EICOS, do Instituto de Psicologia da UFRJ. Premiada com reportagens sobre jornalismo comunitário (2006) e com livro publicado na área de Comunicação Comunitária (2009), Carolina possui mais de 15 anos de experiência no mercado corporativo, especialmente na área de assessoria de imprensa e gestão de crises. Atualmente, estuda culturas digitais, com ênfase na abordagem teórico-metodológica da antropologia digital em diálogo com a comunicação e a psicossociologia.
Resumo:
Este projeto de pesquisa se dedicou a investigar o papel das narrativas digitais sobre o sofrimento humano, especialmente em situações de violência sexual. São usados como ponto de partida os debates teóricos sobre trauma (FREUD, 1894; FERENCZI, 1990), analisado sob a ótica da psicanálise. A discussão é baseada no tensionamento de questões sobre memória, testemunho e subjetividades (LEVI, 1988; VAZ, 2014). Tal arcabouço teórico será atravessado por questões referentes ao feminismo no Brasil e no mundo, além de reflexões acerca das relações de dominação e poder. Somam a essa discussão, e lhe imprimem certo ineditismo, as colaborações acerca de memórias mediadas na área da antropologia digital (VAN DIJCK, 2007; MILLER, 2014; MACHADO, 2017), e das representações sociais. Sob o olhar metodológico, busca-se adotar a análise do discurso sobre as postagens da mobilização digital #primeiroassedio, com base no recorte de 50 relatos publicados no Twitter, entre outubro e dezembro de 2015, que narram casos de abuso e/ou assédio sexual feminino cometido por familiares ou por pessoas muito próximas da vítima. A proposta, então, é investir sobre os modos de enunciação em narrativas online a fim de investigá-los à luz das teorias propostas. Após analisar os depoimentos recortados, constatamos que campanhas como a #primeiroassedio rompem com o silenciamento e abrem o espaço público para a organização do trauma. Não se trata de uma superação individual, mas uma busca pela mudança social conferida ao problema. Os resultados também apontam para os efeitos de uma vulnerabilidade exposta pelas mídias sociais. Foi expressiva a quantidade de relatos que demonstraram a capacidade que o ato de testemunhar publicamente tem para reacender memórias negativas e gerar efeitos como a insônia, o medo e a angústia no psiquismo das vítimas. Contudo, compreendemos que não é possível um olhar reducionista sobre o tema que permeia esta pesquisa, mas uma leitura interdisciplinar, pois compreendemos que a sensibilidade da questão demanda a união de saberes como a Psicologia, a Comunicação e a Antropologia, caminhando lado a lado.
Linha Humanidades digitais e mediações socioculturais
Mestre do Programa de Pós-graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - Eicos, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ). Integrante dos grupos de pesquisa Coordenação Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos (Ciec), associado ao PPGCom/ECO - UFRJ, e Mediatio - Núcleo Interdisciplinar de Mediações, Humanidades e Subjetividades, também vinculado à Escola de Comunicação da UFRJ. Possui graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.Título da dissertação:
SUBJETIVIDADES DO TEATRO DIGITAL: Relações ator/plateia e implicações da mediação
Resumo:
Este projeto tem como objetivo compreender as produções de subjetividades que envolvem a recepção e criação do teatro digital. Foram investigados os impactos, as vulnerabilidades e as potencialidades do fazer artístico digital, atravessando questões como a linguagem artística, o sentimento de teatralidade e as subjetividades que envolvem o processo de construção do lugar da plateia online. Como ponto de partida são usados os debates teóricos sobre a performance e o teatro em consonância com o campo da antropologia digital de tradição inglesa, que propõe uma abordagem mais plural sobre o universo digital ao reconhecer sua materialidade e sua dialética com a cultura. Somam a essa discussão a colaboração do campo da Psicossociologia, em relação a sua a interlocução com a cultura contemporânea, sua preocupação com a investigação acerca do intercâmbio de experiências sociais e dos aspectos mente-corpo, o que imprime certo ineditismo no trabalho. Utilizamos a Teoria Ator-Rede (LATOUR, 1994, 2012) como norte metodológico do trabalho partindo de um estudo do agenciamento sociotécnico construído ao redor do espetáculo adaptado para o digital "Desconscerto". Em seguida, partimos para a análise dos fluxos discursivos que emergem da plateia online, adotando a teoria da Análise do Discurso (AD) de tradição francesa como método de interpretação dos dados. Para tal foram selecionadas 50 mensagens dos interlocutores deixadas no espaço em que ocorreu a apresentação: a plataforma Youtube. Os principais resultados apontam quatro nós na rede entendidos também como rastros culturais presentes no online: o diálogo promovido entre público e ator; a falta de literacia digital; os paralelos levantados entre teatro on e offline e os testemunhos do sofrimento compartilhados. Considerando o digital como revelador de vínculos socioculturais e entendendo que há questões que se mantêm e que se diferem na recepção do teatro digital, apontamos para novas configurações interacionais entre ator e plateia, um novo agenciamento sociotécnico e práticas artísticas possibilitadas pelas plataformas digitais.
Resumo:
As práticas econômicas atuais não contribuem para a prosperidade compartilhada e a conservação de direitos sociais, o que demanda modelos de uma economia mais integrada com outras dimensões da vida. Neste sentido, a Economia Solidária surge como alternativa para o desenvolvimento local e melhoria da qualidade de vida de comunidades desassistidas, a partir da construção do Comum e do fortalecimento de valores e vínculos. Com objetivo de investigar as práticas de Economia Solidária do Banco Palmas, foi realizada uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica e psicossocial, incluindo observação participante e entrevistas semiestruturadas e abertas com moradores do Conjunto Palmeiras e funcionários do Banco Palmas situados na cidade de Fortaleza, no Estado do Ceará. A análise de conteúdo do material coletado indica que a separação entre o Banco e a Associação de Moradores e juntamente com o reposicionamento das práticas de Economia Solidária trouxeram consigo um distanciamento do Conjunto Palmeiras e uma ampliação da escala do Banco, que se desloca da comunidade local para adquirir uma perspectiva nacional de comunidades.
O cenário contemporâneo tem sido marcado pela instabilidade e por crises econômicas, políticas, sociais e ambientais promovidas pela dominação global do capitalismo em todos os aspectos da vida. Este modo de ação tem sido cada vez mais sofisticado, entrando por todas as brechas da vida humana. Partindo desse contexto, este trabalho tem como objetivo geral discutir como o Capitalismo Rizomático pode interferir nas estratégias de comunicação da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras junto aos seguidores e (novos) doadores, no sentido de compreender como esse processo pode incorporar ações que refletem os movimentos de expansão das lógicas de consumo contemporâneas. A metodologia adotada nesse estudo é a pesquisa exploratória, por meio de um estudo qualitativo com aspectos quantitativos, a partir da análise de postagens da organização MSF no Facebook, alicerçado na Tricotomia dos Signos de Peirce e na Análise de Conteúdo proposta por Laurence Bardin. Sob a perspectiva psicossocial, a justificativa para o estudo se dá na necessidade de problematização das ações e práticas sociais da MSF para com seus (novos) doadores no sentido de entender se são engendradas a partir das lógicas de consumo inerentes ao Capitalismo Rizomático. A base para a fundamentação teórica é construída a partir da pesquisa bibliográfica de autores como Gilles Deleuze, Félix Guattari, Peter Pál Pelbart, Paula Sibilia, Suely Rolnik, entre outros que dialogam com os eixos teóricos que constroem esse estudo. A partir do referido recorte, a pesquisa realizou um aprofundamento, por meio da análise da MSF, com fins de entender como as organizações humanitárias internacionais incorporam práticas de mercado e de consumo em sua atuação. Como resultado da pesquisa, a partir da questão principal proposta, foi percebido que o indivíduo inserido na lógica do Capitalismo Rizomático e da Sociedade do Controle, atravessado pela noopolítica e pelo consumo, pode ter subjetividades que são produzidas para “as aparências” e para o estímulo da multiplicação dos modos de “ser/aparecer/parecer”. Sendoassim, essa visão pode destacar um processo de espetacularização individual (e ao mesmo tempo coletivo), consolidando uma autoconstrução de alguém cool e uma espécie de um “self branding” que podem se refletir no “espírito” do doador da organização. Nesse sentido, identificou-se uma possível nova categoria de consumo, - a partir da análise das solicitações dedoações financeiras realizadas pela MSF no Facebook, - que vai além dos conhecidos produtos e serviços, tendo em vista que é provável que a necessidade de externalização desses atos por parte dos doadores em comunhão com a escolha de comunicação feita pela entidade, a partir do olhar sobre a produção de novos kits de subjetividades capitalistas voltados ao reconhecimento, seja um reflexo da dependência de likes e interações no contexto do Capitalismo Rizomático.
Resumo:
Resumo:
Título da dissertação:
BRUXAS DE HOJE: conexões presenciais e digitais da comunidade Vivo Naturalmente
Resumo:
Linha Humanidades socioambientais e produção de subjetividades
Mestre em Psicossociologia de Comunidades pela UFRJ (2023). Especialização em Clínica Psicanalítica no Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB) (2016), com atuação no ambulatório e na enfermaria. Graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio) (2013). Possui experiência como Mediador Escolar, Acompanhante Terapêutico, e atendimento clínico em consultório particular. Foi bolsista CNPQ no projeto de pesquisa "O sintoma no início do tratamento psicanalítico" (2013), na PUC-Rio. Tem especial interesse na articulação da psicologia com questões sociais, culturais, artísticas e ambientais.
Linha Humanidades digitais e mediações socioculturais
Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - Eicos, do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IP/UFRJ). Possui graduação em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Integrante do grupo de pesquisa Mediatio - Núcleo Interdisciplinar de Mediações, Humanidades e Subjetividades, vinculado à Escola de Comunicação da UFRJ. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Cultura, Entretenimento e Mídias Digitais.
Utilizando a nostalgia e a juventude como seus pilares, as músicas da cantora Olivia Rodrigo provocaram um fenômeno sociocultural entre fãs adultos ao redor do mundo em 2021. Compondo sobre as experiências da adolescência, as canções geraram a identificação não apenas com os jovens, que vivenciam a fase atualmente, mas com os adultos também, que expressam “se sentirem jovens” e retornarem à juventude ao escutar as canções da artista, movimentando as estruturas de representações sociais e suas práticas geracionais vigentes, além das noções de pertencimento, subjetividade e percepção de mundo. A partir da cartografia da comunidade de fãs de Olívia Rodrigo através da plataforma X/Twitter e entrevistas em profundidade com fãs, o projeto pretende compreender como a música pode afetar e redefinir a percepção geracional do público mais velho no grupo, analisando o comportamento, efeitos na subjetividade, interações, experiências, afetos e suas questões psicossociais relacionadas à adolescência, evocadas pelas músicas da cantora teen.
Resumo:
Resumo:
Resumo:
Esta pesquisa tem como objetivo investigar se e como as mídias sociais contribuem para a sociabilidade dos pacientes internados em uma enfermaria hematológica durante os períodos de internação prolongada do tratamento. Foi realizada uma pesquisa de inspiração etnográfica, com observação participante na enfermaria hematológica do INCA e no ambiente digital ao longo de três meses, além de entrevistas conversacionais e em profundidade. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico da antropologia digital (HORST; MILLER, 2012) e da discussão sobre comunidades imaginadas (ANDERSON, 2006) e neotribos (MAFFESOLI, 1998), apontando para a possibilidade de enriquecimento e ampliação das redes de apoio dos pacientes por meio das mídias sociais, tanto nas vivências pessoais, quanto no contexto coletivo — no qual observamos como redes socioafetivas se expressam enquanto comunidades para trazer conforto e afeto aos pacientes. No entanto, o conceito de internação mediada ajuda a refletir sobre as contradições e convergências das experiências de hospitalização, que se expressam por meio da dialética entre presencial e digital. Nesse sentido, nota-se que as mídias também podem contribuir para a acentuação do distanciamento, o excesso de estímulos e de demandas por atenção e respostas em alguns relacionamentos — de forma que seus usos não podem ser generalizados, mas sim pensados dentro dos contextos em que se inserem. Os dados sugerem ainda a possibilidade de se aplicar o conceito de polymedia a um ecossistema midiático diminuto. Por fim, as observações do campo sugerem a interpretação do câncer a partir do conceito de enquadramento de Goffman (1986), no sentido de que a percepção e a interpretação do mundo são alteradas pela doença.
Resumo:
Em janeiro de 2011, a região serrana do Rio de Janeiro foi atingida por fortes chuvas,
desencadeando enchentes e deslizamentos de terra, ocasionando o maior desastre socioambiental do país nos últimos cem anos. Cada município, a partir de suas próprias políticas de reconstrução, alocou os sujeitos desabrigados de formas distintas. Em Nova Friburgo, uma das soluções apresentadas foi criar um bairro na extrema-periferia que consiste em um conjunto habitacional chamado “Terra Nova”. Esta dissertação objetiva conhecer as condições de vida dos atingidos por este desastre, os desdobramentos psicossociais, econômicos e políticos, doze anos depois e analisar a configuração de novos territórios – geográfico-subjetivo – e sua implicação nos modos de vida desses sujeitos. Para tanto, a pesquisa realiza uma revisão bibliográfica sobre a construção de respostas estatais no contexto de emergências e desastres; e sobre a atuação da psicologia social neste campo, problematizando conceitos como o de resiliência e migrações induzidas. Utilizou-se a cartografia como postura metodológica, além disso, a fim de contribuir com os resultados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com moradores do bairro Terra Nova e com trabalhadores da unidade básica de saúde do local. Os resultados deste estudo deixam pistas para compreendermos a produção de subjetividades no território do Terra Nova, revelando elementos recalcitrantes percebidos nas entrevistas obtidas. A partir da discussão, encontram-se componentes de que não foi pensado um projeto de promoção de cidadania no local, deixando tal população suscetível a outras carências e vulnerabilidades. Contudo, não houve ações de preparação da comunidade para possíveis desastres futuros. Além disso, problemas coletivos foram direcionados para dimensões individuais de existência dos moradores desta terra nova.
Resumo:
Resumo:
A presente pesquisa qualitativa tem como objetivo analisar a memória social dos afetados Mundialmente, a pesca artesanal é atingida pelos desafios contemporâneos advindos, principalmente, dos modos de produção da modernidade e seus desdobramentos. Os ecossistemas humanos e não humanos foram empobrecidos e devastados pela expropriação/dominação/exploração da natureza e é claro, das mulheres. Isso não foi diferente com as mulheres da pesca, que acabaram por ter seus rastros reduzidos. Não à toa, as diretrizes da Agenda 2030 apontam o ano de 2022 como o ano internacional da pesca de pequena escala. E uma das orientações da Agenda é a conquista da equidade e igualdade de gênero no setor. Este alinhamento se faz ressonante à crescente necessidade de valorização do protagonismo, da resistência, da adaptabilidade e da presença efetiva das mulheres na atividade. No entanto, apesar dos esforços, ainda são insuficientes a integração e igualdade de condições tanto políticas quanto sociais. Em consonância com as discussões mundiais sobre a autonomia, o fortalecimento da pesca e do papel da mulher no setor, esta pesquisa envolve a busca dos rastros das memórias, das práticas e fazeres das mulheres na atividade pesqueira artesanal. A tese defende que, na multiplicidade das redes de interações, seja possível compreender a prática social da pesca como lugar de memória. O estudo justifica-se na busca por compreender as relações estruturais de dominação e exclusão da atividade. As abordagens teóricas percorridas baseiam-se nas epistemologias da memória à luz da Psicossociologia, para compreender a prática social da pesca como lugar de memória das mulheres, de modo a lançar um novo olhar sobre a atividade pesqueira artesanal. A pesquisa de campo abrangeu quatro diferentes comunidades femininas de Arraial do Cabo-RJ e teve por objetivo analisar as narrativas das suas memórias e do seu cotidiano em suas interações sociais, institucionais e no território. Do estudo, participaram cinquenta e duas mulheres. Com ele, se intentou ampliar o espaço de voz das mulheres que protagonizam iniciativas na atividade pesqueira artesanal. A pesquisa buscou criar um painel das memórias das mulheres da pesca de Arraial do Cabo, assim como acolher e partilhar seus modos de vida para ampliar suas vozes e suas existências na atividade. As narrativas foram registradas em audiovisual, no processo de criação de um documentário artesanal . As vozes narrativas registradas foram transnarradas para a análise. Os resultados mostram a perspectiva do lugar social das mulheres, compartilhada por suas memórias e ajuda a compreender todo um caminho da experiência feminina na pesca: como têm atravessado as dificuldades e sua percepção das transformações ambientais e das relações sociais, assim como suas proposições para o futuro. No rastreamento das memórias nas narrativas pode-se compreendê-las como lugar de força, permanência e ocupação contínua do lugar das mulheres na pesca artesanal.
Resumo:
Esta pesquisa investiga a efetivação das representações sociais sobre a docência, nas redes sociais e propagandas, destinadas a promover homenagens ao Dia do Professor, em 2019, comparando-as à percepção da própria categoria, como produtora, reprodutora e receptora de tais concepções, por meio da compreensão de sujeitos actantes. Os referenciais teóricos dialogam com os estudos das representações sociais, entendendo as relações sociais contemporâneas como configuradas em uma sociedade de consumo e, aqui, delimitadas na interseção entre as práticas do campo da Educação e os processos comunicativos; e com as proposições da Antropologia Digital, conjuntamente a outras discussões da conformação e efeitos das relações mediadas pela tecnologia. O percurso metodológico conta com quatro fontes de análise, discutidas em dez linhas de discurso. Os dados foram obtidos nas postagens de homenagem aos docentes no Twitter; em propagandas de instituições de gestão e representação de escolas e educadores, no Twitter, no Instagram e no Facebook; nas respostas dos professores a um questionário digital; e em entrevistas com tais profissionais. As dez linhas de expressão sobre as representações sociais, versam sobre: o uso de expressões agressivas e geradoras do medo; a demanda da conduta motivacional e empreendedora; a indicação da atitude heroica de superação dos limites; os atravessamentos políticos e econômicos; o requerimento do afeto e da abnegação; a busca por resistência aos ataques bárbaros; o condicionamento aos valores morais como premissa; o paralelismo em relação às referências religiosas e exotéricas; a relação com as pautas identitárias e a necessidade de mobilização; e a exacerbação de características, atitudes e condições na arte e na comicidade. Balizados pelos mundos de vida dos docentes, identificamos as produções de subjetividades, em diálogo com as relações intersubjetivas e com a disseminação transubjetiva de percepções; verificamos que a conduta desejada da docência desvincula a referência da prática cotidiana das atividades pedagógicas, centrando-se nos propósitos e expectativas que se esperam como resultado do trabalho educativo, o que nomeamos de resultância.
Linha Humanidades socioambientais e produção de subjetividades
Doutora e Mestre em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social - Programa Eicos - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Petrópolis (1983). Especialização em Psicologia Médica e Gestão em Emergência e Desastres. Membro dos grupos de pesquisas: Laboratório Memórias, territórios e ocupações: Rastros Sensíveis - LabMEMS/UFRJ; Mediatio Núcleo de Interdisciplinar de Mediações, Humanidades e Subjetividades. Membro da Rede de Cuidados-RJ/Psicologia em emergências e desastres. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia em Emergências e Desastres e Psicologia Hospitalar. É psicoterapeuta humanista transpessoal e facilitadora de grupos.
Resumo:
Estudos comprovam a ação humana como produtora de desastres. A saúde, as condições de moradia, de subsistência e o meio ambiente estão cada vez mais comprometidos. Organismos internacionais cultivaram a terminologia mudanças climáticas para tratar de desastres socioambientais, por eles chamados de “naturais”. O foco principal em caso de desastres, tem sido tratar da adaptação das populações às mudanças climáticas, e não da apropriação que governos e instituições fazem da natureza, de como ocupam os territórios, nem da resolução dos fatores que produzem o crescimento das vulnerabilidades da população. O presente estudo foi construído com inspiração etnográfica, com observação participante, tendo como referência Veena Das, Anna Tsing e os pilares da Abordagem Centrada na Pessoa. A pesquisa busca compreender como as re-existências das mulheres sobreviventes de desastres socioambientais contribuem para a multiplicidade de lutas em defesa da vida, uma política tecida a partir do dia a dia, de espaços de produção de conhecimentos e de transformação. São movimentos construídos cotidiana e incansavelmente, por mulheres, para suspender o céu. O que coloca em destaque a necessidade de desnaturalizar o discurso de que mulheres são vulneráveis por natureza e considerar o projeto colonial vigente. Há indicação de reflexão crítica sobre as pesquisas em desastres, no sentido de avaliar o que e como estamos produzindo, para que e para quem. Assim, como de cuidado diferenciado para estudos psicossociais no campo ferido dos desastres. É recomendado maiores estudos sobre o sofrimento de sobreviventes e possíveis consequências para a saúde integral.